Mortal Kombat 3 foi um dos jogos mais aguardados da indústria de videogames nos anos 90, e Smoke, um dos seus personagens jogáveis, se tornaria um ponto de virada marcante para a franquia.
De secreto para aberto, de aliado para amigo, de ninja para cyborg, de amigo para inimigo, de demônio para espectro, de livre a escravo, os vários papéis que Smoke desempenhou em Mortal Kombat traduzem muito da mitologia que esse game de luta executou no mercado, um dos mais famosos e queridos do público gamer, pau a pau no quebra-quebra com seu rival pela preferência do público, o Street Fighter.
Originalmente um personagem escondido para apenas ser confrontado no segundo jogo, Smoke foi o primeiro lutador secreto a ser selecionável em um Mortal Kombat.
Parte do mistério que o game constrói a respeito dele se traduziu em códigos a serem feitos para que ele aparecesse, e em Mortal Kombat 3, que teve a estreia dos Kombat Kodes, transformou Smoke em um símbolo disso.
A franquia foi criada pelos designers Ed Boon e John Tobias com Mortal Kombat, um jogo de luta da softhouse Midway, que revolucionou os arcades em 1992 , com uma sanguinolência que o tornou um dos mais populares de todos os tempos.
Um visual fotorrealista e violência gráfica como nunca vista foram os fatores essenciais para seu sucesso.
O game teve um estrondoso sucesso alcançado por Mortal Kombat II (1993), mas o tão aguardado Mortal Kombat 3 (1995), com sua temática urbana hi-tech de fim de mundo apocalíptico com invasão extra-dimensional, ia contra demais o oriental místico calcado em cima de artes marciais apresentado nos dois primeiros jogos.
Isso parece não ter caído muito bem no colo dos jogadores, que ainda reclamaram do peso da novidade do sistema de link de combos pré-programados, além da ausência de personagens clássicos, como o icônico Scorpion, ainda que a Midway tenha mantido forte a pegada sobrenatural, como a inserção de um sub-chefe centauro (!), o Motaro, e uma escandalosa morte de Shao Khan, o chefão final, quando ele é derrotado, puro suco de anime com sua grandiosidade de raios no céu e destruição de estruturas no cenário.
Se em MK II o Smoke era apenas um ninja cinza que soltava fumaça com os mesmos golpes de Scorpion, em Mortal Kombat 3 ele volta como um cyborg, já que o Lin Kuei, um clã chinês de ninjas assassinos do qual fazia parte, o capturou à força e o transformou numa máquina de matar sem alma, isso até seu melhor amigo e colega, Sub-Zero, ajudá-lo a resgatar sua personalidade.
E se não temos mais Scorpion para escolher, em Mortal Kombat 3 temos Smoke com seu golpe “spear“, que cumpre a mesma mecânica e função: captura e paralisa o oponente à distância, e o arrasta sem defesa para que possa ser espancado do jeito que o jogador desejar.
Além disso, o ninja cyborg também tem um teleporte com soco muito eficaz (vindo diretamente de outro personagem do jogo, Sektor, colega ninja do Clã Lin Kuei, igualmente cyborg) e uma jogada aérea (que pode ser linkada após esse teleporte com soco), além de um movimento em que fica invisível, tal qual os melhores ninjas fazem (golpe herdado diretamente de Reptile, em Mortal Kombat II).
Smoke tem um dos melhores designs de jogabilidade do game, e com efeito, é um dos mais personagens mais apelões disponíveis do jogo, se igualando ao novato Kabal, outro dos preferidos de Mortal Kombat 3.
A narrativa de Mortal Kombat indica os números dos 3 cyber ninjas do Lin Kuei: Cyrax é LK-4D4, Sektor é LK-9T9 e Smoke é LK-7T2.
A estética e mood dos cyborgs vem diretamente de dois monumentos da cultura pop: o caçador implacável hi-tech Predador, uma das criaturas mais mortíferas do cinema, criada em O Predador (1987), seguida de mais três filmes, dois crossovers e vários livros, HQs e videogames.
E Boba Fett, o caçador de recompensas da saga espacial Star Wars que conquistou uma legião de fãs unicamente pelo design, que rendeu até mesmo uma série que foi um dos maiores sucessos da franquia, O Mandaloriano, bem mais que os 3 filmes que a Disney fez da saga.
Os dreadlocks e o capacete dos cyborgs fazem referência diretamente ao Predador e Fett. Mais que isso, os golpes dos ninjas também fazem referência à eles, como o lança-corda e lança-chamas de Fett, presentes no golpe de arpão de Smoke e o fogo de Sektor (em seu fatality), bem como a rede mortal do Predador e o golpe de rede/teia de Cyrax, que também tem uma sequência de auto-destruição igual a do monstro caçador espacial.
Mortal Kombat 3
Os lutadores que retornam:
Os soldados americanos Jax Briggs (John Parrish) e Sonya Blade (Kerri Hoskins), o mercenário criminoso Kano (Richard Divizio), do clã Black Dragon, os monges shaolin Kung Lao (Anthony Marquez) e Liu Kang (Eddie Wong), o feiticeiro maligno Shang Tsung e o ninja Lin Kuei renegado Sub-Zero (ambos John Turk), o ainda misterioso Noob Saibot (mesmo sprite de Kano, portanto, Richard Divizio) e o agora cyborg Smoke (Sal Divita).
Os novos lutadores:
Sal Divita também deu forma aos sprites dos outros ninjas cyborg Lin Kuei, Cyrax e Sektor, além de nativo-americano Nightwolf.
Richard Divizio também é o ex-criminoso arregaçado Kabal, Michael O’Brien é o policial Stryker e Lia Montelongo é Sindel, antiga Rainha de Edenia, um dos reinos que formam o Outworld, domínio de Shao Khan, formado por outros reiunos também (depois descobriríamos que Sindel é mãe de Kitana e esposa “forçada” de Khan,) e sua aparição é ponto central na narrativa que faz acontecer o MK3, e Sheeva, sua guarda-costas guerreira, criada em stop-motion, assim como o centauro Motaro.
Quem faz vilão final Shao Khan é Brian Glynn.
Shao Kahn venceu. Com a ajuda de magos das trevas liderados por Shang Tsung, ele reviveu a Rainha Sindel na Terra, o que deu uma “desculpa” para ele invadir a Terra. Seus esquadrões de extermínio massacram a população terráquea, e ele ainda escraviza as almas humanas.
Raiden cria um pequeno grupo de “guerreiros escolhidos”, com Liu Kang, Kung Lao, Sonya Blade, que foi libertada de MK II por Jax, Sub-Zero, Stryker e Kabal (que mesmo sendo um criminoso do Black Dragon, e praticamente detonado e derretido por Motaro na invasão, descobriríamos ser O CARA nesse contexto, já que ele se redime e passar a agir ao lado dos mocinhos), com o xamã índio americano Nightwolf como sub-líder.
Eles eram a última linha de defesa contra Shang Tsung, ainda mais rejuvenescido por Shao Khan, que contava com Kano, libertado sem querer por Jax em MK II, a própria Sindel, Sheeva e os cyber ninjas Sektor, Cyrax e claro, Smoke.
Graficamente, ainda estamos em um mundo 2D pré-renderizado, com sprites muito bem feitos, capturados de lutadores/atores reais. E pela primeira vez os produtores fizeram distinção na sujeira da matança.
Quem é humano sangra vermelho, Motaro e Sheeva sangram verde (ela é uma shokan, a raça de seres de 4 braços de Goro e Kintaro, a primeira selecionável em um Mortal Kombat), e os três cyborgs sangram preto, para imitar a aparência de óleo de máquina.
Também temos a inserção de um novo botão para ser usado na luta, o run, que é cumpre exatamente isso: uma vez apertado e pressionado, ele faz o lutador correr para frente (e só nessa direção), o que ajuda muito na aplicação dos combos pré-programados (chamados também de chain combos).
Eles são literalmente pré-programados, já que contam com quadros de animação exclusivos nessas condições.
Isso também provocou uma alteração na interface gráfica de MK, já que agora temos uma segunda barra abaixo do life, que mede o quando podemos correr — ela se enche sozinha depois de um tempo.
Depois de escolhido o lutador, tal qual MK e MKII, temos uma torre, onde temos que “subir” derrotando os inimigos, com a diferença que agora podemos escolher entre três delas: uma tela com os dizeres “Choose Your Destiny” (“escolha seu destino”) aparece, com a possibilidade de escolha entre Novice, Warrior e Master.
Outra inovação legal ficou por conta dos Kombat Kodes, seis slots que aparecem na tela de versus em luta contra um amigo, em que é possível inserir diferentes ícones para causar variados efeitos, vantagens e modos de jogo durante a pancadaria, que vão de Fatalities mais fáceis de acionar até enfrentar personagens secretos.
São dois fatalities por personagem, além de um Friendship, que só pode ser feito se a defesa não tiver sido usado por quem venceu o round (Smoke solta uma corneta gigante do peito para fazer barulho) e o Babality (mesma condição do friendship), em que mesmo os robôs são transformados.
Não bastasse os Fatalities, agora temos o Animality, em que os lutadores se transformam em algum animal para trucidar o oponente — Smoke se transforma em um touro e dá uma puta chifrada no oponente para matá-lo.
Para executar essa nova finalização, é preciso fazer antes um Mercy, outra novidade de MK3: se você estiver no terceiro round, pode dar um pouco de energia para o oponente antes de matá-lo para humilhar ele ainda mais (mercy é “misericórdia” em inglês).
O comando é baixo, baixo e o botão de correr. A ideia veio diretamente de Mortal Kombat II, onde Liu Kang se transforma em um dragão em um fatality, com vários jogadores pensando que outros lutadores poderiam fazer o mesmo.
Mortal Kombat 3 tem 13 cenários, todos inéditos, e com um inovador esquema de mudança de um para o outro se alguém for acertado por um gancho.
The Subway – uma estação de metrô, que também é um Stage Fatality, já que o oponente pode ser arremessado na linha para morrer atropelado.
Se alguém levar um gancho aqui, é arremessado para o cenário The Street. A placa “BOON/TOBIAS” faz referência aos criadores de Mortal Kombat, Ed Boon e John Tobias, que também batizam o lutador Noob Saibot (os sobrenomes deles ao contrário).
The Street – uma rua deserta que mostra o impacto da invasão de Shao Khan na Terra, inclusive com o prédio dele ao fundo e o portal entre nosso mundo e OutWorld. A música presente aqui é um remix do cenário Courtyard, do primeiro MK.
The Bank – o interior de um banco, e se alguém levar um gancho aqui, é mandado para o cenário The Rooftop. Ao fundo, é possível ver o famoso Chrysler Building, prédio localizado em Nova York, EUA. Esse é o único cenário que não retorna em Ultimate Mortal Kombat 3, salvo a versão do Mega Drive.
The Rooftop – o topo do prédio do banco.
The Temple – Um sinistro cenário que parece ser uma igreja satânica, com velas vermelhas na frente da tela. Uma das melhores músicas de MK3. Sacerdotes demoníacos nos desenhos de pré-produção foram removidos na finalização.
The Bridge – uma ponte inspirada em uma localidade de Chicago, cidade americana.
Soul Chamber – um dos poucos cenários místicos de Mortal Kombat 3, bastante assustador, com o que parece ser uma árvore demoníaca cheia de almas raptadas em forma de ectoplasma verde dentro de uma boca. Se alguém leva um gancho aqui, vai para The Balcony.
The Balcony – Ao que parece, uma ante-sala de um castelo medieval com estátuas de centauros. É a fase de Motaro, onde acontece sua luta.
Shao Kahn Tower (Bell Tower) – Uma torre de madeira, que também é um Stage Fatality (que desafia as leis da física), onde o oponente cai para baixo com um gancho, e vara diversos pisos até ser empalado por lanças no porrão.
The Pit 3 – O cenário final, onde acontece a luta com Shao Khan. Uma ponte estreita que também, é claro, um Stage Fatality. Um gancho na finalização e o inimigo é mandado para ser triturado por enormes rodas com lâminas ao fundo. Há diversas caixas com as almas aprisionadas da população da Terra flutuando pelo cenário.
Há 3 cenários secretos em Mortal Kombat 3. O mais famoso deles é The Graveyard, o cemitério, um dos mais falados durante os anos 90 no meio gamer de luta. É noite e uma enorme lua ilumina os lutadores entre as tumbas.
Podemos ver diversas lápides, com os últimos nomes dos programadores do jogo, como Boon, Tobias, Dan Forden, John Vogel, Tony Goskie e Dave Michicich. Uma delas em especial chama atenção, pois está escrito Cage, o que deixa implícito que Johnny Cage foi um dos mortos pelos esquadrões de Shao Khan na invasão da Terra.
As datas que aparecem nas tumbas são referência ao lançamento do jogo nos arcades. Aliás, esse cenário do cemitério é exclusivo da máquina, só com a versão Playstation trazendo ele para as versões caseiras.
Outro cenário secreto é o cenário de Noob Saibot, que é exclusivo dele, o Noob’s Dorfen, uma modificação do The Balcony, sem as estátuas e espaços negros com detalhes mais distantes em perspectiva.
Uma vez feito o Kombat Kode para lutar contra o ninja, a luta acontece aqui. O nome Dorfen é um anagrama de Dan Forden.
O cenário não aparece nas versões caseiras de MK3 e UMK3 de Super Nintendo e Mega Drive.
O terceiro cenário de Mortal Kombat 3 é o mais secreto de todos, e está relacionado com Smoke.
Uma vez feito o código para acessar o personagem no arcade, o ninja cyborg aparece em um cenário indicando que o código deu certo.
Trata-se de uma área chamada Hidden Portal, com um portal em formato de vórtex no meio de um céu alaranjado e marrom, com o que parece ser torres de seleção “novice”, “warrior” e “master” caídas ao fundo.
Esta fase não pode ser selecionada em MK3, mas em Mortal Kombat Trilogy está disponível.
Smoke em Mortal Kombat 3
Para jogar com Smoke em Mortal Kombat 3, é preciso fazer na tela de Game Over do jogo um Ultimate Kombat Kode, nome dado para sequência a ser inserida nos 10 slots, 5 para cada jogador.
Portanto, é preciso estar com um amigo para fazer. São 10 símbolos de Kombat Kode em Mortal Kombat 3:
O slot já começa com um símbolo, o logo clássico de dragão.
A cada botão pressionado, ele muda.
Com um aperto, aparece o “MK”
Com 2, aparece um yin-yang
Com 3, aparece um “3” (de MK3)
Com 4, um símbolo de interrogação (“?”)
Com 5, um raio
Com 6, uma figura estilizada de Goro
Com 7, uma imagem do rosto de Rayden
Com 8, uma imagem do rosto de Shao Khan
E com 9 apertos, aparece uma caveira.
A sequência de Ultimate Kombat Kode para Smoke é:
Jogador 1: 1-0-9-0-2, e os botões usados, respectivamente, são soco alto, soco baixo, defesa, chute baixo e chute alto
Jogador 2: 2-2-2-3-4, e os botões são soco alto, soco baixo, defesa, chute baixo e chute alto.
Depois disso, um aviso do ninja cyborg de fumaça é liberado, com Smoke aparecendo no cenário The Hidden Portal.
Ele pode ser selecionado no ícone “?” no meio da tela de lutadores, já que agora irá aparecer uma imagem do personagem ali.
Todo esse malabarismo foi simplificado nas versões de console de Mortal Kombat 3, com códigos mais fáceis, geralmente feito em telas específicas.
Os Kombat Kodes também podem ser inseridos (majoritariamente aliás) na tela de versus de 2 jogadores, antes de cada luta.
Para alterar os slots, os botões usados são soco baixo para o primeiro, defesa para o segundo e chute alto para o terceiro.
Se você quiser enfrentar Smoke, você e o colega devem digitar 205/205. O vencedor do primeiro round enfrentará o ninja fumacento.
Para enfrentar Noob Saibot, o código a ser digitado é 769/342. Como em MK3 não há ninjas, os produtores usaram o sprite de Kano para o personagem, sua única aparição desse jeito em todo o lore de MK. O personagem não é selecionável, nem mesmo com código.
Os movimentos de Smoke
Golpes especiais de Smoke em Mortal Kombat 3:
Lança: trás, trás, soco baixo
Teleporte com soco: frente, frente, chute baixo (Sektor tem o mesmo movimento)
Jogada aérea: botão de defesa no ar perto do oponente
Ficar invisível: segura defesa e aperte cima, cima, botão de corrida e solte defesa
Combos básicos:
Combo 1: soco alto, soco alto, soco baixo.
Combo 2: soco alto, soco alto, chute alto.
Combo 3: soco alto, soco alto, chute baixo, chute alto, soco baixo.
Finalizações:
Fatality 1: meia tela de distância, segure defesa, cima, cima, frente, baixo e solte defesa. Smoke faz o oponente engolir uma bomba, que explode
Fatality 2: de longe, segure defesa e corrida, baixo, baixo, frente, cima, solte defesa e corrida. O fatality mais mortal e apelão de toda a história de Mortal Kombat, já que várias bombas de Smoke (tiradas de um golpe especial de Cyrax) fazem o mundo explodir, LITERALMENTE!
Animality: baixo, frente, frente e defesa.
Babality: baixo, baixo, trás, trás e chute alto.
Friendship: corrida, corrida, corrida e chute alto..
Stage Fatality: frente, frente, baixo, chute baixo.
Onde há fumaça, há fogo, há Smoke
O ninja cinza Smoke estreou em Mortal Kombat II, junto com outros dois personagens secretos: a ninja verde Jade e o ninja preto Noob Saibot.
Nenhum deles pode ser selecionado, apenas confrontado. No cenário Living Forest, Smoke e Jade aparecem algumas vezes saindo de trás de uma árvore — Saibot nem isso.
Se você quiser enfrentar Smoke, deve se atentar ao cenário The Portal, pois é nele que o código deve ser feito.
Dependendo do andar da pancadaria, se aplicar um gancho, aparece a imagem de um cara no canto da tela gritando “Toasty!” (“frito!”, ou melhor dito, “se fodeu!”, na voz e sprite de Dan Forden, o programador de som de Mortal Kombat, em uma piada visual das mais conhecidas da indústria de videogames).
Assim que ele aparecer e gritar, você deve apertar e segurar para baixo e o botão de start. A luta será interrompida, e você será transportado para o cenário Goro´s Lair, fase de Goro no primeiro Mortal Kombat, onde vai enfrentar o ninja cinza.
O Smoke em Mortal Kombat II usa o mesmo sprite de Reptile, e tem os mesmos golpes de Scorpion — o teleporte com soco e a lança com cordas — e é muito mais rápido que os outros lutadores, além de poder ficar invisível, como Reptile.
Aqui a relação com Smoke e Sub-Zero ainda não está estabelecida, mas não ia demorar para acontecer isso.
De acordo com os eventos de Mortal Kombat e Mortal Kombat II, Scorpion matou Sub-Zero no primeiro jogo. Como ele falhou no primeiro torneio, o Lin Kuei mandou outro ninja no lugar, o irmão mais novo do Sub-Zero, que assume esse nome agora.
Scorpion chega a procurar esse novo ninja azul de gelo, mas quando vê ele poupando a vida de um adversário, percebe que não é o Sub-Zero quem matou. E improvavelmente se torna uma espécie de “protetor” desse jovem Sub-Zero.
Jonh Tobias, em seu perfil do Twitter, explicou que a criação de Smoke e Jade foi uma piada entre ele e Ed Boon, sem grandes pretensões.
Ele diz que a ideia de fazê-los aparecer saindo de trás das árvores em Living Forest foi ideia de Ed ou de Tony Goskie, o criador dos cenários de Mortal Kombat. Tobias nem sabia que Reptile era um personagem secreto no primeiro jogo, e descobriu quando jogadores começaram a destravá-lo nas máquinas.
Ele disse para Ed sempre avisá-lo se fosse fazer isso de novo. Algum personagem secreto apareceria na sequencia de qualquer jeito, até porque Reptile em Mortal Kombat, o primeiro personagem secreto em um jogo de luta na indústria de videogames, criou um mood que nunca mais seria deixado de lado.
Tobias já tinha pensado em usar uma paleta de cores cinza e fumaça para Smoke e criar uma “Kitana” mais rápida e de uniforme verde para Jade. Mesmo assim, ele descobriu só depois a existência de Noob Saibot, que Ed escondeu de todos até o último momento.
Ainda em 1994, a editora Malibu Comics publicou uma HQ one-shot chamada Mortal Kombat II Collector’s Edition, escrita e desenhada pelo próprio John Tobias, que serve de uma pequena prequel do jogo.
Smoke aparece na história, pilotando um jato (!), ao lado de um ninja vermelho (não é o Ermac!), junto dos heróis do game (!!), com Sub-Zero sem sua máscara (!!!) no meio.
As histórias da Malibu se passam num universo à parte do lore, com personagens e situações próprias.
Um ano depois, a marca Mortal Kombat era tão popular que ganhou várias séries em quadrinhos pela Malibu. Uma delas foi Mortal Kombat: Battlewave (6 edições), escrita por Charles Marshall e desenhada por Patrick Rolo, publicada em 1995, e que teve participações de Smoke e Jade, com a dupla agindo em conjunto para tentar matar os heróis, ainda que não tenham relação nenhuma a não ser o fato de serem personagens secretos.
O ninja cinza diz “Toasty” em vários momentos, referência ao modo que ele é destravado pra lutar contra em Mortal Kombat II, a base da HQ, que expandia conceitos para até além dele, antes de MK3 fazer sua estreia nos games.
Smoke ainda participa de outra minisserie de Mortal Kombat, Rayden & Kano (3 edições), onde ele tenta matar o Deus do Trovão, com roteiro de Charles Marshall e arte de Kiki Chansamone.
Na trama apresentada em Mortal Kombat 3, ao contrário dos ninjas Cyrax e Sektor, Smoke não queria ser transformado em cyborg, e luta com todas as forças contra isso.
Kuai Liang, o Sub-Zero de Mortal Kombat II e desse MK3, é irmão de Bi-Han, o primeiro Sub-Zero do primeiro game, morto por Scorpion.
E ele também não aceita a ideia do Lin Kuei em automatizar seus maiores guerreiros. Liang e Smoke são amigos de longa data e decidem fugir juntos para preservarem sua humanidade.
Com efeito, Kuai Liang abandona o clã e é por isso que ele deixa até de usar o uniforme ninja em Mortal Kombat 3. Smoke não conseguiu escapar, e sob a programação do Lin Kuei, Smoke é forçado a caçar seu amigo.
Durante as lutas, ele recobra sua memória, e descobre que ainda tem uma alma, sendo com efeito um dos “guerreiros escolhidos” de Rayden.
Em seu final, ele consegue ajudar a derrotar o vilão, mas não tem como escapar de seu corpo artificial. Smoke também tem participação no final de Sub-Zero, mostrando que a amizade ainda continua entre os dois, já que a ajuda do cyber ninja cinza foi essencial para Kuai Liang derrotar Cyrax e Sektor.
É importante salientar que esses dois finais não são canônicos.
Na batalha final, Smoke é capturado pelas forças de Khan, e trancado nos calabouços de um castelo do vilão em Outworld.
Como vamos perceber, a história de Smoke em Mortal Kombat sempre está atrelada aos irmãos Sub-Zero, Bi-Han e Kuai Liang.
Mortal Kombat 3 foi lançado nos arcades em 1995, e no mesmo ano ganhou adaptações para Mega Drive (console 16-bits da Sega), Super Nintendo (16-bits da Nintendo), Playstation (o console 32-bits da Sony, então estreante nos videogames) e computadores (até para DOS saiu), além dos videogames portáteis GameBoy (Nintendo) e Game Gear (Sega).
Aliás, a representante da Sega no Brasil, Tec Toy, fez em 1996 um Mortal Kombat 3 para o Master System, console de 8-bits da empresa, o que se tornou uma raridade no mundo gamer colecionável em outros países até hoje.
Smoke Pós-MK3
No desenho animado Mortal Kombat: Defensores da Terra (1996), que adapta livremente elementos do primeiro filme, Mortal Kombat (1995), com Mortal Kombat 3, no episódio “Velhos Amigos Nunca Morrem” (01×05) temos uma adaptação da trama de MK3 que envolve Smoke e Sub-Zero, quando eles deixam o Lin Kuei para não serem transformados em cyborgs.
Assim como no game, Smoke não consegue escapar, é transformado (primeira vez que isso é mostrado) e tem que lutar com seu amigo, até recuperar sua consciência.
Esse episódio é considerado um dos melhores da série, que, apesar da pegada infantil e de curta duração (13 episódios), promoveu a estreia de Quan Chi, um feiticeiro desgraçado que seria dos mais importantes na saga MK.
Também vemos aqui Cyrax, Sektor (que é negro), Smoke, Rain, Kabal e Ermac sem a máscara em vários momentos, a primeira vez que isso aconteceu no lore da franquia, e o Grande Mestre Lin Kuei ganhou um nome, Oniro, um poderoso ninja com o poder de se transformar em animais.
Depois de Mortal Kombat 3, a Midway atendeu rapidamente a reclamação dos jogadores e lançou a atualização Ultimate Mortal Kombat 3 (1996), que trazia todos os ninjas ausentes em MK3, bem como a volta de velhos conhecidos e a estreia de novatos.
Smoke, dessa vez, está disponível para seleção desde o começo, e vem com um bônus bem legal: é possível jogar com sua forma humana, chamada informalmente de “Human Smoke“.
É preciso escolher o cyborg e pressionar e segurar os botões de esquerda, soco alto, chute alto, bloqueio e corrida.
Depois de feito o código, na hora da Luta, o Smoke robótico desaparece em uma explosão (tipo o golpe de invisibilidade) e aparece o Human Smoke no lugar.
A primeira luta ainda acontece no cenário que for em questão, mas depois todas as lutas se dão em Lost Bridge/Scislac Busorez, onde tem um portal azul em vórtex ao fundo.
Esse Smoke humano ainda usa os golpes de Scorpion (que retornou ao game) e um fatality exclusivo: um gancho que arranca a cabeça, o mesmo do ninja vermelho estreante Ermac, de quem ele tem também a pose de vitória.
O jogo também apresenta personagem impossível Classic Sub-Zero (Bi-Han, que pra confundir ainda mais, tinha golpes do MK II, onde o Sub-Zero já era Kuai Liang).
ULTIMATE MORTAL KOMBAT 3 | Um dos jogos definitivos de luta nos videogames
Noob Saibot está presente nas versões caseiras de UMK3 de Mega Drive e Super Nintendo sem código, dessa vez com o sprite de Scorpion, já que o mortal ninja morto estava de volta ao game.
Na primeira aparição de Saibot, em Mortal Kombat II, era um tanto difícil de trazer ele, já que era preciso vencer pelo menos 50 lutas seguidas (!) para que o personagem desafiasse você para um confronto, em qualquer modo de jogo.
Assim como Smoke, Noob Saibot (sprite de Sub-Zero) não era selecionável e usava os golpes de Scorpion. UMK3 do Snes e Mega foi a primeira vez que o misterioso ninja preto ficou ao alcance do jogador, e de tão apelão, ele geralmente é proibido em competições — tem um projétil que inutiliza temporariamente o adversário, um teleporte de ataque perigoso e um agarrão à distância.
Mortal Kombat 3 teve mais uma atualização, o Mortal Kombat Trilogy, que trouxe absolutamente TODOS os personagens vistos na franquia até então, incluindo personagens que não estariam na história comum do jogo, como um Human Smoke separado do cyber Smoke.
Além de todo o line-up, também é possível escolher a aparência clássica do primeiro Mortal Kombat nos lutadores Jax, Kung Lao, Kano e Raiden, além de um novo personagem: Chamaleon, um novo ninja semi-transparente que alterna as cores de todos os ninjas do game, e que na cor em questão, fica com os poderes dos ninjas correspondentes — se está amarelo, tem os poderes de Scorpion.
Esse jogo saiu para o Playstation (Sony) e Sega Saturn (o 32-bits da Sega), e também para o console 64-bits Nintendo 64, numa versão bem alterada devido às limitações do formato cartucho, que não tem todos os personagens que no PSX e Saturn.
O N64 tem uma nova personagem, Khamaleon, uma versão feminina de Chamaleon, que altera cores e poderes das ninjas do game (bem menos quantidade, apenas 4). E o Human Smoke no Trilogy 64 é um personagem secreto.
Mortal Kombat 3 (e suas atualizações Ultimate e Trilogy) marca a última vez que o jogo de luta Mortal Kombat foi 2D, com gráficos pré-renderizados em motion-capture.
E ia demorar para Smoke retornar, pelo menos no mundo dos games.
O primeiro filme de Mortal Kombat, lançado em 1995, foi um sucesso de público, ainda que a crítica tenha torcido o pescoço igual um fatality.
Era o começo do domínio dos videogames na indústria, e as adaptações dessa mídia no cinema estavam apenas no seu começo.
Não que esse mood criativo tenha melhorado com o passar do tempo, mas esse filme mantém uma diversão e estética que ainda conquista o coração dos gamers.
Já a continuação, Mortal Kombat Aniquilação (1997), saiu na mesma época que Mortal Kombat Trilogy, e mais que ser uma continuação do primeiro longa (que adapta a trama do primeiro game), o novo filme quis abraçar Mortal Kombat 2 e Mortal Kombat 3.
Foi abandonado de vez uma autorreferência de seriedade e uma certa lentidão para construção de narrativa, para dar lugar a um pastiche muito inferior em termos de produção e de lutas.
Smoke (Ridley Tsui) é um dos vários personagens que o longa apresenta em lutas rápidas e sem emoção.
Aqui ele está na cor cinza e preto, solta mísseis como Sektor (!) e ao encontrar Liu Kang e Kitana, luta com o monge, mas é derrotado por uma rajada congelante de Sub-Zero (Kuai Liang), que não parece ter nenhuma relação de amizade com o cyborg.
Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero (1997) foi o primeiro jogo de MK sem ser de luta, um briga de rua de plataforma 2D com gráficos bem parecidos com o game original, o que na verdade promove alguns entraves à jogabilidade.
Trata-se da história de Sub-Zero/Bi-Han em uma missão para o sinistro Quan Chi, e depois para Rayden.
O ninja de gelo é um joguete no plano para ressuscitar Shinnok, um Deus Ancião que seria o próximo vilão a ser combatido em Mortal Kombat 4, juntamente com Quan Chi.
O jogo permanece exclusivo do Playstation e do Nintendo 64 até hoje, e era parte da peça de marketing para promover o novo MK4, o primeiro 3D da série, mood que continua até hoje.
Uma série de TV de Mortal Kombat foi lançada, Mortal Kombat: Konquest (1998-1999), que mostrava eventos pré-filme Mortal Kombat, com diversas liberdades criativas tomadas.
No episódio “The Serpent and the Ice” (01×15), Sub-Zero trai o Lin Kuei depois de renegar uma missão, e é marcado como traidor.
No final, o Grande Mestre designa um ninja para rastreá-lo e matá-lo. Das sombras surgem fumaças cinzas e dois olhos vermelhos brilham, indicando a única aparição de Smoke na série, que teve apenas uma temporada de 22 episódios. Ela chegou a ser exibida pelo canal Warner Bros, e mais tarde pelo SBT.
A história gira em torno de três guerreiros: o monge Kung Lao (Paolo Montalban), o guarda exilado Siro (Daniel Bernhardt), e a ladra Taja (Kristanna Loken), ajudados por Rayden (Jeffrey Meek), contra Shao Kahn (Jeff Meek), Shang Tsung (Bruce Locke) e seus guerreiros. Kristanna ficaria famosa como Exterminadora em Exterminador do Futuro 3 – A Revolta das Máquinas (2003), e fez mais duas adaptações de videogame: BloodRayne (2005) e Em Nome do Rei (2007), ambos dirigidos por Uwe Boll.
A série de TV de MK tem um precedente bem legal, com o episódio “Unholy Alliance” promovendo uma aliança entre Shang Tsung e Quan Chi, bem antes de Mortal Kombat: Deadly Alliance mostrar isso no lore.
Em 2000, MK teve um segundo jogo spin-off, esse mais de ação (mas ainda briga de rua), o horroroso Mortal Kombat – Special Forces, que já nem tinha mais o co-criador de MK John Tobias na produção, já que ele saiu da softhouse em 1999.
Isso influenciou muito o lore da franquia, e não necessariamente para melhor. A intenção de Tobias era expandir o conceito apresentado em Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero, e outros personagens teriam sua vez, até mesmo Baraka (!). Special Forces, game 3D com uma jogabilidade terrível e gráficos simplórios, não convence em nada.
É Jax contra criminosos do Black Dragon, a organização criminosa de Kano e Kabal. Parte dos planos de Tobias seriam aproveitados muitos anos depois, em Mortal Kombat – Shaolin Monks. Mortal Kombat – Special Forces é exclusivo do Playstation até hoje (ainda bem!).
O fim de Mortal Kombat nos anos 2000
Depois da derrota de Shao Khan em Mortal Kombat 3, Smoke ficou nas mãos do vilão por muito tempo, totalmente desligado, largado nos calabouços de seu castelo.
O cyber ninja está ausente de Mortal Kombat 4 (1997), sua atualização Mortal Kombat Gold (1999), Mortal Kombat: Deadly Alliance (2002), até ser encontrado por Noob Saibot em Mortal Kombat Deception (2004), para a nova geração de videogames 128-bits da indústria: GameCube (Nintendo), PlayStation 2 (Sony) e X-Box (da então estreante Microsoft).
O game revela que Noob Saibot é ninguém menos que Bi-Han, o Sub-Zero original assassinado por Scorpion, que retornou de Netherealm (o Inferno de Mortal Kombat) como um espectro — tal qual seu assassino, Hanzo Hasashi, que retornou como Scorpion.
A intenção de Noob é reativar Smoke e usar a nanotecnologia dele para criar ciberguerreiros com os espectros.
Na mecânica de luta de Deception, Noob Saibot faz dupla com Smoke, podendo ser alternados durante o combate, e são intitulados como um só: Noob-Smoke.
O final de Smoke é em conjunto com Noob Saibot, com o espectro se tornando o governante de Netherealm.
Junto com Smoke, eles rasgam Scorpion ao meio (!), no começo de mil torturas preparadas para ele.
Mortal Kombat 3 voltou aos holofotes, como parte de uma coletânea para o PS2, GameCube e X-Box no game Midway Arcade Treasures 2 (2004).
Esse game também saiu para o portátil da Sony, o PSP, chamado Midway Arcade Treasures: Extended Play (2005), e para PCs, no Midway Arcade Treasures: Deluxe Edition (2006).
No jogo de briga de rua Mortal Kombat: Shaolin Monks (2005), lançado para PS2 e X-Box, temos um mix de histórias passadas durante o MK e MKII, e Smoke (em sua forma humana) faz uma aparição especial em uma parte do jogo, na fase The Living Forest (onde ele realmente aparece algumas vezes em MKII).
Lá, ele oferece 5 missões para o jogador completar. Uma vez completas, o game Mortal Kombat II é liberado para gameplay.
Infelizmente, essa é uma versão extraída de Midway Arcade Treasures 2, e o código interno para chamar Smoke não funciona, já que o botão start pausa o jogo, função ausente no original da máquina e adaptações caseiras de consoles na época.
Em Mortal Kombat Armageddon (2006), para PS2, X-Box e Wii (o novo console da Nintendo), o “Mortal Kombat Trilogy dos anos 2000”, temos a reunião de TODOS os personagens novamente, para um combate mortal definitivo entre 62 (!) lutadores.
Smoke não poderia ficar de fora, e seu final, pra variar, é um dos mais apelões. Sua nanotecnologia fica tão instável e poderosa com o poder do demônio Blaze (último chefe do jogo) que toma conta de toda Edenia até consumir todo o lugar, que agora se chama…Mundo Smoke (?!).
O reboot de Mortal Kombat
We are the Lin Kuei, more stealthful than the night, more deadly than the dawn!
Sektor para Smoke em Mortal Kombat (2011)
A década de 2010 começou com um novo jogo da franquia, agora pelas mãos da NetherRealm Studios, empresa do grupo Warner, que comprou Mortal Kombat da Midway, já que a softhouse faliu em 2009.
Intitulado apenas Mortal Kombat (2011), tratado informalmente como “9“, esse reboot do jogo é onde finalmente descobrimos mais a respeito da origem de Smoke, que é mostrado em sua forma humana depois de 18 anos desde sua estreia em MKII.
Smoke é Tomas Vrbada, nascido em Praga, na República Tcheca. Quando criança, foi raptado por um culto satânico, e acabou possuído por um demônio enenra, formado por vapor e fumaça, vindo diretamente da mitologia japonesa — com efeito, trata-se de um youkai.
O pequeno Tomas mata todos os presentes, mas fica sem memória do ocorrido. Em algum ponto de sua vida, ele entrou para o clã Lin Kuei, onde conhece seu grande amigo Kuai Liang, que usava o nome Tundra (nome recuperado dos planos originais do primeiro MK), mas Liang assume o nome Sub-Zero quando seu irmão mais velho morre.
Lançado para os novos consoles X-Box 360, PlayStation 3, PlayStation Vita (portátil da Sony) e Playstation 4 (via PS Now, serviço de download), a trama do novo Mortal Kombat representa um ponto de virada importante para a franquia — um Rayden destroçado ao final de Armageddon envia informações de tudo que aconteceu até o momento sobre as intermináveis lutas dos guerreiros da Terra contra Outworld para ele mesmo, em algum ponto durante o primeiro Mortal Kombat.
Isso zoa a linha do tempo totalmente, e agora nos encontramos em uma nova timeline, com esse Rayden do MK1 com informações do futuro, em um mundo/jogo que combina elementos e situações de MK, MKII e MK3.
Pelo lado de Smoke, Rayden tem uma visão sobre o processo de transformação que o ninja fumacento sofreria, e decide impedir.
Em uma parte do game, os cyborgs Lin Kuei cercaram e derrotaram Smoke, mas são destruídos pelo Deus do Trovão Protetor da Terra.
No andar da narrativa, é Sub-Zero quem é capturado no lugar do Smoke e é o ninja de gelo que é transformado em cyborg: Cyber Sub-Zero, a unidade LK-520.
Os dois ajudam Rayden contra as forças de Shao Khan.
Perto do fim do game, Smoke, como a maioria dos Guerreiros da Terra, é morto por Sindel, em um dos maiores massacres non-sense que Mortal Kombat já viu em seu lore. Cyber Sub-Zero retoma sua consciência, abandona sua programação, mas é morto também por Sindel.
No filme Detona Ralph (2012), animação bem-humorada da Pixar/Disney, numa sessão de terapia do personagem-título com outros ilustres vilões do mundo dos videogames — Bowser/Koopa do Mario, Robotinik/Eggman do Sonic, M.Bison/Vega e Zangief de Street Fighter II e muitos outros — há um ninja no meio, que é creditado informalmente como Smoke, até porque as cores dele são cinza e preto.
Outro personagem de Mortal Kombat que aparece é Kano, que simplesmente aplica seu famoso fatality de arrancar o coração do oponente.
Em. Uma. Animação. Disney.
Ok, é o zumbi Cyril, de House of The Dead (Sega, 1996), mas o bandido fez isso.
Em Mortal Kombat X (2015), game de luta lançado para PlayStation 4, X-Box One e celulares, que percorre mais de 20 anos de passagem de tempo na cronologia da franquia, com muitos filhos dos lutadores no line-up agora, Smoke é quase um espectro como Scorpion e Noob Saibot, e como eles, se apresenta com outro nome, Enenra, assumindo sua persona youkai maligna.
Ele é subordinado à Quan Chi, e tal qual Noob, está bem preto em sua aparência gráfica, e é um coadjuvante ao lado dos vilões.
O game teve duas séries longas de HQs, pela editora DC Comics (cuja dona é a Warner), também chamada de Mortal Kombat X, que mostra pré-eventos do game.
Na edição #16, roteiro de Shawn Kittelsen e arte de Daniel Sempere, Smoke é mostrado nessa situação de espectro em Netherealm, inclusive ajudando seu agora novo mestre Quan Chi para torturar Kuai Liang, ainda na forma de Cyber Sub-Zero.
E é na HQ que sabemos como Liang reviveu, literalmente reconstruído por Quan Chi, com corpo humano e tudo, já que o feiticeiro tinha planos maiores para o ninja de gelo.
A forma cyborg de Smoke aparece como forma de DLC de Mortal Kombat X no personagem Triborg, que une ele e os outros cyber ninjas. O personagem não tem encaixe cronológico na trama, e funciona apenas para diversão.
O jogo mais recente da franquia Mortal Kombat é o Mortal Kombat 11 (2019), lançado para PlayStation 4 e 5, X-Box One e Series X, Nintendo Switch, Google Stadia e computadores, e ainda não tem Smoke no line-up.
Em alguns diálogos dos personagens, fica entendido que a alma de Tomas está presa em Netherealm, ainda como espectro.
No novo longa-metragem, Mortal Kombat (2021), reboot fracassado que tentou introduzir o novato e anti-carismático Cole Young como protagonista, mas que tem uma grande e muito legal participação de Sub-Zero/Bi-Han e Hanzo Hasashi/Scorpion, Smoke também ficou de fora.
Mas no filme animado Mortal Kombat Legends: A Batalha dos Reinos (2021), continuação direta de Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion (2020), o ninja cinza aparece bastante.
A trama mistura elementos de MKII e MK3, e temos mais uma vez Smoke e Sub-Zero/Kuai Liang fugindo do Lin Kuei para não virarem cyborgs — sem sucesso, é claro.
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