No espaço, ninguém pode ouvir você gritar, e no universo criado pelo filme Alien, de Ridley Scott, isso é mais que aterrador, é letal.
Alien – O Oitavo Passageiro, como é conhecido no Brasil, vai além de um horror espacial, ele tem camadas de conflito social e sexismo, e traça paralelos com o aterrorizante alienígena estuprador e seu ciclo de vida com corporações parasitas que não ligam para a vida de seus empregados.
Em Alien, o perigo vem de dentro, e Ridley Scott é um mestre na mágica de mostrar muito com pouco nos momentos certos.
Sua câmera passeia pela astronave Nostromo onde sete tripulantes irão vivenciar os maiores horrores já imaginados, da amplitude para cenários espetaculares e closes nos momentos de terror quando as pessoas estão com o monstro.
Eles não são heróis, nem soldados. São simples caminhoneiros-mineiros espaciais levando uma carga de minério para a Terra. A construção de suspense é no limite.
O ambiente da nave é gasto, sujo, sufocante, apertado. A maior parte do maquinário está cheia de fumaça em meio a penumbras, o que aumenta o clima absurdo de tensão quando eles se veem sozinhos com um monstro no meio deles.
Um monstro que nasce de um estupro e que mata perfurando e penetrando em suas vítimas de maneira lasciva. O alien aparece pouco, mas sua ausência é sentida, já que a tripulação não sabe combatê-lo.
Frágil também são as relações sociais entre os membro da Nostromo, divididos por soldo, hierarquia e identidade.
Quando são obrigados por contrato a atender um estranho sinal de vida, reclamam o tempo todo.
Qual contrato social nos obriga a fazer o que não queremos? Não sabemos a resposta, mas Ripley, interpretada por maestria pela jovem Sigourney Weaver, mergulha no papel, e nos faz acreditar a cada minuto em sua vontade inabalável de ficar viva, de tentar destruir o monstro, ainda que enfrentando rebeldia dos outros e até traição de um dos tripulantes.
O sucesso da saga espacial de Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (1977) deu forças comerciais para o gênero de ficção científica ser viável para outros produtos cinematográficos no final dos anos 1970.
Os executivos da Fox entenderam que era isso que o público desejava, e vendo o sucesso do filme de George Lucas, deram sinal verde mesmo para uma produção bizarra como seria Alien.
Um alienígena selvagem e assassino numa nave de horror e suspense, no pior pesadelo que alguém poderia ter, a bordo de Nostromo, uma nave envelhecida, muito utilizada, algo que transpira realidade.
Vemos monitores CRT, equipamentos e tubulações escuros em contraste com áreas muito iluminadas com paredes e vários elementos brancos.
O roteiro de Dan O’Bannon e Ronald Shusett é espetacular. Os cenários cuidadosamente desenhados pelos artistas Chris Foss e Ron Cobb ficam impressas como ácido em nossas mentes.
Não há um pixel de computação gráfica em Alien, e mesmo assim a imersão na escuridão e perigo do monstro é realista e palpável.
Notamos de cara o subtexto sexual dos desenhos do artista H.R. Giger. Há orifícios vaginais e falos em texturas e superfícies doentias, algo que remete a um quê sadomasoquista, em todas as curvas, ao mesmo tempo tecnológico e orgânico, rico em detalhes que o cinema não havia visto antes.
O Alien, informalmente chamado de xenomorph na franquia, e a aranha estupradora, o “facehugger“, aparecem apenas 4 minutos em tela, em uma bem-sucedida tentativa de Scott de aumentar a sensação de espanto causada pela criatura.
Em termos de execução, é inacreditável que Alien tenha visto a luz do dia. E nos feito mergulhar na escuridão com gosto.
Alien, O Oitavo Passageiro
(Alien, 1979, de Ridley Scott)
O compositor Jerry Goldsmith criou algo assombroso com notas tensas para contrastar com o silêncio total dos primeiros 2 minutos do longa, que apresenta apenas o espaço e os créditos.
O próprio letreiro do título do filme é impactante.
A nave USCSS Nostromo está retornando do planeta Thedus levando uma carga de minério para a Terra.
Há sete tripulantes. E um gato. Dallas (Tom Skerritt) é o capitão da Nostromo, Kane (John Hurt) é o oficial executivo, a subtenente Ripley (Sigourney Weaver) é a oficial de segurança, Lambert (Veronica Cartwright) é a oficial de navegação, Ash (Ian Holm) é o oficial de ciências (e médico) e Parker (Yaphet Kotto) e Brett (Harry Dean Stanton) são os engenheiros da nave.
O nome do gato é Jones. Vale ainda citar a atriz Helen Horton, como narradora e voz do computador de bordo MU-TH-R 6000 (lido como mother ou “mãe”, em inglês), e Bolaji Badejo, um artista gráfico nigeriano descoberto em um pub londrino pela produção. Com seus 2,08m e seu corpo esguio, ele se mostrou perfeito para ser o homem por detrás da maquiagem e fantasia do Alien. Aulas de Tai Chi e mímicas ajudaram Badejo a criar algo único para o monstro.
Na nave, vemos que seus corredores, instalações e equipamentos estão gastos de uso. Os tripulantes, dormindo em sono criogênico em câmeras hiperbáricas, são despertos pela Mãe. Kane é o primeiro a despertar, e respira com gosto, já num prenúncio de sua tragédia.
São 6 minutos até termos todo o grupo em tela, feliz da vida por entenderam que estão perto de casa. Mas Dallas vai até o console direto da Mãe e descobre que eles foram acordados antes do destino.
Uma transmissão não-identificada foi interceptada e eles terão que investigar sua origem.
Parker e Brett reclamam de fazer mais que o combinado, mas a força do contrato do trabalho os obriga. O sinal vem de um planetóide (nunca nomeado). Tudo vai mal, quando o pouso com a pequena nave Narcissus sai errado, e ela fica danificada.
Não bastasse isso, Brett diz que os consertos vão consumir 17 horas de trabalho, enquanto que Parker aumenta para 25 horas. Lambert, só pela expressão, já ganha que será uma “voluntária forçada” para a exploração.
Ela, Dallas e Kane partem em busca do sinal, e se deparam com uma bizarra estrutura, que em pouco tempo descobrimos ser uma nave circular que parece bio-mecânica.
Dentro, a maior das surpresas: o cadáver fossilizado de um enorme alienígena, sentado em uma cadeira, aparentemente morto de dentro pra fora por algo que foi expelido de seu tórax. Quem seria esse ser? Como ele foi parar ali? Seria ele quem enviou o sinal?
Kane descobre um buraco no piso e desce para averiguar. Encontra o que parece ser um enorme silo. Lá, centenas (milhares?) de ovos. Ele se aproxima para investigar. E algo que estava dentro do ovo pula para seu rosto.
Kane é estuprado pela boca por um organismo alienígena semelhante a uma aranha cheia de dedos (o “facehugger”), que o deixa em coma na hora. Dallas e Lambert conseguem resgatar o amigo e o trazem para a nave. Ripley quer colocá-los em quarentena, mas Ash permite a entrada deles.
O sangue corrosivo da “aranha” a torna impossível de ser removida do rosto de Kane. Um pingo do sangue já corrói o piso de dois decks da nave.
Mas a sorte parece estar a favor deles, quando o bicho sai do rosto de Kane sem motivo algum. Ele nem mesmo está mais vivo, como confirma Ash e os outros.
Ripley já quer se livrar da criatura, mas Ash faz questão de guardar o pequeno cadáver extraterrestre para mais pesquisas.
Nisso, Kane acorda. Sem saber que foi engravidado pelo monstro, não tem lembranças do ocorrido e quer na verdade dormir e retomar a viagem, desejo de todos inclusive. Antes, Dallas oferece mais uma refeição.
A impressionante morte de Kane no nascimento do Alien é uma das grandes cenas do cinema. Se você reparar bem depois de rever a cena, verá que a todo momento Ash analisa o oficial de engenharia para tentar entender o que se passa com ele.
Lembre-se, Ash é o oficial de ciências e médico da nave, e pouco faz para tentar ajudar Kane quando ele começa a se debater em agonia.
O único ator que recebeu toda a informação do que aconteceria foi Tom Skerrit, e ainda assim ele não sabia da explosão de sangue provocada pelo alien saindo pelo tórax. O ator sabia apenas que algo importante aconteceria, o que era mais do que os outros atores.
A explosão de sangue, de acordo com Sigourney Weaver, deixou o set com um cheiro horrendo, já que a produção usou sangue e vísceras reais na filmagem, o que entregou asco e terror genuíno dos atores, até de Tom.
Ridley Scott é maldoso e fez jorrar mais sangue ainda em Lambert, a mais escandalosa do grupo. Yaphet Kotto teria ficado em choque e ficou sem falar por algumas horas.
Depois de “enterrarem” Kane (na verdade jogaram o caixão no espaço), o grupo começa a procurar o bicho que saiu do bucho dele, pouco maior que um gatinho filhote. Dallas vai com Lambert e Ash por um lado, e Ripley, Brett e Parker pelo outro.
E Brett se torna a primeira vítima do que saiu de Kane. Não mais do tamanho de um gatinho. Parker diz que ele é grande como homem, e Ash o chama de filho de Kane.
Dallas divide mais uma vez o grupo para encurralar o monstro nos dutos, mas é ele quem fica encurralado em uma sequência aterrorizante. Sua morte é muito sentida, e todos parecem sem esperança.
Ripley é a terceira no comando e assume a liderança, que ninguém parece respeitar, especialmente Ash.
Em breve ela saberá a razão. Quando a subtenente acessa a Mãe para obter mais informações, entende melhor as ordens que o oficial de ciências segue.
A empresa para a qual trabalham sabia do chamado do sinal não-identificado, tiraram o antigo oficial de ciências da tripulação e colocaram Ash no lugar com ordens expressas de colher o organismo para a divisão de bio-armas da companhia, com o resto da tripulação sendo considerada descartável.
Ash é um traidor no grupo. Ele tenta matar Ripley enrolando uma revista e tentando introduzir em sua boca, em mais uma clara alusão sexual no filme. Inclusive esse local está cheio de fotos pornográficas.
Não fosse Parker e Lambert intervir, ela seria morta. O engenheiro dá uma pancada tão forte na cabeça de Ash que a arranca fora (!) e, surpresa, ele é um robô (!!).
Outro ponto positivo aqui, com distância dos clichês de circuitos integrados e componentes metálicos. O interior de Ash parece muito mais de plástico e suas engrenagens em vez de óleo carregam um líquido branco semelhante a leite. Um design bem original e que seria usado em todos os outros androides que apareceriam nos outros filmes.
Ripley religa a cabeça do androide para saber mais sobre o que Ash fazia, e mesmo semimorto (semiligado?), o androide se mostra frio e calculista. Parker se encarrega de destruí-lo com um lança-chamas.
Eles decidem explodir a nave, com Ripley indo preparar a nave e Parker e Lambert indo buscar mais cilindros de oxigênio. Mas o alien ataca novamente.
Lambert está tão horrorizada que nem consegue se mexer quando vê o monstro, e Parker não tem coragem de atacar o monstro com seu lança-chamas com ela na frente.
O engenheiro tenta atacar o alien mas não consegue. O monstro o mata com a língua-boca, e o destino da moça parece ser pior, com ele a acossando com o rabo em seu traseiro, em mais um ataque que parece ter cunho sexual (a cena inclusive é uma não-usada na morte de Brett).
O grito de morte de Lambert é horrendo, e Ripley ouve tudo. Quando ela chega no local é tarde demais. Parker está caído sem vida e Lambert esta sem as calças (?), pendurada em algo.
A sequência final, de quase 18 minutos, sem nenhum diálogo, é somente com Ripley, e mostra Weaver em sua plenitude, completamente tomada pelo seu personagem.
Ela corre ativar a sequência de autodestruição, o Alien a acha, ela corre desativar, não dá tempo, e ela tem que fugir de novo.
A cena que ela tem que entrar de novo no local onde estava o Alien é outro clássico, com a câmera de Scott focando as mãos dela, e depois seu rosto.
Ripley consegue enfim fugir, bem a tempo de ver uma das maiores explosões nucleares da história do cinema.
Mas o terror ainda não acabou. O monstro entrou inadvertidamente no módulo de fuga. Sem saber, Ripley se despe, numa simbologia de deixar a masculinização da sobrevivência, ficando seminua para entrar em sono criogênico na câmera hiperbárica, até que percebe a presença do alien.
Mostrando frieza de cálculo e esperteza, ela tem a ideia de abrir a porta da nave e deixar a descompressão explosiva sugar o alienígena para o espaço.
É o fim do alien, que ainda tenta se segurar perto do escapamento, onde é torrado pelas chamas quando Ripley liga a propulsão.
Finalmente livre, ela dorme profundamente com Jones, esperando ser salva por uma patrulha espacial.
Mal sabia ela que ficaria 57 anos vagando pelo espaço, mas isso é outra história…
Os vários passageiros a bordo de Alien
Alien teve um subtítulo no Brasil e em outros países, O Oitavo Passageiro, que é ausente no original, e pior, pois errada, já que Jones pode ser considerado o oitavo integrante da Nostromo.
O corte original de Alien tinha 3 horas e 20 minutos, e Ridley Scott gravou todo o filme ele mesmo com as câmeras.
O diretor cita como influências para fazer Alien os filmes Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) e O Massacre da Serra Elétrica (1974).
Scott só tinha feito um filme até então: Os Duelistas (1977), trama pós-napoleônica com lutas de espada.
Depois de Alien, Scott dirigiu Blade Runner – O Caçador de Androides (1982), baseada no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick, escrito em 1968.
Blade Runner é outro filme que seria um clássico do cinema, uma das pedras fundamentais do cyberpunk.
Outra atriz que foi cotada para o papel de Ripley foi ninguém menos que Meryl Streep, colega de Sigourney na universidade de Yale, mas ela estava abalada pela morte recente do marido, John Cazale.
Weaver, oriunda do teatro e em seu primeiro papel no cinema, lutou como Ripley para sair da sombra dos outros personagens. Quando Dallas e Kane morrem, ela tem que assumiu a liderança do grupo, e é palpável o crescimento da personagem nessa narrativa.
Em uma época onde as protagonistas femininas eram raridade, Sigourney conseguiu entregar uma personagem inesquecível.
Os planos originais do roteiro indicavam que o planeta alienígena seria algo indígena, com direito a uma pirâmide em cena, com o povo original sendo dizimado pelos Aliens.
A nave circular seria de outra raça alienígena, que pousou no mundo e também teria sofrido com os monstros. O piloto, aquele ser enorme fossilizado, chamado informalmente de Spacey Jockey, antes de ser morto, seria o responsável pelo aviso de alerta.
A pirâmide seria o local onde estariam os ovos, mas os produtores David Giler e Walter Hill não gostaram, alterando para uma instalação mais “militar”, tipo um bunker.
Dan O’Bannon e Ronald Shusett não gostaram da ideia, já que Giger poderia pirar nas ideias das estruturas piramidais com seu design biomecânico.
Scott também não gostou, e mesmo depois de muita discussão, ela acabou cortada por questões de orçamentos — optou-se por usar um silo debaixo da nave como local de armazenagem dos ovos, com a promessa de usar a estrutura em uma eventual sequência.
Mas ela só foi reaparecer na franquia no filme não-canônico Alien vs. Predador (2004) e em Prometheus (2012), dirigido pelo próprio Ridley Scott.
Apenas seis ovos estavam previstos para aparecer no silo debaixo da nave, mas Scott quis mais. Aliás, para preservar a imagem criada do monstro, nenhuma arte promocional dele foi usada para o marketing, com o ovo tomando lugar das propagandas.
O Space Jockey quase que foi cortado do filme por razões orçamentárias, e não fosse o artista conceitual Ron Cobb convencer os executivos que construir o gigantesco personagem seria uma prova que o filme não era uma produção de baixo orçamento, não teríamos ele em tela.
O artista teria até uma explicação para o personagem: “Em algum momento, um cataclismo causa o extermínio dos (Aliens) adultos. Mas em uma câmara inferior escura do templo de reprodução (a tal pirâmide), um grande número de ovos está adormecido, esperando por um ser vivo. Anos depois, a raça do Space Jockey chega a este planetoide, em uma missão de exploração e arqueologia, fascinados por este maravilhoso templo e sua cultura desconhecida. Um deles encontra a câmara do ovo e é atacado. É resgatado, mas ninguém sabe o que aconteceria. Quando o chestburster irrompe do Jockey, ele mata o ser, mas é baleado e morto por outros Jockey. O Alien morre, mas sangra e o ácido corrói o casco da nave, deixando-os presos no planeta. Nada pode ser feito, então criam um aviso para ninguém tentar um resgate.” A informação consta no Internet Movie Database
Houve outras mudanças substanciais. Os nomes dos personagens eram Standard, Roby, Broussard, Melkonis, Hunter e Faust (não havia Ash). Walter Hill e David Giler odiaram os nomes, e mudaram por diversas vezes até chegarem aos definitivos.
O interessante é que todos os nomes apresentados eram na verdade sobrenomes, o que indica que tanto faz se poderiam ser interpretados por homens ou mulheres.
Ninguém esperava que Ripley fosse interpretado por uma mulher, por exemplo. O único que tinha um gênero bem definido era o último sobrevivente, Roby (que seria Martin na verdade), mas por sugestão do Presidente da Fox na época, Alan Ladd Jr., acabou sendo trocado para uma mulher.
Essa fluidez de gênero se traduz até dentro do filme. Nas biografias dos tripulantes que são mostradas no segundo filme em uma cena cortada, é informado que Lambert era homem antes.
Hill estava cotado para dirigir Alien, mas ele quis fazer Cavalgada dos Proscritos (1980). Ele foi diretor de vários filmes legais da cultura pop, como Lutador de Rua (1975), que com certeza é uma das influências para o videogame Street Fighter, da Capcom, Warriors – Os Selvagens da Noite (1979), 48 Horas (1982), Ruas de Fogo (1984), outra influência para a Capcom fazer seu Final Fight, além de ser o produtor de todos os filmes de Alien nos cinemas.
O roteirista Dan O’Bannon pegou a inspiração para criar o roteiro de Alien de vários trabalhos anteriores. Ele estava na produção de Dark Star (1974), um filme sci-fi de comédia de John Carpenter, e imaginou uma história de horror no espaço, a qual batizou de Star Beast (“besta estelar).
Quando o diretor franco-chileno Alejandro Jodorowsky adquiriu os direitos para fazer um filme do clássico literário Duna (1966), de Frank Herbert, no meio dos anos 1970, O’Bannon foi chamado para colaborar.
Assim, em 1975, ele teve contato com uma constelação de outros talentos, como os artistas Chris Foss, Ron Cobb, Jean ‘Moebius’ Giraud e H.R. Giger.
O filme não foi para frente, mas muito material de pré-produção já tinha sido feito. Logo, O’Bannon se aproximou dos artistas e lapidou sua ideia de filme de horror espacial, que nessa altura já estava com o título de Alien.
Muitos dos designs não-usados de Duna vieram para obra de Ridley Scott. Não à toa, Alien ganhou o Oscar de Efeitos Visuais em 1980.
Ron Cobb foi quem criou o nome da companhia Weyland-Yutani, bem como a Nostromo e os uniformes dos tripulantes.
Ele já tinha trabalhado no primeiro Star Wars (fez os designs das criaturas) e depois fez verdadeiros clássicos como Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981), Aliens – O Resgate (1986), de James Cameron, O Segredo do Abismo (1989), também de Cameron, Vingador do Futuro (1990) e outros filmes.
O nome Weyland-Yutani aparece de modo mais proeminente em Aliens, O Resgate, e é o nome da companhia para qual os caminhoneiros-mineiros espaciais trabalham, os quais, antes e mesmo depois, chamam informalmente a empresa de Companhia ou corporação. O planetóide alienígena também é batizado no filme de Cameron: LV-426.
Mas o nome da companhia já estava aqui no primeiro filme. Weylan-Yutani (sem o “d”) aparece logo nas primeiras cenas de Alien, quando surge na tela do computador quando ele se ativa para acordar os tripulantes da Nostromo.
Um logo estilizado aparece em vários lugares, até no uniforme de Ash, mas ele foi modificado nos filmes posteriores.
Nostromo é um nome retirado de um livro escrito por Joseph Conrad em 1904. A ação se passa na fictícia república sul-americana de Costaguana, e narra as peripécias de uma contra-revolução separatista levada a cabo pelo partido conservador de Sulaco, a mais rica província do país, em resposta a um golpe militar vitorioso na capital.
Narcissus é outra obra de Conrad, uma novela lançada em 1897, que conta a história de uma tripulação de um barco servindo como um microcosmos de um grupo social — qualquer semelhança com os personagens do filme não deve ser coincidência.
Vale citar que Sulaco é o nome da espaçonave que leva Ripley e os fuzileiros espaciais para LV-426 no segundo filme.
Chris Foss fez poucos trabalhos depois de Alien, mas foi responsável por um dos melhores filmes do Marvel Studios, na direção de arte do primeiro Guardiões da Galáxia (2014), de James Gunn.
O francês Moebius é um dos maiores desenhistas de quadrinhos de todos os tempos, e junto com o quadrinista Philippe Druillet, o jornalista e escritor Jean-Pierre Dionnet e o diretor financeiro Bernard Farkas, lançaram a revolucionária revista francesa Métal Hurlant em 1974, que trazia uma antologia de HQs de ficção científica, fantasia, terror e aventura que mudaram a indústria dos quadrinhos.
Em pouco tempo, os EUA lançariam uma similar, Heavy Metal, em 1977, que foi quem trouxe a quadrinização de Alien, escrita por Archie Goodwin e desenhada por Walt Simonson, lançada no mesmo ano do filme de Ridley Scott.
Foi a primeira e única HQ do filme Alien de Ridley Scott.
Archie e Wat tiveram acesso a filmagens não-finalizadas e materiais de referência do longa, bem como 3 roteiros revisados para construir a HQ. Eles também tiveram liberdade total de uso das feições dos atores, que é cheia de cenas diferentes e inéditas.
Moebius também foi responsável por clássicos das HQs como a série de faroeste Blueberry (1963-2012) e Incal (1980-1985), essa produzida em conjunto com Alejandro Jodorowsky, com muitas das ideias que ambos tinham para o Duna.
O artista plástico suíço H.R. Giger já estava fazendo os designs dos três estágios do monstro Alien, e depois que Dan O’Bannon viu o livro de Giger chamado Necronomicon, com suas monstruosidades biomecânicas sexuais, decidiu que o artista também faria a superfície do planetóide, o Space Jockey, a nave circular e o silo de ovos alienígena.
Giger faria outros trabalhos nos filmes seguintes de Alien, e também fez Poltergeist 2 (1986) e A Experiência (1995), esse estrelado pela por Natasha Henstridge, Michael Madsen e Ben Kingsley, onde temos uma mulher com genes alienígenas com todo o design doentio do artista.
Vale citar ainda o trabalho de Brian Johnson, responsável pelos efeitos especiais de Alien, e que trabalhava ao mesmo tempo em outro grande filme que sairia no ano seguinte, Star Wars – Episódio V – O Império Contra-ataca (1980).
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Dan O’Bannon e Ronald Shusett se aproximaram quando o último adquiriu os direitos da novela We Can Remember It for You Wholesale, escrita por Philip K. Dick em 1966, e que viraria o filme Vingador do Futuro (o mesmo que Cobb trabalharia).
O próprio Dan teve muitos trabalhos no cinema. Ele foi responsável pelas história Soft Landing e B-17 do filme animado Heavy Metal – Universo em Fantasia (1981), que adaptou e criou histórias originais da revista Heavy Metal (aquela mesmo, versão americana da Métal Hurlant), e fez os roteiros de filmes como Mortos Vivos (1981), Força Sinistra (1985), A Volta dos Mortos Vivos (1986) e a série Trovão Azul (1984). O IMDB lhe dá mais de 30 créditos de escritor.
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Ron também escreveu alguns filmes, como King Kong 2 (1986), Nico – Acima da Lei (1988) e Freejack – Os Imortais (1992).
A Fox teve uma produtora para realizar Alien, batizada de Brandywine Productions, um nome que veio dos livros de J.R.R. Tolkien, da saga de fantasia épica O Senhor dos Anéis, que teve interessantes “ligações” com os atores de Alien.
Brandywine na verdade batiza o nome de um rio da Terra Média. Ian Holm, nosso inesquecível Ash, interpretou o personagem Bilbo Bolseiro na trilogia cinematográfica de O Senhor dos Anéis (2001-2003) e O Hobbit (2012-2014). Vários anos antes, em um programa de rádio da BBC, Holm fez o papel de Frodo (!).
John Hurt foi a voz de Aragorn na animação O Senhor dos Anéis (1978), de Ralph Bakshi. O ator Brad Dourif foi um dos cientistas em Alien 4 – A Ressurreição (1997), e interpretou o Língua de Cobra em O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002).
Como qualquer produto de enorme sucesso comercial, o Alien de Ridley Scott sofreu com acusações de plágio. Os produtores de A Ameaça do Outro Mundo (1958) até tentaram levar adiante uma acusação de plágio, sem sucesso.
Os diretores de cinema David Cronenberg e David Lynch também reclamaram. O ciclo de vida do Alien de Ridley Scott é muito parecido com o visto no vírus de Calafrios (1975), de Cronenberg: entra pela boca, se desenvolve no estômago e sai por lá usando um ácido corrosivo. Já Lynch já fez um monstro explodir o tronco de uma pessoa em Eraserhead (1977).
Alien, o livro
Escrito por Alan Dean Foster, a novelização de Alien é tão potente quanto o filme. O romance explora todo o universo da versão original, aprofundando a descrição dos personagens e incluindo cenas que não foram exibidas nas telonas. Foi lançado no mesmo ano do filme de Ridley Scott.
Entre as diferenças notáveis, está implícito que a humanidade já tinha tido contato com algo alienígena antes; a ausência do Space Jockey; o scan que fazem em Kane depois dele estar atado com o facehugger revela uma mancha perto de seu estômago, que Ash ignora de propósito (ele já sabia que algo estava ali); uma sequencia de ação onde Ripley e Parker tentam jogar o Alien no espaço abrindo uma comporta causando descompressão explosiva (isso chegou a ser filmado em partes para o filme, o que explica Ripley estar com o nariz sangrando quando está na sala de controle da Mãe onde luta com Ash); o androide religado revela que o sinal de transmissão já tinha sido decifrado pela Companhia, que sabia do perigo; Ripley só encontra restos dos corpos de Parker e Lambert, já que o Alien os mutilou para arrastar os corpos pelos dutos; Ripley encontra Brett morto e Dallas ainda vivo, gemendo de dor ao estar num processo de transformação em ovo (!), a quem piedosa e dolorosamente mata com o lança-chamas. Brett já estava quase transformado em um. A sequencia foi gravada para o filme, mas cortada, e segue abaixo.
Alan Dean Foster é uma lenda no meio literário pop. Graduado em Ciências Políticas pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde também se formou mestre em Belas-Artes aplicadas ao Cinema, ficou famoso ao ser o ghost writer da novelização do primeiro Star Wars de George Lucas, Uma Nova Esperança (1977).
Ele também escreveu a continuação do filme em livro, Splinter of the Mind’s Eye (1978), que pretendia ser um material-base para um segundo filme (Lucas jamais imaginaria o grande sucesso de Star Wars e conseguiu sinal verde para fazer a continuação O Império Contra-ataca bem rápido).
E Foster escreveu o roteiro do primeiro filme do seriado Star Trek, lançado nos cinemas em 1979, entre outras dezenas de livros.
Linha cronológica de Alien
Há confusões quanto ao ano que se passa Alien. Os roteiros originais indicam que em 2087 a humanidade começou a colonizar o espaço, logo, Alien tem que acontecer depois disso.
O livro Aliens: Colonial Marines Technical Manual, lançado em 1995, que complementa o segundo filme, indica a data 2179 para a trama desse filme, baseada em uma transmissão que aparece em tela (6/12/79), o que posiciona Alien – O Oitavo Passageiro 57 anos antes, em 2122.
Desde então, 2122 é usada em todos os outros materiais, como filmes, livros, quadrinhos e games.
Alien teve uma expansão de mitologia depois do lançamento do segundo filme: foram mais filmes, spin-offs, HQs, livros e videogames que expandiram conceitos, revisões e acréscimos no lore a perder de vista.
Mas podemos esclarecer um pouco quanto aos longa-metragens lançados.
A ordem por lançamento nos cinemas é a seguinte:
Alien – O Oitavo Passageiro (1979)
Aliens – O Resgate (1986)
Alien 3 (1992)
Alien 4 – A Ressurreição (1997)
Prometheus (2012)
Alien – Covenant (2017)
Mas se quiser entender melhor a história, veja nesta ordem:
Prometheus (2091-2094)
É o início da linha do tempo de Alien, a jornada de um grupo de cientistas em busca de respostas sobre a origem da humanidade.
Dirigida por Ridley Scott, mas com diversas revisões e cortes no roteiro, sua execução passa longe de ser boa, e deixa mais contradições do que respostas. Ela ao menos explica a raça do Space Jockey, que na verdade são extraterrestres colonizadores de planetas, chamados de Engenheiros, responsáveis pela vida até na Terra (!).
Alien: Covenant (2104)
Cerca de 10 anos após os eventos de Prometheus acontece Alien: Covenant, que foca em outra missão, com uma tripulação formada por casais. Eles estão em busca de um planeta distante para ser colonizado. Mas de modo fatal, eles acabaram esbarrando nos eventos ainda ativos de Prometheus…
A ideia era que Covenant fosse o primeiro de três filmes que antecederiam Alien de 1979, mas a sua recepção fraca fez com que a Fox acabasse mudando os planos.
Alien, o Oitavo Passageiro (2122)
A obra de Ridley Scott se passa 18 anos após Covenant. O pouso da Narcissus em LV-426 acontece em 3 de junho de 2122.
Aliens, O Resgate (2179)
O filme dirigido por James Cameron mostra que Ellen Ripley ficou 57 anos vagando no espaço, até ser resgatada e despertada. Passou tanto tempo que a humanidade encontrou LV-426 e a colonizou (!).
Claro que, coincidentemente, a colônia deixa de emitir contato pouco depois que Ellen foi encontrada, e claro também que ela vai para lá verificar o que aconteceu, acompanhada de fuzileiros espaciais.
Alien 3 (2179)
O filme dirigido por David Fincher é uma verdadeira epopeia de roteiros reescritos, adições, sobras, cortes e direção caótica com interferência executiva.
Mas é surpreendentemente bom. Ele se passa no planeta-prisão Fiorina Fury 161, local onde Ripley e os outros sobreviventes caíram pouco tempo depois dos eventos do fim no segundo filme.
Temos mais revelações a respeito do xenomorph (ele assume algumas características do ser de que nasce) e da própria corporação Weyland-Yutani. Alien 3 tenta encerrar a saga de Ellen Ripley. Mas…
Alien 4 : A Ressurreição (2379)
Agora estamos 200 anos no futuro, nas desventuras de uma clone de Ellen Ripley, híbrida humana com alienígena, cheia de “superpoderes”, ao lado de um grupo de mercenários-sequestradores.
A volta de Alien de Ridley Scott
O Alien de Ridley Scott retornou no box de DVDs Alien Legacy (1999), que trouxe os 4 filmes da saga.
Nele, temos uma versão com comentários em áudio do diretor no primeiro filme. Ridley Scott comenta que sempre elabora uma minibiografia dos personagens, e com Alien não foi diferente. Os extras trazem informações bem legais sobre o história pregressa desse universo sombrio.
Em 2010, de novo o Alien de Ridley Scott ficou no radar, quando foi lançado outro box de DVDs, Alien Anthology, de novo com os 4 filmes de Alien, com novos perfis dos personagens como material bônus, mas com alterações em relação ao que já tínhamos visto.
Enquanto na biografia anterior Dallas é identificado como A.J. Dallas, agora ele é Arthur Coblenz Dallas. A bio também indica que Dallas trabalhou na Tyrell Corporation, a empresa que faz os androides do filme Blade Runner, o que ligaria os dois filmes no mesmo universo.
Em 2019, a 20th Century Fox lançou um Blu-ray 4K Ultra HD para comemorar os 40 anos do filme de Ridley Scott.
O Blu-Ray tem a versão de cinema do filme de 1979; uma igual mas com comentários do diretor, aquela vista em Alien Legacy; e a Director’s Cut de 2003, com comentários em áudio do elenco e equipe do filme, além do diretor também.
O filme foi restaurado em 4K na Company 3/Deluxe Entertainment Services Group, com supervisão de Ridley Scott e Pam Dery e os scans 4K feitos pela EFilm
Alien multimídia
Apesar da potência do filme de Alien, há poucos videogames específicos sobre ele, ainda mais que os filmes seguintes oferecem muito mais narrativa de ação do que o mood claustrofóbico da Nostromo.
Em 1982 saiu o primeiro game, Alien, produzido pela Fox Video Games para o console Atari 2600, ainda primórdios da era do videogame. Usando o esquema gráfico do Pac-Man, estamos em um labirinto que emula os corredores da Nostromo, onde temos que fugir do Alien.
O segundo videogame foi chamado de Alien também, produzido pela Concept Software Ltd, lançado em 1984 para computadores da época, como Amstrad CPC, Commodore 64 e ZX Spectrum. Trata-se de uma exploração em mapa, bem entendiante.
Já na era 32-bits, a Acclaim Entertainment, Inc. e a Probe Entertainment Ltd. lançaram o game Alien Trilogy (1996), para os consoles Sega Saturn e PlayStation (da então estreante Sony), um game de ação em primeira pessoa que tem fases dos três filmes, onde controlamos a Ripley numa narrativa bem livre das amarras das tramas dos longas.
Controlamos a tenente matando aliens no complexo residencial em LV426 (de Aliens – O Resgate), na prisão Fiorina Fury (de Alien 3) e na nave circular do primeiro filme.
O mais recente videogame a respeito do Alien de Ridley Scott foi lançado em 2014, o jogo de survival horror em primeira pessoa Alien Isolation, da Sega, disponível para os consoles Nintendo Switch, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One e computadores.
Já se passaram 15 anos desde os eventos ocorridos na Nostromo, e a filha de Ellen Ripley, Amanda, quer respostas a respeito do seu paradeiro.
Ela é uma engenheira da Weyland-Yutani Corporation, consegue rastrear informações de transmissões da USCSS Nostromo recebidas na estação espacial Sevastopol, e decide ir atá lá em busca de pistas. Quando chega, encontra uma carnificina inexplicável, que logo ela entende ser causada por um monstro à solta na estação, um Alien.
O destaque fica para um DLC (conteúdo de download) chamado Nostromo Edition, onde podemos jogar com os tripulantes. A primeira missão, “Crew Expendable”, permite que o jogador explore a nave Nostromo no papel de Ellen Ripley, Dallas ou Parker para encurralar o Alien na comporta de ar. Na segunda missão, “Last Survivor”, Ripley vai tentar escapar da Narcissus antes da sequência de auto-destruição. As vozes inclusive são dos atores originais.
Depois da adaptação de Archie Goodwin e Walt Simonson, não tivemos mais HQs baseadas na obra Alien de Ridley Scott.
A primeira série de HQs da franquia, lançada pela editora Dark Horse, foi em 1988, já aconteceu na onda do segundo filme. A revista Aliens continuava os eventos depois do filme de Cameron, em uma trama escrita por Mark Verheiden e desenhada por Mark Nelson.
Mas o Alien “original” ficou em evidência de novo em 2020, quando a Dark Horse publicou a minissérie em 5 edições Alien: The Original Screenplay, que conta com roteiro adaptado por Cristiano Seixas e arte de Guilherme Balbi, ambos brasileiros, a partir das descrições e da história original de O’Bannon. Sem a carga criativa de H.R. Giger e Ridley Scott, é um produto bem diferente do que vemos no filme.
De mais recente a respeito de Alien de Ridley Scott na cultura pop, vale citar que o relógio digital Casio F-100 que Ripley usa foi relançado ano passado como Casio A100.
As bios dos personagens:
curadoria e textos: tomrocha (twitter e instagram)
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