RYUJI YAMAZAKI | Um assassino psicopata em Fatal Fury

Ryuji Yamazaki foi criado para o game de luta Fatal Fury 3 – Road to the Final Victory (1995), e nunca mais deixaria de aparecer nos jogos de luta da série, produzidas pela softhouse SNK.

O lutador ficou tão importante que teve papel especial até na nave-mãe da empresa, o game de luta The King of Fighters, um dos mais famosos jogos da indústria, logo atrás de Street Fighter e Mortal Kombat. Com Ryuji Yamazaki, a SNK trouxe um mood bastante apreciado pelos fãs japoneses, e que já aparecia com frequência nos mangás e animes — quadrinhos e desenhos animados japoneses –, a figura do personagem louco e psicopata, perigoso demais para ser provocado e prestes a explodir a qualquer momento em selvageria.

Mas Ryuji Yamazaki é um vilão que se recusa a melhorar, aspecto bastante trabalhado no lore de narrativas de mangás e animes da cultura pop, tal qual Vegeta com Goku, de Dragon Ball Z, por exemplo. Yamazaki é mau, e é assim que ele é.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Fatal Fury 3, arte do ilustrador Shinkiro
Uma das peças promocionais de Fatal Fury 3 – Road to The Final Victory
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki aparece logo na abertura de Fatal Fury 3, é o primeiro personagem que vemos no game

Como parte do núcleo criminoso de Fatal Fury, Ryuji Yamazaki começa como sub-chefe nos games, e mantém essa posição por alguns jogos, ao mesmo tempo em que se tornou selecionável, virando um preferido dos gamers, que se tornaram tanto fãs do personagem que o colocaram, via votação de revistas de imprensa especializada do Japão, em The King of Fighters 97 (1997).

A própria mecânica de luta apresentada em Yamazaki era um atrativo diferente no personagem, em um estilo bem particular, de mão no bolso e golpes rápido de ataque e contra-ataque, sem muita pirotecnia.

Ele veste preto, calças sociais e sapato, com uma camisa e uma blusa do mesmo estilo, nada carnavalesco como um personagem vilão dos shonen, denominação da faixa etária criança/jovem japonês masculino no mercado de entretenimento.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Até mesmo o grande chefão da série Fatal Fury, o temido Geese Howard, tem que passar por Ryuji Yamazaki nesse game
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki nos créditos de Real Bout Fatal Fury, a sequencia de Fatal Fury 3
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki enfrenta Jon Chorei em Real Bout Fatal Fury Special
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury Special
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury 2 – The Newcomers
Ryuji Yamazaki em The King of Fighters 98

Isso muito se deve à sobriedade com que a SNK imprimia em seus trabalhos, já que KOF, seu carro-chefe, era urbano com lutadores construídos de maneira um pouco mais realista, especialmente na série KOF.

Contribuiu bastante para isso o character designer da SNK ter sido o artista Shinkiro, pseudônimo de Toshiaki Mori, um dos maiores ilustradores da indústria de videogames — e talvez até fora dela.

Suas figuras, contornos e poses são muito realistas, e ao mesmo tempo que obedecem ao estilo mangá — toques nos olhos e expressão facial — , não deixam de transparecer um nível de realismo gráfico bem funcional.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury Special

Você olha, entende que é desenho, mas sabe que reproduz um ser humano “comum”. A grande parte de arte de capas, posteres, artworks e character design de produção dos games da SNK têm o traço de Shinkiro, e se você estava no mundo dos games nos anos 90, com certeza já viu alguma ilustração dele.

Inclusive, para fins de estética, vamos usar muito das artes dele para ilustrar essa matéria, em detrimento de screenshots (captura de telas) dos jogos em questão.

SNK, FF, AoF e KOF

A tela de inicialização dos games da SNK nos anos 90
Arte com alguns dos personagens e propriedades da empresa
A máquina que puxou todo o trem da SNK: Fatal Fury. Arte de Shinkiro

Para falar de Ryuji Yamazaki, é preciso falar da SNK e do mundo dos games de luta.

SNK é o acrônimo de Shin Nihon Kikaku, que significa New Japan Project, uma empresa de brinquedos eletrônicos formada em Osaka, Japão, em 1978, por Eikichi Kawasaki. Esse foi o ano de lançamento do jogo de nave Space Invaders, da softhouse Taito, que fez explodir o a popularidades das máquinas de jogo eletrônico que funcionam à base de fichas, no que ficaria conhecido como arcade.

Muitas empresas de tecnologia nasceram para tentar surfar nessa onda de dinheiro. Uma delas foi a softhouse Irem, que criou o jogo Moon Patron (1982), um jogo de plataforma 2D, e o primeiro game a criar camadas de cenários para aumentar a sensação de profundidade.

O designer era Takashi Nishiyama, que se provaria um dos mais criativos da indústria de videogame.

A SNK começou a ganhar destaque um ano antes, quando Vanguard (1981), jogo de nave em movimentação horizontal, que precedeu as mecânicas de clássicos do gênero, como Gradius, da Konami, e R-Type, da Irem, foi lançado.

Ainda na Irem, Takashi criou o jogo Spartan X (1984), mais conhecido como Kung-fu Fighter no ocidente. Foi o primeiro game de rua da indústria de videogames, já que controlavamos um lutador que tem q descer a bicuda em bandidos que sequestraram sua namorada.

Ao final de cada fase, ele enfrentava um chefe de fase, tal qual os jogos de luta seriam. O jogo chamou tanta a atenção que a softhouse Capcom o contratou para desenvolver jogos novos — a empresa ainda estava longe de ser conhecido pelos seus games de luta.

Em 1986, a SNK lançou Athena, jogo de ação de chutes e armaduras com uma menina princesa mitológica (!), que fez tanto sucesso que ganhou uma continuação no mesmo ano, chamada Psycho Soldier, dessa vez com a garota como uma estudante, que junto com um amigo, percorrem divertidas fases de ação plataforma com disparos de energia psíquica.

Foi o primeiro game da SNK e da indústria com música cantada, em performance da cantora pop japonesa Kaori Shimizu.

Rambo II – A Missão (1985), filme com Sylvester Stallone, fazia um sucesso gigantesco nos cinemas. No mesmo ano, Arnold Schwarzenegger era outro exército de um homem só no filme Comando para Matar.

A Capcom lançou ainda em 1985 um jogo chamado Commando (nome original do filme do Arnold), pioneiro no jogo de ação de correr e atirar, com ponto de vista do alto.

Em Ikari Warriors (1986), a SNK copiou livremente o visual de Rambo II para um jogo inspirado em Commando, mas com com dois soldados — Ralf Jones e Clark Still seriam seus nomes (no mercado ocidental, Paul e Vince) –, numa versão muito mais irada, distante da pegada política da geopolítica da Guerra do Vietnã e se focando no que a audiência jovem gosta desses produtos: um incrível jogo de ação cheio de tiros com mortes.

Os jogos de Ikari Warriors

Ikari Warriors teve mais duas sequências, mas vale citar o jogo do ano seguinte da SNK, Guevara/Guerrilla War (1987), jogo de tiro com as mesmas mecânicas, mas com Ernesto Che Guevara (!) e Fidel Castro (!!) contra a ditadura de Fulgêncio Batista (!!!) em Cuba. Mais político, impossível.

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Foi também em 1987 que Takashi Nishiyama lançou um game que mudaria a história da Capcom e de toda a indústria: Street Fighter, um jogo revolucionário para a época, uma luta de um contra um, com inacreditáveis 8 botões de ataque, mais a chance de realizar golpes especiais com as combinações deles.

Takashi imaginou o Street Fighter quando se ligou que a parte mais legal de Spartan X/Kung-fu Fighter era justamente a luta com os chefes de fase.

E não apenas as porradas de botões, Nishiyama quis inovar nesse aspecto também, e se baseando no popular anime Space Batteship Yamato (mais conhecido no Brasil como Patrulha Estelar), criou o conceito de um golpe especial com a combinação de botões e controle — nascia aqui o hadouken, golpe baseado no tiro de energia que a nave Yamato desferia no anime.

As influências do golpe kamehameha de Goku e cia. no mangá/anime Dragon Ball (1984-1997), de Akira Toriyama, também são notórias.

O portfólio de títulos e o sucesso deles permitiu para a SNK investir em uma placa gráfica prioritária, a Multi Video System, mais popularmente conhecida como MVS.

Ela tinha dois processadores: um Motorola-68000 de 16-bits e um Z-80 de 8-bits. Estes chips, apesar de muito poderosos, eram baratos para a época, e a criação de jogos baseada nas instruções de ambos os processadores era de fácil programação.

Eles eram conhecidos pelas empresas produtoras de jogos, pois eles já haviam aparecido em outros arcades e consoles da época justamente pela facilidade de produção e programação. Isso dava poder para a MVS na casa dos 330-megabits, que a SNK usava na propaganda logo na abertura de seus jogos, ao lado do logo da empresa.

Para comparação, os videogames caseiros tinham apenas 16-megabits. Eles faziam só 64 cores e 80 sprites, enquanto que a MVS conseguia a proeza de 4.096 cores e 380 sprites.

Sprites são as “figuras” desenhadas na tela, que ainda eram coloridas em 65.536 tons disponíveis.

Mais importante: a MVS era intercambiável, bastava o dono da loja de arcades trocar a “fita” (esse cartucho de MVS da SNK) por outro, e o arcade estava pronto para ser outro jogo, numa época em que cada softhouse produzia máquinas únicas, que se tornavam um estorvo quando o público perdia o interesse nelas.

Esse lance comercial dinâmico foi uma jogada genial da SNK, e foi ideia de Takashi Nishiyama, que já estava há um tempo na SNK. Logo depois de Street Fighter ter sido lançado, entre o final de 1988 e 1989, ele aceitou um cargo de alta posição na SNK, e deixou a Capcom, mesmo tendo construído boas relações na casa.

Neo Geo, a Ferrari dos videogames dos anos 90

O sucesso foi tão gigante que a empresa se viu na possibilidade de construir a verdadeira Ferrari dos videogames nos anos 90: o console Neo Geo (“nova terra” em latim), que usaria a tecnologia Advanced Entertainment System, mais popularmente conhecida como AES, que é praticamente a mesma da MVS.

O Neo Geo funcionava exatamente igual à MVS: dentro do videogame, apenas os processadores.

Todo o resto estava dentro do cartucho. Isto resultou em um fato curioso, que acabou se tornando uma peculiaridade do Neo Geo: o cartucho era quase do mesmo tamanho que o videogame. Cada controle também era do tamanho do próprio console, e desenhado para se parecer com um controle de arcade.

O Neo Geo era tão caro, que apenas uma fita de um jogo alcançava o mesmo valor de um videogame completo, como um Super Nintendo ou Mega Drive.

Com o passar do tempo, a SNK viu na popularização do CD uma chance de baratear um pouco mais o seu console caseiro, e assim nasceu o Neo Geo CD, que ficou conhecido como o videogame com os “loading” (tempo de carregamento) mais longo de todos.

Neo Geo CD, a Ferrari (lenta) dos videogames dos anos 90

Mas foi com Fatal Fury (1991), chamado de Garou Densetsu no Japão, que a SNK despontou como uma grande produtora de games de luta.

Temos aqui os irmãos Terry e Andy Bogard em busca de vingança contra Geese Howard, o poderoso chefão do crime na cidade de South Town. Ele matou Jeff Bogard, pai dos rapazes, quando eles ainda eram crianças.

Os jovens cresceram, se tornaram lutadores, e agora querem se vingar. Geese organiza no começo dos anos 90 um torneio de lutas na cidade, o King of Fighters (“Rei dos Lutadores“), e é a chance perfeita para os irmãos Bogard conseguirem chegar perto do criminoso.

Arte promocional da SNK para o primeiro Fatal Fury
Trecho da abertura de Fatal Fury para o Neo Geo. O torneio King of Fighters nasceu aqui
Geese Howard, o grande vilão da série

O atual campeão é Billy Kane, que trabalha como guarda-costas de Geese.

Na mecânica do game, só era possível escolher entre três personagens: o lutador de rua Terry (vestido no talo do anos 90 style: cabeludo, boné e uma jaqueta irada), o ninja urbano Andy e um amigo dos dois, Joe Higashi, um praticante de muay thai.

O personagem escolhido pelo jogador percorre os bairros de South Town contra diversos adversários até chegar em Geese. A SNK inovou e inseriu dois planos de luta, um mais afastado da tela, uma novidade para a época.

Os três lutadores de Fatal Fury: Joe Higashi, Terry Bogard e Andy Bogard. Ao fundo, um mapa da cidade de South Town

Fatal Fury foi criado por Takahashi Nishiyama, naquela que é, com efeito, é o “verdadeiro” Street Fighter II — lançado pela Capcom alguns meses antes de Fatal Fury.

A própria Capcom teve OUTRO Street Fighter II, que se chamaria Street Fighter ´89, mas que providencialmente foi mudado de nome para Final Fight (1989), naquele que viria a se tornar o maior game de briga de rua (onde você percorre cenários descendo a porrada em inimigos) de todos os tempos nos videogames.

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Além do trio de heróis — Terry, Andy e Joe –, o primeiro Fatal Fury apresentou o mestre capoeirista brasileiro Richard Meyer (o primeiro lutador do estilo nos videogames); o dançarino DJ Duck King; o wrestler australiano Raiden; o velho mestre da técnica Hakkyokuseiken, Tung Fu Rue; o boxeador americano negro Michael Max (muito parecido com Mike, do primeiro Street Fighter, e mesmo Mike Bison/Balrog, de SFII); o lutador tailandês de muay thai Hwa Jai (muito parecido com Adon, do primeiro SF), fora os já citados Billy Kane e o chefão Geese.

Ilustrações de Shinkiro para o line-up de lutadores

No ano seguinte, 1992, a SNK lançou outro game de luta, Art of Fighting, chamado de Ryuko no Ken no Japão, com direção de Hiroshi Matsumoto, que co-criou Street Fighter com Nishiyama na Capcom.

Estamos na mesma South Town, mas muitos anos atrás, em 1978.

Os amigos lutadores Ryo Sakazaki e Robert Garcia tem que salvar Yuri (irmã de Ryo) do chefão do crime da cidade na época, Mr. Big. Apenas Ryo e Robert eram selecionáveis, e eles tinham que percorrer a cidade atrás dos responsáveis.

Os personagens eram apresentados em sprites enormes e bem detalhados, muito mais do que os vistos em Fatal Fury, naquele que foi um dos grandes atrativos do título.

A SNK ainda colocou efeitos de zoom in e zoom out nas lutas, dependendo da proximidade com que os lutadores ficam.

Eles podem disparar golpes mais fortes carregando o ki (segurando os botões de ataque), uma então inédita segunda barra de energia mostrada em tela, inserindo assim no lore dos videogames os golpes especiais nos jogos de luta.

Capa da fita AES de Art of Fighting do Neo Geo

Em 1992 também saiu Fatal Fury 2, que apresentou mais personagens no elenco, como a ninja Mai Shiranui, um dos sex symbols dos videogames até hoje.

Geese caiu de seu prédio para a morte certa depois que foi derrotado por Terry, e agora o último chefe é seu meio-irmão, o lorde alemão Wolfgang Krauser, tão apelão quanto.

Capa da fita AES de Fatal Fury 2 para Neo Geo

Em 1993, saiu Fatal Fury Special, um FF2 com melhorias técnicas e alguns extras, como Ryo Sakazaki, de AoF, como personagem secreto.

Em 1994 saiu Art of Fighting 2, game que mostraria o primeiro torneio King of Fighters organizado em South Town, com o verdadeiro chefão do crime da cidade, um jovem mafioso de apenas 26 anos, Geese Howard, personagem secreto do jogo.

A fita AES de Neo Geo para Art of Fighting 2
Um jovem Geese Howard em Art of Fighting 2, que se passa em 1979

Essa mistura de personagens e cronologia em FF e AoF deu mais ideias para a SNK. Mas o gênero de briga de rua era tão forte quanto os games de luta, e a SNK pensou nesse gênero nos passos iniciais do que viria a ser o jogo de luta King of Fighters.

Ele se chamaria Survivor, com 3 lutadores disponíveis para a pancadaria. Dizem quem arcades de teste foram lançados no Japão, com Terry Bogard e Robert Garcia socando uns caras na rua. Mas para a SNK não cair na vala de cópia mais uma vez — e ela já estava, por ter “copiado” Street Fighter –, abandonou a ideia, já que Final Fight fez o gênero explodir de popularidade.

A ideia foi refinada para times de 3 contra 3 em um jogo de luta, com a aproximação forçada de cronologias de FF e AoF, e o nome do torneio que aparecia nos dois games era ótimo, e assim nasceu a franquia King of Fighters como a conhecemos, lançado ainda no ano de 1994.

Arte promocional da SNK para The King of Fighters 94

A liderança da produção foi de Takahashi Nishiyama, o pai de Street Fighter e Fatal Fury. Ele juntou os personagens de FF e AoF, mais os protagonistas de Ikari Warriors e Psycho Soldier, além de criar personagens originais para compor o line-up de lutadores de KOF.

A linha cronológica que une AoF e FF seria ignorada, já que havia um grande intervalo de tempo entre uma e outra. Portanto, as séries têm timelines separada: uma para KOF, que aproxima as duas em uma mesma época, e outra para os jogos em separado.

Assim, quando Ryuji Yamazaki finalmente surge nos videogames, ele está apenas em Fatal Fury, a despeito de KOF 94 e KOF 95 já terem sido lançados. E para o Ryuji Yamazaki de The King of Fighters, o Destrutor irá fazer outra matéria.

Ryuji Yamazaki

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Geese Howard derrotado por Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury

Ryuji é um assassino de aluguel que alterna duas personalidades, ambas malignas. Na maior parte do tempo ele é um criminoso frio e calculista, um gangster com ligações com a Yakuza, a máfia japonesa, e a chinesa (mais especificamente de Hong Kong).

Mas a qualquer momento ele pode se tornar um lunático histérico que pode matar qualquer um em seu caminho, das piores maneiras possíveis.

Cruzar o caminho de Ryuji nunca é seguro, e é uma sorte sair vivo de um encontro com ele. E mesmo com todo apelo junto ao público, Ryuji Yamazaki nunca abandonou a vida de bandido, nem foi suavizado em suas maneiras tão erradas.

Sua mão direita nunca sai do bolso, já que ele concentra sua força toda nele — não à toa, seus golpes especiais geralmente são usando essa mão.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em arte de capa de uma das trilhas sonoras da SNK, lançadas para o mercado fonográfico. A ilustração é de Masato Natsumoto, outro artista da SNK

Entre os diversos games que apareceu, a SNK deu diversos movimentos e golpes que se mantiveram, com poucas alterações.

Um deles é um soco tão rápido e longo com a mão direita, que deixa apenas um borrão na trajetória. Há três variações dele, na horizontal e na diagonal para cima e para baixo.

Se o jogador segura o botão, retarda o ataque, que fica mais forte e arranca mais life. Ele também tem um ataque com sua faca, que fica guardada no bolso direito.

Outros golpes incluem uma cabeçada explosiva (!) e um que é uma tiração de sarro em que Ryuji recebe deliberadamente um golpe físico para contra-atacar com outro sem chance de defesa, onde ele anula o efeito do golpe recebido sem perder energia — o golpe se chama Sadomaso, logicamente.

Há outro similar para projéteis, um rebate que, se acertado no timing correto, tem o projétil devolvido em volto em sangue, tão rápido que é quase impossível a defesa.

Em de seus golpes especiais exige que o jogador pressione continuamente o botão, assim, Ryuji fica mais e mais alucinado, o que promove mais efeitos gráficos de violência nos golpes que desfere.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki na tela de seleção de Real Bout Fatal Fury Special

Orfão nas ruas de Okinawa, província do Japão, Ryuji teve uma infância difícil e pobre, e eventualmente caiu na vida do crime.

A situação é pior ainda com a ocupação americana da ilha no pós-Segunda Guerra Mundial. Em certo momento, Yamazaki vai para Hong Kong, e é “adotado” por Sorimachi, um chefão do crime, que achou que o garoto pertencia à Yakuza, a máfia japonesa.

O jovem Ryuji ganhou uma faca do pai adotivo, e começou a usá-la para matar suas vítimas com requintes de crueldade.

Pela primeira vez na vida, o rapaz estava feliz, e ascendia na organização, até eventualmente se tornar guarda-costas.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury Special

Mas quando Sorimachi é capturado e torturado terrivelmente, antes de ser morto em uma emboscada em Osaka (Japão), Ryuji Yamazaki, que presenciou tudo isso sem poder fazer nada, fica mais louco ainda.

O pouco de humanidade que Ryuji tinha se esvai, ele mata todos os responsáveis, se torna um independente e começa a despertar a atenção de todo o submundo e das autoridades, até se tornar um influente traficante de armas e drogas em Kowloon Walled City, a “Cidade murada de Kowloon”, na região de Hong Kong mesmo.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em Fatal Fury 3

O personagem foi dublado pela maior parte do tempo por Koji Ishii, desde sua estreia em 1995, em Fatal Fury 3, até King of Fighters 2003. Depois disso, o dublador foi Tsuguo Mogami, que estreou em The King of Fighters XIV, sua aparição mais recentes nos videogames.

Os games de luta em 1992

Em 1992, a SNK teve a estreia de Art of Fighting, que introduziu os golpes especiais na SNK, e que foram replicadas no game seguinte, o segundo Fatal Fury, que introduziu Mai Shiranui; Big Bear (outra persona de Raiden, depois que foi derrotado por Geese); o lutador sul-coreano de tae kwon do, Kim Kaphwan; o gordo Cheng Sinzan, que não parece, mas é bastante poderoso (ele treinou com Jeff Bogard e Geese quando todos eram jovens); o velho mestre de judô, Jubei Yamada; um novo boxeador, Axel Hawk; o toureiro espadachim Laurence Blood e o chefão Wolfgang Krauser, o meio-irmão de Geese, que organizou o The King of Fighters a nível mundial agora. Tivemos também o game World Heroes, jogo de luta com figuras históricas, a princípio uma produção exclusiva da softhouse ADK para o Neo Geo, videogame da SNK, também foi lançado esse ano.

arte de Shinkiro para o segundo Fatal Fury
Arte promocional da SNK para Fatal Fury 2. Neste caso, as ilustrações são de Eiji Shiroi, uma artista que ficaria responsável pela lore visual de Samurai Shodown na SNK

Arte de Shinkiro para Art of Fighting

Também nasceu Mortal Kombat, um dos primeiros games de luta foto-realista, e que seria um dos mais populares de todos os tempos, além de inserir o primeiro personagem secreto dos games, Reptile.

E foi o início das intermináveis sequências de Street Fighter II com o mesmo nome, só que não: a versão Champion Edition e Turbo.

1993

Em 1993, a SNK lançou Fatal Fury Special e o primeiro Samurai Shodown, o jogo de luta de espadas medieval no Japão feudal da SNK, uma das franquias mais queridas da empresa. Também saiu World Heroes II.

A Midway lançou Mortal Kombat II, uma das sequencias mais esperadas dos gamers, e a Capcom lançou mais uma versão de SFII, o Super Street Fighter II (que trouxe 4 novos jogadores pelo menos). E tivemos o primeiro game de luta 3D da história: Virtua Fighter, da Sega, que iria ser o mood que impera até os dias de hoje.

Arte promocional da SNK para Fatal Fury Special, um dos games mais conhecidos da franquia, adaptado para diversos consoles, do SNES ao Mega Drive, e até para o PC-Engine, cuja capa é essa
Arte promocional da SNK para Fatal Fury Special no Neo Geo
O jogo conta com a participação de Ryo Sakazaki, de Art of Fighting, no primeiro  crossover da SNK entre seus games
Geese Howard retorna de modo “especial” para o Fatal Fury Special
Arte da fita AES do Neo Geo de Samurai Shodown, jogo de luta de espadas no Japão feudal da SNK

1994

O ano de 1994 teve jogos memoráveis, como The King of Fighters 94; Samurai Shodown II; World Heroes 2 Jet; o inovador Aggressors of Dark Kombat, um mix de game de luta e briga de rua, pela softhouse Alpha Denshi Corp., mais uma vez exclusivo para o Neo Geo da SNK num primeiro momento; e Art of Fighting 2.

O mapa de South Town em Art of Fighting 2
Geese Howard, 26 anos de idade, em AoF 2, na arte de Shinkiro

A Capcom veio com Darkstalkers: The Night Warriors (Vampire: The Night Warriors, no Japão), com lutadores baseados em monstros e lendas sobrenaturais, com incríveis gráficos 2D em estilo anime; Super Street Fighter 2: Turbo, a melhor atualização de SFII, que introduziu barras de especiais para golpes que explodiam a tela se o life estourasse, fora a aparição secreta do lendário Akuma/Gouki; X-Men – Children of the Atom, no primeiro jogo de luta com os mutantes da Marvel, personagens que estavam no ápice de sua popularidade, com quadrinhos de vendas imensas e um seriado animado que todo mundo assistia — a Capcom usou os mesmos dubladores inclusive, e o design acompanhava os uniformes usados no desenho e nas HQs, apresentados em sprites 2D anime, como os do Darkstalkers.

Os Fabulosos X-Men da Marvel Comics, arte de Jim Lee
X-Men desenho animado
Cena da abertura do desenho animado dos X-Men

Vale destacar também Killer Instinct, da produtora Rare, mais conhecida na época pela revitalização da franquia Donkey Kong Country, da Nintendo, e que pegou para si a missão de apresentar o game de luta que inovou no sistema de combos intermináveis; Primal Rage, game da Acclaim, com bestas e animais monstruosos; Tekken, da Namco, que roubaria em pouco tempo o protagonismo de Virtua Fighter no mundo 3D de lutas, com um perfeccionismo técnico insuperável.

Aliás, nesse ano a a Sega lançou o muito bom e legal Virtua Fighter 2.

Fatal Fury 3: Road to the Final Victory (1995)

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Arte do manual do jogo de Fatal Fury 3, com Ryuji Yamazaki em destaque. Arte de Eiji Chiroi
Arte da SNK para a capa do CD do jogo Fatal Fury 3 para Sega Saturn

Ryuji Yamazaki aparece já na apresentação do game Fatal Fury 3: Road to the Final Victory. É o primeiro personagem que vemos, quando deixa um galpão onde tinha acabado de surrar Ripper e Hopper, dois capangas de Geese.

Em 1995, ano de lançamento de Fatal Fury e dentro do jogo também, ele é procurado pelos irmãos Jin Chonshu e Jin Chonrei para ajudar na procura dos Três Pergaminhos Sagrados da Imortalidade, poderosos artefatos que falam por si só.

Geese Howard espalhou um boato que já tinha um deles, o que atraiu a atenção dos irmãos chineses Jin, donos de enorme poder místico, e vão passar por cima de qualquer um para encontrar o que procuram.

Arte de capa do Neo Geo CD de Fatal Fury 3
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Geese Howard e os novos vilões de Fatal Fury: os irmãos Jin e Ryuji Yamazaki
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ripper e Hopper, os capangas de Geese, espancados por Ryuji Yamazaki

Já se passaram 2 anos desde o segundo torneio King of Fighters visto em Fatal Fury 2, organizado por Krauser, que morreu no final de uma luta com Terry Bogard.

Agora, Terry, Andy, Joe, Mai estão de volta à South Town, em meio a cinco novos personagens, todos relacionados de uma forma ou outra à busca dos tais pergaminhos — não há um torneio King of Fighters em Fatal Fury 3: Road to the Final Victory.

Junto com a estreia de Ryuji, tivemos Hon Fu, o detetive de Hong Kong que quer prender Yamazaki, e que luta com um nunchaku; Bob Wilson (Roberto Wilson), um novo lutador de capoeira, brasileiro tal qual Richard Meyer; a linda e poderosa Blue Mary, uma policial com golpes de agarrão que se tornaria uma das mais queridas personagens dos gamers, com o design baseado diretamente na Andróide 18, do mangá/anime Dragon Ball Z; um novo boxeador, Franco Bash; e Sokaku Mochizuki, um monge lutador com poderes de raio (não, não é o Rayden de Mortal Kombat).

E agora dá pra jogar com Geese Howard, que não morreu na queda de seu prédio no primeiro Fatal Fury.

No final de Billy Kane, conhecemos a Lilly, irmã de Billy, que nem sabia que o irmão era criminoso.

Ela se envolve romanticamente com Joe Higashi, para desgosto de Billy, que começa aqui a ficar menos propenso a permanecer na vida do crime.

Geese Howard agora está no line-up comum de lutadores para seleção
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki é um dos chefões em Fatal Fury 3
Um novo mapa de South Town no jogo

A SNK fez um novo mapa para South Town e ajustou as mecânicas do game, que agora tem 3 níveis de plano, conhecido como oversway system.

O plano principal é o meio, mas agora podemos avançar ou recuar para os outros dois. Foi inserido o bloqueio aéreo, bem como novos golpes e especiais para os personagens, inclusive um super especial que pode ser usado por um round.

As duas beldades da SNK: Mai Shiranui e a novata Blue Mary
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Se Geese quiser terminar o jogo, terá que enfrenta Yamazaki

Ryuji Yamazaki é o chefe padrão do game Fatal Fury 3, que insere um ranking de desempenho para os jogadores, que vai do D até o Triplo S.

Os níveis mais altos possibilitam enfrentar um dos irmãos Chonrei, ou mesmo os dois.

Os gráficos de Fatal Fury 3 aumentaram de tamanho em relação aos outros, os personagens tiveram um pequeno redesign, os cenários esticaram e as músicas melhoraram muito, graças ao poder do CD, que permitia mais armazenamento de dados.

Blue Mary na arte de Shinkiro
A lutadora foi baseada na Androide 18 de Dragon Ball Z

Fatal Fury 3: Road to the Final Victory saiu em 1995 para os arcades, e no mesmo ano para os consoles da SNK, o Neo Geo e o Neo Geo CD.

No ano seguinte, saiu para o Sega Saturn, o console 32-bits da Sega, e para computadores Microsoft Windows.

Em 2007, a SNK lançou uma coletânea para o PlayStation 2, Fatal Fury: Battle Archives Volume 1, que reuniu os 3 primeiros jogos e o Special.

Em 2010, Fatal Fury 3: Road to the Final Victory ficou disponível via download para o Virtual Console do Nintendo Wii, e em 2017 para os mesmos sistemas nativos do X-Box One e PlayStation 4.

A mais recente aparição do jogo de estreia de Ryuji Yamazaki foi na rede de download do Nintendo Switch, em 2018.

Em 2007, Fatal Fury 3 reaparece numa coletânea para o PlayStation 2, da Sony. Nessa época a SNK não era mais a mesma, nem tinha mais o artista Shinkiro na empresa — mais explicações logo menos
Ele vinha com o primeiro e segundo jogo, mais o Special
A coletânea foi lançada em comemoração dos 15 anos de Fatal Fury em 2007

Foi no ano de 1995 que a SNK ficou mais próxima do que nunca dos brasileiros, com a instalação da Neo Geo do Brasil, a representante oficial da SNK no país, o que permitiu a localização e distribuição das obras da produtora por aqui — Fatal Fury 3 para o Neo Geo CD saiu em português, por exemplo.

O Brasil já estava presente dentro dos games da SNK desde o primeiro Fatal Fury, com Richard Meyer (também conhecido como Ricardo Maia), e até no KOF 94, no cenário do Brazil Team (que não tem brasileiros rs), onde há pigmeus (!?) agitados em uma floresta.

O time do Brasil no KOF 94 é composto por militares americanos: o General Heidern e os soldados Ralf Jones e Clark Still (de Ikari Warriors).

Em 1995, a porrada tomou conta da indústria de videogames. Além de Fatal Fury 3 e The King of Fighters 95 — Ryuji Yamazaki não está no line-up, mas faz uma aparição especial no cenário do Hero Team, no Japão — , a SNK lançou Samurai Shodown 3, World Heroes Perfect e Savage Reign, um game de luta de novo inovador, com um sistema de duplas (antes de X-Men vs Street Fighter), com lutadores armados e que se passa numa South Town futurista de 2051 meio Mad Max (!), cheia de referências a antigos personagens — o protagonista Hayate usa uma proteção peitoral como Ryuhaku Todo (AoF) e Cheng Pai Fu usando o boné do “lobo lendário”, referência à Terry Bogard.

Ryuji Yamazaki em uma aparição especial em The King of Fighters 95, no cenário do Japan Team

Battle Arena Toshinden, da softhouse Takara (que fez ports dos primeiros FF e AoF para o SNES e Mega Drive) foi o primeiro game de luta 3D com armas, de início ponta de lança do lançamento do Playstation, o console 32-bits da então estreante Sony.

A empresa emendou a sequencia no mesmo ano. Killer Instinct 2 (Rare) teve gráficos impressionantes no arcade, um mix insuperável de 2D renderizado com 3D (nunca teve adaptação pois impossível reproduzir, e a versão Killer Instinct Gold do Nintendo 64 é uma vergonha).

Fighting Vipers, game de luta com personagens urbanos como skatistas e um inovador sistema de “armaduras” de dano, e Virtua Fighter Remix, direto para Sega Saturn, uma versão do primeiro game com gráficos melhorados, foram as investidas da Sega.

Arte promocional da Midway para Mortal Kombat 3

Também foi o ano de Mortal Kombat 3, um dos mais esperados da franquia, que uniu o oriental místico dos dois primeiros jogos com o hi-tech ocidental na forma de ninjas cyborgs no line-up — nada mais cool nos anos 90 que isso.

A Midway tentou replicar seu sucesso de MK com War Gods, primeira incursão da softhouse no 3D, com resultados horríveis.

A Capcom veio com seu segundo Darkstalkers, Marvel Super Heroes, sequencia de X-Men Children of The Atom, com uma incrível mecânica de uso das Jóias de Infinito até chegar ao chefão final Thanos, quase 25 anos antes de todo mundo ver isso no filme Vingadores 4 – Ultimato (2019).

Street Fighter Zero, game de luta de 1995, com traços de mangá/anime e que conta histórias logo após o primeiro Street Fighter de Takashi Nishiyama

Street Fighter Zero (chamado de Alpha nos EUA), o primeiro SF no mood anime — herança direta do sucesso do filme animado Street Fighter II – The Movie Animated (1994) –, que juntou personagens de Final Fight à franquia, revitalizou antigos, introduziu o hoje clássico 3 níveis de barra de especial, e que contou histórias passadas logo após o primeiro Street Fighter.

A Namco veio com Tekken 2 e o épico Soul Edge, o que seria o primeiro de uma longa série de jogo de lutas 3D de espadas, o maior da indústria.

Real Bout Fatal Fury (1996)

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Agora é Ryuji quem vai atrás de Geese Howard

A sequencia de Fatal Fury 3: Road to the Final Victory é o Real Bout Fatal Fury, que mantém as mesmas mecânicas, lutadores e gráficos, mas com o acréscimo de um novo sistema de combos.

Geese Howard retorna como o chefão final do game. Ele foi o lutador quem derrotou os irmãos Jin e quem descobriu a real dos pergaminhos, e agora organizou um novo The King of Fighters para espancar geral.

Pela primeira vez, temos Ryuji Yamazaki selecionável — um dos melhores personagens de Fatal Fury e de jogos de luta em geral até hoje. O assassino ainda é um dos sub-chefes, junto com Billy Kane e os irmãos Jin, todos selecionáveis.

Arte da “fita” AES de Real Bout Fatal Fury para o Neo Geo, uma das mais bonitas que Shinkiro já ilustrou
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Pela primeira vez, é possível jogar com Ryuji Yamazaki em Fatal Fury
Uma das imagens de introdução do jogo
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
A tela de seleção dos lutadores em Real Bout Fatal Fury
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki contra Joe Higashi

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Você escolhe seu lutador e vai enfrentar 3 oponentes no mesmo cenário, que agora podem acabar em “buracos”, como um lago ou fosso de linha de trem (caiu, já era, perde o round).

Curiosamente, esse é um artifício que vem diretamente dos games de luta 3D (que se tornavam cada vez mais populares), já que a capacidade da CPU em criar cenários “infinitos” era limitada, e criar um obstáculo como esse se tornou uma ótima alternativa para “parar” os lutadores– em geral o nome da queda era “out of ring“, ou “ring out“, algo como “fora do ringue”.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Os golpes de Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury

No final de Ryuji, o maluco detona Geese para ter acesso aos (ainda) Pergaminhos de Imortalidade, que ele acha inútil, já que fica por óbvio (desde o Fatal Fury 3) que apenas derrotar os portadores dos pergaminhos já era prova da enorme força e talento (que pegadinha essa, hein?).

Real Bout Fatal Fury encerra uma “cronologia” precisa de Fatal Fury, já que os games seguintes tomam enorme liberdade criativa para construírem suas tramas.

Geese Howard morreu definitivamente aqui (de novo cai de sua torre), assim como Krauser morreu em definitivo em Fatal Fury 2 (ele matou Lawrence Blood antes de se matar, após ser derrotado por Terry).

No final de Terry Bogard, ele descobre que Geese tinha um filho, Rock, de apenas 10 anos, a quem abandonou e nunca cuidou.

O lobo lutador adota o guri, e assim, Terry deixa o mundo das lutas em 1996.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Depois de derrotar Geese, Ryuji também saca que os pergaminhos são uma pegadinha

Real Bout Fatal Fury saiu para os consoles da SNK, o Neo Geo e o Neo Geo CD. No ano seguinte, saiu para o PlayStation e Sega Saturn.

Em 2007, Real Bout Fatal Fury ficou disponível via download PSN para o PlayStation 3 e o portátil PSP, sendo que em 2012, saiu do mesmo jeito para o sucessor dele, o PSP Vita, além do Virtual Console do Nintendo Wii.

Nesse ano a SNK lançou para o PlayStation 2 a coletânea Fatal Fury: Battle Archives Volume 2, que trazia Real Bout Fatal Fury, Real Bout Fatal Fury Special e Real Bout Fatal Fury 2: The Newcomers.

Essa coleção reapareceu para download para o PlayStation 3 em 2015, e para PlayStation 4 em 2017, sendo que nesse ano o jogo solo Real Bout Fatal Fury também estava disponível na mesma rede, além do X-Box One. A última aparição do jogo foi em 2018, via download para o Nintendo Switch.

Mais uma coletânea de Fatal Fury para o PlayStation 2, dessa vez com os jogos da “série” Real Bout

Enquanto isso, The King of Fighters 96 se firmava como o maior produto da SNK, dada a sua popularidade entre os gamers. A softhouse também lançou nesse ano o Samurai Shodown 4, o ápice de seu game de luta de época, com a ressurreição de Shiro Tokisada Amakusa, o grande vilão da série, e Art of Fighting 3, que refinou a jogabilidade da franquia, com gráficos e fluidez superiores a outros títulos da época, mas com um novo line-up de lutadores que não despertou tanto interesse assim, ainda mais em uma história original que fugia muito ao que foi apresentado nos dois games anteriores.

A SNK ainda teve Kizuna Encounter, a sequencia de Savage Reign, jogo que literalmente amarra referências de Samurai Shodown e os games de Art of Fighting e Fatal Fury naquele que é o game que encerra a “timeline” oficial da SNK.

A ADK lançou Ninja Master’s, que usava o mesmo mood de Samurai Shodown, mas com ninjas.

Art of Fighting 3
Capa da “fita” AES de Ninja Master´s para Neo Geo
Capa da “fita” AES de Neo Geo para o Kizuna Encounter

A Capcom estava com Street Fighter Zero 2, simplesmente o melhor game de luta de todos os tempos — gráfico, jogabilidade, diversão –, e expandiu os conceitos ultrarrápidos, explosivos e urgentes apresentados em X-Men: Children of the Atom e Marvel Super Heroes com o crossover de luta X-Men vs. Street Fighter, cheio de super-pulos e poderes de tela inteira.

Os personagens de Street Fighter estão todos como os apresentados em Street Fighter Zero e Zero 2, com poderes ampliados e jogabilidade alteradas para conseguir competir com os X-Men em pé de igualdade.

Arte promocional da Capcom para Street Fighter Zero 2

| LEIA TAMBÉM: Street Fighter Zero 2 e o poder gráfico do 2D no melhor jogo de luta de todos os tempos

Cammy White, a lutadora militar apresentada em Super Street Fighter II, também está no line-up, com sprite refeito para o jogo, e apareceu aqui antes de estrear em Street Fighter Zero 2 Dash, uma atualização de SFZ2.

Com essa série versus, os fãs de pancadaria começaram a sonhar em um game de luta entre os personagens da Capcom e da SNK também…

Arte promocional da Capcom para X-Men vs. Street Fighter

A Capcom também investia na novidade da época, o estilo 3D nos jogos de luta.

Para sua maior marca comercial, Street Fighter, contratou uma softhouse subsidiária, a Arika, para fazer Street Fighter EX, com vários lutadores clássicos e muitos novos.

O resultado foi surpreendentemente bom, e garantiu uma boa base de fãs. Ao mesmo tempo, a própria Capcom arriscava criar gráficos poligonais em um título de luta inédito, Star Gladiator, com lutadores futuristas em uma guerra espalhada pela galáxia.

Capas de Ultimate Mortal Kombat 3 para Sega Saturn, uma das melhores conversões caseiras do jogo

A Sega tentava emplacar Virtua Fighter 3, a última tentativa de vencer a franquia Tekken, e ainda lançou Fighter’s Megamix, um crossover de lutas entre personagens de Virtua Fighter, Fighting Vipers e até Sonic e Daytona USA (!!).

A Takara estava com sua terceira versão de Toshinden, um game que elevava muito a mecânica, poderes e personagens, para competir com a cinética oferecida pela concorrência.

Ainda no mundo 3D, a Tecmo lançou Dead or Alive, jogo de luta com várias lutadoras, em um mood tão noventista de sexualização que chocava até na época.

A Midway lançou Ultimate Mortal Kombat 3, a atualização do MK3, game que fica pau a pau no posto de melhor jogo de luta com SFZ2, e ainda lançou mais uma atualização no fim do ano, Mortal Kombat Trilogy, que reuniu quase tudo que havia sido feito nos jogos anteriores em um só (!).

Real Bout Fatal Fury Special (1997)

Capa da “fita” AES de Neo Geo para Real Bout Fatal Fury Special

Em Real Bout Fatal Fury Special, a SNK redesenhou totalmente os personagens, o que garantiu uma renovação de brilho para Fatal Fury, mesmo com o sucesso que KOF conseguia.

O jogo ficou mais bonito e aprimorado graficamente, o Fatal Fury mais anime lançado até agora. Estranhamente a SNK demorou a fazer isso, já que Fatal Fury teve um anime OVA (Original Video Animation, animações de quase 1h para o mercado de VHS) lançado ainda em 1992, que adaptou o primeiro game, e uma sequencia em 1993, que adaptou o segundo jogo.

Houve até um filme animado lançado nos cinemas em 1994, que apresenta uma história original, já que Fatal Fury 3 nem havia sido lançado.

Todas as produções tem o character design bem singular de Masami Obari. O filme em especial foi feito totalmente na correria para concorrer com o Street Fighter II – The Animated Movie, da Capcom.

Wolfgang Krauser, Geese Howard, o trio de heróis de Fatal Fury mais a Mai Shiranui, no traço inconfundível de Masami Obari para os animes do jogo
Foi a primeira vez que vimos Jeff Bogard, pai adotivo de Terry e Andy

Yamazaki agora está no line-up geral de personagens em Real Bout Fatal Fury Special, sendo agora os sub-chefes do jogo Billy Kane e Lawrence Blood, com o chefão final Wolfgang Krauser de volta — Geese Howard está presente como lutador secreto.

Como dito, não há “roteiro” no game, e o final de Yamazaki é apenas um diálogo dele com Cheng Sinzan em meio aos créditos subindo (!?).

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
O especial de Ryuji Yamazaki em Real Bout Fatal Fury Special é literalmente sanguinário

Real Bout Fatal Fury Special teve adaptações para para os consoles da SNK, o Neo Geo e o Neo Geo CD ainda em 1997, e uma versão para o Sega Saturn em 1997.

Em 2007, a SNK lançou para o PlayStation 2 a coletânea Fatal Fury: Battle Archives Volume 2, que trazia Real Bout Fatal Fury, Real Bout Fatal Fury Special e Real Bout Fatal Fury 2: The Newcomers.

Em 2012, o jogo estava disponível no Virtual Console do Nintendo Wii. A coleção Battle Archives reapareceu para download para o PlayStation 3 em 2015, e para PlayStation 4 em 2017, que no no mesmo ano deixou disponível o jogo solo.

Em 2018, Real Bout Fatal Fury Special ficou disponível para download no Nintendo Switch.

Real Bout Fatal Fury Special não tem roteiro pois não conta para o cânone do jogo, mas mesmo assim o game foi um sucesso e teria continuação

O grande destaque mesmo de Ryuji Yamazaki no ano seria sua tão esperada participação no The King of Fighters 97, o desfecho da saga Orochi, naquele que seria um os games mais populares da franquia.

O ano ainda viu pelas mãos da SNK o Samurai Shodown 64, jogo de luta 3D e o primeiro título da sub-série 3D lançado para o sistema Hyper Neo-Geo 64, desenvolvida pela própria SNK.

Ele foi a primeira tentativa da empresa em trazer suas séries de jogos à realidade 3D. A softhouse ainda lançou Last Blade, outro jogo de luta de época, com samurais e ninjas no Japão feudal, muito mais caracterizados nesse mood do que a franquia SS.

Os model sheet de Ryuji Yamazaki para The King of Fighters 97

A luta de espadas estava na moda mesmo, pois a Square, dona de Final Fantasy, o maior RPG do mercado, lançou Bushido Blade para o PlayStation, seu primeiro game de luta, com lutadores 3D em cenários tão grandes e detalhados que se podia correr e se esconder, e golpes que podiam matar no primeiro acerto, já que nem barra de energia existia, no jogo de luta mais realista possível já feito.

Por falar em RPG, a SNK lançou nesse ano Samurai Shodown RPG, jogo desenvolvido para a plataforma Neo Geo CD, mas que foi também convertido para Sega Saturn e PlayStation.

Dan em Super Puzzle Fighter II – Turbo. O personagem foi criado pela Capcom em Street Fighter Zero (1995) para parodiar a SNK com seu AoF, já que ele emula características de Ryo e Robert

A Midway abandonou os sprites pré-renderizados que fizeram a fama de seu Mortal Kombat e lançou Mortal Kombat 4, o primeiro game 3D da franquia, que mudaria os rumos do game pra sempre.

A Capcom estava com vários títulos, como Darkstalkers 3, Marvel Super Heroes vs Street Fighter (a sequencia de X-Men vs Street), Pocket Fighter, game de luta com os personagens da Capcom em estilo SuperDeformed (o cartoon japonês), retirados diretamente do game Super Puzzle Fighter II Turbo (1996), naquele que é o jogo de puzzle/quebra-cabeças/pedrinhas mais divertido que existe, Rival Schools, seu melhor game de luta 3D, com sistema de duplas como a série versus, e Street Fighter III: New Generation, a tão esperada sequência de Street Fighter II, com incríveis gráficos 2D, bonitos e funcionais até hoje, graças à placa gráfica CP System III, que permitia muito mais quadros de animação. Street Fighter III: Second Impact, a atualização, saiu no mesmo ano, meses depois.

A Namco lançou Tekken 3, o melhor jogo de luta 3D do PlayStation, o mais rápido e divertido do console. E a Raizing/Hudson também se aventurou pelo mundo da luta 3D com Bloody Roar, jogo em quem os personagens se transformavam em animais humanoides para ficarem mais fortes nos combates.

Real Bout Fatal Fury Special: Dominated Mind (1998)

O ano de 1998 teve Ryuji Yamazaki em 2 jogos de Fatal Fury (sem contar ele em The King of Fighters 98), cada em sua própria timeline.

Em Real Bout Fatal Fury Special: Dominated Mind, um lançamento exclusivo para o PlayStation (até hoje), temos um novo inimigo, White, um gângster baseado em Alexander de Large, o protagonista de Laranja Mecânica, filme de 1971 de Stanley Kubick (baseado no livro de mesmo nome de Anthony Burgess), um perigoso manipulador de mentes, que já dominou Billy Kane e que ocupar o vácuo de poder deixado pela morte de Geese, morto (de novo) no Real Bout.

O line-up de lutadores inteiro de Real Bout Fatal Fury Special retorna aqui, com a adição de um novo personagem, o jovem e espirituoso Alfred, piloto fanático por aviões.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki luta contra um Billy Kane dominado
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki enfrenta White, o chefão em Dominated Mind

Pelo jogo ser em CD, temos também uma maravilhosa abertura em anime, produzida pela Sunrise, na qual infelizmente não aparece o Ryuji Yamazaki.

O final bem que poderia ser em anime também, mas depois da derrota de White (que é em anime), aparece apenas os desenhos parados (com o mesmo character design da animação, Masanori Sino) do lutador que derrotou o chefe. Isso foi o mais perto que Ryuji Yamazaki chegou de virar anime em Fatal Fury.

O character design da animação em Dominated Mind foi Masanori Sino, mesmo artista da arte de capa do jogo
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Quase que Ryuji Yamazaki apareceu em anime. Quase

Masanori Sino já era um veterano da indústria quando fez a animação, com passagens em Urusei Yatsura (1985, TV), Transformers – The Movie (1986, filme), Dog Soldier: Shadows of the Past (1989, OVA), Lupin III: The Hemingway Papers (1990, filme), Lupin III: Napoleon’s Dictionary (1991, filme), Mobile Suit Gundam Formula 91 (1991, TV), Super Dimensional Fortress Macross II: Lovers Again (1992, TV), Oh My Goddess! (1993, TV) e Vampire Princess Miyu (1997, OVA). Ele faria depois filmes animados de séries como Escaflowne e Inuyasha.

Real Bout Fatal Fury Special: Dominated Mind só foi ficar disponível de novo em 2007, no sistema de download do PS3 e do PSP. Em 2012, quem tinha um PS Vita podia baixar também.

Real Bout Fatal Fury 2 – The Newcomers (1998)

Real Bout 2 Fatal Fury – The Newcomers, o “sétimo” Fatal Fury na contagem da zona completa da linha de jogos/”cronologia”, temos Ryuji Yamazaki e o line-up do Real Bout, mais dois lutadores estreantes: a chinesa-americana Li Xiangfei e o nativo-americano Rick Strowd.

O último chefe ainda é Wolfgang Krauser, e temos Alfred (de Dominated Mind) como personagem secreto.

Em seu final, Ryuji Yamazaki está armando um golpe, mas Hon-Fu aparece para por tudo a perder. Ou não?

Aliás, nesse Fatal Fury, o final do detetive é “espelhado”, com Ryuji Yamazaki aparecendo no dele também. Termine com os dois personagens para saber mais.

Arte da “fita” AES de Neo Geo para Real Bout Fatal Fury 2
Uma das contracapas tem artes de Eiji Shiroi do elenco do jogo
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
As artes internas estão mais “anime” também

Real Bout 2 Fatal Fury – The Newcomers foi a última vez que Ryuji Yamazaki apareceu em um game de Fatal Fury..

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
O final de Ryuji Yamazaki neste jogo tem mais ligações com Hon Fu, o policial que vive atrás dele

O game saiu para o Neo Geo e Neo Geo CD no mesmo ano de 1998. Em 2007, a SNK lançou para o PlayStation 2 a coletânea Fatal Fury: Battle Archives Volume 2, que trazia Real Bout Fatal Fury, Real Bout Fatal Fury Special e Real Bout Fatal Fury 2: The Newcomers.

Em 2012, o jogo estava disponível no Virtual Console do Nintendo Wii. A coleção Battle Archives reapareceu para download para o PlayStation 3 em 2015, e para PlayStation 4 em 2017, que no no mesmo ano deixou disponível o jogo solo.

Em 2018, o game ficou disponível para download no Nintendo Switch, PS4 e X-Box One.

O elenco de The King of Fighters 98, um dos melhores games da série. Ryuji está no line-up

Além de The King of Fighters 98, no qual Ryuji Yamazaki está presente de novo — trata-se do melhor KOF em termos de jogabilidade e competição que a SNK já fez –, a empresa lançou Last Blade 2, sequencia do primeiro game.

As lutas de espada ainda estavam em alta em 1998, já que também vimos o Soul Calibur, da Namco, sequencia de Soul Edge, um dos melhores games do gênero, que se sustenta até hoje em gráficos e mecânica de luta.

A Square também lançou Bushido Blade 2, a sequência do primeiro, com cenários ainda maiores e mais lutadores, e um deles agora usa até uma metralhadora (!?).

Outro game da Square foi Ehrgeiz, um game de luta também 3D, produzido pela Namco para os arcades, na qual a Square fez a conversão exclusiva para o PlayStation — Cloud Strife e Tifa Lockhart já eram selecionáveis na máquina, mas no PSX também foram adicionados Sephiroth, Yuffie Kisaragi, Vincent Valentine e Zack. Todos eles são personagens do RPG Final Fantasy VII.

A Capcom veio com também com um game 3D de luta com espadas, com o lançamento de Plasma Sword: Nightmare of Bilstein, a sequencia de Star Gladiator, um jogo de gráficos incríveis, provando que a produtora podia fazer games do gênero com tranquilidade.

Mas seria a Arika que lançaria a sequencia de Street Fighter EX, com mais lutadores no line-up. A Capcom também lançou Street Fighter Zero 3, que fecha a trilogia Zero, em um aumento considerável de lutadores e diversificação de mecânica, que o deixa bem distante do SFZ2, mas ainda assim com atrativos que o tornam um dos jogos mais interessantes da softhouse, já que é o que mais se aproxima das versões clássicas de Street Fighter II e suas atualizações.

O ápice da série versus. entre as duas empresas

Marvel vs Capcom apareceu nas máquinas nesse ano também, a chegada ao topo do crossover das duas empresas, com uma rica apresentações de personagens da softhouse, bem como da Marvel, que viu o vilão Massacre se tornar o chefão do game.

É o melhor game versus da franquia. A empresa também lançou um game de luta da popular série de mangá/anime JoJo’s Bizarre Adventure, pelo mesmo time de produção de Street Fighter III.

Mas o destaque de 1998 fica por conta Guilty Gear, um incrível jogo de luta da estreante Arc System Works.

Bastante detalhado em sua proposta 2D de sprites, os gráficos são em estilo anime, e os lutadores fazem referência ao mundo do rock e heavy metal — incluindo sua trilha sonora — , com uma jogabilidade única que mistura elementos de SFZ e a série versus. Foi uma estreia em grande estilo, e a franquia teria várias sequências.

Fatal Fury: Wild Ambition (1999)

Arte promocional da SNK para Fatal Fury Wild Ambition
Mais uma arte promocional, a mais usada pela SNK para promover o primeiro Fatal Fury 3D da história
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
A arte ficou distante dos trabalhos de Shinkiro ou mesmo Eiji Shiroi, com a direção de arte a cargo de Koichi Sakita, talvez o próprio character designer do jogo

Fatal Fury: Wild Ambition foi o primeiro game 3D da série, a primeira vez que Ryuji Yamazaki aparece nesse mood, muitos anos antes das versões 3D de KOF.

O game foi um dos últimos games com que a SNK trabalhou em sua placa gráfica 3D, Hyper Neo Geo 64. Trata-se de um reboot do primeiro game, numa mistura de personagens — por isso Ryuji está aqui.

Usando o que era moda na época, o game está cheio de sequências em CG — computer graphics –, e é assim que vemos, pela primeira vez no lore de Fatal Fury, o vilão Geese matar Jeff Bogard.

O elenco de lutadores escolhidos pela SNK incluem Terry Bogard, Andy Bogard, Joe Higashi, Mai Shiranui, Kim Kaphwan, Billy Kane, Raiden, Ryuji Yamazaki, Li Xiangfei (personagem secreta, vinda de Real Bout Fatal Fury 2 – The Newcomers), e os estreantes Tsugumi Sendo, uma estudante colegial japonesa, e Touji Sakata, um velho mestre de artes marciais de chapéu Panamá, amigo e rival de Tatsumi Suo, o avô de Blue Mary e mestre de Geese Howard (!).

Ryuji Yamazaki Fatal Fury

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
A experiência 3D em Fatal Fury Wild Ambition não foi a esperada
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki

O chefão é o próprio Geese, também selecionável. Outros personagens escondidos são Duck King e Mr. Karate II (um Ryo Sakazaki mais velho).

A mecânica não apresenta grandes atrativos, e a plástica e design não foram das melhores, o que deixa Fatal Fury: Wild Ambition muito atrás de seus concorrentes de época. Não há finais em Fatal Fury: Wild Ambition, o que deixa tudo pior ainda.

O game permanece exclusivo dos sistemas da Sony até hoje. Saiu para o PlayStation ainda em 1999, depois via download em 2007 para PS3 e PSP e em 2012 para o PS Vita.

Garou: Mark of the Wolves (1999)

O ano de 1999 também marca o fim da franquia Fatal Fury em si, já que nesse ano a SNK lançou Garou: Mark of the Wolves, o último game de luta com a marca Fatal Fury, naquele que é o jogo que mais arrancou performance da velha e guerreira placa gráfica MVS de Neo Geo, com elementos 3D, semitransparência e efeitos 2D muito superiores ao que tinha se visto até então.

Para ficar ainda mais aparente as mudanças, o character design principal não foi o artista clássico Shinkiro, com Tonko pegando o posto, os personagens ganharam golpes de comando similares para simplificar a jogabilidade, que está mais fluida do que nunca.

Paradoxalmente, com um game cheio de desconhecidos, a SNK alcançou o topo da perfeição nos jogos de luta da indústria de videogames.

Arte promocional da SNK para o lançamento do jogo para o Dreamcast, console de 128-bits da Sega

A trama se passa em 2006, 10 anos depois da morte de Geese Howard.

A cidade de South Town agora era mais pacífica, e pra falar a verdade nem estamos mais nela, e sim em Second South Town, a cidade vizinha (!). Um novo torneio chamado “King of Fighters: Maximum Mayhem” começa no local, e diversos lutadores aparecem para participar.

Nosso personagem principal agora é o jovem Rock Howard, 17 anos, o filho biológico de Geese Howard, adotado por Terry Bogard e treinado pelo próprio, o que faz o jovem ter técnicas dos dois.

Há também B. Jenet, a líder dos piratas Lillien Knights, novo sex symbol da série; Kim Dong Hwan, o filho mais velho de Kim Kaphwan, e Kim Jae Hoon, o filho mais novo; Hotaru Futaba, uma garota que treina artes marciais; o criminoso marcial Gato; Tizoc (The Griffon), um famoso wrestler; Marco Rodriguez (Khushnood Butt), um lutador brasileiro praticante do karatê Kyokugenru, discípulo de Ryo Sakazaki, mestre do estilo; Hokutomaru, um garoto ninja do estilo Shiranui-ryuu Ninjutsu, discípulo de Andy Bogard (não é filho dele com a Mai!); Kevin Rian, um policial da S.W.A.T.; e o serial killer Freeman (matou o parceiro de Kevin), que faz o mood de Ryuji Yamazaki e Iori Yagami aqui.

E claro, a SNK não poderia deixar todo mundo da velha guarda de fora, e ao menos deixou Terry Bogard no line-up, um lobo mais velho, que usa a jaqueta de Blue Mary e ajuda Rock em sua nova trajetória.

Arte da “fita” AES do Neo Geo para Garou: Mark of The Wolves, uma das mais raras e disputadas do console

Os chefes são Grant, um velho amigo de Marie Heinlein, a mãe de Rock. Ele é guarda-costas do chefão final, Kain R. Heinlein, irmão de Marie, tio de Rock, que deseja ocupar o espaço criminal que Geese deixou.

Para facilitar a vida, organizou o toneiro para já eliminar possíveis obstáculos. Garou: Mark of the Wolves é um dos melhores games de luta da indústria, com mecânica e balanceamento nos ajustes corretos para garantir uma excelente jogabilidade e bom design.

Foi uma grande despedida da série Fatal Fury, e apesar de não ter Ryuji Yamazaki nem outros dos lutadores clássicos, é um dos mais queridos dos fãs da SNK.

Ele amarra a série de modo notável, ao ter Terry e Geese, duas forças antagônicas, unidos na forma de Rock

Foi um dos últimos games portado para o console Neo Geo, o que faz dele um dos itens mais caros entre colecionadores de videogames de todo o mundo.

Garou: Mark of the Wolves teve uma versão adaptada para o Dreamcast, console de 128-bits da Sega, em 2001, e versões para downloads nos sistemas do X-Box 360 em 2009, em 2015 para o PS3 e em 2016 para o PS4 e PS Vita (o trailer acima é dele), em 2017 para o Nintendo Switch e em 2018 para o X-Box One.

A despedida definitiva de Terry e Geese é relembrada em Garou, o último Fatal Fury da história

Em 1999, a SNK iniciava uma nova saga em The King of Fighters, com Kyo e Iori deixados de lado a favor de times de 4 lutadores (um é Striker, aparece apenas para dar porrada, não-selecionável, mood copiado de Marvel vs. Capcom) em uma trama mais militar e cheia de clones, no que ficaria conhecido pelos fãs como Saga Nest.

E ela não alcançou o mesmo sucesso da saga Orochi. Foi também o ano do lançamento de Samurai Shodown: Warriors Rage, o último jogo para o sistema Hyper Neo Geo 64, que continua os eventos de Samurai Shodown 64.

A Raizing/Hudson lançou Bloody Roar 2 e a Capcom cometeu uma das poucas atrocidades de sua carreira, com o lançamento do jogo de luta 3D Final Fight Revenge, que colocou os personagens do briga de rua para lutar em um game horroroso.

Arte do game de luta Final Fight Revenge, exclusivo dos arcades e Sega Saturn em terras japonesas

Para compensar, no mesmo ano saiu Street Fighter III: Third Strike, o ápice de desempenho da placa CP System III, a melhor atualização do game e um dos melhores da série SF, e até hoje um dos mais usados para competições — se há dois games de luta essenciais em 1999, eles são Garou – Mark of The Wolves e Street Fighter III: Third Strike.

O fim da SNK

Com a popularização da internet nos anos 2000, e cada vez mais emuladores ao alcance dos gamers, as casas de jogos, máquinas, fliperamas e arcades perdiam público, e a principal fonte de renda da SNK começou a secar de forma rápida.

Decisões executivas equivocadas, como os “encerramentos” de jogos como Fatal Fury, Art of Fighting e Samurai Shodown, em detrimento de um KOF que não chamava a atenção como na saga Orochi, e um acordo que se mostraria maldito com a Capcom (para finalmente fazerem um game/crossover entre seus lutadores) contribuiu para a derrocada.

Durante todo o ano de 1999, as contas da SNK já estavam no vermelho, em em janeiro de 2000, a Aruze comprou a maior parte da SNK.

Era uma companhia especializada em pachinko, uma espécie de máquina de jogo de azar, bastante popular no Japão. A empresa esperava usar as propriedades adquiridas nas máquinas como chamariz visual (!). Isso desagradou a maior parte dos funcionários da SNK, que começaram a deixar a empresa — Shinkiro foi para a Capcom nessa época.

Acionistas da Azure começaram e ver que a SNK não dava lucro, e ela deixou de existir de fato em 30 de outubro de 2001.

Eikichi Kawasaki, prevendo que perderia sua empresa, criou uma empresa meses antes, a Playmore. A Azure chegou a licenciar as marcas dos games para outras softhouses produzirem, como a Brezzasoft, uma produtora de games, também de propriedade deKawasaki, criada para fazer esses jogos da SNK.

A última tela da SNK ainda com sua placa MVS

Graças aos erros cometidos da Azure e manobras espertas de Kawasaki, o executivo conseguiu readquirir aos poucos as antigas propriedades da SNK, mas não sem erros pelo caminho.

A empresa coreana Eolith estava por trás da maior parte dos investiumentos da Brezzasoft de Kawasaki, e ela foi a responsável por fazer The King of Fighters 2001, um dos piores jogos da franquia. Aos poucos, a Playmore foi absorvendo a Brezzasoft e outras softhouses, reconstruindo o “antigo império” que um dia foi a SNK.

Em 7 de julho de 2003, essa nova empresa passou a se chamar SNK Playmore Corporation, o que coincide com mudanças filosóficas e estruturais da empresa, como a aposentadoria da idosa placa MVS, depois de 14 anos de bons trabalhos prestados.

A sucessora foi a Atomiswave, com a qual foi feita The King of Fighters XI (2005) — que não tem Ryuji Yamazaki no line-up. Em 2016, finalmente começa a ser tratada novamente como SNK.

Ryuji Yamazaki: de Fatal Fury para KOF

Tela inicial de Fatal Fury, onde nasceu o torneio King of Fighters
Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Ryuji Yamazaki em The King of Fighters 97

Ryuji Yamazaki nunca mais apareceu em um Fatal Fury, já que o game nunca mais foi produzido pela SNK.

Mas ele teve diversas aparições em sua nova casa, o The King of Fighters, depois que a saga dos lobos foi “encerrada” com Garou: Mark of The Wolves. O assassino fez sua estreia ainda na saga Orochi,  em KOF 97.

Ele segue em The King of Fighters 98 — o melhor de todos em termos de jogabilidade e competição — em The King of Fighters ’99: Evolution, como um Striker; The King of Fighters 2000, como um Striker de Blue Mary; The King of Fighters 2002 (já produzida pela Eolith e Playmore); The King of Fighters 2003; The King of Fighters 2002: Unlimited Match; e The King of Fighters XIV (2016), dessa vez produzida com uma SNK tal qual antigamente, que abandonou as numerações de ano a ano na série.

Ryuji Yamazaki Fatal Fury
Arte de Shinkiro para The King of Fighters 97, com Ryuji Yamazaki com seus colegas de time: Blue Mary e Billy Kane
Em 1995, Shinkiro fez essa arte, uma das mais enigmáticas da SNK. A ilustração geralmente é atribuída a um possível game cancelado de Fatal Fury, que seria sobre as origens de Geese em South Town nos anos 1970. É ele jovem no centro, com as faces opostas dele (ou Jeff Bogard?) e de Wolfgang Krauser. Também podemos ver Takuma Sakazaki (de AoF, pai de Ryo e Yuri), o mestre Tung Fu Rue, um Chen Sin Zan magro e um misterioso lutador com faixa nas mãos, além de uma freira no alto
Terry Bogard em Fatal Fury 3, arte de Shinkiro

/ IDADE. As informações oficiais da SNK, quando publicadas nas edições dos games Real Bout Special e KOF, indicam que a data de aniversário de Ryuji Yamazaki é 8 de agosto de 1963.

Isso o deixa com 32 anos quando apareceu em Fatal Fury (que se passa em 1995), e com 58 anos neste 2021.

Com o passar do tempo, as softhouses deixaram de publicar as datas de aniversário de personagens em jogos de luta, exatamente por conta do envelhecimento gradativo dos personagens.

/ RYUJI YAMAZAKI EM LIVE-ACTION. Para o lançamento de Fatal Fury 3: Road to the Final Victory, a SNK produziu alguns comerciais com atores interpretando personagens do game, sendo que o principal foi Terry Bogard, mas Ryuji Yamazaki também aparece, interpretado por Michael K. Hayashida. Confira no fim desse vídeo.

/ AS FALAS. Ryuji Yamazaki não cala a boca nos games. Algumas de suas linhas de diálogo, em tradução livre: 1- Antes de lutar: “Kono zako ga….” (“Você, cara, você…“); 2-fala de vitória 1: “Che, kudaran.” (“Hmph, você não passa de besteira“); 3- fala de vitória 2: “Hyaku nen haiyain da yo!” (“Vai demorar uns 100 anos para que você me derrote!“)

/ GOLGO 13. O mangá Golgo 13 foi um dos mangás mais longevos da indústria da cultura pop, sendo publicado sem parar desde 1968 pelo seu criador, o escritor e desenhista Takao Saito.

É a história do assassino de aluguel Duke Togo, o homem mais mortífero da história, que jamais errou um único tiro na vida, e que trabalha sob o nome de Golgo 13. São centenas de encadernados com histórias sobre pessoas de todos os tipos e classes sociais atrás de um contrato com o melhor assassino.

Cheias de ação, espionagem, tramas políticas, sociais e industriais, o mangá foi um sucesso desde os primeiros momentos. Em 1983, o diretor Osamu Dezaki fez um longa-metragem animado para os cinemas, chamado Golgo 13: The Professional, que entre muitos méritos, foi o primeiro produto animado japonês a contar com cenas de CG, criadas pelos artistas Koichi Omura e Satomi Mikuriya, da Toyo Links Co., Ltd.

Na narrativa do longa, em certo momento Golgo 13 se depara com outro assassino, Snake.

O personagem tem muitas similaridades com Ryuji Yamazaki, tanto no jeitão quanto na loucura, e ainda mais pelos golpes do lutador nos games, que parecem fazer referência direta ao assassino do filme e sua movimentação.

Não apenas a SNK pode ter se inspirado aqui, mas também a Capcom, já que o ninja espanhol Balrog (conhecido como Vega no mercado ocidental), também tem claras inspirações em outros dois assassinos que aparecem em Golgo 13: The Professional, dois psicopatas chamados Gold e Silver — fora que o ninja tem uma tatuagem de serpente/cobra (snake) no peito. Confira as imagens abaixo.

O assassino de aluguel Golgo 13
Takao Saito, o escritor e desenhista do mangá, fez Golgo 13 sem parar desde 1968. Ele só parou quando morreu, em 2021
Abertura do filme animado de Golgo 13, em 1982, a primeira animação japonesa a usar CG — computação gráfica

Golgo 13 tem que enfrentar Snake em um momento do filme
Ele é um assassino psicopata armado com lâminas, num mood que lembra bastante o que vemos em Ryuji Yamazaki

/// MANGÁ. Mas uma das mais claras inspirações para a SNK criar Ryuji Yamazaki em Fatal Fury 3: Road to the Final Victory (1995) foi o mangá Hakai-O Noritaka! (1991-1994), escrito Murata Hideo com desenhos de Takashi Hamori.

Na trama, Noritaka é um estudante colegial perdedor, mas que se encontra no mundo das lutas ao descobrir um talento para o kickboxing.

Em determinado momento, ele encontra um personagem invocado e brigão chamado… Ryuji Yamazaki. Confira a arte dele abaixo.

/ SHINKIRO. Depois da falência da SNK, o ilustrador Shinkiro foi contratado pela Capcom, a maior concorrente da rival. Seguem as obras onde podemos encontrar o trabalho do artista.

Shinkiro

Shinkiro em um de seus processos de trabalho de desenho, em uma arte para The King of Fighters
Uma das artes mais icônicas de Shinkiro para a SNK: Ripper, Billy Kane, Gesse e Hopper em Real Bout Fatal Fury
Um dos processos de composição preliminares
Mai Shiranui em Fatal Fury Special (com Jubei)
Nakororu, de Samurai Shodown
Hon Fu, o policial de Hong Kong que tenta prender Ryuji Yamazaki
Uma das granes artes da série KOF: Kyo Kusanagi em The King of Fighters 96
Haohmaru, de Samurai Shodown
The King of Fighters 97, quando Ryuji Yamazaki estreou na série KOF
Mais um Gesse Howard na arte de Shinkiro
Billy Kane, o campeão do The King of Fighters de Fatal Fury, até a chegada de Terry Bogard

SNK

* The King of Fighters (até o 2000)
* Fatal Fury
* Art of Fighting
* Metal Slug (Metal Slug X, Metal Slug 3)
* Samurai Shodown (Samurai Shodown, Samurai Shodown II, Samurai Shodown 64 – aka Samurai Spirits)
* SNK vs Capcom (Capcom vs SNK, Capcom vs SNK 2)
* King of the Monsters
* Kizuna Encounter
* The Last Blade
* Riding Hero
* Sengoku
* Alpha Mission II
* The Super Spy
* Quiz Dai Sousa-sen
* Baseball Stars 2
* Ghost Pilots
* Super Baseball 2020
* Eight Man
* Robo Army
* Football Frenzy
* Soccer Brawl
* 3 Count Bout
* Last Resort
* Mutation Nation

Capcom

* Capcom vs. SNK
* Dead Rising
* Dino Stalker – Box Art
* Super Ghouls ‘n Ghosts
* Final Fight One
* Capcom vs. SNK 2
* Resident Evil Dead Aim
* Resident Evil 4
* Garasu no Bara (Glass Rose)
* Capcom Classics Collection
* Ultimate Ghosts ‘n Goblins
* Capcom Fighting Evolution
* Resident Evil: Deadly Silence
* Resident Evil: The Umbrella Chronicles
* Tatsunoko vs. Capcom: Ultimate All-Stars
* SNK vs. Capcom: SVC Chaos
* Bionic Commando Rearmed
* Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds

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Ryuji Yamazaki Fatal Fury