SARGENTO STEEL | No centro da espionagem da DC Comics

Sargento Steel, criado pela editora Charlton Comics nos anos 1960 para sua linhas de revistas em quadrinhos de super-heróis, em aventuras de detetive e de espionagem, seria depois na DC Comics o responsável pela coordenação das atividades meta-humanas de heróis após Crise nas Infinitas Terras nos anos 1980, até acontecer o reboot dos Novos 52 em 2011.

Metódico, um tanto paranoico e sempre com um cigarro ou charuto na boca ou em sua mão esquerda biônica, ele é o equivalente do Nick Fury, diretor da agência S.H.I.E.L.D., agência de espionagem e que geralmente ajuda os super-heróis da Marvel Comics.

Os dois são homens brancos, ex-militares e agentes secretos e exercem funções burocratas na máquina estatal em cima dos super-heróis.

Interessante notar também que Steel acumulou funções e poder executivo sem nunca abandonar a patente de sargento — Sarge Steel no original, sendo que sarge vem de sargeant, “sargento” em inglês.

Líder da comunidade de espionagem e homem-chave do gabinete presidencial com os super-heróis, Steel atuou como conselheiro dos presidentes Ronald Reagan e George Bush.

Muitos roteiristas da DC então trataram de usar o personagem quando era necessário o envolvimento formal do governo, seja pelos lados positivos ou negativos.

Heróis como Superman, Mulher-Maravilha, Capitão Átomo, Nuclear, o Arsenal (Ricardito/Roy Harper) dos Novos Titãs e até o Capitão Marvel/Shazam tiveram relações com o Sargento Steel, fora todas as agências secretas de espionagem/ação da DC: o Esquadrão Suicida, Xeque-Mate, Departamento de Assuntos Meta-humanos e muitos outros. Uma interação seca e desconfiada dele com o Soviete Supremo (Red Rocket, os heróis blindados da então União Soviética) resume bem o personagem: um americano patriota obcecado com segurança e um super-herói soviético comunista convicto.

Steel, pelo seu background militar e de agente secreto, sempre foi amarrado à temáticas dessa questão na DC Comics.

Sargento Steel
O Sargento Steel em sua bio no Who´s Who da DC Comics (enciclopédia de biografia dos personagens). A arte é de Dick Giordano — Steel é o preferido dele
Sargento Steel
Primeira aparição do Sargento Steel no Universo DC, em Lendas. Arte de John Byrne
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Steel em meio a outros personagens no final da saga Milênio. Arte de Ian Gibson
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Sargento Steel, Superman e Ronald Reagan, o Presidente dos Estados Unidos
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Capitão Átomo, Major Força e Soviete Supremo com Steel, todos contra a Rainha-Abelha, do país fictício Bialya. Arte de Paris Cullins
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Essa interação de Steel com o Soviete Supremo resume o personagem. Arte de Paris Cullins
Steel e Rick Flag, monitorando o Floyd Lawton, o Pistoleiro. O sargento, junto com Amanda Waller, tem comando sobre o Esquadrão Suicida. Arte de Luke McDonnel
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Nuclear, Capitão Átomo e Steel. Arte de Tom Mandrake
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Outro mood que resume o personagem: suas elaborações a respeito da comunidade de super-heróis. Texto de John Ostrander no Esquadrão Suicida
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O Sargento Steel e Roy Harper, o Arsenal (antigo Ricardito, dos Novos Titãs), que agora é um agente do Xeque-Mate
Sargento Steel
Sargento Steel, o agente Nêmesis e Diana Prince (a Mulher-Maravilha “disfarçada”)

Era uma vez um homem que ajudava a governar o mundo com mão de ferro.

Chame-o: Steel

Neil Gaiman, Swamp Thing Annual #5 (1989)

Sargento Steel e Dick Giordano

O Sargento Steel foi criado por Pat Masulli em Sarge Steel #1 (1964), mais tarde escrito por Joe Gill e Dick Giordano, que também o desenhou.

Na cronologia Charlton Comics, Steel era um detetive ex-veterano da Guerra do Vietnã (o escritor Max Allan Collins, um veterano das HQs e de livros policiais, afirma que se trata do primeiro personagem com esse background nas HQs).

Reconhecido pelas suas habilidades de combate, entrou para as Forças Especiais, onde até manteve a patente de sargento em detrimento de capitão.

Sargento Steel

Outros conflitos militares tiveram participação dele, e quando o sargento enfrentou o sabotador comunista Ivan Chong, perdeu sua mão esquerda numa explosão de granada.

Foi dispensado com honras, e ressurge com uma mão biônica, que seria a marca registrada do personagem até hoje.

Sargento Steel

O Sargento Steel era o personagem preferido de Dick Giordano na Charlton. A editora foi fundada por John Santangelo, um imigrante italiano do ramo da construção civil, nos anos 1940, nos Estados Unidos.

A empresa ficou famosa no mercado ao publicar histórias em quadrinhos de terror, guerra, policiais, romance e ficção científica, e quando se aventurou pelo gênero colorido dos combatentes fantasiados do crime, os famosos super-heróis, ganhou destaque devido ao talento dos envolvidos nas histórias e arte.

O primeiro super-herói original da Charlton Comics, o Capitão Átomo, surgiu pelo talento de Joe Gill e Steve Ditko, em Space Adventures #33, publicada em março de 1960.

Sargento Steel

O artista Dick Giordano entrou na Charlton em 1957 como desenhista e roteirista. Em 1964, uma das revistas da editora era a Sarge Steel, que teve 8 edições.

Em 1966, ele foi alçado ao cargo de editor e encarregado de criar mais revistas do estilo super-herói. Surgia aí a Action Heroes Line (“Linha dos Heróis de Ação”).

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Sargento Steel

Sargento Steel

Por gostar muito de Steel, Giordano dedicou as edições #9 e #10 de Secret Agent ao personagem — ele mesmo desenhou as aventuras.

A editora Gold Key Comics também tinha um título com o mesmo nome, baseada em uma série de TV britânica de espionagem: Danger Man (1967), protagonizada por Patrick McGohhan, que posteriormente faria O Prisioneiro, uma das melhores séries de sci-fi do audiovisual mundial, um Lost dos anos 1970.

Steel ainda teve diversas aparições na revista do Mestre Judoca (Judomaster #91-98), bem como em Thunderbolt #57-58, como agente da CIA (agência secreta americana).

Sargento Steel

Foi Giordano quem deu as primeiras oportunidades para artistas como John Byrne e Jim Aparo e o roteirista Dennis O’Neil. Em um editorial da revista do Questão (já na DC Comics), Giordano relembra que “(…) eu criei a linha ‘Action Heroes’ para se afastar de qualquer cópia de Marvel ou DC. Exceto o Capitão Átomo, nenhum dos nossos personagens tinha superpoderes”.

A decisão de usar um grid de 9 quadros nas páginas das revistas de super-heróis foi ideia de Dick também. Mas no fim dos anos 60, contudo, a direção da empresa de John Santangelo iria em linha diferente.

Os títulos de super-heróis da Charlton foram cancelados gradativamente, e a publicação de material licenciado tomou conta das revistas. Eles produziram quadrinhos com personagens da Hanna-Barbera (Flintstones, Zé Colméia) e do King Features Syndicate (Popeye), além de versões em HQ de várias séries de televisão.

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A linha de heróis foi parcialmente recuperada na revista Charlton Bullseye, onde havia histórias de Capitão Átomo, escritas por Roger Stern e feitas por Ditko, com tintas de Johh Byrne, e do Questão, feitas por Alex Toth, um dos mestres dos quadrinhos, verdadeira lenda nos EUA, autor de diversas tiras celebradas e personagens clássicos dos quadrinhos e desenhos animados americanos.

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A revista era inspirada nas publicações de fanzine próprias das duas grandes editoras, a Friends of Old Marvel – FOOM e The Amazing World of DC Comics, e foi capitaneada por Bob Layton, desenhista e escritor. Ela trazia HQs, artigos, pin-ups e entrevistas, mas infelizmente não passou do número 5.

O Questão. Arte de Alex Toth

Ao assumir a cadeira de edição da DC Comics em 1968, Dick Giordano trouxe parte dos artistas da Charton.

Entre eles, Jim Aparo, o desenhista do Fantasma, e Denny O´Neil, que faria história na editora em títulos como Batman e Arqueiro Verde. Dick instituiu novas linhas para publicações cansadas, como Batman, Aquaman e Blackhawk (conhecido no Brasil como Falcão Negro) e deu sinal verde para que Steve Ditko criasse o Rastejante e Rapina & Columba.

No começo dos anos 80, Giordano tornou-se o editor de todas as revistas do Batman. Em 1983, era vice-presidente e editor executivo da DC, quando foi responsável por toda o renascimento editorial, artístico e comercial da editora na época, graças ao reboot de Crise nas Infinitas Terras.

É muito por conta dele que os heróis da Charlton apareceram na saga. Após Crise, vários dos heróis foram aproveitados em títulos solos e chegaram até mesmo a revistas de primeira linha, como Liga da Justiça (casos do Capitão Átomo, Besouro Azul) e Esquadrão Suicida (Sombra da Noite).

O Capitão Átomo ficou tão importante na DC que foi o líder dos super-heróis contra a Aliança na saga Invasão!
O Questão de Dennis O´Neil e Denys Cowan é um dos grandes trabalhos da DC Comics nos anos 1980

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Na obra seminal Watchmen, em que o escritor Alan Moore usou análogos dos heróis e vilões da Charlton para construir a maior história em quadrinhos de super-heróis de todos os tempos, o Steel ficou de fora.

O fato de Questão, Besouro Azul, Capitão Átomo, Pacificador não terem sido usados foi que os heróis da Charlton seriam utilizados em outras revistas, e como Watchmen iria matá-los ou modificá-los drasticamente, isso impossibilitaria o uso depois.

O triste é que nunca foram (pelo menos não da maneira que imaginavam). E foi-se embora a oportunidade perfeita de eternizar os heróis da Charlton no topo dos quadrinhos mundiais. Giordano já afirmou em entrevistas que a decisão de vetar os personagens era um de seus maiores arrependimentos, haja vista a importância que Watchmen ganhou — Giordano foi o editor dela inclusive.

Dick esperava usar os heróis Charlton em uma revista chamada Comics Cavalcade Weekly, uma revista semanal de HQ, que nunca foi lançada. A imagem abaixo é uma arte de Dave Gibbons, o artista de Watchmen, criada para a revista dos sonhos de Giordano. Reparem que o Sargento Steel está presente.

Charlton e Crise nas Infinitas Terras

Todos os personagens da Charlton Comics foram absorvidos pela DC Comics no começo dos anos 1980. Com a megassaga Crise nas Infinitas Terras, que remodelou 50 anos de cronologia das revistas em histórias em quadrinhos da editora, Steel foi incorporado ao universo regular da empresa.

E ele já surge na DC como a ponte de comunidade dos super-heróis com o gabinete presidencial — o Presidente dos Estados Unidos na época era Ronald Reagan — para assuntos envolvendo os super-heróis, a despeito de sua patente de sargento, tratada aqui quase como que parte do seu “codinome”.

Sargento Steel
Arte promocional da DC para os heróis vindo da Charlton. O Sargento Steel marca presença nela

A primeira saga pós-Crise é Lendas, onde em Legends #3 (1987) temos a estreia do personagem, pelo texto de John Ostrander e Len Wein, com arte de John Byrne.

Ele tentava lidar com a terrível situação dos super-heróis proibidos de agir por decreto presidencial, já que convulsões sociais provocadas por um vilão de Apokolips inflamaram na população um sentimento contra os super-heróis.

Steel tem a chance de parar o Flash/Wally West e o Mutano, mas mostra grandeza e os deixa partir. Sem heróis por perto para deter a monstruosa ameaça de Enxofre, é a chance de Amanda Waller, uma política casca-grossa, líder da Força Tarefa X, uma organização secreta do governo para missões secretas nacionais e internacionais, por em ação sua equipe de operativos, o Esquadrão Suicida.

Capa de Lendas #3, com a estreia do Esquadrão Suicida
Sargento Steel iria parar o Flash e o Mutano na bala, mas decide deixá-los partir
Amanda Waller também fez sua estreia nessa edição
E a primeira missão do Esquadrão Suicida é enfrentar o monstro Enxofre

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AMANDA WALLER | O poder da política em Esquadrão Suicida

Sargento Steel estava junto com Reagan e Amanda na fase de pós-implementação oficial do Esquadrão, quando ela convenceu o presidente a aceitar a criação da equipe para atividades permanecentes, graças as ações bem-sucedidas contra o monstro Enxofre em Lendas.

Steel se mostrou contra desde o começo, elencando diversos motivos (válidos) de não usar criminosos para ações oficiais do governo.

Sargento Steel
Amanda Waller, Sargento Steel e Ronald Reagan na oficialização do Esquadrão Suicida

O papel inicial de Steel fica como contato de Amanda com o Presidente, bem como liderar o Central Bureau of Intelligence, uma corruptela de Federal Bureau de Intelligence, o famoso FBI, que no caso aqui do universo DC, se torna o CBI.

A organização realizaria diversas missões e várias vezes teria atividades conjuntas com meta-humanos. O CBI tinha entre seus agentes personagens como King Faraday, Sombra da Noite, Richard Dragon e o Tigre de Bronze.

Dragon é o maior artista marcial do Universo DC, tendo treinado personagens como Batman, Questão, Caçadora, os Robins e muitos outros. Ben Turner, o Tigre de Bronze, era da Liga de Assassinos, e por muito tempo esteve associado ao Esquadrão Suicida, para onde se alocou após deixar o CBI, mesmo caso de Eve Eden, a Sombra da Noite, uma jovem com poderes dimensionais de teleporte.

Já King Faraday é um dos primeiros agentes secretos dos quadrinhos americanos, criado na Era de Ouro da DC, e que precede em anos o próprio Steel e o Nick Fury da Marvel — com efeito, King e Steel são usados como análogos em diferentes obras da editora.

Página de History of DC Universe, uma espécie de “bíblia” da editora no pós-Crise, com o Sargento Steel, King Faraday, a primeira Força Tarefa X e seu “Esquadrão Suicida” e os Seis Secretos
Sargento Steel e King Faraday, dois personagens bem parecidos dentro do Universo DC

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Um ano depois de Esquadrão Suicida estrear na DC, a editora publicou a revista do Xeque-Mate, uma das organizações secretas do governo para lidar com a criminalidade e terrorismo no Universo DC. O título começou em 1988 e várias edições tiveram participações do Sargento Steel.

O escritor da série era Paul Kupperberg, um veterano da indústria, e que ainda não seja o mais genial dos roteiristas, anotou um grande trabalho em sua passagem pela revista do Vigilante, o “Justiceiro da Marvel” da DC, personagem criado por Marv Wolfman na revista dos Novos Titãs.

A arte do Xeque-Mate era majoritariamente de Steve Erwin, em uma proposta bem realista e démodé, sem escândalos gráficos e de design.

Em 1989, uma megassaga chamada Conspiração Janus ocorreu no meio de espionagem da DC, envolvendo títulos do Esquadrão Suicida, Xeque-Mate, Caçador/Mark Shaw, Capitão Átomo e Nuclear.

Todos eles contra eles mesmos e contra o perigoso Kobra e sua organização terrorista (criação de Jack Kirby no fim dos anos 1970, anos antes da franquia DE HOMINHOS G.I. Joe/Comandos em Ação fazer igual).

Conspiração Janus é uma das sagas mais legais da DC no pós-Crise
Edição do Manhunter (Caçador) da saga

No final da saga, mais especificamente em Firestorm, the Nuclear Man #87 (roteiro de John Ostrander, o mesmo responsável por Esquadrão Suicida), o sargento aprende que o herói na verdade se considerava uma força da natureza — e realmente ele é!

O Nuclear aqui é o Elemental do Fogo do planeta, assim como o Monstro do Pântano é o Elemental da Terra. É um bom momento onde vemos como que Steel encara os superseres do Universo DC.

Uma das capas mais clássicas do título do Nuclear nos anos 1980
O Sargento Steel diz para todos os envolvidos na Conspiração Janus, quando ela finalmente acaba, para ficarem de bico calado. O Nuclear não parece disposto a obedecer

Por conta dos confrontos das agências, o (então) presidente George Bush (pai) reorganizou todas elas. Entre suas várias decisões, Bush dissolveu a Força Tarefa X (que gerenciava o Xeque-Mate e Esquadrão Suicida), e promove o Sargento Steel para a alta cúpula no controle de todas as agências, que agora operam sob seu comando, no que viria a ser conhecido como o Departamento de Assuntos Meta-humanos.

No mesmo ano, o Sargento Steel foi usado por Neil Gaiman numa história em Swamp Thing Annual #5, onde ele procura a ajuda do mesmo Nuclear e até do Batman para deter a queda de um satélite em Tampa, Flórida, EUA.

Ele guarda um segredo perigoso, em uma sensacional trama de “viagem” aos anos 1960, os anos do Paz e Amor, do sexo, drogas e rock n´roll.

Foi a passagem mais “nobre” do Sargento Steel com um roteirista, já que Gaiman começava a despontar como um superstar dos quadrinhos, graças ao seu trabalho ímpar no título Sandman. A história ainda envolve Abby Cable grávida de 7 meses e meio e seus amigos Liz e Chester, todos relacionados ao Monstro do Pântano, tendo que ajudar contra a ameaça (!).

Sargento Steel

Sargento Steel

Sargento Steel
Sargento Steel por Neil Gaiman

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Sargento Steel: Anos 90

Sargento Steel
Sargento Steel na única aparição em capa do Esquadrão Suicida

Nos anos 90, em vários números do título do Exterminador (1991-1996), escritas pelo criador do personagem, Marv Wolfman, o Sargento Steel apareceu, ora perseguindo o mercenário por seus crimes, ora o usando em algumas missões escusas. Ele chega a reativar o Xeque-Mate para buscar o vilão.

O Sargento Steel reativa o Xeque-Mate para capturar o Exterminador

De 1992 a 1994, a DC publicou um título do vilão Eclipso, o diabão extraterrestre místico dono de um diamante que controla mentes.

Os escritores Keith Giffen e Robert Loren Fleming tocaram o projeto, com desenhos de Giffen e Bart Sears. O hospedeiro de Eclipso, Bruce Gordon, tenta convencer a comunidade de super-heróis da ameaça do vilão, e muitos operativos governamentais se reúnem na trama para impedir a detonação de bombas nucleares pelo mundo.

Entre eles, tivemos Amanda Waller do Esquadrão Suicida, seus ex-comandados Nêmesis e Caçador/Mark Shaw, e claro, o Sargento Steel e o Departamento de Assuntos Meta-humanos.

Bruce Gordon tenta convencer o Sargento Steel da ameaça do Eclipso

Ainda em 1992, a DC publicou uma minissérie (bastante desconhecida por aqui) chamada The Hacker Files, escrita por Lewis Shiner e desenhada por Tom Canty.

Um hacker zoneia o sistema computadorizado do governo e da comunidade de inteligência e espionagem, e o Sargento Steel tem que recorrer a um amigo, também hacker, para resolver a situação. Computadores, internet e alta tecnologia eram pautas inovadoras na época.

Outra minissérie que a DC fez em que o Sargento Steel apareceu: Danger Trail (1993), escrita por Len Wein, onde novas aventuras do agente secreto King Faraday foram apresentadas, com ele operando sob ordens de Steel.

As capas do artista Paul Gulacy eram um grande chamariz, desenhista famoso por Mestre do Kung-Fu, personagem relacionado ao mundo da espionagem na Marvel.

King Faraday é um agente secreto criado na DC Comics em uma revista do próprio título, Danger Trail #1, em julho de 1950, pelo escritor Robert Kanigher e o desenhista Carmine Infantino, duas lendas das HQs — Kanigher escreveu uma das maiores histórias de guerra dos quadrinhos americanos, Sargento Rock, co-criado com Joe Kubert em Our Army at War #83 (1959), além de ter ficado 22 anos produzindo a revista da Mulher-Maravilha, e Infantino co-criou o Barry Allen, o Flash vermelho e amarelo que apareceu em Showcase #4 (1956), o que deu início à Era de Prata dos Quadrinhos. Infantino retornou nas edições de 1993.

No mesmo ano, no título de então dos Titãs, o escritor Marv Wolfman já mostrava antigo titã Roy Harper/Ricardito (Speedy), agora apresentado como Arsenal, envolvido com Steel e respondendo diretamente à ele no Xeque-Mate.

As artes são do desenhista Bill Jaaska, um artista que tinha uma proposta inovadora de figuras e ângulos, bastante diferente dos consagrados George Perez e Tom Grummett, os maiores artistas do título.

Sargento Steel
Sargento Steel e Arsenal
Nem sempre as relações são boas no mundo da espionagem

Na última edição do título The Manhunter #13 (1995), a revista do do Caçador/Chase Lawler (“sucessor” de Mark Shaw pós-Zero Hora, outro reboot estilo Crise), o Sargento Steel aparece no final, pois ele queria saber o paradeiro do Caçador/Mark Shaw.

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Ficamos sabendo aqui que o personagem desenvolveu uma identidade de Dumas, seu arqui-inimigo já morto, como forma de se infiltrar entre vilões. O ardil foi criado por Steel para ele ter acesso ao que a comunidade criminosa estava fazendo.

Mas ao que parece o mergulho foi tão profundo que Shaw se perdeu. Lawler, em vez de ser um guerrilheiro samurai urbano letal de organizações secretas. tal qual Paul Kirk, o Caçador original, e Mark Shaw, esse Caçador agora era um roqueiro (!) que combatia demônios (!!).

Sargento Steel

Na nova revista do Capitão Marvel da DC (SIM!), o The Power of SHAZAM! (1995), escrito por Jerry Ordway e desenhado por Peter Krause, temos uma das mais improváveis parcerias dos quadrinhos, com o Sargento Steel repassando algumas missões para o Capitão Fraldinha — nome dado na tradução brasileira que resume à perfeição o personagem, que na verdade é o pirralho Billy Batson. 

Sargento Steel e o Capitão Marvel/SHAZAM. A cor do cabelo de Steel alterna entre preto e branco. Deve ser seu superpoder escondido
Starman/Jack Knight e Capitão Marvel/SHAZAM

Uma aventura dele que tem o Steel é emblemática, quando o jovem e inocente Billy encontra Jack Knight, o novo Starman, um dos personagens mais cool e “adultos” dos anos 90 na editora DC Comics, cortesia do escritor James Robinson, que roteirizava o título do personagem, que era tudo menos um super-herói convencional.

É na revista do Capitão Fraldinha que o departamento de Steel finalmente ganha sua denominação oficial: em The Power of Shazam! #15 (1996) surge o Department of Metahuman Affairs.

Já no final dos anos 90, a revista Arsenal (1998), escrita por Devin Grayson e desenhada por Rick Mays, também tem o Sargento Steel, em alguns flashbacks de Roy com algumas de suas missões sob comando do sargento.

Em 1999, finalmente Dick Giordano conseguiu produzir um título com os heróis da Charlton. A minissérie em 6 partes chamada The L.A.W. (Living Assault Weapons), desenhada pelo seu amigo de longa data na Charlton, Bob Layton, em uma aventura que juntou o Questão, Besouro Azul, Pacificador, Sombra da Noite, Mestre Judoca e, claro, o Sargento Steel.

Um post recente do perfil de Bob Layton no Twitter mostra o quanto que Dick Giordano gostava de Steel, com uma página desenhada pelos dois (Giordano arte-finalizou grandes obras da DC Comics), com o personagem em uma rara cena de carinho e afeto com um interesse amoroso. É a página original 21 de The L.A.W. #2.

Sargento Steel: Anos 2000

Quando Lex Luthor é eleito Presidente dos Estados Unidos em 2000 no Universo DC, o cargo do Sargento Steel é dado para Amanda Waller. Apenas quando o vilão é exposto por crimes cometidos que Steel retoma suas funções executivas.

Em Crise Infinita (2005), megassaga que continua alguns eventos apresentados em Crise nas Infinitas Terras, temos uma aparição do Sargento Steel clássico da Charlton Comics, em um pequeno quadro descritivo, junto com os outros heróis.

Crise Infinita e um flashback dos eventos de Crise nas Infinitas Terras

Em Manhunter #15 (2005), uma nova revista do Caçador, agora com Kate Spencer como dona do nome (no Brasil ela foi traduzida como Justiceira, já que a DC já tinha a heroína Huntress como Caçadora por aqui), descobrimos que parte da conturbada vida de Mark Shaw, o Caçador, é fruto direto de lavagem cerebral via nanitas (robôs microscópicos), e que ele desenvolveu a identidade de Dumas à revelia de sua vontade.

Com efeito, é mostrado que regularmente Shaw opera como Dumas sem nem saber disso, e que Steel até prefere ele assim, do que como o verdadeiro Shaw.

Os eventos do Caçador ocorrido na revista do Eclipso já eram frutos dessa lavagem cerebral, e depois fica implícito que Steel programou até o pobre Chase Lawler, o que explicaria as pirações de sua revista rock´n roll demoníaca.

Steel e seu operativo Mark Shaw como Dumas. O antigo bastão cósmico do Caçador acabaria nas mãos de Kate Spencer

No pós-Crise Infinita, que entre muitas coisas lidava com o fato da Mulher-Maravilha ter matado o então maligno Maxwell Lord, então comandante de um Xeque-Mate “independente”, o Sargento Steel montou um novo gabinete no Departamento de Assuntos Meta-humanos, e com a ajuda de Nêmesis — que ele diz ser o agente secreto mais habilidoso do Universo DC — e da agente secreta Diana Prince, busca encontrar a Mulher-Maravilha para fazer ela pagar por seus “crimes”. Agora ele é tratado muitas vezes como Diretor Steel.

Sargento Steel e Nêmesis
A agente Diana Prince (Mulher-Maravilha)
Steel está atrás da Mulher-Maravilha pelo assassinato de Maxwell Lord

Acontece que Diana é a identidade secreta da heroína amazona, uma persona criada pelo Batman para ajudá-la a se esconder na frente de todos, até dos dois maiores agentes secretos da DC.

Nas diversas aventuras do título da amazona, Mulher-Maravilha (2006), Steel foi capturado pela bruxa mitológica Circe, é enfeitiçado, teve sua mente alterada de maneira perniciosa pelo Dr. Psycho, que lhe aumentou a paranoia e desconfiança, e teve que lidar com as constantes traições de seu maior agente, Nemesis, que estava enamorado da agente Diana, a Mulher-Maravilha. É uma das mais longas e destacadas fases do personagem.

Steel quer as tecnologias das amazonas para o Governo Americano quando consegue deter a heroína
O agente Nêmesis disfarçado como o Sargento Steel
Steel diz que Tom Tresser, o Nêmesis, é o melhor agente secreto que ele já viu
Mas isso não impede Steel de fazer o que precisa, quando ele não é leal como gostaria

Também em 2006, tivemos mais um título do Xeque-Mate, escrito por Greg Rucka e desenhada por Jesus Saiz.

Na edição #9, a nova organização (que entre os líderes tem Amanda Waller, a agente secreta brasileira Beatriz daCosta/Fogo, antiga heroína da Liga da Justiça Internacional, Sasha Bordeaux, ligada ao Batman, e King Faraday) entra em choque numa missão que o Sargento Steel estava com seus operativos do Departamento de Assuntos Meta-humanos.

E entre 2006 e 2008, a DC publicou a saga “O Último Filho” no título Action Comics, do Superman.

O herói teve que lidar com o General Zod, que estava para escapar de sua prisão na Zona Fantasma, onde teve um filho, que o Superman adota como Christopher Kent.

O roteiro é de Geoff Johns e Richard Donner, cineasta que fez Superman, o clássico filme de 1978 do personagem com o ator Christopher Reeve. A arte é de Adam Kubert, e o Sargento Steel aparece na saga para conter a ofensiva militar que Zod promove contra os EUA. Inevitavelmente, ele entra em conflito com o Superman pela criança envolvida.

Superman dando um coça no Sargento Steel

Novos 52: reboot

Com a saga Os Novos 52, a editora DC Comics promoveu a sua mais radical reformulação editorial e comercial, jogando no lixo 80 anos de histórias e cronologia. Se com Crise nas Infinitas Terras algo ainda foi preservado — casos do Batman, Nêmesis, Caçador/Mark Shaw –, com os Novos 52, praticamente tudo se tornou tábula rasa.

Nada mais do que conhecíamos do Sargento Steel vale.

Assim, O.M.A.C., o novo título da DC para o conceito criado por Jack Kirby nos anos 1970, estreou no reboot dos 52 pelas mãos dos escritores Dan DiDio (o então chefão da DC) e Keith Giffen (com desenhos dele) em 2011.

E na junção dos vários conceitos apresentados por Kirby no OMAC, o Exército de um Homem Só, temos muitas novidades, como um novo Sargento Steel agente de campo do Xeque-Mate.

Como operativo da organização, ele deve investigar o ataque de OMAC ao Projeto Cadmus quando o satélite Irmão-Olho se torna um renegado. Com efeito, Didio e Giffen até colocaram a mão nele de novo (!), ao menos por um tempo, já que ele a perde exatamente em um confronto com o OMAC.

Sargento Steel
No reboot, o Sargento Steel agora é um agente do Xeque-Mate

Sargento Steel

Sargento Steel
E ele inevitavelmente perde a mão

Com mais uma reformulação criativa planejada pela DC, já que os Novos 52 foi um fracasso, em 2014 a editora publicou a saga Multiversity.

A saga foi escrita por Grant Morrison, que já tinha tentado um reboot na DC com Crise Final (2008), antes do Novos 52. Spoiler: claro que Multiversity também não resolveu nada.

É sabido no meio especializado em quadrinhos que Grant Morrison e Alan Moore tem uma certa rivalidade criativa, com os dois pouco fazendo para esclarecer quem começou a briga e suas razões — apesar de Grant ser muito mais birrento com isso do que Alan, que pouco dá importância para qualquer coisa inócua como isso.

Os heróis Charlton Comics por Grant Morrison. Arte de Frank Quietely

Por isso, não foi surpresa quando Morrison criou com o desenhista Frank Quitely a edição especial The Multiversity: Pax Americana #1 (2015), o seu “próprio Watchmen”, ao mostrar uma trama não-linear de assassinato com personagens da Charlton Comics da Terra-4.

Temos aqui um Questão/Vic Sage, um Pacificador, uma Sombra da Noite, mas com um Capitão Átomo diferente, Allen Adam — bem mais poderoso que o original, já visto em Crise Final — e agora com um Sargento Steel também, mostrado bem mais paranoico e perigoso do que a conhecida versão convencional da DC.

Sargento Steel
Sargento Steel em Multiversity – Pax Americana

Steel no DC Animated Universe

Fora das HQs, a única aparição do Sargento Steel ocorreu apenas recentemente, no filme animado Batman and Harley Quinn (2017), tangencialmente relatada como parte do DC Animated Universe, o universo de histórias do desenho animado da DC (iniciado com a serie animada do Batman de 1992).

Nas palavras do próprio Bruce Timm, desenhista, character design, produtor e criador da série, trata-se de um produto canônico. Foi o primeiro produto do DC Animated Universe em anos, desde sua última aparição, com o filme Batman – O Mistério da Batwoman, de 2003.

O filme é o oposto do que ele mesmo criou com a consagrada série animada. É adulto, violento, sacana, errado, e mais importante, não parece se levar a sério em nenhum momento.

Sargento Steel
Sargento Steel finalmente estreia no DC Animated Universe 

Escrito pelo próprio Timm, a trama mostra um Sargento Steel como líder da organização secreta A.R.G.U.S. (criada na DC pós-Novos 52), que procura a ajuda do Batman para deter a Hera Venenosa e o Homem-Florônico.

O filme ficou famoso e infame por diversas liberdades criativas e situações inusitadas e esdrúxulas, como mostrar uma Arlequina um tanto que bagaceira — ela peida com som e odor dentro do batmóvel com o Batman e Asa Noturna (com quem tinha transado momentos antes).

A animação também promove uma rápida aparição inútil (até pela boca dos heróis) do Monstro do Pântano e tem um final seco e abrupto que poucos devem ter gostado.

Asa Noturna, Arlequina e Batman
Homem-Florônico e Hera Venenosa
O Monstro do Pântano
A sexualização da Arlequina está nas alturas nesta animação
Bem como o resto dela

O DC Animated Universe é composto pelas séries Batman (1992-1995), New Batman Adventures (nome da segunda temporada, 1997-1999), Superman (1996-
2000), Batman Beyond (Batman do Futuro, 1999-2001), Zeta Project (Projeto Zeta, 2001-2002), Static Shock (Super Choque, 2001-2004), Justice League (Liga da Justiça, 2001-2004), Justice League Unlimited (nome da segunda temporada, Liga da Justiça Sem Limites, 2004-2006), além dos filmes Batman: Mask of the Phantasm (Batman – A Máscara do Fantasma, 1993 ), Batman & Mr. Freeze: SubZero (1998), Batman Beyond (uma colagem de episódios de TV do Batman do Futuro, 2000), Batman Beyond: Return of the Joker (Batman do Futuro – O Retorno do Coringa, 2000), Batman: Mystery of the Batwoman (Batman – O Mistério da Batwoman, 2003), Batman e Arlequina (2017) e Justice League vs. the Fatal Five (Liga da Justiça Contra os Cinco Fatais, 2019).

Em 2015, há um aceno para o personagem, em seu antigo mood pós-Crise, em Grayson #9, escrito por Tom King, um ex-agente da CIA (é sério) com arte de Mikel Janín.

A revista era do ex-Robin Dick Grayson, que agora era um agente da organização secreta Spyral. Em uma cena, é mostrado diversos figurões do mundo da espionagem do mundo da DC, como o Sargento Steel, King Faraday e até uma versão (bem horrível) do Nêmesis.

Mas ficou apenas nisso, pois não se explicou a presença e aparência deles depois.

A última aparição do Sargento Steel na DC Comics foi em Grayson #9, de 2015. Aqui ele está junto com outros figurões da espionagem da DC, como o King Faraday. O texto é de Tom King, um ex-agente da CIA que virou escritor de quadrinhos de super-heróis na DC (é verdade, juro)

Foi a “última” aparição de Steel na DC Comics, que não parece dar muita importância para seu antigo núcleo de personagens de espionagem dos anos 1980/1990/2000.

De qualquer maneira, a DC trouxe (bem mais ou menos) o agente Nêmesis de volta — apenas para matá-lo duas vezes (!), uma em Heróis em Crise (2019), do mesmo Tom King (uma saga extremamente criticada), com aparições apenas em alguns quadros, e em Evento Leviatã (2019), de Brian Michael Bendis, que mostrou Nêmesis já morto em um página em um tie-in (derivado) da saga na revista Action Comics.

Essa saga transforma Mark Shaw em Leviatã, um dos maiores vilões da DC da atualidade.

Leia mais

NÊMESIS | O agente secreto super espião da DC Comics

Nemesis em Heróis em Crise, com sua aparência pré-Novos 52
Mark Shaw, o Caçador, é agora o Leviatã
Todo o passado do personagem como membro do Esquadrão Suicida, e sua relação com Amanda Waller, parecem ter sido ignorados

Atualmente, a editora tem um novo título do Xeque-Mate em andamento, o Checkmate, que continua os acontecimentos do Evento Leviatã, com um tal de King no comando (seria o King Faraday? não parece), escrito pelo próprio Bendis, e essa é a melhor aposta para um retorno do Sargento Steel na DC Comics, até porque o roteiro, coerência e cronologia aqui foram pro saco.

Nêmesis foi mostrado nas duas sagas citadas exatamente como o pós-Crise, assim como Shaw em Evento Leviatã, que nesse caso é pior ainda, já que todo seu background no Esquadrão Suicida nas mãos de Amanda Waller e Steel deveria contar, mas é ignorado solenemente.

Uma boa aposta no retorno do Sargento Steel pode ser no novo título do Xeque-Mate, que dessa vez é encabeçado por um personagem chamado King, o cabeludo da capa (e que não parece ser o King Faraday)

Sargento Steel

Sargento Steel

O que o futuro reserva para o Sargento Steel na DC Comics?

Nick Fury vs. SHIELD, saga de 1988 da Marvel Comics, capas de Jim Steranko, Bill Sienkiewicz, Joe Jusko e outros
Nick Fury e sua estreia como agente secreto na Marvel Comics, roteiro e arte de Jim Steranko, em 1963
O mood de Sargento Steel foi totalmente retirado de Nick Fury

A imagem abaixo é a arte original de um poster incluído na edição de luxo da publicação The History of the DC Universe, lançada em 1988.

É uma das imagens mais famosas do mercado de quadrinhos. Um painel com os personagens da editora, 53 heróis da DC Comics, com design do artista Joe Kubert e ilustrados por 54 desenhistas, os maiores artistas da indústria — Jack Kirby e Mike Royer no Darkseid e Bob Kane no Batman e Robin, por exemplo.

Só os melhores pelos melhores.

O Sargento Steel desenhado está aí — desenhado por Dick Giordano. Está sentado no chão, na ponta direita da imagem.

/// NICK FURY. O agente secreto da Marvel Comics veio depois de King Faraday, mas é curioso como a DC Comics o usou como “molde” para o Sargento Steel.

A arte cinematográfica e revolucionária (pra época, sem balões de fala), de Jim Steranko
Arte de David Finch
Arte de Phil Noto
Nick Fury Marvel Comics
Quando a Marvel criou o Universo Ultimate nos anos 2000, o Nick Fury desse universo teve design totalmente baseado no ator Samuel L. Jackson, pela arte de Bryan Hitch. Sua primeira aparição foi em Ultimate Marvel Team Up #5 (2001)
Esse quadrinho/cena em especial chamou a atenção do ator e seu empresário, que chegaram a pensar em processar a Marvel
Nick Fury Marvel Comics
Mas seria o próprio Samuel L. Jackson a ser chamado para interpretar o personagem nos filmes do Marvel Studios, que faz uma mistura de conceitos e design nas telonas dos materiais originais dos quadrinhos, para criar sua própria narrativa. O ator na pele do personagem fecha o círculo de autorreferências. Nick Fury/Samuel L. Jackson estreou no primeiro Homem de Ferro, de 2008
Nick Fury Marvel Comics
Como ele não era do universo regular da editora, e seu apelo com o sucesso dos filmes do Marvel Studios só crescia, a empresa optou por “trazer” o personagem de algum modo. E assim, ficou estabelecido que Nick Fury teve um filho anos atrás, o “Nick Fury Jr.”. Que, ora só, era negro, se tornou um militar casca-grossa, depois espião, e também perdeu um olho
Nick Fury Marvel Comics
Até hoje o “Nick Fury Jr.” está por aí na editora

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CAÇADOR PAUL KIRK | O Arco-Íris da Gravidade de Archie Goodwin e Walt Simonson

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