DESTRUTOR | Neal Adams

Neal Adams iniciou sua carreira em meados dos anos 1960 na indústria de quadrinhos de super-heróis, aos 19 anos, e se tornou um desenhista conhecido pelo seu estilo realista-fotográfico.

Revolucionou os quadrinhos com um estilo mais  sofisticado e adulto do que o convencional dessas publicações ordinárias infanto-juvenis.

Com efeito, ele impactou o Batman de forma a mudá-lo para sempre, ao lhe dar uma figura dinâmica, elegante e realista — você realmente poderia topar com ele num beco escuro de Gotham City.

O terremoto gráfico que provocou na DC Comics não passou desapercebido pela Marvel Comics, que lhe deu liberdade de escolha para fazer qualquer título que quisesse. Neal quis os X-Men.

Em 10 edições da revista dos mutantes, Neal Adams e o escritor Roy Thomas fizeram um run rápido e eficiente em mexer com as bases da equipe, que andava mal de vendas.

O escritor Arnold Drake e o desenhista Don Heck já tinham criado Alex Summers, mas foi Neal Adams quem criou a identidade secreta e uniforme do herói, o Destrutor (originalmente Havok em inglês, palavra usada para sinônimo de destruição).

Ele se tornou um x-man com um dos designs mais legais da Marvel. Nunca antes os X-Men pareceram tão convincentes — os mutantes eram belamente esculpidos, tensos e agoniantes com suas mutações, e pulavam para fora das páginas com suas formas esguias e dinâmicas.

Neal Adams
Arte de Neal Adams para os X-Men, uma fase que se tornou um cult na Marvel Comics dos anos 1970, e sobrevive até os dias de hoje
A edição de estreia de Destrutor nos X-Men. Capa de Neal Adams

Quando você ler por aí algum adjetivo superlativo para se referir a Neal Adams, pode achar exagerado, mas não é.

Escritor, desenhista, teórico, empresário, ativista — tudo isso cambiável em sua carreira, de gênero em gênero, de estilo em estilo, Neal é facilmente reconhecido pelo público pela sua arte, e incensado pela crítica. Ele é um gigante das HQs.

Em quase 60 anos de carreira, ajudou a revolucionar a indústria dos quadrinhos de diversas formas. O autor, que atualmente tem 78 anos, foi muito importante para o amadurecimento dos quadrinhos como uma linguagem — e arte — tão influente quanto qualquer outra mídia.

E mais do que fazer desenhos que influenciaram toda uma geração de ótimos desenhistas, Neal Adams foi um ativista pelo direito dos autores.

Em 1975, após o anúncio da Warner que o Superman chegaria aos cinemas no filme estrelado por Christopher Reeves e dirigido por Richard Donner (o filme estrearia em 1978), Jerry Siegel e Joe Shuster, os criadores do herói, iniciaram uma campanha para que a DC Comics reconhecesse pública e financeiramente o trabalho deles ao criar o Homem de Aço.

Já durante os anos 1970, Adams era politicamente ativo na indústria dos quadrinhos de super-heróis, e procurava unificar a comunidade de quadrinistas, com aqueles conversas que sempre incomodam os patrões: melhores pagamentos, contratos mais justos e reconhecimento devido.

Foram os esforços de Neal Adams e de outros que ajudaram a instalar no mercado a prática padrão de retornar a arte original para o artista, que pode aumentar seus ganhos ao vender os desenhos para colecionadores, medida que é tomada até hoje.

Adams também ajudou os esforços de Siegel e Shuster para ganharem remuneração financeira da DC Comics, que fechava os olhos à penúria dos artistas.

Foi graças a Neal, que usou sua visibilidade de superstar dos quadrinhos, na mídia especializada e TV, que conseguiu aumentar a pressão para que a DC cedesse, e ajudasse os pais do Superman.

Adams não tinha nem tinha 20 anos quando começou em tiras de humor na Archie Comics, ao desenhar o adolescente trapalhão Archie e sua turma (uma espécie de Turma da Mônica nos EUA), durante os anos 1960.

O jovem já queria trabalhar na National Comics — que se tornaria a DC Comics futuramente, em uma fusão com outras duas editoras –, mas não conseguiu, pois a empresa não estava contratando. Sua fama cresceu em tiras de quadrinhos como Bat Masterson — em seus primeiros rascunhos de seu estilo fotorrealista — e Ben Casey.

Adams trabalhou como assistente anônimo de gigantes do mercado, como Al Williamson (Secret Agent Corrigan, uma releitura de Agente Secreto X-9, por Archie Goodwin, em um material requintado e dinâmico), de Lou Fine em Peter Scratch, John Prentice (de Rip Kirby, tiras de detetive, conhecido no Brasil como Nick Holmes) e Stan Drake (O Coração de Romeu e Julieta).

A fase DC Comics

As capas de Neal com Batman eram inventivas, angulosas e realistas, material muito diferente de outros desenhistas da época

O estilo que Neal Adams imprimiu na DC foi salvador. O final dos anos 1960 estava dominado pelo vigor e técnica das revistas da Marvel, que superavam os da DC Comics na disputa pelos dólares da juventude moderninha americana.

O recém-chegado Neal, seguro de sim, tinha ilustrações comerciais realistas, hiper articulações e feições convincentes.

Depois que Archie Goodwin, agora editor das revistas de horror da Warren Publishing, começou a cuidar de seus trabalhos, Adams tentou mais uma vez se aproximar da DC, em 1967.

A Marvel já comia parte do bolo da atenção e da grana da DC, e eles precisavam de novidades. E eles foram pontuais, pois Neal Adams foi o único contratado da editora na ocasião, o primeiro desde 1953.

Quando Ben Casey, a tira de Adams nos jornais, foi cancelada, corri para o escritório de Stan para fazê-lo ligar para o Neal e assinar com ele”, diz John Romita Sr, um antigo desenhista e diretor de arte da Marvel. “Mas ele já tinha fechado com a DC.”

As informações são do livro Pancadaria, de Reed Tucker (2018). Teria sido uma oportunidade perdida.

Adams criou uma das imagens mais icônicas da história da DC — e dos quadrinhos — e sua arte ficaria intimamente associada à editora. Mas não seria a última vez que a Marvel estaria no caminho do artista.

Em 1967, Neal começou no título humorístico, Adventures of Jerry Lewis, e no ano seguinte, conseguiu uma história do Desafiador na revista Strange Adventures. Seria seu primeiro personagem de destaque.

O Desafiador foi criado por Arnold Drake e o desenhista Carmine Infantino. O herói, que morria logo na primeira história, era um ex-acrobata chamado Boston Brand, que passa a viver entre os reinos dos vivos e dos mortos, e que ganhava o poder de possuir temporariamente o corpo das pessoas. Assim, ele tentava solucionar o mistério de seu assassinato e ajudar quem precisava. Foi um dos personagens que Neal mais gostou de fazer.

O material do Desafiador de Neal Adams fez tanto sucesso que foi republicado diversas vezes, como essa edição especial da DC em 1985

O gênio de Neal explodiu quando ele foi escalado para a Detective Comics, a revista que dá o nome para a editora DC Comics, com aventuras do Batman.

Adams fazia um trabalho adulto e contemporâneo, ao desafiar as convenções românticas e pueris com uma eletricidade gráfica que deixava qualquer outro material ao lado enfadonho e estático.

Seu Batman era mostrado de formas e composições realistas, que se afastava do seriado camp do Morcego dos anos 60. Os quadrinhos eram em layout ousado, e os desenhos cheio de poses hiperdramáticas e rostos dramáticos.

O logo do Batman era do seriado camp, mas o Batman de Neal Adams era cinematográfico como os filmes da Nova Hollywood dos anos 1970

Na edição #251 da revista própria do Batman, Adams desenhou a história “As cinco vinganças do Coringa!“, escrita por Denny O’Neil, e que devolveu ao Palhaço do Crime sua faceta homicida que havia sido apagada graças ao rígido Comics Code Authority, um castrador código autoimposto pelas editoras de quadrinhos na América.

Essa situação é melhor comentada nesta matéria do blog sobre a EC Comics, editora de HQs de terror, extremamente afetada pelo código.

No universo do Batman, junto com O’Neil, Adams é co-criador de Ra’s Al Ghul, um senhor do crime internacional, um ecoterrorista dos anos 70, o líder da Liga de Assassinos.

O personagem e sua organização apareceu tanto em filmes do Homem-Morcego quanto nas séries de televisão Arrow (Arqueiro Verde) e Gotham (com um Bruce Wayne ainda criança e recém-órfão). Outro inimigo clássico, o Morcego Humano (Robert Kirkland “Kirk” Langstrom), também é criação de Neal Adams.

Stan Lee, Neal Adams
e o Comics Code Authority

Denny O’Neil e Neal Adams fizeram história com essa capa singular, em uma das tramas mais emblemáticas que a DC Comics já fizera em sua trajetória

Outras criações impactantes de Neal Adams na DC foram John Stewart, o primeiro Lanterna Verde negro das HQs, personagem usado com destaque até hoje pela editora, e Appa Ali Apsa, o Guardião do Universo que acompanha as aventuras de Lanterna Verde/Hal Jordan e Arqueiro Verde, na fase clássica que Dennis O’Neil e Neal Adams promoveram no título.

A dupla antecipou temáticas e preocupações sociais que arrebentavam nos anos 1970. Ameaças intergaláticas e vilões de roupa colorida cederam espaço para direitos de terras indígenas, racismo, drogas, poluição, superpopulação e direitos das mulheres, em uma rara consciência sócio política mambembe de quadrinhos de super-heróis.

Essa fase compreendeu de Green Lantern #76–87 e 89, de 1970 a 1972.

Uma história em particular dessa fase foi bastante emblemática. Neal Adams desenhou uma capa de Lanterna Verde e Arqueiro Verde com uma descrição bastante gráfica e realista do jovem Ricardito, o “Robin” do Arqueiro Verde, injetando heroína nas veias.

Julie Scwhartz, o editor da época, a princípio não quis nem ver direito a capa e a história, e demorou a aceitar considerações a respeito de publicar ou não. O Comics Code Authority jamais permitiria isso.

Nesse demora, a Marvel saiu na frente e pegou para si o protagonismo. Em 1970, um pedido especial partiu do Departamento de Saúde, Educação e Bem-estar dos Estados Unidos para Stan Lee, para uma história antidrogas.

Passado um ano, Stan escreveu um roteiro, que saiu em Spetacular Spider-man #96 (1971), seguidas de #97 e #98, com uma trama de vício em drogas de Harry Osborn, um dos melhores amigos de Peter Parker, o Homem-Aranha.

O Comics Code Authority vetou, mas Stan Lee ignorou e publicou as revistas, sem o selo do código. Foi a primeira vez que uma empresa mainstream dos quadrinhos ignorava a censura autoimposta.

Foi apenas depois de toda a polêmica — e eventual congratulações para o pioneirismo e coragem da Marvel — que a celeuma acabou para a DC, e a história de drogas de Denny  e Adams foi publicada em Green Lantern #85 (1971), três meses depois da história do Homem-Aranha.

Neal Adams na Marvel Comics
e na DC Comics

Neal Adams
Primeira aparição de Alex Summers como Destrutor. Design e arte de Neal Adams

Em 1969, Neal Adams trabalhou na Marvel Comics, onde achou a atmosfera mais amigável que a DC.

Ele se sentia muito bem ao lado de Herb Trimpie, John Romita Sr. e Marie Severin. Adams quis ia para a Marvel quando ouviu do desenhista (amigo e inimigo, concorrente criativo) Jim Steranko, que a eles entregavam as rédeas aos artistas.

Ele conseguiu uma reunião com Stan Lee, que lhe deu liberdade para decidir o título que quisesse. “Stan me disse: ‘Vou ser sincero com você. O único gibi da DC que o pessoal da Marvel está lendo é o Desafiador'”, Adams contou em Pancadaria. Neal Adams escolheu a revista que menos vendia para ter mais liberdade ainda — nada menos que X-Men.

“Lee concordou, mas depois exigiu que, se Adams ia trabalhar para a Marvel teria que deuxar a DC para trás. Adams disse que não e se levantou para sair. Antes de chegar na porta, Lee correu atrás dele. ‘Ei, espere aí. Sem problema”, diz outro trecho de Pancadaria.

Em um trabalho conjunto com o já veterano escritor e editor Roy Thomas, fizeram tramas sérias com reflexões sombrias substituíram a filosofia rasteira de Stan Lee e Jack Kirby por rapto e triângulos amorosos — Destrutor e Homem de Gelo com Polaris –, farsas de genocidas e dominação robótica (Trask e os Sentinelas), vampirismo (Sauron) e outros temas pesados.

Mas quando uma capa de Neal Adams, que mostrava os X-Men indefesos e acorrentados ao logo, foi vetada pelo chefão Martin Goodman, dono da editora, Neal entendeu quais que eram os limites dessa tal liberdade.

O run de 10 edições em X-Men de Adams e Thomas se tornou um clássico do grupo e tem republicações recorrentes. Foi pouco, mas foi marcante.

Apesar de Neal e Roy não salvarem o barco mutante de afundar (que viria a pique no número 67), o que os dois fizeram nas edições 56 até 63 (maio a dezembro de 1969) é considerado como um dos grandes trabalhos cult da Marvel.

O trabalho de Roy Thomas e Neal Adams com os X-Men tem outro mérito: derrubou a velha prática de anonimato de trabalho para as duas maiores empresas, DC e Marvel.

Tudo isso em razão dos créditos das revistas dos X-Men, que traziam em seus créditos “E apresentando a magia a lápis de Neal Adams.”. Era um artista DC Comics numa revista Marvel Comics. Não era preciso mais usar nomes falsos ou pseudônimos.

Claro, se seu nome fosse suficiente para ter um alto impacto gráfico inovador como o de Neal Adams. Neal Adams era uma anomalia criativa no mainstream americano de histórias em quadrinhos de super-heróis.

Ele fazia a Guerra Kree-Skrull da Marvel e o Lanterna Verde da DC ao mesmo tempo, uma raridade obtida graças a sua enorme popularidade, que o fazia se recusar a ser exclusivo de alguma editora.

Neal Adams
Os Vingadores na arte de Neal Adams

Em 1971, Adams trabalhou em títulos dos Vingadores, quando desenhou várias partes de uma das maiores sagas da Marvel, quando essa palavra nem existia em contexto nos quadrinhos de super-heróis, a Guerra Kree-Skrull, publicada em The Avengers #93–97 (novembro de 1971 a maio de 1972).

Uma jornada ambiciosa por vários elementos da editora — Vingadores e os Inumanos, duas poderosas raças alienígenas em conflito (os Krees e os Skrulls), o Capitão Marvel, heróis da era Timely pré-Marvel, como Anjo, Caveira Flamejante, Patriota, Barbatana e o Visão original.

A obra é de alto poder visual, e Grant Morrison, escritor veterano de HQs de super-heróis, assim descreve essa fase em seu livro Superdeuses:

Visualmente, a Guerra Kree-Skrull estava a quilômetros de distância da arquitetura mal-ajambrada de Kirby. O cosmo de Adams era reluzente, cheio de reflexos, seus homens eram incrivelmente belos e suas mulheres pareciam modelos dos anos 1960. Já tínhamos invasões alienígenas, mas nunca assim, não com centenas de naves individualizadas flutuando em perspectiva perfeita. Já tínhamos visto super-heróis Marvel, mas nunca tão reais: nunca com tanta emoção expressiva ou poses dinâmicas escorçadas em voo. Esses eram quadrinhos 3D Sensurround.

Thomas e Adams ainda colaboraram com o escritor Gerry Conway e o artista Howard Chaykin para introduzir uma serie na Marvel chamada The War of the Worlds.

O personagem central, Killraven, co-criação de Adams, estreou em Amazing Adventures vol. 2 #18 (maio de 1973).

A trama era em um futuro pós-apocalíptico de um Universo Marvel alternativo, onde os marcianos do romance A Guerra dos Mundos (de H. G. Wells) retornam no futuro de 2001 e escravizam a raça humana. Neal ainda desenhou histórias do Drácula da Marvel, Conan, Epic Illustrated, Doutor Estranho e Thor.

Neal Adams
Dracula, da Marvel Comics. Arte de Neal Adams

Neal Adams e a indústria dos quadrinhos

Fora do eixo da Marvel e DC, Neal Adams fez muitos outros trabalhos. Neal criou uma incrível série de histórias satíricas para a National Lampoon, revista de humor famosa nos EUA nos anos 1970.

Se tornou tão grande que fazia esquetes na TV e até filmes — o primeiro filme, lançado no Brasil como Férias Frustradas, foi lançado em 1983, dirigido por Harold Ramis e com roteiro de John Hughes, baseado na sua própria crônica para a revista.

O filme tem como estrelas principais Chevy Chase, Beverly D’Angelo, Randy Quaid, Dana Barron e Anthony Michael Hall, todos grandes atores ligados à comédia americana. O filme foi tão bem nas bilheterias que se tornou uma franquia.

Outro colaborador constante que ajudava Adams foi o arte-finalista Dick Giordiano, com o qual viria a formar a Continuity Associates.

Roy Thomas já era editor da Marvel e estava de olho em aspirantes a escritores de quadrinhos que consumiam o material de Lee e Kirby, recém-formados nas faculdades e cheios de vontade.

Havia reuniões informais e festinhas constantes em seu apartamento com esses caras, além de fanzineiros e de entusiastas de convenções de HQs. Neal Adams colava lá também e foi nessa que ele criou a Continuity com Giordano, que foi porta de entrada para diversos profissionais do mercado, graças a esse tipo de networking.

Giordano foi outro nome lendário na indústria, e do desenho à arte-final — considerado um dos melhores do mercado — e subiu as escadas de postos, até o de editor, em diferentes níveis, tanto na DC como na Marvel.

Em 1969, ele derrotou ninguém menos do que Stan Lee no posto de Melhor Editor no prêmio Alley, um dos mais prestigiados do mercado. Lee faturava o prêmio desde 1963, em plena explosão Marvel, mas perdeu para Giordano em sua gestão na DC.

Neal foi um que me deu bastante atenção, foi muito generoso“, disse Frank Miller, quando se encontrou com o artista no estúdio, quando ainda tentava algo na indústria de HQs. O trecho consta do livro Marvel, A História Secreta, de Sean Howe (2013).

Não demorou muito para Frank Miller se tornar um dos nomes mais emblemáticos, vendáveis, criativos e poderosos da indústria de HQs, tanto na Marvel como na DC.

Foi com a Continuity que inicialmente Adams fez storyboards para cinema e também produziu suas próprias HQs. Com a onda das HQs independentes dos anos 90, o artista começou a trabalhar com a Pacific Comics, entre outras editoras, e fundou a sua própria, a Continuity Comics, uma espécie de subsidiária da Continuity Associates.

Entre os personagens que Neal Adams fez estão estão Bucky O’Hare, Guerreiros Esqueleto, CyberRad e Ms. Mystic.

Ao longo das décadas, a Marvel e a DC viram trabalhos pontuais de Neal Adams. Em 2005, Adams retornou à Marvel Comics para desenhar uma história de oito páginas de Giant-Size X-Men #3.

Foi sua primeira publicação para a editora depois de 1981, quando desenhou uma história para a revista Bizarre Adventures.

Em 2006, ele fez Young Avengers Special #1, junto com outros artistas. Em 2011, Adams fez The New Avengers vol. 2, #16, e em 2012, faria um projeto com o escritor Christos Gage, que mostraria os X-Men contra a primeira equipe, mas a Marvel cancelou a iniciativa.

Na DC Comics, em 2010, ele trabalhou como escritor e desenhista de Batman: Odyssey, uma minissérie que teria 12 números, mas acabou com apenas seis.

Em 2013, fez histórias curtas para Batman Black and White vol. 2 #1, e desenhou em 2014 uma história para Detective Comics vol. 2 #27. Em 2016, Adams fez releituras de algumas de suas mais icônicas capas de revistas da DC Comics.

Em 2017, Neal Adams retornou ao personagem favorito, o Desafiador, em uma série limitada. Seu último trabalho foi no mesmo ano, com desenhos na revista Action Comics: 80 Years of Superman.

Neal Adams
Neal Adams

/ DESTRUTOR. Esta matéria de Neal Adams faz parte das comemorações de 100 posts no blog. O primeiro foi um texto sobre a origem do blog e sua proposta. O seguinte foi sobre o criador do personagem que dá nome ao blog — Destrutor — o roteirista Arnold Drake.

O terceiro foi sobre quem primeiro desenhou o personagem, ainda em sua identidade civil de Alex Summers, o desenhista Don Heck. Na semana que vem, para completar essa pentalogia, acompanharemos a trajetória de Destrutor nos quadrinhos até o presente momento, como os posts de Nêmesis e Nebulosa.

Essa última ainda vale um desmembramento com foco em seus criadores, já que ela tem pais nobres — o roteirista Roger Stern, responsável por grandes fases em personagens como Capitão América e Doutor Estranho, e o desenhista John Buscema, o Michelangelo dos quadrinhos de super-heróis.

Neal Adams
Destrutor, rascunho por Neal Adams

/ ARTISTAS FAVORITOS. Neal Adams cita como influências de sua arte os desenhistas Joe Kubert, Russ Heath e Mort Drucker. Kubert foi um dos pioneiros da indústria de super-heróis, grande artista de ângulos incríveis, dono de uma escola que formou centenas de outros desenhistas, pai de Adam e Andy Kubert, os dois também grandes desenhistas na DC e na Marvel.

Russ foi desenhista de histórias de guerra da DC Comics, e famoso por desenhar as tirinhas da Playboy para a personagem Little Annie Fanny. E Mort foi cartunista e quadrinista conhecido pela longa carreira na Mad, icônica revista de humor dos EUA.

/ TRABALHO FAVORITO. Há uma revista em especial no extenso currículo de Neal Adams que lhe é especial. Ele já disse em diversas entrevistas que o clássico encontro entre Superman e Muhammad Ali, em uma edição de 72 páginas, publicada em 1978, com roteiros de Dennis O’Neil, é o seu trabalho favorito.

Neal Adams
Uma arte lendária de Neal Adams para a capa dessa revista, com dezenas de personalidades mundiais de várias áreas na plateia

/ NEAL ADAMS NO BRASIL. O artista já esteve no país ano passado na CCXP. Seu último trabalho de quadrinhos lançado no Brasil foi DC Comics – A Lenda do Batman n° 32, da editora Eaglemoss, de julho de 2020.

O primeiro trabalho dele que apareceu no país foi Superboy #29, da editora Ebal, de 1968. As informações constam do site Guia dos Quadrinhos, o maior banco de dados do Brasil sobre HQs. Você pode conferir neste link deles todos os trabalhos publicados de Neal Adams.

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