GAME OF THRONES | Comece o jogo bem e perca no fim

O série de livros A Song of Ice and Fire é conhecida no Brasil como As Crônicas de Gelo e Fogo, mas a série de TV, baseada na obra literária criada pelo escritor americano George R. R. Martin, manteve o nome de Game of Thrones, o título do primeiro livro da série, aqui traduzido como A Guerra dos Tronos, até o fim de sua vida televisiva.

Martin também escreveu três contos derivados e algumas novelas que consistem de resumos dos livros principais.

Grande fã de quadrinhos de super-heróis (com direito a carta de fã publicada numa revista quando criança), história medieval e cultura pop, Martin começou a desenvolver a ideia de Game of Thrones em 1991, mas o começo desse épico só foi acontecer em 1996, com a publicação do primeiro livro.

Originalmente concebida para ser uma trilogia, a série consiste em já cinco volumes publicados — com mais dois planejados.

O primeiro livro é o Game of Thrones, lançado em 1996; o segundo é A Clash of Kings, de 1998; o terceiro foi A Storm of Swords, publicado em 2000; o seguinte foi A Feast for Crows, lançado em 2005; e o mais recente livro das Crônicas de Gelo e Fogo foi Dance with Dragons, publicado em 2011, quando teve início a série de TV.

Ainda faltam mais dois serem publicados, sempre adiados por Martin. Deu tempo até da série de TV terminar, com 8 temporadas, e esses livros ainda não saíram.

Game of Thrones fim
Fãs da saga literária de Game of Thrones esperando os dois livros concluírem a saga

Como destacado no primeiro artigo desse especial, as primeiras temporadas do começo de Game of Thrones são as melhores de toda a série, e figuram entre os grandes momentos que o formato de seriado TV já entregou para o mercado de cultura pop, desde que essa linguagem foi criada.

A qualidade narrativa, cimentada em cima do talento literário de Martin e seus livros, foi o toque de Midas necessário para que gelo, fogo e sangue fossem os ingredientes necessários para essa explosiva novela de brigas familiares, romances impossíveis e mortes atrozes.

Game of Thrones explodiu em popularidade, e se tornou um fenômeno da cultura pop, com público em todas as faixas etárias e sociais e crítica se rendendo para as aventuras dessa guerra civil medieval de gelo e fogo.

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A delicada e necessária experiência de planejar um final de série

No começo da série de TV de Game of Thrones, em 2011, tínhamos nas telinhas também a estreia de Homeland, série de guerra e espionagem, do canal Showtime.

Um ano antes, o canal estreou a série dramática de contrabando, passada na época da Lei Seca dos EUA, Boardwalk Empire, sem contar que já passava a maconheira Weeds e o serial killer de criminosos Dexter.

Tony Soprano revolucionou o modo de se construir um protagonista

Foi a HBO (dona de Game of Thrones) quem incendiou a TV com OZ, em 1997, série criminal passada dentro de um presídio.

A série seguinte foi a libertadoramente sexy e autocentrada Sex and The City (1998); a rotina da família e da máfia, Sopranos (1999), a melhor obra audiovisual já feita no mercado; a série policial imunda e humana The Wire (2002); a brilhante e morta série de velho oeste Deadwood (2004); e a épica e profana Roma, de 2005.

Quando vemos a família Stark e Lannister rumo ao caos e escuridão em Game of Thrones, a AMC já passava Breaking Bad, série criminal e de espiral humana há 3 anos; os mortos-vivos de Walking Dead já estavam há 1 ano na telinha; e o mundano e mentiroso Mad Men ia para sua quinta temporada.

No FX, os Filhos da Anarquia alastravam o crime em cima de motos há 4 temporadas.

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É preciso uma enorme habilidade para satisfazer a audiência e fechar pontas soltas de modo satisfatório no desfecho de uma série que durou quase 10 anos

Game of Thrones foi transmitido originalmente pelo canal HBO entre 17 de abril de 2011 até 19 de maio de 2019 nos Estados Unidos, e atualmente está disponível no streaming da emissora.

O fim de Game of Thrones a partir da quinta temporada

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Cersei Lannister planejando seu domínio em Westeros

Os showrunners (termo em inglês, exclusivo do mercado americano, para o responsável pelo projeto como um todo, desde o roteiro até a finalização) David Benioff e D. B. Weiss usaram ao longo de oito temporadas e 73 episódios (alguns com mais de 1h de duração), grande parte do enredo dos primeiros cinco livros de Martin, com diversas liberdades criativas, cortes, adaptações e invencionices.

A partir da quinta temporada, ficaram por si mesmos, já que tinham usado tudo dos livros.
E é aí que o gelo muito bem feito começou a derreter com um fogo de origem muito duvidosa.

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Só sendo cego para não ver como Game of Thrones mudou da quinta temporada em diante

No momento que precisaram definir o curso de ações dos Stark, Lannister e, mais importante, do núcleo de Dorne e de Daenerys Targaryen, os produtores, tal qual Ned Stark, escolheram muito mal.

Ainda que as temporadas 5, 6, 7 e 8 apresentem muitos elementos divertidos, tramas instigantes e cenas épicas e inesquecíveis, sabemos muito bem que estamos assistindo um produto bem inferior ao que foi antes apresentado.

A segunda metade de Game of Thrones (que nem é metade “certa”, já que tem menos episódios) é um fim torto para uma série tão carismática, sensual e cativante.

Como uma boa noite de sexo (que Game of Thrones tem aos montes), tudo começou muito bem, mas no fim, depois de algumas vezes seguidas, o pique já não era o mesmo.

Mas o que importa é que no todo, foi muito bom, né? =)

No final de junho de 2021, Martin deu uma entrevista ao canal WTTW, onde reclamou da forma que a série Game of Thrones alcançou e ultrapassou seus livros As Crônicas de Gele e Fogo antes do fim que planejava no mundo literário.

Ele disse que a história adaptada tomou rumos diferentes dos que ele planejou para os livros.

Quando eles começaram aquela série, eu já tinha quatro livros impressos, e o quinto saiu assim que a série estava começando, em 2011. Eu tinha uma vantagem de cinco livros. E estes são livros gigantescos, como você sabe. Nunca pensei que me alcançariam, mas me alcançaram. Eles me pegaram e passaram por mim, e, você sabe, isso se tornou um pouco estranho — porque agora, a série estava à minha frente, e o show estava indo em direções um pouco diferentes” (tradução via Omelete).

Game of Thrones entrou para o Livro de Recordes como a série dramática com a maior transmissão simultânea ao redor do mundo. O número foi alcançado graças ao segundo episódio da quinta temporada, intitulado The House of Black and White.

Segue o resumo do Destrutor das temporadas 5, 6, 7 e 8.
A primeira parte você pode conferir abaixo.

GAME OF THRONES | O começo do jogo dos tronos

A Quinta de Sua Temporada

Mace Ryder não se ajoelha para Stannis Baratheon — que precisa desesperadamente de reforço para seu exército e tentar um segundo ataque em Porto Real — e ensina muito para Jon Snow as consequências do orgulho.

Esse episódio 05×01 é uma continuação direta do anterior 04×10, acontecimento raro no lore de Game of Thrones, o que diz muito sobre seu fim também. Também vemos o funeral de Tywin Lannister, a nomeação de Jon Snow como Lorde Comandante da Patrulha da Noite (com uma pequena forcinha de Stannis) e Arya em Bravos, sozinha do outro lado do mundo.

Provando que inteligência é rara nos Stark, Sansa recusa uma ajuda providencial de Brienne e escolhe permanecer sob os cuidados de Mindinho, que não parece ter planos de ficar no Ninho da Águia por muito tempo.

Daenerys mata um escravo liberto que matou um Harpia, guerrilheiros mascarados rebeldes contra o novo regime anti-escravocrata da Mãe dos Dragões, e tudo começa a ruir em Meereen.

Em Westeros, somos introduzidos à Fé Militante, uma ordem religiosa de fanáticos dos Sete Deuses, que deveria injetar novo ânimo nas dinâmicas de Porto Real com os Lannisters, mas que se provaria enfadonho pelo uso excessivo e desmedido.

Mesmo com o Alto Pardal (Jonathan Pryce) em bom momento, cansa. Apenas Margaery Tyrell ainda é legal nesse núcleo, mas ela e seu irmão Loras logo caem, por conta das maquinações de Cersei para que os “pecados” deles pesem demais na conta dos fanáticos — ele por ser gay, e ela por mentir a respeito disso.

Não importa a Tyrell agora ser Rainha. Ela terá que se dobrar.

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Jorah, Daenerys e Barristan

Sor Barristan (Ian McElhinney) é morto em um confronto sensacional com as Harpias, e junto com ele, morre grande parte da mitologia de Game Of Thrones, já que o antigo cavaleiro viu o fim do Rei Louco, do Rei Robert e a ascensão dos Lannisters, fora um monte de acontecimentos importantes das Casas como um todo.

Com certeza, uma figura que podia somar muito, e primeiro tiro no pé dos roteiristas sem o apoio dos livros.

Temos também o horrendo encontro do psicopata Ramsay Snow (Iwan Rheon), filho bastardo de Roose Bolton, com Sansa Stark, uma tensão que é palpável, ainda mais pelo mutilado e castrado Theon, agora chamado de Fedor, após meses (anos?) de tortura e mutilações provocadas por Ramsay.

Mindinho obriga Sansa a casar com o bastardo demente para unir e comandar duas casas do Norte, Stark e Bolton, e não há pior destino que Sansa poderia imaginar.

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Sansa cai nas garras do psicopata Ramsay Snow, o bastardo Bolton

Na Muralha, Jon se convence que precisará da ajuda dos Selvagens se quiser vencer os zumbis e os Caminhantes Brancos. Arya reencontra Jaqen e ele lhe mostra a impressionante Casa do Preto e Branco.

Tyrion e Jorah tentam se entender na difícil decisão de procurar Daenerys de novo: ele para tentar levar a anão para a Mãe dos Dragões e tentar se redimir, e o pequeno Lannister querendo um encontro por vontade própria com a herdeira Targaryen.

Conversando a gente se entende, mas não no mundo de Game of Thrones.

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A Casa do Preto e Branco

No episódio Unbowed, Unbent, Unbroken (05×06), o ator Adewale Akinnuoye-Agbaje faz uma participação especial — ele é o Senhor Eko da série Lost.

Jorah acaba como um gladiador para se reaproximar de Deny, que agora tem apenas os conselhos — e bang — de Dario Naharis (Michiel Huisman). “Um soberano deve ser carne ou carniceiro“, diz ele para ela, em certo momento, no meio do tormento de governo que é Meereen.

As Serpentes de Areia são uma grande adição nesta temporada, e se mostram a melhor coisa para acompanhar na trama — a saber: Obara Sand (Keisha Castle-Hughes), Nymeria Sand (Jessica Henwick) e Tyene Sand (Rosabell Laurenti Sellers).

Todas são filhas bastardas de Oberyn (por isso o nome bastardo característico da região: Sand, “areia“).

Aliás, é mais uma prova do poder que Dorne exerce no lore de Game of Thrones até o seu fim, ao menos na mitologia do livro, e um dos maiores pecados da série, em não dar mais destaque para esse núcleo.

Jorah finalmente consegue entregar Tyrion para Deny, e a interação dos dois é ótima. Ótimo também é Cersei afrontada pelo Alto Pardal.

O velho religioso escapa de seu controle muito rapidamente na escalada do poder em Porto Real.

É nesta temporada que Deny diz sobre “quebrar a roda“, em referência às dinâmicas de poder que imperam no mundo de Essos e Westeros.

Jon constrói uma aliança com os Selvagens, muito por conta de Tormund. É neste ponto que Game of Thrones entrega a grandiosidade que veremos perto do fim, pois Jon Snow luta contra um wight aos olhos de ninguém menos do que o Rei da Noite.

O conflito, que acontece em Hardhome, é uma grande batalha campal que ocorre no acampamento do Povo Livre perto de mares congelados, e é um dos grandes momentos do seriado, e mais impressionante ainda é ver o Rei ressuscitar os mortos.

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Já era um Caminhante Branco
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O Rei da Noite e seu poder de reanimar os mortos

Enquanto isso, na ensolarada e quente Dorne, Jaime e Bronn tentam resgatar Myrcella Baratheon (dessa vez interpretada pela lindinha Nell Tigre Free), antes que os dorneses retaliem pela morte de Oberyn. Definitivamente, pelo que vemos, Myrcella é a melhor dos Lannisters nessa Terra maldita de Game of Thrones.

E quem vemos também no trágico caminho do fim é Stannis Baratheon, tio da garota.

Ele perde completamente a cabeça pela ânsia do poder e faz o inimaginável: queima viva sua filha Shireen (Kerry Ingram) em holocausto para o Senhor Vermelho, por influência de Melisandre. Sem surpresa nenhuma, a esposa se mata de desgosto pouco tempo depois.

Metade dos homens de Stannis o abandonam depois dessa atrocidade.

No último episódio dessa quinta temporada, corrido e apressado, tudo comprimido, Sansa Stark finalmente toma uma decisão corajosa em sua vida e prefere a morte do que viver mais um dia com Ramsey Snow, e foge com Theon, pulando do topo de um castelo para a morte certa.

Arya começa a sua vingança contra tudo e todos, e a vítima aqui é Meryn Trant (Ian Beattie), um dos cavaleiros da Guarda Real, de passagem em Bravos. A cena é ótima, bem sanguinária e catártica, mas Arya não escapa de ser punida.

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A vingança de Arya começa a escalar para os grandes alvos

Afinal, ela não pode nem sequer mais ser Arya, quanto mais consumar um ato em nome de alguém que ela não deve ser.

Ela esta em treinamento para ser ninguém, uma espécie de ninja assassino de aluguel sem identidade, que a Casa do Preto e Branco oferece mediante pagamentos. Assim, ela é punida por Jaqen com a perda da visão.

A morte é presença constante nesse desfecho: Brienne mata um Stannis derrotado pelo Exército Bolton e sem nenhum mais homem a seu lado; Myrcella morre envenenada na frente do tio/pai Jaime; e Jon Snow é assassinado brutalmente por sua suposta “traição” em fazer aliança com os Selvagens, esfaqueado até a morte pelos próprios companheiros — até o pequeno Olly (Brenock O’Connor) mete a faca no bastardo (e com razão, já que sua família e vila inteira foram chacinados por Tormund e seus amigos).

Não bastasse tudo isso, Daenery é deixada pelo seu dragão Drogon em meio a dothrakis, inadvertidamente.

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Jaime tem poucos momentos com Myrcella, o suficiente para ela já antecipar o que ele lhe diria: que é seu verdadeiro pai. Para logo em seguida morrer na frente dele
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Daenerys Targaryen volta para onde tudo começou

Conseguirá a Mãe de Dragões se safar do povo do seu ex?

A Sexta de Sua Temporada

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Arte promocional para a sexta temporada, um dos melhores de todas de Game of Thrones

De novo uma temporada começa quase que imediatamente após a outra, afinal, o gancho com a morte de Jon Snow foi de alto impacto dramático e visual.

E claro que ele não permaneceria morto. Sua ressurreição é providenciada por Davos, que a contragosto procura Melisandre para conseguir tal feito, mesmo que ela mesma não esteja mais crente assim no Senhor Vermelho.

Afinal, Stannis só conseguiu desgraça com a morte de sua filha Shireen. É uma grande liberdade criativa, já que a ligação de Sor Davos com Jon Snow é 0 (zero) para que ele procurasse Melisandre, alguém que ele preferia matar.

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Theon começa sua longa jornada de redenção ao ajudar sua “irmã” Sansa, que por sua vez o ajuda também

Sansa e Theon, no pulo suicida, conseguiram se salvar, e Brienne mais uma vez cruza o caminho da ruivinha Stark, que dessa vez aceita a proteção oferecida pela cavaleira (ainda não nomeada, vale ressaltar).

Finalmente volta a trama com Bran, que agora passeia em espírito, pelo passado de eventos de Westeros, em companhia do Corvo de Três Olhos, agora interpretado pelo grande Max Von Sydow.

Jaime enfrenta o Alto Pardal, já que Cersei está sem poder fazer nada, ainda mais com o Rei Tommen apaixonado pela Margaery. Com sua amada presa, ele faz o que o Alto Pardal desejar.

O Corvo de Três Olhos

Quando Jon retorna do mundo dos mortos, ele diz que não há nada do outro lado.
Nada. E isso diz muito sobre o fim de Game of Thrones.

Há uma sensacional lembrança de Bran e o Corvo em uma situação importante do passado, envolvendo um jovem Ned Stark em busca de sua irmã Lyanna (Aisling Franciosi), que está com Rhaegar Targaryen (Wilf Scolding) — não se sabe por vontade própria ou não.

Isso acontece logo depois da morte do Rei Louco e a tomada do poder em Westeros por Robert Baratheon. A ação acontece na Torre da Alegria, em Dorne. Ned e outros guerreiros tem que enfrentar ninguém menos do que Sor Arthur Dayne (Luke Roberts), a Espada da Manhã, o melhor espadachim do mundo na época, membro da Guarda Real e melhor amigo de Rhaegar, que nessa altura já tinha sido morto por Robert na Batalha do Tridente.

Pelo lado da Daenerys da Casa Targaryen, a Primeira do Seu Nome, Daenerys Nascida na Tormenta, A Não-Queimada, Mhysa, A Rainha no Outro Lado do Mar, A Rainha Prateada, A Rainha Dragão, A Princesa Que Foi Prometida, Rainha dos Andalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Protetora do Território, Khaleesi do Grande Mar de Grama, Destruidora de Correntes, Mãe dos Dragões, ou, pra simplificar, Daenerys Targaryen, as coisas andam muito mal.

Capturada pelos dothraki, a loirinha é levada para Vaes Dothrak, única cidade no “Mar” Dothraki, localizada próximo ao extremo nordeste de Essos, onde todas as esposas de khal devem permanecer para sempre quando viúvas.

Algumas se tornam mulheres sagradas conhecidas como dosh khaleen. É esse o destino que espera por Deny.

Rickon Stark também finalmente retorna, junto com Osha, para cair nas mãos do psicopata Ramsay. Quando Jon finalmente esta prestes a se vingar de todos que o esfaquearam até a morte, é Sor Alliser Thorne (Owen Teale), grande personagem detestável, e que nunca gostou do bastardo, que lhe dá a palavra final, antes de sua merecida morte.

Eu lutei. Eu perdi. Agora descansarei. Mas você, Lord Snow, você lutará batalhas eternamente.” Depois de matar todos — incluindo o pobre Olly –, Jon deixa a Patrulha. Já que ela acaba com a morte de um patrulheiro, e como ele já morreu…

Isso proporciona um dos momentos mais aguardados de toda a série: o começo da reunião dos Stark. Antes de sair de Castelo Negro, Jon reencontra Sansa (lembrando que eles nem chegaram a contracenar na primeira temporada).

E a ruiva quer retomar Winterfell, que Ramsay tem nas mãos no momento. Outro grande momento é quando Brienne diz na cara de Melisandre e Davos que liquidou Stannis Baratheon.

Mindinho reaparece na vida de Sansa, e agora pode trazer ajuda do Vale de Arryn para auxiliar na retomada de Winterfell.

Em Vaes Dothrak, Deny reverte a situação com muita engenhosidade e quebra totalmente o rolê, conseguindo o apoio imediato de milhares de dothrakis, depois de matar khals carbonizados vivos dentro de um salão de madeira, em uma cena épica.

Margaery ainda é prisioneira da Fé Militante, e seu irmão Loras já se encontra totalmente quebrado em espírito.

Theon, depois de deixar Sansa em segurança com Brienne (antes dela encontrar Jon na Muralha), parte para as Ilhas de Ferro, para retomar relações com sua irmã Yara. Apesar de encontrar resistência em Sansa, Mindinho ainda a influencia de alguma maneira, e consegue que ela aceite sua ajuda contra os Bolton.

Arya reconquista a confiança de Jaqen, deixa de ser cega, e treina mais duro ainda para ser uma ninguém.

Bran descobre que as Crianças da Floresta deram vida aos Caminhantes Brancos/wights inadvertidamente, em sua guerra contra os Primeiros Homens, milhares de anos atrás, no início da colonização de Westeros.

Eles deveriam servir de arma de guerra, mas claro, escaparam de controle. A cena mostra inclusive a origem do Rei da Noite. Mais ainda: O Rei consegue inacreditavelmente ver o espirito de Bran navegando no passado, e com efeito, segura o braço do garoto.

O Corvo de Três Olhos fica pistola da vida e encerra esses passeios com um tenebroso “Chegou a hora!“.

Crianças da Floresta, os primeiros habitantes de Westeros
Quando os Primeiros Homens vieram de Essos para Westeros, começou uma guerra. E as Crianças da Floresta elaboraram uma arma biológica para combatê-los. Adivinhem o que eles se tornaram?

Meera Reed é a primeira da raça humana na atualidade (do seriado) a ver o Rei da Noite e seu exército.

Eles atacam todos que estão dentro da caverna (onde estão algumas Crianças da Floresta e o Corvo de Três Olhos. A menina até chega a matar um deles. O lobo de Bran, Verão, morre em uma cena bem triste, não mais do que Hodor, quando descobrimos a razão de seu nome, graças a um insuspeito paradoxo temporal que o jovem Stark provoca em suas viagens espirituais ao passado.

Isso ocorre quando ele possuí Hodor velho pra escapar mais rápido da caverna, ao mesmo tempo em que ele está no passado vendo um Hodor criança. O criado gigante dos Stark morre para salvar Bran, que agora tem apenas Meera para protegê-lo.

Jaime Lannister se torna o Regicida ao matar o Rei Louco Aerys II Targaryen

E finalmente em Game of Thrones, a caminho do fim, vemos uma cena bastante esperada pelos fãs: Jaime Lannister matando o Rei Louco Aerys II Targaryen (David Rintoul), muito de relance em um flashback. Benjen Stark reaparece depois de anos sumido, para salvar seu sobrinho Bran e Meera.

Ele aparenta estar bastante ferido, e até mesmo “meio-morto”, num moodsemi-zumbi, um mistério que Game of Thrones não revela nem quando tem fim.

Ao menos ele diz que uma das Crianças da Floresta o salvou antes da morte.

Margaery e Tommen têm que se render à Fé Militante

Tommen e Margaery finalmente aceitam a Fé Militante, salvando assim suas vidas da morte certa. O que põe por terra os planos de Jaime de salvar o sobrinho do Alto Pardal.

Olenna também está desesperada para salvar seus netos, mas também não consegue. Outro que reaparece em Game of Thrones é Edmure Tully, que escapou por um triz do fim terrível do Casamento Vermelho nos domínios de Walder Frey. Ele ainda é prisioneiro.

No episódio The Broken Man (06×07), temos algo inédito em Game of Thrones: uma cena pré-apresentação, em um festejado retorno.

Cão não morreu depois da luta com Brienne afinal, e agora vive como um ajudante de um grupo de nômades religiosos da Fé dos Sete (bem menos fanáticos do que a Fé Militante).

Sandor Clegane quer evitar conflitos e está sob tutela de um homem a quem chama de “Ray” (Ian McShane). Snow consegue apoio dos Selvagens para retomar Winterfell de Ramsay, e uma Olenna raivosa faz algo que todos queriam: jogar verdades na cara de Cersei.

Cersei junto de Montanha-zumbi e Jaime

A pequena Lyanna Mormont (Bella Ramsey) é outra grande inserção em Game of Thrones, e ela vai estar por aqui por boa parte até o fim da série.

A menina é a última representante da Casa Mormont (sobrinha de Jeor, antigo Lorde Comandante da Patrulha da Noite, e prima de Jorah) e consegue ser mais fodona que muito metido a macho do seriado.

Jaime Lannister retoma seu poderio militar e reconquista Peixe Negro, da Casa Tully, que tinha saído do poder dos Frey.

A poderosa (e pequena) Lyanna Mormont

Arya, para variar, volta a quebrar regras em seu treinamento. Só que dessa vez a punição é morte.

Esfaqueada na barriga por uma colega, a pequena Stark tem uma sobrevida inacreditável, em uma das maiores liberdades criativas já tomadas pela série. Não morreu por força de roteiro apenas.

Enquanto isso, a tragédia que sempre acompanha o Cão não tarda a dar as caras, e a vila da qual fazia parte é massacrada. Não demora nadinha pra Sandor Clegane voltar a fazer o que faz de melhor.

Brienne reencontra Jamie no cerco ao Peixe Negro, que tinha ido recrutar os Tully para lutar ao lado de Sansa na retomada de Winterfell.

O espadachim maneta se apieda da grandona, e propõe um acordo, já que por força de lealdade deveria matá-la imediatamente.

Há algo entre eles aqui, não tenham dúvidas. O conflito que se dá entre Jaime e Edmure também é legal nesta temporada.

Quanto a Arya, ela escapa da morte, persegue sua “colega-concorrente” e a mata, na reafirmação mais contundente de que é e sempre será Arya Stark, tudo isso na cara de seu mestre Jaqen.

E a pequena lobinha, agora uma mestra assassina ninja que pode ser qualquer pessoa, parte de Bravos, para dar continuidade à sua matança, conforme sua lista lhe indica.

Em Essos, os mestres escravagistas atacam Meereen, e Daenerys Targaryen, montada em Drogon, e com os outros dois que Tyrion libertou, Viserion e Rhaegal, destroem o exército deles, aniquilando os Harpias e navios e tudo que encontram pela frente.

Não bastasse isso, os dothrakis chegam aos milhares no local, agora todos servos da Mãe dos Dragões.

É na sexta temporada que acontece a esperada Batalha dos Bastardos, que nada mais é a retomada de Winterfell pelos Starks.

Para retomar Winterfell, Jon Snow tem a ajuda dos Selvagens, termo pejorativo usado em Westeros para se referir ao Povo Livre, descendentes diretos dos Primeiros Homens

Foi um ponto de virada em Game of Thrones, e isso também se refletiu nas gravações das cenas até o fim.

Ao todo, a batalha levou 25 dias para ser feita, incluindo 500 extras e uma equipe de bastidores com mais de 600 pessoas.

O episódio Batalha dos Bastardos (06×09) ainda venceu o prêmio de Melhor Roteiro e Melhor Direção no Emmy Awards do ano seguinte, entregues para o diretor Miguel Sapochnik e aos showrunners David Benioff e D.B. Weiss.

 

As cenas da Batalha dos Bastardos são um dos melhores momentos de Game of Thrones
Jon Snow consegue retomar Winterfell e derrota ele próprio Ramsay Bolton

Bom salientar que Jon pediu para Melisandre que não o ressuscitasse de novo (risos). Infelizmente, quem morre (antes da batalha) é Rickon, morto sadicamente por Ramsay. Engraçado que não pensam em ressuscitar o pobre garoto…

Sansa se vinga de Ramsay ao estilo dele. Um excelente desfecho para o psicopata

O desejo de vingança de Sansa contra Ramsay é satisfeito de modo magistral, quando ele deixa ele ser comido pelos seus próprios cães.

Do outro lado do mundo, vemos a interação de Yara — e o que ela quer — com Deny — e o que ela quer — e que é ótima, outro grande momento. A Greyjoy busca uma aliança com a herdeira Targaryen, e elas se tornam aliadas então.

Yara oferece a lealdade dos Greyjoy e das Ilhas de Ferro para Daenerys Targaryen

O último episódio da sexta temporada de Game of Thrones é bem diferente das demais, mais contemplativo e poético do que qualquer outro feito.

Após ser julgada e humilhada pelo Alto Pardal, Cersei Lannister planejou uma vingança terrível.

Com uma trilha sonora pontual que cresce a cada momento, a sequência de acontecimentos, que começam com a morte do meistre Pycelle (Julian Glover) esfaqueado por crianças (!), até uma conspiração letal que envolve fogovivo, o que cria uma grande expectativa no público.

Mas quando vemos que Cersei planejou explodir o local inteiro, vaporizando todos que estavam dentro e redor, é impactante. Era uma vez o Alto Pardal e seu fanáticos, Margaery, Loras e uma puta galera.

Era uma vez o Alto Septão

Mas Cersei não contava com a inacreditável atitude de Tommen de seguir Margaery onde quer que ela fosse.

E apesar de não estar no templo do Alto Septão, ele pula da torre real rumo à morte certa no chão. Esse acontecimento chocante não é tratado da devida forma pelo roteiro, e Game of Thrones perde uma grande chance aqui de capitalizar em cima de Cersei perto de seu fim.

Os produtores preferiram mostrar o prazer sádico da Lannister na tortura de uma fanática que judiava dela no cárcere. A agora Rainha de Westeros dá a infeliz para o Montanha zumbi, que já vai tirando sua armadura, deixando à mostra a carne apodrecida de que é feito. Um destino terrível, sem dúvidas.

Sam chega com Gilly e o pequeno Sam na Cidadela, a “faculdade” dos meistres em Westeros. Davos descobre o terrível destino de Shireen pelas mãos de Melisandre e Daenery consegue o apoio de Olenna Tyrell e Ellaria Sand, a viúva de Oberyn Martell de Dorne, para a tomada do Trono de Ferro.

Varys também está nesse conluio, a despeito de Deny não ter muita fé em sua lealdade.

A loirinha deixa Dario em Essos para cuidar do poder conquistado ali em Meereen, e temos uma prova inconteste de sua insensibilidade.

Não senti nada, só queria que terminasse rápido“, diz para Tyrion, sobre deixar seu protetor e amante para trás.

A vingança de Arya contra Walder Frey é terrível. Ela literalmente fez uma torta com seus filhos e deu para o velho comer, antes de degolar o responsável pelo massacre do Casamento Vermelho.

Mindinho se “declara” para Sansa, e diz que quer governar ao lado dela junto ao Trono de Ferro, tentando embutir na garota ideias de conquistar Porto Real.

Bran descobre o grande segredo de Jon Snow ao ver em suas viagens ao passado a verdadeira identidade da mãe dele.

Mais um grande momento da vingança da pequena loba Stark. É a revanche pelo Casamento Vermelho
Lyanna Stark dá a luz ao filho que teve com o príncipe Rhaegal Targaryen, e o deixa aos cuidados de seu irmão Ned. Quem será?

No tempo presente, em Winterfell, Jon Snow é aclamado Rei do Norte.
Cersei é aclamada Rainha de Westeros com a morte de Tommen.
Daenerys Targaryen finalmente deixa Essos e ruma com seu exército colossal para Westeros.
E Game of Thrones se encaminha para seu grandioso fim.

Cersei Lannister, a Rainha de Westeros
Daenerys Targaryen finalmente deixa Essos e ruma para Westeros

A Sétima de Sua Temporada

Passei a vida em terras estrangeiras. Muitos homens tentaram me matar, nem me lembro de todos os nomes. Fui vendida como uma égua reprodutora, fui acorrentada e traída, estuprada e violada. Sabe o que me manteve viva durante todos esses anos no exílio? A fé. Não em algum deus, não em mitos e lendas. Em mim mesma. Em Daenerys Targaryen. O mundo não via um dragão havia séculos, até os meus filhos nascerem. Os dothraki não tinham cruzado o mar. Nenhum mar. Eles cruzaram por mim. Eu nasci para comandar os Sete Reinos. E vou comandar.

Daenerys Targaryen

The Queen´s Justice (07×03)

Pela primeira vez na série, Game of Thrones tem uma recapitulação dos acontecimentos anteriores, para mostrar o inevitável fim que se aproxima.

E de novo temos uma cena pré-abertura: Arya disfarçada de Walder Frey mata todos da Casa Frey com bebida envenenada, poupando apenas uma garota, para que sobre alguém para dizer quem fez aquilo.

Jon tem que se rebolar para conseguir manter o apoio de todas as Casas do Norte. E Jaime se mostra muito mais lúcido do que sua irmã gêmea na política de alcançar o que deseja.

Daenerys Targaryen chega em Pedra do Dragão

A partir desse momento na série, a esquizofrenia geográfica será Rei em Game of Thrones.

A força do roteiro dita onde os personagens estão e o que fazem, não importa o lugar e tempo necessários, com a incongruência como Vice-Rei.

Euron Greyjoy (Pilou Asbaek), irmão de Balon, atual regente das Ilhas de Ferro, se alia à Cersei Lannister. Ele tem a maior frota de navios dos 14 Mares de Westeros, e será de fundamental importância para a Rainha em sua estratégia de se manter no poder.

Na verdade, ele quer mesmo é foder com a Rainha, mas ela exige algo em troca. E não pode ser pouca coisa.

Sandor Clegane foi encontrado na temporada anterior, após o massacre dos religiosos na vila, por Beric e Tor. A contragosto fica com eles. E tem algumas visões, que perturbam a dupla.

Nas chamas, Sandor vê os mortos se levantarem e a muralha. É um novo mood para o arrogante e perigoso ex-Cavaleiro Real.

Em certo momento, ele encontra a casa de um velho e sua filhinha, pessoas que o ajudaram, e a Arya, anos atrás, quando ambos perambulavam juntos por Westeros. Ele até enterra os corpos, tamanha sua consternação.

Daenerys Targaryen chega em Pedra do Dragão, o antigo lugar de sua família no continente de Westeros, que estava sob domínio de Stannis desde a morte do Rei Louco.

É lá que ela pressiona Varys até o limite, para que ele lhe conte tudo sobre o que aconteceu com sua família, e como ele pode provar sua lealdade.

Yara, Olenna e Ellaria, todos estão com a Mãe dos Dragões. A velha Tyrell dá um conselho sábio para Deny: “Não seja ovelha. Seja dragão.”

Na Cidadela, onde Jorah se refugiou depois que foi “banido” por Daenerys pela segunda vez, o guerreiro espera a morte certa, graças a escamagris, uma doença mortal de pele que ele contraiu.

Mas Sam, quando descobre sua herança Mormont, em respeito ao antigo Lorde Comandante Jeor, faz de tudo para salvá-lo. Em algum ponto das florestas de Westeros, Arya reencontra sua antiga loba Nymeria, mas tal qual a dona, ela é arredia, e não permanece muito com ela. Yara e Ellaria tem até mesmo um bang juntas — a Greyjoy é lésbica e a Sand topa qualquer parada –, no navio em que estão, rumo a Dorne, para consolidar as forças Martell.

Junto está Theon e as Serpentes de Areia. Mas Euron aparece e simplesmente massacra quase todo mundo — mata com as próprias mãos Obara e Nymeria, e faz de refém sua sobrinha Yara. Theon não tem como fazer nada e tem que fugir dali.

A intenção do Greyjoy psicopata foi capturar algo que Cersei jamais poderia recusar: a responsável pela morte de sua filha Myrcella: Ellaria Sand, junto com sua única filha ainda viva, Tyene.

Com sua enorme frota de navios, Euron Greyjoy dizima as forças dornesas antes deles chegarem ao seu destino no sul de Westeros

Jon Snow chega em Pedra do Dragão, pois é só lá, nesse local em toda Westeros, que existe um mineral chamado informalmente de vidro de dragão (na verdade o mineral obsidian, uma forma de pedra vulcânica).

Quando Jon e Davos veem os dragões de Daenerys Targaryen, a cena é impressionante, um vislumbre do fim terrível que se aproxima de Game of Thrones. Melisandre acha o mesmo, e até profetiza: “unir o gelo e o fogo“.

Aliás, outro grande momento do seriado é a interação de Deny e Jon, com diálogos muito bem escritos, com os dois falando sobre famílias e traições.

Foto e gelo: Daenerys Targaryen e Jon Snow finalmente se encontram

Em Porto Real, Cersei recebe os “presentes” de Euron: Ellaria e Tyene. A Rainha as prende no calabouço, acorrentadas. Envenena a filha de Sand, e deixa as duas ali para apodrecer.

Enquanto isso, Deny mandou o Exército de Imaculados, liderados pelo Verme Cinzento (Jacob Anderson), tomar o lar dos Lannisters, Rochedo Casterly, onde encontraram pouca resistência.

Na verdade, isso foi fruto de uma estratégia brilhante de Jaime Lannister, que preferiu perder a “casa” e atacar um dos flancos do exército invasor, ao invadir o Jardim de Cima e acabar com os Tyrell.

Infelizmente, aqui, temos o fim de Olenna, uma das melhores personagens de Game of Thrones. Mas ela não vai embora de cabeça baixa, e diz para Jaime antes de morrer que foi a responsável por matar Joffrey.

Oleanna Tyrell encontra seu fim, mas parte erguida: ela matou Joffrey

Enquanto isso, em Winterfell, finalmente Arya e Sansa se reencontram. Depois de tantos anos, as duas são estranhas uma à outra, mas ainda assim o sangue Stark as une.

Mas não mais do que Bran, que também chega ao antigo lar, onde Meera tem uma despedida nada amistosa do garoto, que parece profundamente afetado pelos eventos do Corvo de Três Olhos.

A cena dos três irmãos Stark juntos é muito tocante.

Sansa reencontra Bran

Em Pedra do Dragão, durante a mineração, Jon mostra para Deny rabiscos pré-históricos em algumas cavernas, que contam a história do início de Westeros.

O bastardo Stark ganha a confiança da Mãe dos Dragões cada vez mais.

Jon convence Daenerys da ameaça dos Caminhantes Brancos ao mostrar pinturas pré-históricas em Pedra do Dragão

Quando ela recebe as piores notícias — nada de Ilhas de Ferro (que Euron impediu) nem Campina e Jardim de Cima (que Jaime destruiu), e muito menos Dorne (ainda por causa de Euron) — sua vontade é partir imediatamente para Porto Real e aniquilar o lugar.

É Jon quem convence a loira de ir com mais calma e não queimar até as cinzas quem deseja governar.

Outro boa cena nessa penúltima temporada é uma “luta” amistosa entre Arya e Brienne, onde a garota mostra como se tornou uma lutadora das mais letais de todo o seriado.

Outra cena impressionante são os dothrakis e os dragões de Deny contra o Exército Lannister (e os Tarly), com direito a Bronn conseguir dar uma flechada gigante em um dos dragões.

É nisso que temos a quase morte de Deny, que desce do animal para retirar a lança, e fica vulnerável a um ataque de Jaime Lannister, que por um triz não consegue esse feito.

Ele e Bronn só são salvos do massacre que é essa batalha ao cair em um conveniente lago que surgiu do nada em meio ao conflito.

Essas coisas serão cada vez mais comum com as proximidades do fim de Game of Thrones, graças ao Rei Roteiro.

Mas quase que Jaime acaba com a guerra ao pegar Deny desprevenida

Deny é inflexível com os derrotados. É se ajoelhar ou morrer. Os Tarly recusam. Obviamente, viram churrasco de dragão. Tyrion e Varys ficam preocupados com a intransigência da jovem Targaryen, mas nada podem fazer.

Ao menos, ela escuta Jon Snow, que a convence que antes de partir para atacar Porto Real e assumir o Trono de Ferro, seu por direito, deve ajudar os vivos a enfrentar uma ameaça muito maior, o Rei da Noite e seu exército de mortos-vivos.

O bastardo de Winterfell buscará um morto-vivo para convencê-la, e até outros, incluindo a própria Cersei Lannister em pessoa.

Para isso, Tyrion arrisca um encontro em pessoa com seu irmão Jaime, para acertar esse alinhamento de “trégua”.

Davos resgata Gendry, o último bastardo vivo de Robert Baratheon, sumido desde o começo da série, para a luta que virá.

Em Winterfell, Mindinho tenta jogar Sansa contra Arya, ao mostrar uma carta que Sansa escreveu (forçada) logo após o assassinato de Ned Stark, quando não tinha noção direito do que estava acontecendo.

Para ir buscar o tal morto-vivo de prova, um grupo Esquadrão Suicida mood é feito, com Jon Snow como líder, junto a tipo nada amigáveis como Tormund, Jorah, Gendry, Cão, Beric e Tor. Jon e Jorah tem momentos de revelações bem íntimos, já que o Jeor, pai de Jorah, era o Lorde Comandante de Jon na Patrulha, e foi Ned Stark quem provocou a fuga de Jorah para Essos.

Com efeito, o bastardo quer dar até mesmo sua espada para Jorah, já que foi Jeor quem lhe deu (uma espada Mormont herança de família, alterada de motivos de urso, símbolo da casa, para lobo, símbolo dos Stark).

Gendry e seus antigos captores Beric e Tor também rende boas cenas.

O Esquadrão Suicida de Game of Thrones

Por falar em Starks, as meninas brigam a todo momento e jogam verdades na cara uma da outra sem parar, para satisfação de Mindinho.

Em Pedra do Dragão, Deny e Tyrion falam sobre o encontro com Cersei, outro grande diálogo dos personagens: atitudes e sucessão, o que é certo e errado. Enquanto isso, a missão de pegar um morto-vivo se mostra a mais irracional das missões.

Eles logo se veem em apuros e presos, mas Jon tem a grande (e nada lógica) ideia de mandar Gendry correndo (!) de volta para Winterfell, para que ele envie um corvo (os pombos-correio do mundo de Westeros) para Pedra do Dragão, avisando Deny que estão em apuros e precisam de ajuda.

Leia-se: venha com seu dragão por que ferrou. Isso deveria durar dias, mas perto do fim de Game of Thrones, é resolvido em algumas horas.

Não bastante essa situação geograficamente impossível para ter que engolir, é a luta desse “Esquadrão Suicida” com o exército zumbi — ainda que seja muito legal!

Tormund e Beric

Tor nessa altura já foi morto, além de outros do grupo, e quando o Cão taca uma pedra nos mortos-vivos que pararam em frente a um lago congelado para não cair na água (?!?), eles do nada resolvem avançar, por motivos de porque sim (!).

E do nada, Daenerys Targaryen chega ao local com seus dragões. O Rei da Noite, provando que tem um senhor braço poderoso vindo diretamente do inferno, capaz de por uma lança em órbita, atinge o dragão Viserion com uma lança de gelo.

E Deny perde um de seus filhos. Jon não sobe logo em Drogon junto com Deny (sem razão nenhuma) e cai no gelo. E a loirinha tem que deixar o bastardo para trás.

Quem salva Jon Snow é o sumido Benjen Stark, que dessa vez parece encontrar seu fim definitivo em Game of Thrones, se sacrificando para que seu sobrinho se salve.

Com muito custo, Jon retorna para ponde estão os outros, no cavalo que Benjen deixa com ele.
E nesse ponto já sabemos que Deny parece sentir algo por Jon, que finalmente cede, e a chama de Rainha.

Viserion também retorna, mas de outro jeito. O Rei da Noite, provando que também é o Rei da Metalurgia, provê correntes gigantes para seus zumbis, e resgata o animal morto do fundo do lago congelado. E assim temos um Dragão-zumbi de Gelo no seriado.

Jon se rende e chama Daenerys de “minha rainha”

Falando em zumbi, o grupo de Snow e Targaryen parte para perto de Porto Real, encontrar os Lannisters, em um armistício temporário para falarem da ameaça dos Caminhantes Brancos. Brienne reencontra Cão, que reencontra Montanha. Bronn reencontra Tyrion, que reencontra Podrick. Theon reencontra Euron.

E Cersei e Jon finalmente se conhecem.

E Daenerys Targaryen conhece Cersei, assim como todo o resto e seus temíveis dragões.
Um dos momentos mais legais de toda a série.

Um exército que não deixa mortos para trás“, diz Jon sobre a ameaça do Rei da Noite.
Todas as interações são muito legais, mas é claro que Cersei Lannister não cede, mesmo vendo o zumbi na sua cara.

Por isso, Tyrion, a contragosto de Deny, tem que ter um segundo encontro em reservado com sua irmã para tentar convencê-la do contrário.

Sansa não fica feliz com a submissão de seu (meio) irmão para com Daenerys, e Mindinho ainda tenta jogar ela contra Arya. Por falar no bastardo, temos o primeiro reencontro dele com Theon, mais um grande momento da série.

Consternado por ter feito tudo que fez, Theon Greyjoy só quer reparar seus erros. E, relutantemente, Jon entende que ele ainda é uma boa pessoa, por ter salvo Sansa.

O Greyjoy esfolado pede permissão para partir do exército de Deny para ir salvar sua irmã (verdadeira) Yara, e Jon a concede de bom grado (quem disse que ele já falava pelos homens de Daenerys?).

No fim das contas, Arya e Sansa estavam fazendo um jogo com Mindinho, exatamente nos termos dele. E ele, para catarse coletiva de quem acompanha Game of Thrones desde o começo, presenciamos o fim de Petyr Baelish, ao ser exposto na frente de todos das Casas do Norte por Sansa, com todos seus crimes revelados contra os Stark.

Mindinho é degolado por Arya sem cerimônias.

Em Porto Real, Cersei faz um acordo com representantes do Banco de Ferro de Essos, e consegue dinheiro para contratar a Companhia Dourada, a mais perigosa e volumosa em mercenários de todo o mundo. Euron Greyjoy parte buscar esses milhares de guerreiros com sua frota gigante.

É assim que ela não cumprirá o acordo de lutar com os zumbis, os Caminhantes Brancos e o Rei da Noite.

É assim que ela lutará contra Daenerys Targaryen. Isso deixa Jaime pistola, e ele parte sozinho cumprir a promessa que fez, de lutar pelos vivos, não importa quem seja. Quando ele sai de Porto Real, já está começando a nevar.

O inverno está chegando“, como diz o lema Stark.

Uma cena com Bran prova a verdadeira identidade de Jon Snow. Rhaegar e Lyanna realmente estavam enamorados. Havia amor entre eles. E o fruto desse amor foi Jon.

Ou melhor, Aegon Targaryen, seu nome de batismo, escondido por Ned para mantê-lo a salvo da matança generalizada que ocorria na Rebelião de Robert.

A sétima temporada de Game of Thrones termina com a impressionante derrubada do Muro pelo Viserion-zumbi de gelo, agora nas mãos do Rei da Noite.

A enorme estrutura cede aos bafos pirocinéticos — o fogo é azul! — do dragão, que abre caminho para um incontável exército de Caminhantes Brancos e zumbis.

Um dos momentos mais espetaculares de Game of Thrones: a queda da muralha

Eles agora marcham pelas terras de Westeros.
Tão impactante quanto isso, é Jon e Deny iniciarem uma relação íntima e sexual, prenúncio do fim terrível que aguarda todos em Game of Thrones.

A Oitava de Sua Temporada

De cara as irmãs Stark não se dão com Daenerys Targaryen, tão logo elas se conhecem, uma vez que todos os seres inteligentes de Game of Thrones se reunem em Winterfell para se preparar à chegada do Exército de Caminhantes Brancos do Rei da Noite.

Tampouco é amistoso o encontro da Rainha-Dragão com os representantes das Casas do Norte.

Arya reencontra seu irmão Jon

A interação com Sansa e Tyrion, reencontro de marido e mulher, é muito boa. E ela se prova muito mais esperta do que ele depois de todo esse tempo, como ela mesma faz questão de apontar para ele, querendo que ele perceba — e mude isso.

O reencontro de Arya e Jon é emocionante, e diz muito sobre o mood antigo e atual da pequena Stark.

Cersei tem que dar o que Euron deseja. Ele se mostra o maior dos arrogantes em uma série em que todo mundo é arrogante. Theon consegue resgatar Yara, em outro grande momento de Game of Thrones antes de seu fim.

Jon consegue montar um dragão (Rhaegal) com Deny, que fica impressionada com a relação do animal com o bastardo.

Por falar nela, Sam tem conhecimento sobre o que ela fez com seu pai e irmão, o que o torna o último dos Tarly em Westeros. Extremamente perturbado, ele sai de perto dela, e encontra Jon, e diz para ele sobre sua verdadeira herança familiar, que Snow é um Targaryen — o que o torna sobrinho de sua atual amante (risos).

Jaime chega em Winterfell e reencontra Bran pela primeira vez desde que jogou o moleque janela abaixo.

Ele ouve verdades duríssimas de Daenerys, que só não o mata porque Brienne intercede a favor do Lannister.

Pra piorar o humor dela, Tyrion mostra mais um fracasso, pois partiram do sul com a promessa do exército Lannister ajudar contra os Caminhantes Brancos, e só veio o irmão dele. Cersei Lannister não enviará ninguém para ajudar.

Sansa Stark, Jon Snow e Daenerys Targaryen
Um momento difícil Jaime Lannister: na frente da filha do homem que matou

Como sabe que haverá um depois?”, diz um enigmático Bran para Jaime, quando os dois tem um momento a sós pra lá de constrangedor para Jaime.

Mesma situação de Daenerys com Sansa. Mesmo forçando, as duas parecem falsas. Coisa que ela não é com Theon, quando ele retorna para Winterfell para ajudar sua família Stark.

Na Sala de Guerra, ele inclusive se oferece para ser o guardião e protetor de Bran durante a luta, já que tudo parece convergir em torno do garoto: Bran diz que o Rei da Noite quer destruir todo o mundo, e nada mais destrutivo que acabar com a memória do mundo, e agora ele é esse tipo de coisa, um repositório de todo o conhecimento passado de Westeros.

A marcação que o Rei deixou nele na viagem ao passado que fez mostra para o diabólico ser onde que ele está, então seu destino está selado.

Arya pede para que Gendry forje uma arma bem específica

É um bom episódio de preparação, com todos os personagens dizendo uns para os outros tudo que precisa ser dito.

Sobra tempo até para bang: Arya cata o Gendry e Jaime se insinua a Brienne (finalmente!).

Ah, e antes ele a sagrou Cavaleira (finalmente! – 2). Afinal, em Westeros, além da Realeza, outros Cavaleiros podem sagrar um Cavaleiro. Sam dá a espada de sua família Tarly para Jorah antes da luta.

Jaime Lannister sagra Brienne uma Cavaleira

E Jon finalmente conta para Daenerys Targaryen que é na verdade Aegon Targaryen.

Isso arrasa com a loirinha, que acredita que isso muda todo o jogo de tronos que disputa. Ela implora para que Jon não revele o segredo para ninguém.

Mas Jon quer ao menos contar para suas irmãs. Deny implora de novo para que ele não faça isso. Mas o Exército de Caminhantes Brancos se aproxima, e isso tem que ficar para depois.

O começo da maior das lutas

Melisandre reaparece em Winterfell, e coloca em chamas as armas dos dothrakis, o pelotão de frente dos Vivos contra os Mortos.

A cena dos guerreiros a cavalo sumindo na noite com os fogos de suas armas no combate ao longe, dentro da escuridão, é extremamente perturbadora. Uma conveniente nevasca se aproxima, e parece ser de origem sobrenatural. Ou não?

Nunca se sabe o que acontece perto do fim de Game of Thrones, se o que impera é a criatividade do Rei Roteiro, Porque É Assim E Pronto.

A tal nevasca impede que Jon e Deny, em cima dos dragões, destruam o exército zumbi.

Beric e sua espada flamejante

As trincheiras de Winterfell foram forradas com lanças com vidro de dragão nas pontas, o que dá alguma vantagem para os Vivos.

Mas elas dependem dos dragões para serem acendidas, e a nevasca impede isso também. Mas Melisandre o faz, com muito custo — reza braba, literalmente.

Algumas lutas são particularmente interessantes, como da pequena Lyanna Mormont e de Arya.

Cão fica meio fora de serviço por alguns momentos, dado seu medo de fogo, e Jon e Deny são desperdiçados na batalha, já que o Rei Roteiro os jogou para longe com a nevasca.

Mas a cena nos céus de Westeros, com os dois contra o Viserion-zumbi de gelo montado pelo Rei da Noite é ótima.

Brienne e Jaime

Beric, Arya e Cão pelos corredores de Winterfell é outra grande cena de Game of Thrones. E o guerreiro caolho da espada flamejante, um dos mais estilosos da série, morre sua última vida sem retorno para salvar Arya.

Melisandre disse que seria a garota que mataria olhos castanhos, verdes e azuis…e os Caminhantes Brancos tem olhos azuis…

Melisandre vê o futuro nos olhos de Arya Stark…ela sabe quem acabará com os olhos castanhos, verdes e azuis

Todos os mortos na batalha começam a se levantar — incluindo a pobre Lyanna Mormont –, e Jon tem a mínima chance de matar o Rei da Noite, mas não consegue.

O processo de ressureição também afeta os mortos nas criptas de Winterfell, onde estão os incapazes de lutar (Sansa, Tyrion, Varys etc).

Quanto mais o exército dos vivos luta, mais enfileira o exército dos mortos. Não há escapatória

O destino derradeiro de Theon é emocionante, e ele pode partir com a certeza de ter redimido de todos seus pecados.

É tocante também Jorah e sua luta final para defender Deny.

Game of Thrones, em seu fim, decide liquidar com a ameaça do Exército dos Caminhantes Brancos, com a morte do Rei da Noite, pelas mãos hábeis e seguras de Arya Stark, com uma adaga de vidro de dragão, a mesma usada para tentar matar Bran no começo da série, metida direta no coração do monstro, em uma cena muito bem construída em dramaticidade e ambientação.

Os Caminhantes Brancos

O que joga contra aqui é a resolução criativa de tirar do jogo milhares de zumbis e centenas de Caminhantes.

É uma lógica matemática de progressão geométrica: o Rei da Noite criou os Caminhantes Brancos, eles criaram outros, e os mortos voltam à vida pelo poder deles.

Mate o primeiro original, e como num jogo de peças de dominó em pé, tudo irá cair. E é exatamente o que acontece.

Melisandre encontra seu fim, por vontade própria, apenas após a batalha dos vivos contra os mortos

Uma pena que pela quantidade de Vivos que morreram, e de Mortos que agora morreram mesmo de verdade, iria precisar de uma pira funerária do tamanho do planeta para sumir com todos. Por sorte, o Rei Roteiro consegue tudo nessa etapa da série.

No pós-batalha, Deny dá alguns vislumbres de bons momentos de seu humor, como quando interpela Gendry, e discute com eles sobre seus pais. Ela nomeia o bastardo Baratheon como Senhor de Ponta Tempestade.

Mas o mood lúcido de Daenerys Targaryen some rapidinho.

Ela nota como Jon Snow é querido. Pelas suas irmãs. Pelas Casas do Norte. Pelos companheiros da Patrulha. Pelos Selvagens.

Todo um respeito e admiração que ela julga não ter. Também é legal ver as interações de Sansa com Cão, depois de tudo que passaram juntos.

Tyrion e Jaime conversam animadamente como nos velhos tempos, e o Lannister maneta tem mais uma noite de bang com Brienne. Gendry confunde todas as coisas, e agora, por ser Lorde de Ponta Tempestade, corteja Arya de acordo, mas tudo que a garota Stark não quer é formalidades e uma vida de nobre.

Arya não quer ser lady.

Jon conta sobre sua verdadeira origem Targaryen para suas irmãs

Jon e Deny não se entendem mais a respeito de suas heranças familiares.
E a tragédia se anuncia com força neste fim de Game of Thrones.
Ela novamente implora para que ele não conte para ninguém que é um Targaryen.

Sansa pensa em adiar a ajuda do Norte para Deny atacar Porto Real, para que se recuperam da luta contra o Rei da Noite.

Jon não quer isso, quer resolver logo essa situação. E conta o segredo de seu nascimento para suas irmãs.

Bronn surge do nada em Winterfell (olá, Rei Roteiro), embosca Tyrion e Jaime, e só não os mata (!) graças a um acordo de torná-lo Lorde do Jardim de Cima, os antigos domínios dos Tyrell.

Enquanto isso, Sansa trai a confiança de Jon e conta o segredo para Tyrion.

Jon Snow sela seu destino ao partir de Winterfell com Daenerys ao só dar adeus para Sam e Tormund, e deixar Fantasma para trás.

Como todos sabemos desde o começo de Game of Thrones, os lobos dos Stark refletem diretamente seus donos e destinos — Sansa e Lady (Ned mata a loba e desgraça a vida da filha) e Arya e Nymeria (a loba é tão intempestiva quando ela) podem bem atestar — e lamentavelmente Robb e Vento Cinzento também.

Varys também sabe do segredo do (não) bastardo de Winterfell pela boca de Tyrion, e o pior dos cenários se monta de vez.

Deny decide atacar a Companhia Dourada que Euron está trazendo de Essos (ainda nisso?), e ele consegue matar um dragão dela na batalha.

Dessa vez, é Rhaegal quem vai pro saco.

E eles ainda sequestram Missandei (Nathalie Emmanuel), a melhor amiga, confidente e braço direito de Daenerys Targaryen.

É o limite para a Rainha dos Dragões (agora só um).

Ela decide que vai simplesmente aniquilar Porto Real (e todo mundo que está lá) com Drogon, o exército de Imaculados e os dothrakis, sem perdão, sem rendição, com força máxima.

Tyrion e Varys, lamentável e forçosamente, começam a orquestrar um golpe contra a loira, já que eles sabem que governar cinzas não é muito melhor do que a tirania de Cersei no poder.

O careca eunuco quer retirá-la do mais rápido e pragmático possível: matá-la. O anão pinguço ainda acredita na loira, e quer dar uma chance pra ela. Mas é Cersei quem acende o pavio da tragédia, quando decapita Missandei na frente de Daenerys.

Antes a morena dá a senha para sua Rainha: “Dracarys“, que em valiriano equivale a “queimar” (é essa frase que Deny usa para seus dragões cuspirem fogo).

Game of Thrones nesse ponto perto do fim é extremamente mórbido.

Sabemos exatamente o que Daenerys fará.

O Exército Targaryen, junto com as Forças do Norte, invadem Porto Real para derrubar o reinado Lannister em Westeros

E não é com surpresa que vemos o fim flamejante de Varys na mão (boca) de um dragão. Para extremo prazer dela, Jaime é capturado por suas forças, mas Tyrion devolve o favor do irmão quando matou o pai deles, e o liberta antes de uma morte agonizante pelas mãos de Deny.

A despedida dos dois é emocionante, talvez por saberem o que aguarda ambos inevitavelmente.

Seria uma incongruência Daenerys permitir ainda o anão por perto, e mesmo matá-lo, mas é isso é tudo que não acontece.

As cenas com a população em Porto Real — cerca de 1 milhão, mostrada bem menos — é bem construída, com ela em desespero (e nas mãos de Cersei não ficavam?).

É difícil fazer a dicotomia aqui, mas é assim que Game of Thrones irá avançar para o fim. Daenerys e seu exército de Imaculados e dothrakis massacram o exército Lannister na entrada da cidade.

E dentro dela. E a caminho da Fortaleza Vermelha (a Casa Real onde está Cersei). Tyrion conseguiu ao menos da loira que se, ela ouvisse os sinos da cidade, cessaria o ataque.

A loucura Targaryen toma conta de Daenerys, e cinzas é tudo que ela quer agora

Mas Daenerys Targaryen, Daenerys da Casa Targaryen, a Primeira do Seu Nome, Nascida na Tormenta, A Não-Queimada, Mhysa, A Rainha no Outro Lado do Mar, A Rainha Prateada, A Rainha Dragão, A Princesa Que Foi Prometida, Rainha dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Protetora do Território, Khaleesi do Grande Mar de Grama, Destruidora de Correntes, Mãe dos Dragões, Princesa de Pedra do Dragão, Rainha de Meereen, escolhe o caminho da carnificina.

A impotência de Jon e Tyrion é marcante na direção do episódio, que tem cenas de destruição massivas intercaladas com lutas (matança) em perspectivas.

Cão consegue convencer Arya fácil demais a abandonar sua vingança contra Cersei. E a pequena loba percorreu um longo caminho até aqui, para parar literalmente na porta do seu destino.

Apesar do argumento válido do guerreiro horroroso de bom coração, não é nada crível que a garota ceda. Mas ela cede.

E deixa de matar Cersei, que está protegida pelo Montanha e Qyburn (Anton Lesser). Nada disso é problema para Cão, que proporciona talvez a melhor cena do seriado Game of Thrones.

Montanha tem a mesma gana assassina de seu irmão mais novo, e a despeito de ser um zumbi, desobedece Cersei e mata Qyburn (!) ao esmagar sua cabeça contra as pedras.

Game of Thrones fim
Um dos melhores frames de todo Game of Thrones

Cersei Lannister está sozinha. Cão a deixa passar porque ele só quer uma coisa: matar seu irmão Gregor Clegane, o Montanha, e nada mais.

Enquanto acontece tudo isso, Euron e Jaime tem uma luta sem sentido, já que em teoria são aliados, mas o Rei Roteiro assim exigiu, e assim foi feito. Euron se mostra um páreo duríssimo, e fere mortalmente Jaime Lannister, que deixa o Greyjoy agonizante à beira-mar, mas feliz por ter “matado” o maior espadachim de Westeros.

É por um milagre que o Leão consegue se arrastar para a Fortaleza Vermelha atrás de sua irmã gêmea.

É pelos olhos de Arya Stark que vemos a tragédia e suplício que o ataque de Deny e Drogon provocam por toda a cidade de Porto Real. Ela mesma consegue se salvar por pouco das ruas em chamas e destroços de paredes caindo. E não consegue salvar ninguém.

Jaime Lannister e Cersei Lannister, ela em prantos, morrem abraçados, soterrados, no subsolo da Fortaleza Vermelha, em uma cena pra lá de triste.

Uma das cenas mais tristes (ou catárticas) da série

Jon tenta impedir Verme Cinzento de executar soldados que se renderam, sem sucesso.

O único sucesso é a Chacina Targaryen que Daenerys provocou em Porto Real.

 

Game of Thrones fim

Game of Thrones fim
Para ter, Daenerys Targaryen destruiu. Para ser, se tornou o que não deveria. Já havia sinais de tudo isso, mas o impacto se revelou chocante e incongruente para fãs do seriado

Quando Tyrion desenterra os cadáveres de seus irmãos, é literalmente o fim de Game of Thrones.
Tudo que vem depois, é um rejunte dos cacos.
Por isso não há surpresa quando Jon decide matar Deny.
Ela quer levar sua “liberdade para todo o mundo conhecido“.
Uma conversa esclarecedora entre Jon e Tyrion sela o destino do lobo/dragão e a Mãe (Tia) dos Dragões para sempre.

Game of Thrones fim
Arya tenta abrir os olhos do irmão

Quando Daenerys Targaryen senta no Trono de Ferro, Jon Snow a mata em um insuspeito abraço. Pelo que ele viu ela fazer. Pelo que ela fará.

Contudo, a cena perde impacto com ela morrendo sem dizer uma única palavra.

Drogon derrete o Trono de Ferro sem lógica alguma, a não ser obedecer o Rei Roteiro.

Um pequeno pulo temporal e vemos que o Estado-Maior que a defunta Targaryen deixa é esquizofrênico como o roteiro desse final de série, com um Verme Cinzento relutante como responsável.

Agora, depois de semanas (meses?), uma espécie de “conselho” do que restou da guerra civil de Westeros é convocada para tentar dar um rumo governamental para as cinzas que Daenerys Targaryen deixou de legado.

São os lordes de algumas Casas que sobrou no continente — Tarly (Sam), Tully (Edmure), Arryn (Robin), Stark (Sansa) e alguém de Dorne (quem?).

Jon e Tyrion são prisioneiros. Mas sabe-se lá por qual razão Verme permite que o anão tenha comparecido a tal reunião. E com muita habilidade, ele dá a sugestão do nome do novo regente dos Sete Reinos.

E não poderia ser mais esquizofrênico que o Rei Roteiro permitiria: Brandon Stark, agora, Rei Bran, O Quebrado.

Bran escolhe Tyrion como Mão do Rei.

Verme, que queria matar Jon, aceita que o assassino de Daenerys Targaryen seja exilado na Patrulha da Noite — de novo.

Davos agora faz parte do Conselho Real, assim como Bronn e Sam, o Meistre Real. E Brienne escreve o capítulo final de Jaime Lannister no livro da cavalaria. Ela e Podrick também ficam com Bran.

Com a questão resolvida, Verme e os Imaculados partem para Naath, terra natal de Missandei.

Arya, logicamente, não ficaria em Winterfell, que graças a um pedido especial de Sansa para Bran, se mantém independente.

Sansa, Arya e Bran se despedem de Jon em um cais (Porto Real? Pedra do Dragão?)

Game of Thrones fim
O destino dos irmãos Stark não poderiam ser mais pitorescos

Ele para o exílio, e sua irmãzinha rumo aos desconhecidos mares e terras do mundo.

Sansa é coroada Lady de Winterfell e Rainha do Norte, e mais acima, na Muralha (que muralha?), Jon reencontra seu lobo Fantasma e Tormund, e junto com selvagens, vão para além dela.

E é isso.
É assim que Game of Thrones chegou ao fim.

O que vem depois do fim de Game of Thrones?

House of the Dragon é a única produção derivada de Game of Thrones — de tantas outras ventiladas em boatos e informações escassas da imprensa especializada.

É uma prequel, que conta eventos de centenas de anos antes da guerra civil dos Stark, Lannister, Baratheon e outros.

O elenco tem Paddy Considine, Olivia Cooke, Matt Smith, Emma D’Arcy e Fabien Frankel, entre outros. Ryan Condal e Miguel Sapochnik são os showrunners de House of the Dragon, que ainda não tem previsão de estreia. A série foi idealizada pelo próprio George R.R. Martin, e teve dez episódios encomendados.

A CASA DO DRAGÃO | Engenharia social e dragões em Westeros

Game of Thrones fim
Motivos para ver Game of Thrones
Game of Thrones fim
Motivos para ver Game of Thrones 2 – A Missão
Game of Thrones fim
Motivos para ver Game of Thrones 4 – Ultimato

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