VIOLATION DRIVE | NOTHUMANANYMORE, novo lançamento synthwave no ano do Cyberpunk 2077

Com o gênero musical synthwave cada vez mais proeminente no mercado, reforçado pela expetativa do game mais aguardado do ano, Cyberpunk 2077 (que, espera-se, esteja disponível em dezembro de 2020, e não em dezembro de 2077), os lançamentos de faixas do estilo musical servem para dar o gosto do futuro no qual já estamos, com aquele tempero certo do passado, e NOTHUMANANYMORE, do Violation Drive, projeto do músico carioca Paulo Santos, é ideal para se preparar para 2021.

Em atividade desde o final de 2017, Paulo é o profissional por trás do Violation Drive, que trabalha o synthwave de modo mais agressivo e soturno, chamado dark synthwave.

Violation Drive NOTHUMANANYMORE

Hoje mesmo NOTHUMANANYMORE está nos principais serviços de streaming dos perfis do Violation Drive.

Posso dizer que é o meu trabalho mais ambicioso até agora, também o mais maduro. Tem algumas tracks muito especiais pra mim, principalmente as collabs”.

NOTHUMANANYMORE é um EP lançado pelo selo russo Retrowave Touch, no qual o Violation Drive mantém contrato há algum tempo.

“O Violation Drive, propriamente, começou no final de 2018 para o inicio de 2019, com a necessidade de amadurecer algumas idéias e conseguir encontrar o formato certo pra isso, inclusive na proposta e na aparência do projeto. Desde o início do projeto foram lançados 3 EP’s. O primeiro de forma independente, em 2018, com três faixas. Em 2019, assinei um contrato com uma label russa chamada Retrowave Touch, na qual lancei o meu segundo EP, ‘Digital Chase’, que conta com seis faixas (mais de 200 cópias digitais vendidas até o momento pelo Bandcamp). E no inicio desse ano, com o lançamento do single ‘Renegade’, resolvi fazer um novo EP apenas com remixes dessa faixa, contando com quatro grandes nomes da cena : Donbor, Masked, Cyberthing! e Grimlin“, explica Paulo.

O músico cita como influências Perturbator, Carpenter Brut, Dance With The Dead, PYLOT, “entre centenas de outros nomes da cena do dark synthwave. Mas tenho diversas inspirações na música eletrônica que não se resumem unicamente na cena retrofuturista, estou sempre peneirando pra achar coisas novas e boas“.

Você pode seguir o perfil do Violation Drive aqui.

E NOTHUMANANYMORE está disponível no Spotify, Apple Music e Amazon Music — o link para todos eles estão aqui.

O Destrutor fez uma entrevista com o Violation Drive para saber mais a respeito do NOTHUMANANYMORE.

Do que se trata o Violation Drive? Quem está por trás do nome? O Violation Drive é um projeto de eletrônica voltado pro lado dark do synthwave, com muita influência de diversos gêneros dentro da eletrônica e até mesmo fora. Por trás estou eu, Paulo Santos, brazuca & carioca.

Há quanto tempo está na área musical? Bom, estou envolvido com música desde que comecei a aprender violão por volta dos 10 anos, com 13 aprendi guitarra e alguns anos depois tive 3 experiências com banda sendo guitarrista, algumas até bem sucedidas. Comecei a produzir no final de 2017, o projeto se chamava pHx, a proposta era muito experimental e não expressava as idéas que começaram a amadurecer. Foi ai quando resolvi mudar meu estilo de produção e cair mais de cabeça no darksynth e cyberpunk e resolvi repaginar o projeto do zero, inclusive pelo nome.

Como você enxerga o synthwave no cenário brasileiro de música? É uma cena muito promissora, embora não seja um estilo comumente agraciado pelos ouvintes brasileiros. Mas a gente tem conseguido alcançar nosso espaço, a cena conta com grandes e promissores nomes pra eletrônica nacional, além de ser bem vasta tem um grande acolhimento aos recém chegados, certamente tem um grande futuro.

Para onde a cena, como um todo, parece caminhar, na sua opinião? Acredito que pro seu momento de ápice, a ascensão pro mainstream nunca pareceu tão próxima com tantos projetos populares trazendo inspirações no cenário retrofuturista. Temos diversos artistas que estão no topo global dando atenção pros elementos clássicos dos anos 80, revivendo isso na estética e agora nos games também, estamos próximos do lançamento do Cyberpunk2077, o jogo mais aguardado da atualidade que é completamente focado na estética retrofuturista.

Qual a maior dificuldade a ser superada no synthwave? E o maior prazer em se trabalhar com o estilo? Como a cena tem um grande fluxo de gente nova, a maioria tende sempre a repetir o que ja foi feito e acaba ficando algo massante e sem graça, acho que inovar é o maior desafio dos novos artistas do gênero, mas é preciso de um pouco mais de desenvolvimento pra isso começar a se expressar. O maior prazer é ter uma comunidade extremamente unida e amigável, fiz inúmeras amizades desde que comecei a produzir, tanto dentro da cena nacional quanto na internacional, é uma verdadeira família.

Qual a importância da força das imagens e design no synthwave? É extremamente importante, eu diria que divide metade da importância com a cena musical. A arte retrofuturista é muito popular em várias outras comunidades que não estão necessariamente ligadas a cena musical, isso rompe algumas barreiras e abre a oportunidade do movimento em si chegar mais longe, e até de acabar apresentando, com o tempo, a cena musical junto da estética.

Quais os maiores nomes do synthwave atualmente, em sua opinião? Temos nomes crescendo cada vez mais, a cena do synthwave no mundo todo é muito grande, e por ser muito acolhedora sempre temos um novo nome surgindo nos holofotes. Ainda aprecio muitos os pioneiros da cena, mas acho que alguns nomes recentes do darksynth como : DEADLIFE, Misanthropix, Midnight Danger e Daniel Deluxe tem um grande caminho pela frente.

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/// SYNTHWAVE. O som do synthwave é fundamentalmente instrumental, com elementos clichês dos anos 80 nas músicas, como baterias eletrônicas, sintetizadores analógicos e batidas novas, como as do electro house. O synthpop está no rolê desde os anos 80, mas conversa demais com o alto filão da indústria fonográfica, diferente dessa versão mais nova, com um background saudosista de um tempo exagerado, que come pelas beiradas do mainstream. O nome new retrowave, ou apenas retrowave, também é muito usado para designar o synthwave. John Carpenter — um cineasta emblemático da indústria, um faz-tudo que criou a franquia slasher Halloween, a música tema do filme, e clássicos do sci-fi e aventuras, como Enigma de Outro Mundo, Fuga de Nova York e Os Aventureiros do Bairro Proibido, e canções da banda alemã Tangerine Dream e dos italianos do Goblin, são alguns dos expoentes de influência para todo o synthwave produzido até hoje. Em 2011, a trilha do filme Drive, composta pelo novaiorquino Cliff Martinez, já mostrava do que se tratava o estilo. O synthwave gira em torno de uma imagem sonora exagerada dos anos 80. Os minutos iniciais de Drive que é dirigido por Nicolas Winding Refn, um diretor daltônico) são marcados pelo personagem de Ryan Gosling dirigindo pela cidade durante a noite, escutando um som melancólico de vocal distorcidos, acompanhado de sintetizadores repetitivos.

O Destrutor fez uma matéria que tenta explicar a riqueza do synthwave:

SYNTHWAVE | O novo som do velho anos 80 na música

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