Essa matéria do Destrutor é uma das poucas em primeira pessoa por aqui. É o tipo de sentimento e emoção que os longas baseados na DC Comics de Zack Snyder causam.
Revi na sequencia a trilogia de filmes da DC Comics que Zack Snyder cometeu.
O Homem de Aço
Batman v Superman
Liga da Justiça
Uma experiência visual impressionante, composições excelentes de cenas de impacto, com ação bem apurada, saturada e bem filmada, o estilo acima de qualquer substância.
E acabou.
Os 3 filmes, a princípio, seriam parte de uma costura narrativa do diretor (até o Esquadrão Suicida, de David Ayer, teria influência do que Zack planejava), mas como ficou comprovado, Snyder não tinha calibre pra tanto. Jamais saberemos a história que Snyder planejava contar com seus vários filmes.
Liga da Justiça seria dividido em duas partes, mas logo a ideia murchou.
No fim, ela acabou como um monstro de Frankenstein, dividida pelo estúdio de cinema com outro diretor, da concorrência: Joss Whedon, diretor do primeiro filme dos Vingadores, o primeiro longa da Marvel/Disney a passar o U$ 1 bilhão de dólares.
Um mistura de falta de talento, problemas familiares pesados (suicídio da filha) e politicagem demais dos executivos da Warner foi piorada pela recepção extremamente negativa de Batman v Superman, um filme de tons densos, que não reflete verdadeiramente nenhum dos heróis.
Jornalistas americanos toda semana cavocam histórias de como realmente seria a Liga, com relatos de funcionários da produção, bastidores e posts de Snyder em redes sociais.
Tudo leva a crer que ele queria uma trilogia com a Liga, em uma história bem mais extensa, envolvendo a aparição do megavilão Darkseid, o uso da Equação Anti-Vida, o Superman com uniforme negro, ressuscitado e sob a influência disso.
O famigerado “Synder Cut” de Liga da Justiça foi uma das lendas do século XXI na indústria do cinema, e agora, prestes a se tornar realidade ano que vem.
Mas sempre esteve na cara que demitiriam ele por inépcia. Batman e Superman são os maiores super-heróis da Terra, ícones da cultura pop, Batman e Superman são os maiores super-heróis da Terra, ícones da cultura pop, com símbolo reconhecíveis dos xerpas aos inuit, dos xavantes aos navajo, do Bin Laden ao qualquer americano redneck da vida. E disso só saiu um filme apenas de apelo visual e estético, com zero carisma.
A ideia de mudar o Superman existia há muito tempo dentro dos escritórios da DC Comics e sua nave-mãe, a Warner Bros.
A tentativa de Superman – O Retorno, com Bryan Singer, não deu certo. Lançado em 2006, um ano depois de Batman Begins, de Christopher Nolan, o longa emulava o filme clássico de Richard Donner de 1978, com Christopher Reeve.
Não funcionou. Público e crítica em geral o rejeitaram por lembrar tempos coloridos e leves demais , e uma fome por ~~ sombrio e realista ~~ iniciada pelo Morcego de Nolan contribuiu para isso.
O Superman estava nos cinemas apenas um mês antes de X-Men, O Confronto Final, terceiro filme da franquia mutante pelas mãos da Fox, a qual Bryan abandonou após divergências de dinheiro com a Marvel e Fox.
É o pior X-Men de longe, e nem mesmo dele Superman – O Retorno ganhou.
Não foi a toa que Zack Snyder pegou o kryptoniano e o deixou monocromático e soturno, para tentar uma renovação para seu filme de 2013.
E, ironia das ironias, o filme que inspirou Nolan a fazer Batman Begins foi o filme do Superman de Donner. Os ruídos de comunicação na DC / Warner realmente atingem níveis estratosféricos.
O Homem de Aço, de 2013, a visão de Snyder para o Superman, saiu dois anos depois do fracasso monumental de Lanterna Verde, de Martin Campbell, que assumidamente fez o filme por dinheiro apenas, e que acha pessoalmente que executou um filme péssimo.
Tinha um enredo de ação truncado e dinâmicas idiotas entre os personagens, e flopou nos cinemas, enterrando a ideia de integrá-lo em uma continuidade futura.
Snyder, mesmo com uma bilheteria morna com seu Super, teve OK da diretoria da Warner para seguir sua visão cinematográfica — nunca saberemos se porque eles não teriam tempo para encontrar uma nova ou um novo reboot seria vergonhoso.
Em outubro de 2014, a DC anunciou uma ambiciosa linha de filmes vindouros de diversos personagens, que iria até neste ano de 2020, a partir do mundo cinematográfico do Homem de Aço.
Snyder era de fato o líder criativo do Universo DC nos cinemas. Flash, Aquaman, Mulher-Maravilha e até o Ciborgue ganhariam filmes.
Apesar das muitas críticas, a DC foi esperta e preferiu seguir um caminho que não o da cópia da Marvel. Eles não podiam começar com um personagem menor e se expandir, como ocorreu com Homem de Ferro até Vingadores.
Eles começariam com seus maiores personagens.
Batman v Superman foi originalmente planejado para ser a sequencia direta de O Homem de Aço.
Mas após a recepção morna, virou um novo filme do Morcegão, com o Super como rival e eventual parceiro. Ia estrear em 6 de maio de 2016. Mas isso o colocava em rota de colisão direto com um filme ainda não nomeado da Marvel.
Era nada mais nada menos que Capitão América 3 – Guerra Civil. Por meses, nenhum dos lados cedeu. Mas Kevin Feige e sua turminha tinham marcado primeiro o terreno.
A DC / Warner apostavam que o longa não ficaria pronto a tempo, mas de novo estavam enganados. Eles cederam e mudaram a data para 25 de março de 2016.
De acordo com declarações do CEO da Warner, Kevin Tsujihara – era crucial que Batman V Superman fizesse a fundação do universo DC corretamente. Mas, para a infelicidade de todos, o filme usou o modelo de Nolan e sua bat-trilogia como ponto de partida criativo, já aplicada parcialmente em O Homem de Aço, e Zack executou todas as suas marcas registradas no longa sob esse signo visual.
Sem humor algum, sombrio, numa história longa e picada, em confrontos absurdos e atropelado em apresentação de conceitos e personagens.
Muita ação, cenas excelentes de luta num filme de roteiro apressado, diálogos meia boca, soluções óbvias, atitudes idiotas dos personagens e falta de conhecimento dos arquétipos mais básicos do que significa o Super e a Morcegão.
A Mulher-Maravilha, interpretada por Gal Gadot, contudo, foi um grande acerto do longa, e mesmo cedendo ao peso que Zack lhe impôs, se sobressai como charme e elegância.
BvS sofreu com comparações com o filme da vez da Marvel, o Guerra Civil, e se foi comentado e falado no hype, foi mais por força do ódio do que pelo amor. Martha, um mcguffin mais brega já nascido no cinema de super-heróis, é lembrado até hoje.
Por essa razão, ninguém ficou surpreso com seu Liga da Justiça ter ido mal também. O fato de Zack ser demitido no meio da produção — fato escondido pela Warner o máximo que deu — e Joss Whedon ter finalizado Liga da Justiça e regravado cenas, explica demais como que a Warner funciona.
O Homem de Aço
(Man of Steel, 2013,
de Zack Snyder)
“Deveria deixar eles morrerem” – Jonathan Kent, pai do Superman.
E você sabe né, pai diz, tá falado. Se ele te disse pra você deixar as pessoas morrerem, você deixa. Inclusive se essa pessoa for ele próprio.
Apesar de todas as críticas feitas, e se engolir a ideia de um herói hesitante e castrado com uma criação paterna assim, o longa entretém como ação e aventura por alguns momentos.
Ganha pontos as excelentes cenas de ação, algo muito esperado pelos fãs de Superman, que nunca viram o poder da força do kryptoniano em lutas físicas boas. Snyder cedeu tanto neste longa que até aboliu cenas em câmera lenta.
As brigas de Superman neste filme são bem visíveis graficamente, e Snyder não decepciona em botar ele para lutar com três guerreiros do mal.
Batman vs Superman: A Origem da Justiça
(Batman v Superman: Dawn of Justice, 2016,
de Zack Snyder)
Agora iremos analisar por tópicos:
– a cena de ‘origem’ do Batman logo no começo do filme, com o pequeno Bruce levitando em meio a morcegos, já mostra o quanto mal-feito e ruim ele será. Até hoje tem pessoas que acham q a cena era real, e não um mero sonho.
– o Batman usa armas de fogo. A R M A S. DE. F O G O. Qualquer entusiasta do Morcego sabe o quento isso está errado.
– “Nunca quis que esse mundo tivesse você, Clark. Seja um herói. Ou seja um nada” – Martha, mãe do Superman.
E você sabe né, mãe diz, tá falado. Se ela te disse pra você ser um nada, OK então.
– o Superman MATA pessoas neste filme. Pode não parecer, mas criminoso também é gente. O Justiceiro pode achar que não, e isso ser OK e legal em sua proposta conceitual, mas o Superman salva vidas, não as elimina.
É parte da graça sem graça dele — o Super sempre vai encontrar uma maneira criativa de não se deixar cair em uma situação inescapável de vida ou morte, mesmo que seja de terceiros sob sua ação.
– o Batman MATA pessoas neste filme. Pode não parecer, mas criminoso também é gente. O Justiceiro pode achar que não, mas o Batman acharia sim.
Chuck Dixon, escritor de HQs, com trabalhos anotados para a Marvel e para a DC, e que fez grandes histórias para o Justiceiro e o Batman, resumiu bem em várias os dois personagens em um crossover entre os personagens nos anos 90, que teve arte de John Romita Jr. O Justiceiro luta contra o crime com armas pois perdeu a família já adulto — sua psicopatia aproveita as ferramentas disponíveis nessa idade.
Batman luta contra o crime com bat-brinquedos pois perdeu a família ainda criança — sua psicopatia aproveita as ferramentas disponíveis nessa idade. Essa é uma — de diversas outras — da razão de Bruce não usar armas e não matar.
– o Lex Luthor entupido de anti-depressivos e parecido demais com um Coringa universitário aprende a ser vilão em uma piscina de água de esgoto de uma nave alienígena. Por sinal, essa curiosa sala de estudos também serve de sala de cirurgia para o Lex criar seu monstro de estimação, o Apocalypse.
– A Mulher Maravilha é ofuscada menos de 15 segundos após aparecer, pois o Superman já corta sua entrada, retornando da explosão de uma bomba atômica, uma cena de tanto impacto que anula a primeira.
– Na pose dos 3 heróis em cena clássica para causar impacto, o Batman está segurando uma arma. U M A. A R M A .
– Este é um filme que usa a urina de Lex Luthor em uma piada assassina com “chá de pêssego da vovó”.
– Todo mundo sabe do plano da lança pra matar o Apocalypse, mesmo sem o Bat explicar nada para ninguém.
Liga da Justiça
(Justice League, 2017,
de Zack Snyder/Joss Whedon)
De novo, por tópicos:
– “Ele era um farol pro mundo” – Batman, depois que tentou empalar o rabo do Superman com uma lança de kryptonita, repensando a cagada que cometeu.
– Pra que fazer um Flash policial e perito de cenas de crimes se podemos inovar e fazer um Flash jovem, bobalhão, covarde e ladrão?
– Aquaman é o protetor dos oceanos. Ele é basicamente um puta fiscal puto de lixo dos sete mares. Odeia a poluição causada pelos humanos. Então como que você mostra isso? Simples, faz ele enchendo a cara em um boteco e JOGANDO UMA GARRAFA DE UÍSQUE NO MAR.
-O Ciborgue (nas HQs, é novato no grupo, já que não faz nem 10 anos que ele foi integrado na Liga), tem uma origem trágica nos gibis, e no longa isso é repetido duas vezes. É similar aos quadrinhos, em que seu corpo é destroçado, o filme respeita isso. Mas ele também é o que ficou mais em pedaços na sala de corte e edição do filme, com sua trajetória não fazendo muito sentido no produto que é apresentado no cinema. Sobrou o esteriótipo: ele é boa praça (apesar de carrancudo); amigo de todo mundo (mas de ninguém em especial); e claro, o mais pobre de todos, pois o CG com que fizeram o personagem qualquer geek conhecedor de After Effects faz melhor. Vale dizer que a entrada do Ciborgue na Liga da Justiça ocorreu no reboot dos quadrinhos chamado Os Novos 52, feito em 2011, na qual a editora DC zerou seu universo regular para contar novas histórias. O personagem, que até então sempre foi atrelado aos Novos Titãs desde sua criação, em 1980, se tornou o elemento racial da vez, na Liga sempre branca.
– Na cena que mostraria a Liga atuando pela primeira vez, a cena de entrada é feita DE COSTAS, SÓ A PARTE DE BAIXO, em um ESGOTO.
– A maior luta da Liga nesse esgoto é contra um ALAGAMENTO no local de batalha. TUDO que a gente quer ver são nossos heróis lutando contra um VAZAMENTO.
– Um retorno dos mortos mais brega de todos os tempos, mais vergonha alheia de todos os tempos, mais esquisito de todos os tempos.
– O maior vilão do filme é um líquen que se alastra pela terra. Juntar os maiores heróis da Terra? Um agrotóxico daria jeito.
O legado cinematográfico
As movimentações a respeito do infame “Snyder Cut” só ganharam mais musculatura com o passar do tempo, em que os segredos da produção conturbada eram descortinados pelos jornalistas da mídia especializada americana.
Eles sempre deram conta de que nos bastidores da Warner Bros., a versão de Zack Snyder do filme da Liga da Justiça da DC Comics, eram real, e acabaria efetivamente ganhando um lançamento futuro.
E em maio de 2020, o diretor enfim confirmou que sua versão de Liga da Justiça será lançada em 2021 no serviço de streaming HBO Max. O anúncio foi feito após uma sessão comentada de Homem de Aço com Henry Cavill na rede social Vero.
Em dezembro de 2019, Zack Snyder postou em seu perfil Vero uma foto que mostram películas do longa, com etiquetas escritas. “Liga da Justiça. Corte (versão) do Diretor. Duração: 214 minutos”.
Esse tempo é superior em 1h24m da versão lançada nos cinemas em 2017.
O Universo DC dos cinemas nunca deixará de ser uma incógnita. Pois a DC não apita nada, a Warner fica em cima como uma megera insegura que a tudo controla e altera.
Pode produzir filmes fortes, como o da Mulher-Maravilha (que saiu logo depois de Liga da Justiça, no mesmo ano, e mesmo dirigido por Patty Jenkins, tem dedos de Snyder) e Aquaman (de 2018, do diretor James Wan, livre das amarras de Snyder), que realmente funcionam como produtos independentes.
Mas que não servem a ninguém, a não ser eles mesmos. A coesão narrativa é deixada de lado a sabor da força do estúdio.
Tivemos Shazam no começo de 2019, que teve a audácia e coragem dos deuses de enfrentar ninguém menos do que Vingadores 4 – Ultimato. Flopou, obviamente.
O novo Coringa, de Todd Phillips, saído no segundo semestre de 2019, mostrou uma história original, que em nada lembra o Palhaço do Crime.
Há tantas liberdades criativas tomadas que se o filme chamasse Gilmar seria melhor. Contudo, fez o que realmente importa nessa indústria: dinheiro.
E prestígio, já que o intérprete do Gilmar, Joaquin Phoenix, ganhou um Oscar por sua atuação.
Em 2020, antes da pandemia de Covid-19, a DC ainda conseguiu lançar nos cinemas Aves de Rapina, um subproduto do longa-metragem do Esquadrão Suicida, de 2016, de David Ayer, com Arlequina (Margot Robbie) e outras personagens da DC completamente descaracterizadas.
Logicamente, não há ligações diretas com o Esquadrão de Ayer, e nem mesmo a ligação direta de Arlequina com o Coringa, os dois apresentados no Esquadrão, com o palhaço sendo interpretado por Jared Leto, foi feita.
É bom que se saiba também que o longa de Ayer sofreu diversos cortes por conta dos executivos, e o diretor afirma em diversas entrevistas que o filme apresentado nos cinemas não é o que ele queria.
Mais uma vez, jornalistas dos EUA afirmam que Esquadrão Suicida foi todo retalhado após a boa recepção que Guardiões da Galáxia, de 2014, da Marvel, obteve com a audiência, com sua mistura de soap opera espacial baixa renda, diversão suja e musicais bem encaixados.
Mas o que a Warner fez em Esquadrão Suicida com essa visão, descaracterizou por completo o filme, restando apenas o cadáver a ser apresentado.
Conceitos imaginados por Zack Snyder seriam usados no Esquadrão, como a Caixa Materna (artefato apresentado em BvS e Liga da Justiça) tendo participação nos planos de Magia, que não seria a vilã de fato.
Alguns jornalistas dizem que Lobo da Estepe que seria o vilão (não perguntem).
De fato, o Coringa seria o maior problema a ser confrontado no longa. Depois do anúncio do Snyder Cut, os fãs já imaginam um Ayer Cut do Esquadrão Suicida.
Logicamente, a Warner não está nem aí para coesão narrativa (nunca se deve cansar bater nessa tecla), e tem um novo Esquadrão Suicida assando no forno: The Suicide Squad, um novo filme com o grupo de vilões, dessa vez sob o comando de James Gunn, o diretor da Marvel para os filmes dos Guardiões da Galáxia.
E temos um novo Batman, aparentemente em começo de carreira, na pele de Robert Pattinson, e direção de Matt Reeves.
Se vai continuar a trama apresentada em Coringa?
Nem a Warner é capaz de responder.
> O MELHOR DE HOMEM DE AÇO. Antje Traue como Faora.
> O MELHOR DE BATMAN V SUPERMAN. Amy Adams como Lois Lane.
> O MELHOR DA LIGA DA JUSTIÇA. Amber Heard como Mera.
Obrigado por ler até aqui!
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