MARIA HILL | Uma mulher no comando da espionagem no Universo Marvel

Maria Hill foi criada pelo escritor Brian Michael Bendis e o desenhista David Finch em New Avengers #4 (2005), o título dos Vingadores que mudou o status quo da equipe depois de anos de um marasmo criativo.

E desde então a personagem se tornou figura-chave no comando da espionagem do Universo Marvel, chegando a comandar a SHIELD, uma organização “mundial” de defesa militar e de espionagem de alta capacidade e recursos.

Maria Hill
A primeira aparição de Maria Hill em New Avengers #4
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Maria Hill, Diretora da SHIELD, acima do agente Phil Coulson e Nock Fury Jr.

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Maria Hill, uma das mais badass dos quadrinhos da Marvel

Ela estrelou mais de 30 números do título do Homem de Ferro e Vingadores (e Vingadores Secretos e outros derivados) e vários dos Fabulosos X-Men e até da Nova Wolverine (Laura Kinney, a X-23), sempre relacionada ao mundo da espionagem e a SHIELD.

Maria Hill surgiu como uma mulher arrogante e que peitava sem medo os super-heróis, mas com o passar dos anos seu verdadeiro temperamento e lealdade ao que é correto e justo foi crescendo, a ponto de se aliar aos heróis contra o governo em várias ocasiões.

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Ela é uma grande estrategista militar e tática, líder natural, Maria Hill também é uma grande artista marcial e especializada em armamentos militares, sendo uma agente de campo mais do que capaz de lidar com qualquer super-vilão.

Em inglês, SHIELD (palavra que significa escudo) é uma sigla que já teve 3 significados: originalmente, Supreme Headquarters, International Espionage, Law-Enforcement Division; em 1991, mudou para Strategic Hazard Intervention Espionage Logistics Directorate; e mais recentemente passou a significar Strategic Homeland Intervention Enforcement Logistics Division, nos filmes, seriados e desenhos animados.

As traduções brasileiras têm que rebolar para encaixar algo abrasileirado. Pela Editora Abril, virou Quartel-general Supremo de Espionagem Internacional e Divisão de Execução da Lei, depois se tornou a Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, nomenclatura mantida pela Editora Panini.

O logo da SHIELD no Universo Cinematográfico da Marvel

A SHIELD tem um longo histórico de grandes artistas trabalhando em seu conceito, como Stan Lee, Jack Kirby, Jim Steranko, Roy Thomas, Dennis O’Neil, Archie Goodwin, Don Heck, Herb Trimpe, Sal Buscema, Barry Windsor-Smith e Howard Chaykin.

Nick Fury e sua estreia como agente secreto na Marvel Comics, roteiro e arte de Jim Steranko, em 1963

A espionagem como gênero literário (ponto primordial da cultura pop em si) começou a ganhar popularidade na década de 1910, com a publicação de livros como The Riddle of the Sands, de Erskine Childers, que descreve a espionagem na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial.

Nos quadrinhos, um dos pioneiros espiões de sucesso foi King Faraday, da DC Comics, em 1951, dois anos antes de James Bond surgir pelas mãos do escritor Ian Fleming no livro Cassino Royale.

O título que King Faraday estrelava era Danger Trail

Nos quadrinhos da Marvel moderna, a pioneira foi a russa Natasha Romanoff/Natalia Romanova, que sob o codinome Viúva-Negra, estreou como vilã do Homem de Ferro, em Tales of Suspense #52 (1964), escrita por Stan Lee e desenhada por Don Heck.

Viúva-Negra, arte de Don Heck

Maria Hill nasceu em Chicago em uma família fragmentada, e quando finalmente conseguiu sair de casa, entrou para a Marinha. Foi quando teve contato com autoridades da SHIELD.

Logo em suas primeiras missões já teve contato com a organização terrorista HIDRA, antagonista de longa data da SHIELD. E depois do escândalo dos eventos de uma saga chamada Guerra Secreta (2005), escrita por Brian Michael Bendis, Maria Hill se tornou a Diretora Executiva da SHIELD.

Nick Fury e Condessa Valentina, arte de David Finch, co-criador de Maria Hill

A presença de mulheres em posições de liderança na espionagem obviamente encontra limitações ao longo da história conhecida, mas recentemente houve um aumento na representação feminina em agências de inteligência.

Algumas mulheres de destaque foram Vera Atkins, oficial britânica de inteligência durante a Segunda Guerra Mundial; Melita Norwood, espiã britânica que trabalhou para a União Soviética; Joan Roe, oficial de inteligência britânica no pós-Guerra; e Rozanne Ridgway, diplomata americana e espiã durante a Guerra Fria.

Vale dizer duas vezes: a história da espionagem é geralmente escrita pelos vencedores, e muitas mulheres e outras pessoas historicamente marginalizadas podem não ter recebido o reconhecimento adequado por suas contribuições na área. Sejam elas “benéficas” ou conceitualmente imperialistas e colonizadoras ou não.

O papel de maior destaque de Maria Hill foi na saga Guerra Civil (2006-2007), quando o Capitão América e metade da comunidade de superseres combatentes do crime se recusam a aderir o que pede a Lei de Registro: revelar suas verdadeiras identidades e se tornaram operativos sancionados pelo governo americano.

Maria Hill
Maria Hill durante a Guerra Civil (em histórias posteriores à saga)
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Maria Hill na arte de Alex Ross
Cobie Smulders interpretou Maria Hill nos cinemas
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Maria Hill e a SHIELD

Maria Hill e a SHIELD

Na trama de Guerra Secreta (2005), escrita por Bendis e pintada por Gabriele Dell’otto, Nick Fury, diretor da SHIELD e o maior espião do Universo Marvel, precisou submergir nas sombras.

Ele comandou um ataque à revelia contra a Latvéria, país governando pelo vilão Doutor Destino. Mas era Lucia von Bardas, na ocasião, quem comandava o país. Tutelada pelo governo americano, descobriu-se que ela estava financiando com tecnologia e armamentos diversos supervilões em solo americano.

Nick Fury, desobedecendo ordens expressas do Presidente dos Estados Unidos, reuniu um grupo de super-heróis — Viúva Negra, Capitão América, Demolidor, Luke Cage, Homem-Aranha e Wolverine, bem como a agente da SHIELD Daisy Johnson — para uma missão secreta para derrubar o governo da Latvéria e assassinar von Bardas.

Nos eventos posteriores, Fury desapareceu, e Maria Hill assumiu o comando da SHIELD. E foi justo sob sua gestão que a maior crise entre a comunidade de superseres do Universo Marvel enfrentaria.

Com a cisão de metade dos super-heróis ao lado do Capitão América, contra a Lei de Registro, e a outra metade do lado do Homem de Ferro, a favor da lei, uma verdadeira Guerra Civil teve início. A saga de mesmo nome foi escrita por Mark Millar com arte de Steve McNiven, e publicada em 2006.

Os super-heróis Marvel

É Maria Hill quem confronta a maior parte dos super-heróis rebeldes, e seu diálogo de confronto com o Capitão América é um dos grandes momentos dos quadrinhos.

Maria Hill

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Uma das sequencias mais legais dos quadrinhos de super-heróis é com Maria Hill e Capitão América

É de Hill a maior parte das maquinações da trama. É ela quem chantageia a Viúva Negra a ficar do lado da SHIELD; envia o Marvel Boy/Noh-Varr alucinado graças a uma lavagem cerebral atrás dos Fugitivos; manda os Thunderbolts (criminosos forçados a trabalhar para o governo americano) atrás do Homem-Aranha (o que resulta na morte do Polichinelo e o Halloween nas mãos do Justiceiro, em outra cena icônica de Guerra Civil).

Mesmo assim, e até pelo fato de não desejar o cargo, o Presidente dos Estados Unidos nomeia como Diretor da SHIELD o próprio Tony Stark, o Homem de Ferro.

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Maria Hill “passa” o cargo de Diretor da SHIELD para Tony Stark, o Homem de Ferro

No ano de 2007, Hill apareceu em 16 números de New Avengers, a revista dos Novos Vingadores, e em 11 de The Mighty Avengers, com os Vingadores pós-Guerra Civil, liderados pelo Homem de Ferro, em histórias antes, durante e depois da Guerra Civil, todas escritas por Bendis.

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E em 13 números de Iron Man, no mesmo contexto, escritas por Daniel Knauf, auxiliando Stark como novo Diretor da SHIELD. Parte delas pegou também a próxima saga da Marvel.

A saga foi Invasão Secreta (2008), mostra que diversos super-heróis e figuras-chave dos seres superpoderosos na Terra foram substituídos pela raça guerreira alien transmorfa Skrulls.

E Nick Fury tinha desaparecido justamente para investigar melhor essa trama. Ele e Hill se unem aos super-heróis para deter os alienígenas, mas quem ficou com os louros da vitória foi Norman Osborn, o antigo vilão Duende Verde, maior antagonista do Homem-Aranha, e na época liderando os Thunderbolts.

Nick Fury e os heróis Marvel

É Osborn quem mata Veranke, a Rainha Skrull (que estava disfarçada de Mulher-Aranha, dentro dos próprios Vingadores), líder da invasão alienO Presidente dos Estados Unidos (na época, Barack Obama), o nomeia comandante das forças superhumanas nos EUA.

Mulher-Aranha, na arte de David Finch, em New Avengers #4, a revista de estreia de Maria Hill. Aqui ela já era Veranke

A SHIELD é dissolvida e em seu lugar é criada a HAMMER (sem acrônimo estabelecido), com Osborn como Diretor Executivo. E, claro, Maria Hill se torna um dos (milhares de) alvos a serem perseguidos e presos.

Essa fase é conhecida como Reinado Sombrio (2008). É nessa época que acontece sua participação no título do Homem de Ferro, que roubou a base de dados da Lei de Registro, que Osborn queria a qualquer custo.

Maria Hill
Maria Hill e Norman Osborn se conhecem

Maria Hill apareceu em 31 edições do título do Ferroso, que era escrito por Matt Fraction com arte de Salvador Larroca.

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Maria Hill é acossada pelos operativos da HAMMER
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Viúva-Negra e Maria Hill, presas durante o Reinado Sombrio

Depois, durante a saga Cerco (2010), Maria retorna para se aliar aos super-heróis contra Osborn, e no mesmo ano, durante a Era Heroica, se torna membro efetiva dos Vingadores ao ser indicada em pessoa pelo Capitão América, que agora é o novo comandante das forças superhumanas dos EUA.

Eventualmente ela se torna torna Diretora da Shield quando Nick Fury desaparece (mais uma vez). Esse longo run dos Vingadores da Era Heróica também escrito por Bendis, e desenhado por John Romita Jr., e Maria Hill esteve das edições #1 ao #34 (2010–2013).

Também entre 2013 e 2014, Hill participou de dois títulos de The Secret Avengers, a revista dos Vingadores Secretos, equipe criada por Steve Rogers, o Capitão América, para missões fora do radar dos super-heróis convencionais. Foram 16 edições de um volume e mais 15 de outro.

Maria Hill

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Nela, Maria Hill trabalha bem perto de Nick Fury Jr., a versão Marvel do universo regular (Universo 616) do Nick Fury do Universo Ultimate.

NIck Fury Jr. e Viúva-Negra em Vingadores Secretos

Vale citar que no Universo Ultimate, Maria Hill foi também da SHIELD, mas era uma ex-agente que trabalhava como detetive de homicídios para o Departamento de Polícia de Nova York. Também foi criada por Bendis, com arte de David Marquez, em Ultimate Comics Spider-Man #15 (2012).

Nick Fury Marvel Comics
Quando a Marvel criou o Universo Ultimate nos anos 2000, o Nick Fury desse universo teve design totalmente baseado no ator Samuel L. Jackson, pela arte de Bryan Hitch. Sua primeira aparição foi em Ultimate Marvel Team Up #5 (2001)
Esse quadrinho/cena em especial chamou a atenção do ator e seu empresário, que chegaram a pensar em processar a Marvel
Nick Fury Marvel Comics
Mas seria o próprio Samuel L. Jackson a ser chamado para interpretar o personagem nos filmes do Marvel Studios, que faz uma mistura de conceitos e design nas telonas dos materiais originais dos quadrinhos, para criar sua própria narrativa. O ator na pele do personagem fecha o círculo de autorreferências. Nick Fury/Samuel L. Jackson estreou no primeiro Homem de Ferro, de 2008
Nick Fury Marvel Comics
Como ele não era do universo regular da editora, e seu apelo com o sucesso dos filmes do Marvel Studios só crescia, a empresa optou por “trazer” o personagem de algum modo. E assim, ficou estabelecido que Nick Fury teve um filho anos atrás, o “Nick Fury Jr.”. Que, ora só, era negro, se tornou um militar casca-grossa, depois espião, e também perdeu um olho. Ele apareceu em Battle Scars #1 (2011)

Também em 2013 era o ano que Brian Michael Bendis assumiu o título dos X-Men. O escritor trouxe a Diretora da SHIELD para junto dos mutantes de modo vigilante, já que o status dos X-Men pós-Disnatia M era praticamente de extinção.

Particularmente, uma grande frase da Maria Hill a respeito do seu envolvimento dos X-Men e dos mutantes em geral, se dá nessas histórias. “(Vocês) estão sempre morrendo e voltando, você nunca sabe quem é bonzinho ou mal, ficam viajando no tempo e universos paralelos e as coisas sempre parecem explodir próximas a eles”.

Um dos encadernados da fase de Bendis nos X-Men é contra a SHIELD

Maria Hill

Maria Hill
Ciclope manda um recado claro para Maria Hill

Nessa fase, entre outros coisas, foi Maria Hill quem tornou a cantora mutante Alison Blaire/Cristal uma agente da SHIELD, para espionar de perto o líder dos X-Men, Ciclope (e a despeito de seu desgosto, tinha um crush nele). Depois se saberia que era a vilã terrorista mutante Mística personificando Alison.

Cristal, Agente da SHIELD (só que não)

Ainda ficaremos em 2013, pois o escritor Mark Waid usou Maria Hill em sua passagem pelo Hulk, quando escreveu o título Indestructible Hulk, onde o Verdão começou a usar armadura (!) e se tornou um agente da SHIELD (!!). Pois é. Maria aparece em 13 edições.

No ano seguinte, 2014, Maria Hill se tornou personagem regular no título da Viúva-Negra, aparecendo em 8 edições, e ajuda os Vingadores em 11 edições de Avengers World, escrita por Nick Spencer, o mesmo escritor de Secret Avengers, que tinha Maria Hill no elenco (a arte da revista era do desenhista brasileiro Luke Ross).

Mark Waid também começou a escrever uma revista dos Agentes da SHIELD (2015), visando promover a série de TV de mesmo nome. Maria aparece em 7 edições (a estrela era o agente Phil Coulson, que já tinha aparecido em Secret Avengers de Nick Spencer).

Maria Hill

Em Avengers (2015), escrita por Jonathan Hickman, temos 11 aparições de Maria Hill, nos eventos fatídicos que levariam às Guerras Secretas (2016), a mega saga soft reboot da Marvel, que uniu o Universo 616 ao Universo Ultimate (pero no mucho), também escrito por Hickman.

Jonathan Hickman começou na Marvel em Secret Warriors, título nascido após Reinado Sombrio, em 2009, onde Nick Fury descobria que a HIDRA estava infiltrada na SHIELD

Maria Hill aparentemente ganhou poder de múltiplas aparições, pois apareceu também em 6 edições de Wolverine, do #8 ao 13 (2015), no arco em que Logan começou a perder seu fator de cura, precedendo a saga que morreria (e Hill apareceria nas edições relacionadas também, como The Death of Wolverine e Wolverines).

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Maria Hill com Wolverine

Uma das primeiras sagas depois da mega renovação de Guerra Secretas foi uma mega desnecessária Guerra Civil II, escrita por Bendis, muito longe da qualidade ímpar que Mark Millar tinha conseguido 10 anos antes.

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Claro, o escritor Maria Hill na trama. Também em 2016 vimos Maria de perto nas novas aventuras da Wolverine, no caso, Laura Kinney, a X-23, menina clone de Logan, e usada por Hill como agente de campo em várias missões. Foram 8 edições de “parceria” entre as duas. Vale citar que Laura começou a usar o manto do “pai” depois da já citada morte dele.

Também vale citar que é praticamente impossível citar todos as aparições de Maria Hill, especialmente depois da saga Guerra Civil (a primeira), já que a maioria dos escritores dos títulos da Marvel, quando precisavam usar a SHIELD, necessariamente usavam a personagem em alguma passagem.

Entre os vários títulos, podemos citar Demolidor, Quarteto Fantástico, Cavaleiro da Lua, Homem-Formiga, Mulher-Invisível, Mulher-Hulk, Demolidor, Thunderbolts, Eternos, Deadpool, Spider-Gwen, Mulher-Aranha, Miss Marvel, X-Force, Invasores, Treinador (onde Maria Hill foi “julgada”)…

Na despedida de Brian Michael Bendis da Marvel Comics, em 2017, editora em que construiu todo seu prestígio nos quadrinhos de super-heróis, o título escolhido pelo escritor foi Jessica Jones, uma criação sua em Alias #1 (2001), junto com o desenhista Michael Gaydos.

Na nova revista, tendo que lutar para não só achar Luke Cage, que levara a filha deles embora, Jessica recebe a visita de Maria Hill, após o fiasco dos eventos de Império Secreto (uma saga tremendamente ruim, escrita por Nick Spencer, a qual não vale a pena nem comentar — um Capitão América nazista da Hidra sempre será uma ideia horrorosa).

Hill contrata Jones para descobrir quem está tentando assassiná-la. O arco foi publicado na saga Jessica Jones: The Secrets of Maria Hill, de Jessica Jones #7 ao #12 (2017). A arte é de Gaydos também. Foi a oportunidade de Bendis falar mais do passado de Maria Hill, inclusive de seu início na SHIELD e quando conheceu Nick Fury.

Maria Hill

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Maria Hill na arte de Javier Pulido, nos flashbacks da personagem

Maria Hill está ativa nos quadrinhos até hoje. Ela retorna na minissérie Secret Invasion (2022), título de uma nova Invasão Secreta (com certeza pensada para aproveitar a vindoura série de TV da saga), agora contada de modo mais underground, no submundo da espionagem. Os roteiros são de Ryan North e arte de Francesco Mobili. E nela podemos testemunhar uma nova investida dos Skrulls.

Maria Hill

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A história gira em torno da Maria Hill descobrindo essa nova invasão alien e tentando ser mais proativa, indo atrás dos super-heróis para fazer testes e descobrir quem são os infiltrados — a Viúva-Negra era um deles por exemplo.

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De muitas maneiras, Maria Hill passou de “pupila” de Nick Fury para uma jogadora com seu próprio estilo dentro do Universo Marvel, se consolidando por anos no mundo da espionagem e na SHIELD.

Não é a sem motivo que a personagem está participando ativamente do Universo Cinematográfico da Marvel desde o primeiro filme dos Vingadores, em 2012.

É a deixa para falarmos agora da atriz Cobie Smulders.

Cobie Smulders

Maria Hill

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Cobie Smulders nasceu em 3 de abril de 1982, em Vancouver, na Colúmbia Britânica, no Canadá. Seu pai é alemão e a mãe inglesa, e a pequena Cobie de início queria ser médica ou bióloga marinha.

Mas diversas peças no teatro da escola despertaram uma outra paixão. Bonita, foi descoberta por agência de modelos e trilhou esse caminho com sucesso, trabalhando em países como França, Japão, Itália, Grécia e Alemanha.

Como esse lado do entretenimento geralmente anda lado a lado, oportunidades em séries de TV começaram a surgir, e Cobie começou a atuar no audiovisual. O Internet Movie Database dá 55 créditos de atuação para ela até hoje (2023).

Seu primeiro trabalho foi um curta-metragem, Candy From Strangers (2001), e o primeiro seriado que apareceu foi em um episódio de Special Unity (2002), de temática policial. No papel de Juliet Droil, ela estrelou Veritas: The Quest (2003), um programa da ABC, seu primeiro trabalho de protagonista.

Mas talvez o primeiro mais famoso foi em um episódio de Smallvile, Bound (04×09, de 2004), onde interpretou Shannon Bell, que tentava chantagear Lex Luthor.

No mesmo ano, estrelou seu primeiro longa-metragem, Com as Próprias Mãos (2004), ainda que em uma aparição rápida semicreditada. Um ano depois, Cobie Smulders apareceu em 4 episódios de L Word (2005), série inovadora que mostrava mulheres lésbicas.

O sucesso veio finalmente em 2005, quando Cobie foi escalada para o seriado How I Met Your Mother (HIMYM). No papel de Robin Scherbatsky, ela estrelou 208 episódios até 2014, em um dos maiores sucessos de comédia romântica da TV americana.

Nesse meio tempo, o cineasta Joss Whedon estava fazendo Os Vingadores (2012), filme que reuniria todos os heróis apresentados do Universo Marvel Cinematográfico desde Homem de Ferro (2008). As atrizes Morena Baccarin, Jessica Lucas, Amanda Peet e Mary Elizabeth Winsted fizeram testes para interpretar Maria Hill, que estava na trama.

No fim, Cobie Smulders foi quem conseguiu. A atriz Alyson Hannigan foi uma das protagonistas do seriado Buffy, A Caça Vampiros (1997-2003), um dos grandes trabalhos de Joss Whedon na cultura pop.

E ela manteve contato com o diretor. Alyson e Colbie ficaram muito amigas na série HIMYM, onde contracenavam direto, e Ally pediu que Joss considerasse Cobie Smulders para o papel de Maria Hill no filme dos Vingadores.

Maria Hill

Maria Hill

Os Vingadores estreou e teve uma das maiores bilheterias da época, superando mais de 1 bilhão de dólares. No mesmo ano, Cobie Smulders se casou com o ator Taran Killam.

O sucesso avassalador do Marvel Studios iria durar toda a década. Cobie retorna para o papel de Maria Hill em Capitão América 2 – Soldado Invernal (2014) — o melhor filme do estúdio até hoje.

O episódio final de How I Met Your Mother teve uma das maiores audiências da TV, e foi lançado na mesma semana que o filme estreava nos cinemas.

Smulders também estrela duas produções spin-off da Marvel: um vídeo curto chamado Avengers S.T.A.T.I.O.N., lançado no mesmo ano, e a ambiciosa Agentes da SHIELD (2013-2015).

Os episódios em que aparecem Maria Hill foram o Piloto (01×01) e Nothing Personal (01×20), além de The Dirty Half Dozen (02×19).

Capitão América 2 – Soldado Invernal e o seriado dos Agentes da SHIELD foram corajosos em revelar a verdade oculta da organização. Depois de destruir a SHIELD para destruir a Hidra, Maria Hill (que não era personagem regular da série dos agentes) começou a trabalhar para as Indústrias Stark.

Ela ajuda os Vingadores de modo independente no segundo filme contra a ameaça de Ultron em Vingadores 2 – Era de Ultron (2015), e aparece nas cenas pós-créditos de Vingadores 3 – Guerra Infinita (2018), quando é morta no Blip de Thanos.

E retorna (como todo mundo) 5 anos depois em Vingadores 4 – Ultimato (2019), que, por sinal, se passa em 2023. Ela está presente inclusive no funeral de Tony Stark.

Em Homem-Aranha Longe de Casa (2019), Maria Hill ajuda o Homem-Aranha contra a ameaça de Mysterio, ainda que não seja exatamente ela, e sim uma skrull disfarçada de Maria Hill, chamada Soren (nem a Colbie sabia desse plot twist até 1 semana antes do lançamento do filme!), sob ordens de Fury.

Em mais um spin-off, na série animada What If? (2021), Maria Hill também aparece, na voz de Cobie Smulders inclusive.

Nesse meio tempo, Cobie fez muitos outros filmes, como Um Porto Seguro (2013), Encontros e Desencontros no Amor (2015) e Jack Reacher – Sem Retorno (2016), com Tom Cruise.

Os trabalhos mais recentes da atriz foram na terceira temporada de American Crime Story (2021), intitulada Impeachment. Smulders substituiu Betty Gilpin – que teve que abandonar o projeto após conflitos na agenda causados pela pandemia de COVID-19.

Ela(s) interpretaram Ann Coulter, uma controversa comentarista conversadora. A trama é baseada no romance não-ficcional A Vast Conspiracy: The Real Story of the Sex Scandal That Nearly Brought Down a President, de Jeffrey Toobin, e trata sobre o escândalo sexual ocorrido na Casa Branca durante o mandado do Presidente Bill Clinton com uma estagiária, Monica Lewinski.

Infelizmente, a trama sequer repetiu um fio do sucesso das outras duas temporadas da franquia premiada — “O Povo Contra O.J. Simpson” e o assassinato do estilista Gianni Versace.

Uma pena, pois Impeachment teve um elenco de grife para Cobie Smulders contracenar: Sarah Paulson (ACS: Simpson), Clive Owen (The Knick), Margo Martindale (The Americans), Cobie Smulders, Edie Falco (The Sopranos), Colin Hanks (Fargo), Elizabeth Reaser (Grey’s Anatomy), entre outros.

Em 2022, Cobie Smulders estrelou um novo seriado, Ensino Médio (2022), que mostra antigos companheiros de escola se reencontrando.

E ela está no elenco de Invasão Secreta, novo seriado do Marvel Studios, previsto para estrear em 2023, que adapta parte da trama da HQ ao contexto dos filmes da Marvel — os Skrulls foram apresentados no filme da Capitã Marvel e nas cenas pós-créditos de Homem-Aranha Longe de Casa.

 

/ MARIA HILL EM GUERRA CIVIL. O filme Capitão América 3 – Guerra Civil (2015) usa parte da trama da HQ de mesmo nome, mas em vez da Lei de Registro, temos os Acordos de Sokovia. E os Vingadores se dividem em seguir o acordo e rejeitá-lo, com o Capitão América e o Homem de Ferro se antagonizando, tal qual a HQ.

Um dos maiores mistérios foi a ausência de Nick Fury e Maria Hill na trama, completamente injustificado dada a importância do contexto político envolvido.

E a Marvel (Studios) só deu uma resposta em 2018, com uma HQ (publicada pela Marvel Comics), escrita por Will Corona Pilgrim com arte de Andrea Di Vito, na edição especial Captain Marvel Prelude (relacionada ao filme de mesmo nome, que sairia no começo de 2019). Na HQ descobrimos o que Maria Hill e Nick estavam fazendo durante os eventos do filme Guerra Civil (e dos seguintes também, até o fatídico fim dos dois na cena pós-créditos de Vingadores Guerra Infinita).

/ VIDEOGAMES E ANIMAÇÕES. Maria Hill aparece em vários games, mas nenhum com grande protagonismo. Seu primeiro game foi Marvel: Ultimate Alliance 2 (2009), um RPG lançado para os consoles Xbox 360 (Microsoft), Playstation 2, Playstation 3 e PSP (da Sony) e Nintendo Wii, anos antes de ficar famosa na pele de Colbie Smulders (sua dubladora no game é Margaret Easley).

Hill aparece em diversas animações relacionada os Vingadores, como Iron Man: Armored Adventures (2009), The Avengers: Earth’s Mightiest Heroes (2010-2012) e os animes Iron Man: Rise of Technovore (2013) e Avengers Confidential: Black Widow & Punisher (2014).

/ FINAL DELETADO. Confira um novo encerramento do primeiro filme dos Vingadores, com um destaque todo especial para Maria Hill.

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