URANOS | Complexo Industrial-Militar de Um Homem (Eterno) Só

Uranos, O Imortal, é um dos Três Patriarcas, os Eternos primordiais criados pelos Celestiais há milhões de anos na Terra, um dos seres dos mais poderosos existentes no planeta. Ele é uma arma viva de destruição em massa, com poderes imensos que vão de superforça, invulnerabilidade, vôo, projeção de rajadas de energia pelos olhos e mãos à manipulação de diversos maquinários e armamentos letais de um arsenal inconcebível entranhado no planeta Terra.

Todo seu poder pode ser visto em uma das sagas mais recentes da Marvel, Vingadores/Eternos/X-Men: Juízo Final (2022), onde literalmente massacrou e assassinou milhares de mutantes. Tony Stark, o Homem de Ferro, o chamou de “derretimento nuclear ambulante” e de “Complexo Industrial-Militar de um Homem Só”, para se referir ao nível de periculosidade que o psicopata promove.

E apesar de não ter sido criado por Jack Kirby, Uranos é baseado diretamente nos conceitos apresentados pelo Rei (apelido pelo qual Jack Kirby, o maior criador de histórias em quadrinhos de super-heróis, é conhecido).

Jack Kirby, O Rei, o verdadeiro Imortal

Para comentar com propriedade sobre Uranos, é preciso falar sobre os Eternos, já que ele foi um dos três primeiros — apesar disso não aparecer no primeiro título. Kirby criou em 1976 para a Marvel um novo título chamado The Eternals, série que faz parte do Universo Marvel (cuja ideia Kirby era contra), e que explora temas mais cósmicos e mitológicos, focando em uma guerra antiga e mortal entre seres superpoderosos.

O título durou 19 edições, nas quais somos apresentados aos Eternos, uma raça de seres imortais criados pelos Celestiais, deuses espaciais de imenso poder, que cultivam a vida pelo universo, e que visitaram a Terra há milhões de anos. Durante essa visita, os Celestiais realizaram experimentos genéticos nos primeiros hominídeos, criando três ramificações distintas: os seres humanos comuns, os perfeitos e bondosos Eternos (que seriam cultuados como deuses) e os disformes e malignos Deviantes (que viriam a se tornar a representação de demônios).

Os Eternos, escrito e desenhado por Jack Kirby, pela Marvel Comics, em 1976

De acordo com os conceitos apresentados por Kirby, os Celestiais foram responsáveis pela criação de 3 raças na Terra: os seres humanos, os Eternos e os Deviantes
Entre os Celestiais, há diversas posições e alcunhas. Um dos mais temidos é Arishem, O Juiz, que julga as raças criadas depois de um tempo

A trama central gira em torno do retorno dos Celestiais à Terra na época atual (1976 no caso) para julgar se a Terra é digna de sobreviver. Este julgamento depende do comportamento das três raças criadas pelos Celestiais. Os Deviantes, que vivem nas profundezas da Terra, ressurgem para tentar dominar a humanidade.

Os Eternos, liderados por Ikaris, se levantam para proteger a Terra e seus habitantes da ameaça Deviante, ao mesmo tempo, em que buscam entender o propósito dos Celestiais. A existência dos Eternos começa a ser revelada à humanidade, criando tensão e conflitos. A série explora a coexistência difícil entre os humanos, que têm medo dos Eternos, e os próprios Eternos, que se veem como protetores e guias da humanidade. Jack Kirby tece uma narrativa que liga os Eternos a antigos mitos e religiões da Terra, sugerindo que muitas das divindades adoradas ao longo da história da humanidade eram, na verdade, os Eternos.

Kirby queria promover uma exploração rica de temas como imortalidade, a origem da vida na Terra, e a interação entre deuses e mortais, usando seu estilo artístico e narrativo, visivelmente influenciado por obras anteriores.

Livros como os livros O Fim da Infância (1953), de Arthur C. Clarke, escritor britânico amplamente reconhecido como um dos mais importantes autores de ficção científica do século XX, famoso por seu papel na criação do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), em colaboração com o diretor Stanley Kubrick (e que Jack Kirby adaptaria para uma série de quadrinhos para a Marvel), e por suas ideias visionárias sobre o futuro da humanidade e a exploração espacial.

2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968), de Stanly Kubrick

O livro do Fim da Infância é considerado um clássico da ficção científica e explora temas profundos sobre a evolução da humanidade, o contato com inteligências extraterrestres, e o destino da raça humana. A história começa com a chegada de uma raça alienígena benevolente, conhecida como os Senhores Supremos (Overlords), à Terra. Eles impõem uma paz global, eliminam guerras, pobreza e doenças, e ajudam a humanidade a alcançar um estado de prosperidade sem precedentes. No entanto, eles também mantêm um certo mistério sobre sua verdadeira aparência e seus objetivos finais.

The Morning of the Magicians: Introduction to Fantastic Realism (1960), dos jornalistas franceses Louis Pauwels e Jacques Bergier, que apresenta uma coleção de discussões (discussão cognitiva?) de temas como cripto-história, ufologia, ocultismo no nazismo, alquimia e filosofia espiritual, reverenciado até hoje por teóricos da conspiração; Histoire inconnue des hommes depuis 100.000 ans (1963), de Robert Charroux, escritor francês conhecido por seus livros sobre temas como a cripto-história, mistérios antigos, civilizações perdidas, extraterrestres, e teorias alternativas da origem da humanidade, sendo um dos pioneiros na popularização da teoria dos “antigos astronautas”, que sugere que civilizações extraterrestres visitaram a Terra em tempos antigos e influenciaram o desenvolvimento humano; e Eram os Deuses Astronautas? (1968), de Erich von Däniken, escritor suíço, que com esse livro provocou um grande impacto cultural no mundo, vendendo milhões de cópias em todo o mundo, com a defesa do argumento que muitas das grandes realizações das antigas civilizações, como as pirâmides do Egito, as linhas de Nazca no Peru e as estátuas da Ilha de Páscoa, não poderiam ter sido realizadas apenas com o conhecimento e a tecnologia disponíveis na época — ele sugere que esses monumentos e artefatos são evidências de visitas de seres extraterrestres que foram interpretados como deuses pelos povos antigos.

Todos esses livros serviram de base para que Kirby formulasse sua teoria que os deuses da antiguidade eram, na verdade extraterrestres que visitaram a Terra e influenciaram as civilizações humanas, eternas e deviantes.

A ideia de seres imortais que moldam e supervisionam a humanidade é um tema recorrente em muitas religiões e mitologias, e os elementos de misticismo, esoterismo e crenças sobre seres superiores e guias espirituais permeiam a narrativa dos Eternos. Kirby se inspirou em várias filosofias dessas naturezas para adicionar uma camada de profundidade e mistério ao seu trabalho. Infelizmente, o público não comprou a ideia (e a revista).

A série foi cancelada pela Marvel antes do desfecho planejado por Kirby, com apenas 19 edições publicadas, em 1978, deixando algumas tramas inacabadas. Mas a mitologia dos Eternos foi expandida e integrada ao universo Marvel mais amplo em histórias posteriores, escritas por outros autores, consolidando-os como uma parte importante do lore cósmico da Marvel.

Os Eternos foi a terceira tentativa de Kirby de criar uma mitologia cósmica própria.

Jack Kirby: O Quarto Mundo de Thor Eterno?

Quando Jack Kirby e Stan Lee criaram o super-herói Thor em Journey into Mystery #83 (1962), eles se inspiraram fortemente no Thor da mitologia nórdica, mas com diversas alterações e liberdades criativas, com Kirby sendo o principal responsável por dar forma visual e narrativa ao mundo de Asgard, Odin, Loki e outros personagens do panteão nórdico. O estilo grandioso de Kirby, com suas ilustrações dinâmicas e épicas, trouxe uma nova dimensão ao Universo Marvel, transformando Thor em um dos personagens mais icônicos da editora, a despeito do mood super-herói.

Kirby fez 42 números, até a revista mudar o nome para The Mighty Thor em 1966, continuando a numeração do título anterior (#126 no caso), e ficando até a edição #179, de 1970, com mais de 50 edições escritas e desenhadas.

Além das aventuras de Thor, Kirby escrevia e desenhava histórias secundárias chamadas Tales of Asgard (Contos de Asgard). Jack Kirby escreveu o esboço de uma nova história: ele planejava explodir tudo após o Ragnarök (o apocalipse dos deuses nórdicos) e introduzir uma série de novos deuses no rescaldo da destruição. Algo disso chegou a sair em The Mighty Thor #128 (1966), na história Tales of Asgard: Aftermath!

Kirby elaborou toda uma temática de destruição nórdica — o tradicional Ragnarok — para a mitologia Marvel do Thor, mas isso não chegou a avançar

No entanto, o relacionamento de Kirby com a Marvel na época não era bom, e ele queria ter controle sobre esses novos personagens. As diferenças se tornaram irreversíveis e um dos pais do Universo Marvel deixou a editora.

Jack Kirby foi para a DC Comics em 1970, onde teve a liberdade de criar esses novos deuses, na forma de Novos Deuses. Jack criou uma mitologia completamente nova com seus próprios deuses, em títulos como New Gods (Novos Deuses), Mister Miracle (Senhor Milagre) e The Forever People (O Povo da Eternidade), além de um derivado do Superman. Personagens como Darkseid, Orion, Pai Celestial e outros habitantes dos planetas Nova Gênese e Apokolips, mundos-gêmeos sobreviventes do Ragnarok do velho mundo dos velhos deuses, se tornariam pedras fundamentais do Universo DC.

O que acabou se concretizando nos conceitos apresentados na revista dos Novos Deuses, da DC Comics

O Quarto Mundo, como ficou conhecido esses títulos, abordava temas cósmicos, guerra entre o bem e o mal, e a ideia de deuses modernos. Kirby utilizou um estilo artístico muito distinto, com linhas fortes, formas geométricas e um senso de movimento que fazia suas cenas parecerem cinematográficas. Muitos fãs e historiadores de quadrinhos veem o Quarto Mundo como uma continuação natural das ideias que Kirby estava explorando em Thor. Ao sair da Marvel, ele teve a oportunidade de levar adiante seu interesse em temas de divindade, destino e a luta eterna entre o bem e o mal.

Mesmo como talento ímpar e importância colossal, Jack Kirby não teve o tratamento esperado na DC Comics. Os conceitos apresentados no Quarto Mundo eram muito à frente do seu tempo, e as ramificações entre os títulos eram uma novidade. O público de novo não comprou a ideia, mesmo com a eventual integração com o Universo DC — que Kiry era contra. O Rei ainda desenvolveu vários outros personagens e conceitos, como Kamandi, OMAC, Caçador e Etrigan, mas ele não sentia que tinha o espaço que deveria.

AGÊNCIA GLOBAL DA PAZ | O Grande Desastre na mitologia da DC Comics

Caçador Paul Kirk, de Jack Kirby

Caçador Mark Shaw, de Jack Kirby

CAÇADOR MARK SHAW | O herói kirbyano de mil faces da DC Comics

Jack retornou para a Marvel em 1975. Um ano depois, ele estava criando os Eternos — Kirby queria que a revista se chamasse Os Celestiais, e a Marvel de O Retorno dos Deuses, um dos subtítulos do livro de von Däniken. Tanto o Quarto Mundo quanto os Eternos exploram a ideia de seres superpoderosos que operam em uma escala cósmica.

Os Novos Deuses da DC e os Eternos da Marvel são todos seres imortais que possuem poderes divinos e influenciam o universo de maneiras grandiosas, e as ideias que ele explorou no Quarto Mundo, como a luta entre o bem e o mal em um nível cósmico e a existência de seres semelhantes a deuses, foram temas que continuou a explorar e expandir em Os Eternos.

A origem de Uranos e os Eternos

A mitologia dos Eternos nas HQs da Marvel foi enriquecida por outros artistas em outras revistas ao longo dos anos na editora, e grande parte do lore dela foi criada aos poucos, somando eventos e personagens ao que já era estabelecida. Inclusive com personagens já estabelecidos anos antes no Universo Marvel por outros criadores, como os próprios deuses gregos.

Urano (ou Uranus) na mitologia grega é a personificação do céu e um dos deuses primordiais. Ele é filho e, em algumas versões, também consorte de Gaia, a personificação da Terra. Juntos, Urano e Gaia deram origem a muitos dos primeiros seres mitológicos, incluindo os Titãs, os Ciclopes e os Hecatônquiros (gigantes de cem mãos).

Uranus and the Dance of the Stars (1834), quadro do pintor Karl Friedrich Schinkel (1781–1841)

Urano era um deus severo e temido, e, segundo o mito, temia a força e o poder de seus filhos. Por essa razão, ele os aprisionava no interior de Gaia, causando-lhe grande dor. Gaia, revoltada com a situação, incitou seu filho mais jovem, Cronos, a se rebelar contra Urano. Cronos cortou os genitais de Urano com uma foice e os lançou ao mar, separando o céu da terra. Do sangue derramado de Urano nasceram as Erínias (as Fúrias, uma delas a conhecida Medusa), os Gigantes e as Ninfas Melíades, enquanto da espuma do mar formada pelos seus genitais surgiu Afrodite, a deusa do amor e da beleza.

Urano foi assim destronado por seu filho Cronos, que se tornou o novo líder dos deuses até ser, por sua vez, derrubado por seu próprio filho, Zeus. A história de Urano é uma das primeiras lendas sobre o ciclo de poder entre as gerações dos deuses na mitologia grega.

Em diversos momentos, os roteiristas e desenhistas da Marvel usaram as divindades gregas, como o artista Jim Starlin fez em Captain Marvel #29 (1973), lançada anos antes dos Eternos de Kirby. O artista detalha uma guerra civil entre deuses conhecidos como Titanians. Um ano antes, Starlin tinha criado Thanos, em Iron Man #55 (1972), que começava a ganhar dava vez mais destaque. O vilão foi baseado diretamente em Darkseid do Kirby, e pertencia a uma raça de superseres que habitavam Titã, o maior satélite natural do planeta Saturno e o segundo maior de todo o Sistema Solar.

Uranos
A Guerra dos Titãs, conceito criado por Jim Starlin na revista do Capitão Marvel, para explicar a raça de Thanos, que espelham os deuses gregos

Starlin começava a mostrar as origens desses seres, ligando esse povo aos antigos deuses da Terra, esses Titanians. Um deles era um personagem chamado Uranos. A edição depois seria um retcon para os Eternos kirbyanos, e toda a mítica que um espelha o outro, provoca confusão semântica, cronológica e criativa até hoje, ainda mais por conta de diversos outros retcons.

Uranos
A luta entre essa raça causou uma guerra civil em sua sociedade, e Uranos era um de seus líderes, derrotado e exilado depois de inúmeras batalhas
Muitos desses seres se espalharam pelo universo, se tornando deuses e criando novas civilizações. Thanos é filho de uma dessas

Atualmente é estabalecido que nesta história do Capitão Marvel de Starlin temos a primeira versão das origens dos Eternos. O que torna Uranos e muitos outros, Eternos, bem antes dos próprios Eternos de Kirby ser publicado. Isso aconteceu em What If? #24, 26-28 (1980-1981), o título de realidades alternativas da Marvel conhecida no Brasil como O Que Aconteceria Se…?, em histórias secundárias do título, sem relações com realidades alternativas.

Uranos

Uranos

Uranos
A Guerra Civil dos Titãs é melhor elaborada nas histórias apresentadas em What If, e amarradas ao Eternos de Kirby, que se tornam, com efeito, os “primeiros” Eternos criados pelos Celestiais

Este arco contou com 4 partes que recontam os fatos descritos por Jim Starlin para acomodar os conceitos de Jack Kirby e seus Eternos, e detalhar a origem desses seres míticos. A edição #24 foi escrita por Ralph Macchio, com arte de Rich Buckler, enquanto as outras 3 contaram com roteiro de Mark Gruenwald, com arte de Ron Wilson e Bruce Patterson.

Uranos
Com a derrota de Uranos, ele e sua facção são exilados da Terra para outro planeta, e decidem formar uma colônia no mundo que se tornaria conhecido como Urano

Uranos

Uranos
Há novas desavenças e outros Eternos decidem formar outra colônia, dessa vez em uma das luas de Saturno, Titã

Eternos títulos

A origem dos Eternos deve ter dado algum destaque para os personagens, já que a Marvel tentou um segundo volume de Eternos, com 12 edições entre 1985 e 1986, escrito por Peter Gillis e Walter Simonson (que desenhou as capas iniciais), com arte de Sal Buscema e Keith Pollard. Anos se passaram desde o retorno e julgamento dos Celestiais. No entanto, apenas um punhado de mortais se lembra da provação com os deuses espaciais. Um homem tenta revelar a verdade, mas ninguém acredita nele. Enquanto isso, os Eternos tentam viver entre seus primos mortais, aguardando o retorno dos Celestiais. No entanto, os sombrios Deviantes conspiram nas sombras. Mas essa maxissérie não passou disso.

Os Eternos, título dos anos 1980 — as artes de capa eram do artista Walt Simonson
Simonson refomulou o Caçador Paul Kirk de Kirby com o escritor Archie Goodwin em uma série em 1973, um dos melhores trabalhos de quadrinhos de super-heróis do mercado

CAÇADOR PAUL KIRK | O Arco-Íris da Gravidade de Archie Goodwin e Walt Simonson

Na Marvel Simonson retrabalhou a mitologia do Thor entre 1983 e 1987 — roteiro e desenhos —  deixando o personagem épico como jamais foi, em outro grande trabalho da indústria dos quadrinhos
A arte de Simonson estava particularmente fantástica nessa série do Thor

Somente 20 anos depois, em 2006, que os Eternos retornaram com um título próprio, em uma minissérie de 7 edições, escrita por Neil Gaiman, um dos maiores roteiristas de histórias em quadrinhos da indústria, em um dos poucos trabalhos para a Marvel. Com arte de John Romita Jr., a obra é uma das menores da carreira de Neil, mas a história é bem legal de qualquer maneira: os Eternos estavam “adormecidos” em meio à humanidade, e devem ser despertos para enfrentar uma ameaça terrível dos Deviantes — ou assim parece. Ike Harris tem sonhos de aventuras, romances e traições, mas ninguém envolvido se lembra ou acredita nele. E quem está tentando matá-lo para impedi-lo de falar sobre isso?

A arte de John Romita Jr. está muito kirbyana na série de Gaiman
Os Celestiais na pré-história da Terra

Os Celestiais e suas experimentações genéticas

O quarto volume dos Eternos saiu pouco tempo depois, em 2008-2009, com 9 edições lançadas escritas por Charles Knauf e Daniel Knauf, com arte de Daniel Acuna. Continua os eventos de Gaiman. O que inclui um crossover com X-Men, no primeiro encontro dos grupos, em uma tentativa conjunta de deter Druig. Na época os mutantes estavam vivendo na ilha Utopia em São Francisco.

Em 2021 foi lançado Os Eternos, ,o 26º sexto filme do Universo Cinematográfico Marvel. O longa é dirigido por Chloé Zhao, e estrela Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Don Lee, Harish Patel, Kit Harington, Salma Hayek e Angelina Jolie como os personagens principais. Na trama, pós-Vingadores Ultimato, os Eternos emergem do anonimato após milhares de anos para proteger a Terra dos Deviantes. Apesar de honrar o mood visual do Jack Kirby em imagens estonteantes dos Celestiais, o longa foi muito mal recebido pela crítica e público. Tanto que não há planos de serem retomados qualquer filme ou derivado da franquia por enquanto.

O Celestial Tiamut congelado na Terra, impedido de despertar por completo e destruir o planeta

No mesmo ano, a Marvel Comics lançou o quinto volume dos Eternos, escrito por Kieron Gillen, com arte de Esad Ribic, que finalmente amarrou todas as pontas soltas das obras anteriores dos personagens, ao mesmo tempo que introduziu outras que se tornaram a mitologia definitiva deles, em uma série que durou 12 edições.

Os Eternos

Os Eternos, o título dos anos 2020

Os Celestiais criaram 100 Eternos e milhares (milhões) de Deviantes, além de dotar a Terra de uma estrutura subdimensional que existe em toda a estrutura do planeta chamada Máquina (esse tipo de inteligência artificial é dada a todo o planeta pelos Celestiais). A Máquina é virtualmente onisciente em tudo relacionado à Terra, e é composta por muitas máquinas menores, incluindo a cidade em ruínas de Titanos (a primeira cidade dos Eternos, em algum lugar do Canadá, destruída quando Cronos ascendeu à divindade suprema graças a um experimento, em uma referência direta à história de Jim Starlin sobre os Titanians) e as cidades ativas de Oceana (Oceano Pacífico), Celestia (Andes), Polaria (Sibéria), Olímpia (Grécia) e a Exclusão — todos os lugares que os Eternos habitam.

Os Eternos e suas cidades, zonas e espaços, escondidos de modo etéreo entre a superfície e entranhas do planeta Terra

Os Eternos, conforme as histórias de Gillen, obedecem três diretrizes básicas introjetadas em seu ser:

➡️ Proteger os Celestiais
➡️ Proteger a Máquina
➡️ Corrigir o Excesso Deviante

A Exclusão, localizada em uma dimensão de bolso “entre seis moléculas artificiais” abaixo do Polo Sul na Antártica, é um lugar importante para os Eternos. Ela serve a várias funções, sendo a mais importante delas o fato de ser o lugar onde eles são ressuscitados após morrerem, e servir de prisão, já que os Eternos não podem ser destruídos.

Ikaris sendo revivido na Exclusão, lugar de ressureição dos Eternos
Zuras, o líder dos Eternos (na Terra)

Os Eternos não se reproduzem. E mesmo que um Eterno tenha filho com uma humana (ou deviante, ou qualquer outro ser), o fruto dessa união poderá ter poderes, viverá mais do o normal, mas não será um Eterno, nem terá conexão com a Máquina. Os Celestiais criaram os Eternos a partir de “moldes prontos”, portanto as estruturas familiares são um conceito diferente para eles. Existem pais, filhos e irmãos, mas não são descendentes diretos, não há um vínculo biológico, são apenas designações dentro das “famílias”.

Cerca de 600 mil anos atrás, os Eternos passaram pela sua Primeira Guerra Civil. Cronos liderava os Eternos e defendia que a espécie deveria se manter neutra nos eventos terrestres. Seu irmão Oceanus concordava com isso. Mas outro irmão, Uranos, defendia que seu povo deveria conquistar o planeta. Juntos, eles eram os Três Patriarcas dos Eternos, e todos os outros 97 “derivam” deles.

A genealogia dos Eternos

Na verdade, Uranos propôs matar tudo e todos, até fora da Terra. Uma guerra entre duas facções começou, com Eternos ao lado de Cronos e Oceanus, e outros Eternos junto a Uranos, que perdeu devido à traição do Eterno Druig. O patriarca foi condenado à Exclusão, onde ficaria aprisionado por meio milhão de anos, longe das atividades da sociedade dos Eternos (assim definido por Gillen na série de 2022). Seus seguidores fugiram para o espaço sideral em exílio, mas antes criaram um clone dele e o trataram como seu líder — acomodando assim o que vimos nas histórias de What If dos anos 1980.

Os exilados viajaram pelo Sistema Solar e aterrizaram no planeta que seria conhecido como Urano, onde encontraram um depósito de suprimentos deixado pelos alienígenas Kree. O depósito era guardado pelo robô Sentinela #213, que os Eternos destruíram. Usando o material de suprimentos e a tecnologia do robô, construíram uma nave e armas, que planejavam usar para se vingar dos outros Eternos que ficaram na Terra.

Eles decidiram deixar 4 Eternos em Urano para formar um posto avançado, enquanto Uranos e o restante partiu a caminho da Terra. Mas eles foram atacados por uma armada Kree enviada para verificar o que aconteceu com o Sentinela #213.

Uranos e seus poucos seguidores restantes sobreviveram à destruição de suas naves e se estabeleceram em Titã, a lua de Saturno — o que liga também à história de Starlin e de What If, tornando a raça de superseres de Thanos e os outros como Eternos também. Eventualmente, Uranos acabou morrendo em uma nova batalha civil em Titã, que matou todos os Eternos ali, com exceção de uma eterna chamada Sui-San.

Enquanto tudo isso acontecia, os Eternos na Terra se envolviam na Segunda Guerra Civil. Cerca de 200 mil anos atrás, o Eterno A’Lars liderou uma facção que defendia que os Eternos deveriam tentar expandir a Máquina, tentando se reproduzir entre si e gerar novos Eternos. Por sua vez, o irmão dele, o Eterno chamado Zuras, defendia as coisas como são vigentes. Ambos eram filhos de Cronos, que por agora ser uma divindade, não se envolvia mais nos assuntos dos Eternos.

A’Lars pensava que os Eternos por anos excluíram aqueles que agiram de modo errado. Alguns Uranianos, por exemplo, foram excluídos da Máquina, aprisionados para sempre dentro dela — como Uranos — e não podem mais a proteger. Os 100 Eternos não eram mais 100, por isso mais eram necessários.

Mas A’Lars e Zuras não eram Cronos e Uranos. Os irmãos não chegaram a criar uma guerra civil de fato. Daina, esposa de Cronos, avaliou que um confronto entre eles teria como único prejudicado a Máquina, e ficou decidido que A’Lars poderia tentar seus experimentos, mas fora da Terra.

Em Titã, a Lua de Saturno, A’Lars, agora com o nome de Mentor, encontra Sui-San, e passam a viver juntos. O local se torna um paraíso, e além do casal, passa a ser habitado por clones, aliens e outros seres do universo. Mentor e Sui-San dão o passo esperado, e do fruto do casamento e gravidez convencional, nasce uma criança. Thanos.

O bebê tem a “síndrome de Deviante“, uma mutação que lhe deu genes deviantes, fazendo que crescesse como uma criança anormal, a ponto de enlouquecer sua mãe. Ela foi morta pelo jovem Thanos, mas antes disso, deu à luz outro filho, Eros, que nasceu sem a síndrome. Ele e Thanos eram filhos de Eternos, mas não tinham ligação com a Máquina.

  1. Primeira Geração: Arlok, Astron, Daina, Kronos/Chronos/Chronus/Cronos, Mestre Elo, Oceanus, Shastra, Thyrio, Uranos.
  2. Segunda Geração: Mentor (A’lars), Amaa, Cybele, Esquecido/Gilgamesh, Helios, Perse, Rakar, Tulayn, Valkin, Virako, Zuras.
  3. Terceira Geração (principal line-up das revistas): Aginar, Ajak, Arex, Atlo, Domo, Ikaris, Interloper, Mara, Phastos, Sigmar, Thanos, Thena, Veron, Zarin, Eros
  4. Quarta Geração: Argos, Ceyote, Chi Demon, the Delphan brothers, Druig, Khoryphos, Makkari, Psykos, Sersi, Kingo Sunen, El Vampiro.
  5. Quinta Geração: Aurelle, Sprite, Titanis.

Uranos vs. X-Men

A saga Dia do Juízo Final (Judgment Day no original, “Dia do Julgamento” em tradução livre), lançada em 2022, é o ápice de Uranos no Universo Marvel, finalmente liberto para fazer o que quer, nem que seja por apenas 1 hora. É também a primeira vez que vemos ele em sua forma definitiva, deixando para trás o visual humano com barba e bigode oridinários.

Em uma série de planos escusos mostrados na revista escrita por Gillen, o eterno Druig consegue retirar a liderança de Zuras e assume o comando da raça. Ele também faz um acordo com Thanos para ser seu aliado, mas o Titã secretamente deseja tomar posse da posição de Eterno Prime. E nos é revelado que os Eternos consideram que os mutantes são um excesso deviante, por isso, passíveis de extermínio.

Vingadores – X-Men – Eternos – Juízo Final

É o pretexto para Thanos e Druig se armarem para a batalha, e ter alguém como Uranos é garantia de morte certa para o inimigo. Gillen pulou direto do título dos Eternos e da revista The Immortal X-Men (que ele também escreveu todos os 18 números, até o encerramento da Era Krakoa) para fazer Dia do Juízo Final. O roteirista conseguiu criar toda uma expectativa de menções e aparições de Uranos até finalmente termos a poderosa presença do eterno psicopata em batalha, tarefa nada fácil, já que o personagem era praticamente uma tábula rasa até aqui.

Eternals: The Heretic #1 (2022). Escrita por Kieron Gillen, com arte de Ryan Bodenheim e Edgar Salazar, essa é uma das edições mais importantes de Uranos, já que sua origem é recontada aqui em detalhes, incorporando todos os relatos anteriores de What If. Além disso, é aqui que Thanos procura Uranos, em um encontro de tio-avô muito esperado, onde ficamos sabendo de onde o Titã Louco herdou toda sua maldade.

Uranos
Thanos encontra Uranos, seu tio-avô

Uranos

Uranos
Para Uranos, toda forma de vida era um excesso deviante
Uranos
“Ah, Thanos, finalmente. Eu esperava conhecê-lo. Para olhar nos olhos de outra decepção. Você matou metade do universo, garoto. 50%? Que falta de comprometimento. Ou você faz ou você não faz.“

Só nesse diálogo sabemos tudo que precisamos sobre o que significa Uranos.

Eternals #12 (2022). No fim da revista, Druig, de posse da posição de Eterno Prime, líder da raça (para desgosto e revolta de outros como Ikaris), detecta atividade incomum em Krakoa, a ilha-nação mutante. Ela é lida como um lugar com excesso deviante, ainda mais com os mutantes colonizando Arakko, planeta anteriormente conhecido como Marte.

Cabe salientar que a ideia de que Okkara (nome original da ilha formada por Arakko e Krakoa, milhões de anos atrás) foi o modelo para a Máquina veio do roteirista Al Ewing, que ajudou Gillen com esse artifício para a trama. Afinal, seria preciso uma razão legítima para impedir os Eternos de simplesmente aniquilarem Krakoa até a extinção. Mas se a ilha fosse conectada com a Máquina, isso seria um impeditivo para os Eternos, já que é contra o Segundo Princípio.

A.X.E.: Eve of Judgment #1 (2022). Na preparação para a guerra contra os mutantes, Druig e seus Eternos sequestram o Sr. Sinistro e no final da edição, o líder procura Uranos para que ele participe da batalha. Ela é seguida de A.X.E.: Death to the Mutants #1, que mostra o grupo de Eternos liderados por Ikaris que irão contra Druig e sua guerra, mesmo que para isso tenham que se aliar aos humanos e mutantes.

A.X.E.: Judgment Day #1 (2022). A primeira edição de Dia do Juízo Final já é espetacular, quando Uranos simplesmente massacra milhares de mutantes em Arakko (Marte). Os X-Men nunca sofreram baixas tão significativas em sua história, nem mesmo com os humanos. O monstro assassino retorna na terceira edição da saga, com consequências mostradas também em X-Men: Red #5 e A.X.E.: Death to the Mutants #2.

Uranos
Druig, como o Eterno Prime — posição de líder supremo entre sua raça — libera Uranos da Exclusão para lutar contra os mutantes
Uranos
Gille prefere economizar nas palavras (e desenhos) e apenas vemos o resultado de Uranos com 1h livre em Marte, lar de milhares de mutantes na época

A.X.E.: Judgment Day #4 (2022). É o ápice de Uranos na saga, quando ele enfrenta Magneto, o Mestre do Magnetismo, um dos mutantes mais poderosos da Terra. Essa ação é tão espetacular que se ramifica para X-Men #13 e Marauders #6 (2022). Grande parte da saga Dia do Juízo Final se mostra um embuste quando Tony Stark e o Sr. Sinistro revivem um Celestial que estava na Terra (servindo de base para os Vingadores!), que decide julgar todos os seres vivos do planeta — humanos, mutantes, Deviantes e Eternos, tal qual no primeiro título dos Eternos de Kirby. A partir disso, o plot da guerra muda para lidar com essa temática.

Uranos
Os Vingadores se empenham em ajudar os X-Men contra os Eternos liderados por Druig, mas Uranos desestabiliza demais a balança de poder
Magneto manipula o maquinário de guerra de Uranos e consegue detê-lo por um tempo, ao custo de sua própria vida

O final da edição #4 da saga é implacável, com uma matança generalizada pelo Celestial Progenitor, e um Capitão América em um mood derrotado raras vezes visto

X-Men Red #5-7 (2022). Uma das melhores edições relacionadas à saga, com Uranos em batalha contra diversos mutantes em Arakko, o poderoso Legião (David Haller, filho do Professor Charles Xavier, dono de poderes psíquicos gigantescos) e Magneto, que faz um grande sacrifício para derrotar o Eterno psicopata. A edição, na verdade, é dedicada toda a ele, com Legion of X #5-6 (2022) detalhando a batalha de Uranos com Legião.

Uranos

Na revista de Legion of X, Uranos tem um embate psíquico com um dos mutantes mais poderosos dessa geração. Legião, o filho de Xavier
Uranos
Em X-Men Red #5-7, temos a luta detalhada de Magneto e outros mutantes contra Uranos

Uranos

Uranos

A luta de Uranos e Magneto é uma das mais impressionantes da saga
A morte de Magneto também é uma das mais tristes na história dos mutantes

MAGNETO WAS RIGHT | Errado como vilão, certo como herói?

Pós-Dia do Juízo Final

A.X.E.: Judgment Day Omega #1 (2022). Com o Celestial detido, o planeta salvo, Druig removido do seu cargo e a guerra entre eternos e mutantes encerrada, Zuras fala com Uranos, novamente detido na Exclusão (onde Druig também está, sendo atormentado e agredido constantemente pelo psicopata) sobre um acordo feito com os X-Men, de terem seu “passe” por 1 hora.

Uranos

X-Men: Red #16-17 (2024). Nesta edição a saga Queda do X já está ocorrendo. É começo do fim da Era Krakoa para os X-Men, quando a organização anti mutante Orchis ataca a ilha-nação e os mutantes. Em Arakko, Tempestade, uma das líderes dos mutantes no planeta vermelho, têm que enfrentar uma guerra civil antes de poder ajudar seus irmãos na Terra. O conflito é gigantesco e Ororo tem a chance de usar o “presente” de Zuras e liberar Uranos por 1 hora para enfrentar seus adversários.

Uranos

Tempestade está enfrentando uma guerra civil mutante marciana e tem a chance de usar Uranos na batalha…

O monstruoso Eterno tenta a Rainha dos Ventos, mas ela não o faz, e fica em aberto a possibilidade de Uranos aparecer novamente em alguma x-história.

Uranos e o Complexo Industrial-Militar

Uma explicação do nome do título dessa matéria. O termo complexo industrial-militar foi utilizado pelo presidente Dwight D. Eisenhower (1953-1961) para descrever o intricado processo pelo qual os EUA cada vez mais produziam armas e tecnologias bélicas. Claro, Gillen usou o termo como metáfora jocosa com o enorme poder de fogo que Uranos detém.

Einsehower e um dos maiores discursos políticos da história, onde cunhou o termo complexo industrial militar

Esse conceito ainda exerce influência no desenho da política externa norte-americana e geopolítica mundial, e sua natureza híbrida é o que movimenta as peças desse jogo. Esse relacionamento político entre as forças armadas de um governo nacional e a indústria tem como objetivo obter para o setor privado a aprovação política para pesquisa, desenvolvimento e produção, assim como o apoio para treinos militares, armas, equipamentos e instalações.

Essa conjunção de um imenso establishment militar e uma grande indústria de armas é nova na experiência estadunidense. A influência total – econômica, política e, até mesmo, espiritual – é sentida em cada cidade, em cada legislativo, em cada gabinete do Governo Federal.”

Com o complexo industrial-militar, todo avanço técnico radicalmente novo produzido pelo trabalho de Pesquisa e Desenvolvimento da sociedade ou é gestado pelo próprio militarismo ou é imediatamente empregado em fins militares no capitalismo. Na sinergia macabra em que isso opera, se desenvolvem as forças produtivas em uma mão, enquanto outra avança com a barbárie em forma de dominação.

O Presidente admitiu que a Guerra Fria deixava clara a “imperativa necessidade de seu desenvolvimento (militar)”, mas se mostrou preocupado sobre a “injustificada influência que o complexo militar-industrial estava crescentemente conquistando.” Em especial, pediu à nação a se precaver contra “o perigo que esta política pública poderia tornar-se prisioneira de uma elite científico-tecnológica.”

É importante considerar, no entanto, que o governo de Eisenhower ampliou o arsenal atômico, ao mesmo tempo em que defendia a redução dos efetivos militares regulares. Eisenhower governou o país no auge da Guerra Fria, e os americanos viviam o terror de serem mortos na fogueira nuclear de mil bombas atômicas. Eisenhower era um General Cinco Estrelas do Exército Americano, sendo o Comandante Supremo das Forças Aliadas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi o responsável pela dessegregação racial nas Forças Armadas e pela Lei dos Direitos Civis de 1957. Mais do que ninguém, tinha amplo conhecimento do setor militar nos EUA.

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