METAGENE | A mutação política na DC Comics

Metagene, uma variante genética nos genes de um grupo seleto de seres humanos no mundo da editora DC Comics.

É isso que explica os super-heróis na Terra do Universo DC.

No mundo fictício dos quadrinhos americanos de super-heróis, um acidente tóxico, químico, biológico ou nuclear raramente mata as pessoas — em vez delas morrerem envenenadas, perderem cabelos e dentes, podem voar, se transformar em animais, energia, água, ampliam sentidos, correm a velocidade da luz ou ganham poderes de disparo de raios.

É durante a Era de Prata, período histórico da indústria de quadrinhos de super-heróis que começa com uma edição revisada do Flash dos anos 1960. Barry Allen, o Flash, foi criado pelos artistas Robert Kanigher, John Broome e Carmine Infantino, baseado num conceito inicial proposto por Julius Schwartz, com a primeira aparição em Showcase #4 (1956).

Barry ganha seus poderes de corrida depois de um acidente de laboratório com produtos químicos e um raio. Os acidentes milagrosos e nunca letais ganham mais espaço nos espaços criativos dessa mídia a partir de então.

No final dos anos 1980, uma saga da DC Comics, chamada de Invasão!, introduz o conceito de metagene para explicar o ganho de poderes de pessoas que existem dentro do Universo DC.

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Um alien Dominador explica o que torna os seres humanos especiais na Terra regular da DC Comics. Página de Invasão!, texto de Bill Mantlo, arte de Bart Sears
A Saga Invasão!, da DC Comics, de 1989-1990

Essa mutação causada por acidente passou do imaginário de papel dos roteiristas e foi para a área comercial da empresa DC, na decisão de levar a obra-prima Watchmen para seu universo regular, com a saga Doomsday Clock — traduzida no Brasil como Relógio do Apocalipse, e que será deixada de lado nesse artigo.

Watchmen é uma história em quadrinhos endeusada e engessada em seu monte Olimpo real de prestígio e glória do meio especialista da indústria, e agora dividiu seus quadros e requadros com o Superman, depois de ter seu metagene comercial finalmente ativado no mundo DC Comics.

Criada pelo escritor Alan Moore e o desenhista Dave Gibbons nos anos 1980, Watchmen é um estudo poderoso da desconstrução do mito do super-herói, ao desnudar, revirar, estuprar e matar diversos heróis em níveis psicológicos e físicos nunca antes vistos no mercado.

Com personagens baseados em heróis da editora Charlton Comics, empresa que a DC comprou e que trouxe seu line-up para dentro de seu universo, a obra alcançou um ponto de excelência nunca visto na editora ou em qualquer outra HQ americana.

Nunca foi intenção de Alan Moore dar musculatura aos super-heróis, pois sua maxi-série de 12 edições apontava o esgoto que tudo isso era.

Rorschach, de Watchmen. Um homem comum, sem superpoderes. Nada além da política, óbvio. O maior de todos os poderes. Página de Watchmen, arte de Dave Gibbons

Watchmen é composto de fatos fragmentados, muita informação em pouco tempo, padrões estéticos complexos, dependência sensível das condições iniciais, padrões mais complexos à medida em que nos aprofundamos nos fenômenos e na vida dos personagens.

É tudo que uma obra comercial não tem que ter a primeira vista, já que essa exige tramas previsíveis, pueris e estéreis de questionamentos.

É uma mutação política.

Política e quadrinhos

Um impasse político com Vladmir Putin é um impasse político de Schrödinger. Doomsday Clock arrasta essas questões reais para o mundo de papel ordinário. Página de Doomsday Clock, texto de Geoff Johns, arte de Gary Frank

Que saibamos, Putin não tem o metagene. A Rússia é uma das maiores potências do mundo hoje. Em diversos contextos, é ela quem mais se opõe ao Estados Unidos em contextos políticos e militares.

Da forma como é hoje, o país foi erguido sob os escombros da União Soviética, que ruiu no fim dos anos 80, mesma época que foi lançada Invasão!. O atual presidente é Vladimir Vladimirovitch Putin, um ex-agente do KGB, o serviço secreto soviético.

Ele assumiu o posto de Boris Yeltsin, o primeiro presidente russo eleito no país, que teve dois mandados desde 1991. Em 1999, acossado por pressões políticas e pioras nos indicadores sociais e econômicos — e por aparecer bêbado em eventos –, renunciou, e Vladimir Putin, o vice-presidente, assumiu.

Ele se tornou hegemônico nas décadas seguintes. Em 2000, ele obteve seu primeiro mandato, com 53% de votos. Em 2004, nova vitória nas eleições, com 62% de votos para ele.

Em 2008, Dmitri Medvedev ganhou as eleições, um afilhado político de Putin, que por sua vez foi para o cargo de Primeiro Ministro — uma divisão formal que não mudou em nada o poder, já que o Presidente é o Chefe de Estado, e o Ministro é Chefe de Governo.

Em 2012, Putin venceu de novo as eleições presidenciais, em um mandato de 6 anos. Em 2018, venceu mais um mandado, de novo de 6 anos. Se até 2024 Putin ainda estiver no Kremlin, serão 25 anos no poder de forma ininterrupta. Somente Josef Stalin ficou tanto — 29 anos, de 1925 a 1953.

Vladmir Putin

A tentativa de costurar realidade e geopolítica em ação fictícia de entretenimento é um processo industrial americano que capitaliza isso desde que saiu da Segunda Guerra Mundial como potência e mesmo quando perdeu vergonhosamente a Guerra do Vietnã — é só verificar os inúmeros filmes de ação que o conflito produz em Hollywood.

Há excelência em algumas experiências no mundo dos quadrinhos, como o Esquadrão Suicida, de John Ostrander. E a tara do complexo industrial-militar é poderosa na indústria de videogames, como a franquia Call of Duty fala por suas vendas e fama.

Arte promocional do lançamento da revista do Esquadrão Suicida

Mas e daí que é sofisticado? No fim das contas, histórias em quadrinhos de super-herói ainda é um produto infanto-juvenil criado para alimentar máquinas de vendas de produtos co-relacionados, que vão de filmes bilionários a lancheiras e camisetas e brinquedos.

A coisa mais alienante das coisas mais alienantes do mundo.

Watchmen não é um programa governamental baseado em leis com força de constituição.

É um produto comercial de uma empresa que visa lucros.

Tem que revirar, desconstruir, aniquilar, obliterar, zerar.

Vida é movimento.

Mudou-se a política, dentro e fora das páginas de papel.

Por isso a DC Comics integrou Watchmen ao seu universo regular.

Watchmen. Definitivamente não é uma obra para iniciantes nos quadrinhos, tampouco para crianças. Arte de Dave Gibbons

Invasão!, o metagene
dentro da DC Comics

O metagene é o que garante poderes para seres humanos na DC Comics. E meta-humano é o termo para descrever essas pessoas, e até mesmo super-heróis em geral — mesmo se eles nem serem humanos de fato, como o Superman e a Mulher-Maravilha.

A palavra meta-humano foi usada da primeira vez pela DC Comics também em Invasão!, uma saga escrita por Bill Mantlo em 1989, em três edições, que juntou todos os heróis da Terra contra a Aliança Alienígena, comandada pelos Dominadores.

Essa raça alienígena usou tal termo para descrever qualquer ser humano no planeta com habilidades sobre-humanas. De acordo com as investigações de um cientista Dominador muito sagaz, o metagene existe em muitos seres humanos na Terra, e fica dormente até um evento extraordinário físico e/ou emocional ser provocado no indivíduo.

Uma vez ativado, esse cromossomo metagene entra em ação com o que quer que tenha provocado seu despertar — uma fonte química, biológica ou radioativa — e altera o corpo da pessoa em uma combustão cromossômica sem limites.

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Algumas páginas de Invasão!, com os Dominadores explicando o metagene

O metagene acabou se tornando um recurso narrativo sólido dentro da DC Comics, por meio de várias outras histórias feitas por outros roteiristas, e é usado até hoje.

Isso explica em parte como Barry Allen não foi assado vivo em seu acidente e morrer ao virar o Flash. Na saga Invasão!, parte do plano dos aliens contra os super-heróis foi detonar na atmosfera terrestre um artefato chamado Bomba Genética, que atacaria especificamente o metagene.

A explosão dessa bomba matou vários heróis e desregulou os poderes de centenas de outros, e até mesmo ativou poderes em pessoas que possuíam o metagene.

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A Bomba Genética é detonada na atmosfera terrestre e afeta a maioria dos heróis e vilões

Em histórias da Liga da Justiça, escritas por Grant Morrison em 1997, é estabelecido uma possível origem para o metagene: cerca de 500 a 250 milhões de anos atrás, a raça de Marcianos Brancos veio para a Terra, e por meio de experimentos genéticos, alterou a composição genética de um grupo de seres humanos primitivos.

Eles evoluíram tanto a ponto de serem como os daxamitas e kryptonianos, duas raças das mais poderosas do Universo DC.

Na saga Contagem para a Crise Infinita (2005), é estabelecido pela organização secreta Xeque-mate que no Universo DC há 1,3 milhões de metahumanos vivendo na Terra — 99,5% deles são considerados de nível baixo de potencial ofensivo.

O resto são categorizados como alpha, beta e gamma em níveis de ameaça. Superman e Mulher Maravilha são considerados de nível alpha, por exemplo.

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Há mais de 1 milhão de superseres no Universo DC. Página de Invasão!, arte de Todd McFarlane

O mais recente uso do metagene na saga Doomsday Clock, de 2017, é emblemático.

Nela, aprendemos que o governo americano vem realizando experimentos variados com uma quantidade grande de pessoas, os tornando meta-humanos por meio de acidentes programados.

Muitos heróis e vilões estão tendo sua origem revisada e recondicionada sob esse prisma. Caso do herói atômico Nuclear, por exemplo.

Isso explica a quantidade absurda de superseres nos Estados Unidos, e explica a razão de outros países terem tão poucos seres superpoderosos.

Esse é apenas um aspecto que a HQ trabalha, já que ela resolve abraçar muitos temas crípticos apenas para fãs mais hardcore da DC Comics, e o metagene é apenas mais um elemento entre muitos outros na trama.

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Páginas de Doomsday Clock, que mostram a origem revisada de Nuclear

O que nos leva ao cerna da questão: a DC Comics lançou Watchmen entre 1986 e 87, em 12 edições. Desde então, ela se tornou seminal em qualquer lista de melhores quadrinhos do mundo.

É considerada a melhor obra de quadrinhos de super-heróis da indústria, e desconstrói o conceito do gênero. Sempre morou em um lugar à parte no mundo ficcional da DC Comics.

Metagene DC Comics
Uma arte promocional de Doomsday Clock, com o relógio do apocalipse sendo atingido pelo sangue, que na verdade é a capa do Superman
Metagene DC Comics
Os heróis humanos e o Deus Azul de Watchmen. Uma vez integrados ao Universo DC tradicional, é seguro supor que o Doutor Manhattan tem metagene. Ou não? Página de Doomsday Clock, arte de Gary Frank

Watchmen é uma alegoria sobre o que realmente aconteceria se homens e mulheres fantasiados combatessem o crime na vida real: protesto da polícia e poder judiciário; controle governamental; uso militarizado de suas habilidades; influências no espectro político / cultural e debates a respeito de encarceramento no manicômio.

Além disso, ele está inserido na geopolítica mundial de 1985, implicando o fim do mundo por causa da Guerra Fria e os perigos de um desastre nuclear por conta dos EUA e URSS.

Alan Moore utiliza-se muito bem de todos os preceitos criados no universo dos super-heróis, mas foge totalmente dos clichês.

Alan Moore

Ele propõe com a obra o uso de temáticas adultas e complexas, como a teoria do caos, a contextualização política americana e a Guerra Fria. Estruturalmente, Moore utiliza técnicas narrativas incomuns para os quadrinhos regulares de heróis até então.

O uso de flashbacks, narrativas paralelas, metalinguagem, simetrias e apêndices (sempre encartadas no final de cada edição) mostra que o roteirista tentou utilizar o máximo das possibilidades narrativas da arte sequencial.

Metagene DC Comics
Multivisões para um multiverso de possibilidades

A editora até então nunca tinha mexido na obra para integrá-la com seu Superman, Batman ou Mulher-Maravilha no universo regular.

Watchmen se tornou, ironicamente, modelo e exemplo ruim, uma barreira intelectual para todos os escritores depois que foi lançada.

Foi um colosso de vendas e de bloqueio mental criativo. Desde que Watchmen e Batman – Cavaleiro das Trevas (também da DC Comics) estilhaçou o cristal da inocência dos quadrinhos de super-heróis, e os roteiristas pouco conseguiram avançar a nona arte dos super-cuecas além da obviedade de copiar essas duas obras em diferentes níveis de qualidade duvidosos.

Sempre foi tratada com luvas de pelica.

Até agora.

Doomsday Clock vem e incorpora Watchmen ao Universo DC, com o metagene como ponto de definição de poder na DC Comics. Doomsday se passa em 1992, poucos anos após os eventos da história original de Watchmen, que se passou em 1985.

Ela concluí a narrativa que o escritor Geoff Johns iniciou no reboot — revisão criativa para zerar a história e começar tudo de novo, sempre na tentativa de renovar interesse público e força comercial — em DC Universe Rebirth (chamado por aqui de Renascimento) e que foi continuada na saga The Button (O Bótão).

O escritor usa o Doutor Manhattan, o único ser com superpoderes de Watchmen, para estabelecê-lo como vilão no universo DC tradicional, além de outros personagens.

Nos extras nas páginas finais de Doomsday Clock #2, vem escrito que “o metagene é uma anomalia descoberta durante a invasão dos Dominadores e encontrada em mais de 12% da população (…) Um evento traumático ou um acidente potencialmente letal pode despertar o metagene, alterando a disposição genética de uma pessoa e causando o desenvolvimento de atividades superhumanas“. Há poucos heróis sem poderes oriundos do metagene na DC Comics — na verdade sem poder algum. Alguns deles: Batman, Arqueiro Verde, Questão.

Uma reminiscência de Invasão! tornada cânone novamente na tapeçaria narrativa constantemente descosturada da cronologia da DC, que passar por reboots regulares, tanto para acomodar novos conceitos quanto para movimentar as vendas comerciais.

Invasão! foi desconsiderada no reboot Novos 52, de 2011, por exemplo.

Grande parte da narrativa de Doomsday foi a revisão criativa que o Nuclear e outros heróis e vilões passaram. Isso até ganha nome dentro da HQ: “Supermen Theory“.

Que é um pensamento que passa pela cabeça de qualquer um que leia gibis de super-heróis: por que esse lance de heróis e vilões ficam brutalmente concentrados nos EUA?

Metagene DC Comics
Capa de Who´s Who número 5, de 1987. Revista enciclopédica da DC. Até então única interação de Watchmen com o Universo DC regular

Em certo momento, a Dra. Helga Jace, responsável por dar superpoderes ao Geoforça — príncipe do país europeu fictício da DC, Markóvia — levanta suposições da origem do poder de Rex Mason, o Metamorfo (que, ironia, estava morto e foi ressuscitado em Invasão!, graças a Bomba Genética), Kirk Langstrom, o Morcego-Humano, inimigo do Batman, e Sondra Fuller, a Lady Barro, também inimiga do Morcego.

Documentos governamentais comprovam que eles não sofreram acidentes para ganharem seus poderes. Eles seriam cobaias não-voluntárias usadas por um órgão do governo americano, o Departamento de Assuntos Meta-humanos, uma divisão secreta dedicada a criar seus próprios seres superpoderosos.

É isso que explica o porquê depois do surgimento do Superman, aconteceu uma explosão de aparecimento de meta-humanos, tanto heróis quanto vilões.

E isso ocorreu na vida imaginária da DC Comics e seu metagene, e na vida real, pois é exatamente com o lançamento de Action Comics, em 1938, gibi de estreia do Superman, que a onda dos super-heróis na indústria de quadrinhos começou — e que provocou um maremoto que matou a criatividade de muitos outros gêneros, como a editora EC Comics dolorosamente descobriu.

É revelado em Doomsday que 97% dos meta-humanos do planeta estão concentrados nos EUA. E a culpa é do governo. Lex Luthor, o maior inimigo do Superman, o maior aproveitador de cascatas de todos os tempos, se declara abertamente contra os meta-humanos, inclusive, desenvolve um detector de metagene.

O que atiça a população contra os heróis, contra qualquer um com o potencial para ser mais um a oferecer perigo.

Em Doomsday Clock #11, a revista termina com Superman e Doutor Manhattan se encarando.

Metagene DC Comics

O alienígena Deus tornado humano.

O humano tornado Deus meta-humano.

Metahumano?

Jonathan Osterman era um humano comum de um mundo calcado na realidade abjeta e ordinária concebida por Alan Moore e Dave Gibbons.

Ele não poderia ter o metagene para se transformar no Doutor Manhattan após um acidente nucelar, pois isso não existe no mundo real.

Johns fez a seguinte declaração ao site Syfy Wire.

Com o Renascimento, eu abri a porta para o Manhattan. Parte disso foi o amor que tenho pela influência que Watchmen tem no mundo real. Eu coloquei o Manhattan lá, e sempre pensei que havia uma história do Manhattan/Superman para ser contada, mas então… tudo cresceu. E cresceu. E dominou meu coração e alma. Ainda sim, no fundo da história, temos um ser que perdeu sua humanidade, e se distanciou disso, e um alien que encarna a humanidade mais do que a maioria dos humanos. Eu amo a ideia de que Watchmen influenciou a DC, mas como seria o contrário disso? E vai além disso.”

Ir além.

Meta.

Meta é um prefixo grego. Significa “mudança de lugar ou de condição”. É dele que vem palavras como metamorfose e metafísica.

Em 1935, o físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) desenvolveu um experimento mental para justificar o problema da chamada “Interpretação de Copenhague” da mecânica quântica, que foi aplicado a objetos do cotidiano, nos quais os resultados não podem ser deterministas e a realidade é criada por um processo de observação não físico, entre outras conclusões.

Em resumo, o experimento consiste em colocar um gato em uma caixa lacrada junto com uma cápsula contendo veneno, tendo 50% de chance do recipiente se quebrar e matar o animal. A mecânica quântica sugere que, depois de um tempo, o gato está simultaneamente vivo e morto.

O impasse só será resolvido quando se olhar dentro da caixa.

Ao olhar para dentro da caixa da DC Comics, que com seu metagene misturou dois universos incompatíveis, percebemos que o caos sempre será apropriado pelo sistema e pode ser vendido como comercial.

O caos teórico.

As origens da teoria do caos estão no pensamento especulativo de alguns cientistas que não se contentavam com a explicação clássica da realidade.

O marco zero da teoria é reconhecido por muitos como o matemático francês Henry Poincaré, cujas teorias tiveram de esperar o surgimento dos computadores para serem levadas a sério.

Mas a atitude científica de Poincaré era compartilhada por vários outros sábios. Entre eles o psicólogo suíço Carl Gustav Jung. Ele demonstrou que as manifestações verbais e crenças incompreensíveis dos esquizofrênicos podiam ser compreendidos.

Na década de 70, com a criação do Coletivo de Sistemas Dinâmicos, surgiu a nomenclatura teoria do caos, ou ciência do caos. Da mesma forma que Poincaré, os chamados investigadores do caos interessavam-se por encontrar explicações para o imponderável.

Procuravam, em essência, ordem no caos.

É um exercício diário para quem ainda gosta de leitura de super-heróis em pleno 2020, mais de 80 anos depois de Superman criar o gênero.

Metagene DC Comics

“EU FIZ ISTO TRINTA E CINCO MINUTOS ATRÁS”
– Ozymandias

2 de novembro de 1985

Watchmen

Arte de Dave Gibbons, cores de John Higgins, história de Alan Moore

/ METAHUMANO. Metahumano é um termo que começou a ser usado para super-heróis em 1986 pelo autor George R. R. Martin, pela primeira vez no sistema de RPG Superworld, e depois em sua série de romances de Wild Cards. Martin é mundialmente conhecido como o criador dos romances de Game of Thrones.

/ MARVEL. A Marvel Comics também tem seus acidentes e metagene. Seu começo é um acidente, com quatro pessoas sofrendo com raios cósmicos inesperados em uma viagem espacial, e que se tornam o Quarteto Fantástico. DC e Marvel se diferenciam com seus heróis em sutis mas marcantes diferenças de origem de poderes.

A Marvel tem mutantes, que são o próximo passo evolutivo na escalada darwiniana da humanidade. Enquanto somos Homo Sapiens, eles são Homo Superior, que possuem em seus genes o chamado fator X.

Metagene DC Comics

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