X-MEN | 20 anos do filme que iniciou a era dos super-heróis no cinema

Os Fabulosos X-Men ganharam um filme próprio em 2000, o que nos leva a 20 anos de domínio do gênero de super-heróis no cinema — e esse, na verdade, trabalha com outros gêneros para criar uma narrativa própria.

Se tivemos thriller político com Capitão América 2 – O Soldado Invernal (2014) e uma space opera com jeitão de filme B fake como Guardiões da Galáxia (2014), devemos ao primeiro filme dos heróis mutantes nos cinemas.

O tema de preconceito, de nascer ou ser diferente, é o que sempre permeou os quadrinhos originais dos X-Men, revista nascida no começo dos anos 1960 nos Estados Unidos, criados por dois descendentes de judeus, o escritor Stan Lee e o desenhista Jack Kirby, para a editora Marvel Comics, dona dos personagens.

O filme dos X-Men tem um início dramático na Polônia do ano 1944, para nos mostrar o passado triste de um pequeno garoto judeu separado de seus parentes em um campo de concentração nazista.

Essa “morte” familiar também é seu nascimento, com o despertar de seus poderes mutantes, o controle do magnetismo.

É assim que o diretor Bryan Singer escolhe nos mostrar o grande vilão do filme, Magneto, o que fornece outra perspectiva sobre todas as suas ações durante o longa.

Esse camada de entendimento e subtexto é o que atraiu Singer e a maioria dos atores para o filme dos X-Men, que se esquivou de ser um filme de super-heróis coloridos lutando contra o mal, para manchar de cinza o terreno que pisam quem se diz do bem ou do mal.

X-Men filme
O mundo colorido dos super-heróis fica cinza com X-Men, O Filme, e sua temática de preconceito com ficção científica

X-Men, O Filme, é uma ficção científica com ecos de Malcolm X e Martin Luther King para ancorar uma narrativa de ação.

Ajudou muito Singer ter feito O Aprendiz (1998), filme sobre um nazista fugitivo tentando viver disfarçado em uma cidade americana, e, ironia da ironias, interpretado pelo ator Sir Ian McKellen, o mesmo que faz Magneto.

Assim como Singer não alivia a carga dramática para o vilão, ele não o faz para Marie, a pequena Vampira (Anna Paquin), que descobre seu poder da pior maneira possível, ao experimentar as delícias da adolescência.

Há espaço também para política tratada de modo adulto, como quando Jean Grey (Fanke Jansem) é mostrada em uma audiência no Senado dos Estados Unidos, em discussões sobre registro de mutantes, com o senador Robert Kelly (Bruce Davidson), personagem retirado diretamente de histórias políticas das tramas de X-Men.

Não à toa, é depois da política, que finalmente somos apresentados no filme para o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), o líder dos X-Men, e Magneto, o vilão.

Dois velhos amigos, em lados opostos de trato político sobre como lidar com o preconceito e assassinato de mutantes.

X-Men, O Filme
(X-Men, 2000, de Bryan Singer)

X-Men filme
Cenas mais sofisticadas em X-Men o diferenciam de produções coloridas de super-heróis que os anos 90 produziu

A proposta do “Ato de Registro Mutante” do senador Robert Kelly ecoa os esforços de perseguir os comunistas nos Estados Unidos nos anos 1950, em paralelos sensacionais com o senador Joseph McCarthy, político conservador muito atuante nos EUA, responsável por perseguição e destruição de tudo que julgava ser comunista.

Ele tem um histórico longo com isso, e de certa maneira atrelada aos quadrinhos, que você pode saber mais nesta matéria da editora de quadrinhos de terror, EC Comics. X-Men, O Filme, é sobre violência, ainda que não mostrada, apenas citada.

O longa tem seis pessoas mortas. Wolverine não matou nenhuma. Aliás, ele não matou ninguém neste filme.

Mas se Wolverine não é mostrado em sua selvageria assassina, ao menos fuma charutos e bebe. É assim que o vemos em uma rinha de briga, quando tem a primeira interação com Vampira.

Os dois são os fios condutores da narrativa do filme, que mostrará a equipe dos X-Men dando abrigo aos dois, que se juntam as fileiras de mutantes protegidos pelo Professor X em sua mansão, que serve de escola e centro de treinamento paramilitar — sem suavizar contextos aqui.

Ciclope (James Marsden) é o líder de campo, dono de poderosas rajadas óticas, e Jean Grey, sua namorada, é uma telepata e telecinética, cuidam de introduzir Wolverine ao mundo dos X-Men.

Temos Tempestade (Halle Berry), que comanda o clima e, com efeito, tem o poder comparável a uma deusa, o que infelizmente não é explorado no longa de Singer. Há outros mutantes famosos perdidos no meio dos alunos, como Homem de Gelo, mas eles não tem muito destaque.

Wolverine e Jean Grey

Cumpre destacar que muitos aspectos do filme estão longe de serem perfeitos. Os diálogos e interações de Wolverine com Vampira beira o infantiloide, e a maior parte das cenas de ação são econômicas e não são as que esperávamos com ansiedade de ver na telona, mas são funcionais e feitas de modo sério.

Há muitos efeito práticos e baratos para solucionar os poderes de alguns mutantes, ao mesmo tempo que a representação de alguns deles fica longe do original. Dentes de Sabre (Tyler Mane), o arqui-inimigo de Wolverine, não passa de um brutamontes que mal fala. Seu companheiro, Groxo (Ray Parks), é um pouco melhor, e consegue fazer algo bom com um personagem ridículo das HQs, embora clássico.

O destaque do grupo de vilões é a sensacional Mística (Rebecca Romijn): uma sensacional maquiagem e próteses que levavam horas para serem colocadas transformaram a loiraça em uma personagem misteriosa e de poucas palavras, uma lutadora ágil e forte, sagaz e sacana, que rouba todas as cenas em que aparece.

Sua luta com Wolverine é um dos pontos altos do filme dos X-Men.

A autodepreciação com uniformes coloridos de super-heróis — feitos com um collant chamado spandex, tecido mole e fino que se prende ao corpo — é resquício direto do filme Matrix e um complexo industrial militar que X-Men, O Filme, bebe diretamente.

É por isso a razão de couro e jaquetas de motoqueiro nos uniformes dos mutantes.

A cena final castra Tempestade de um maior protagonismo, para deixar espaço para o popular Wolverine.

Um erro crasso e irritante, já que Tempestade podia voar até Magneto e lutar com ele em pé de igualdade de poder. Mandar um cara raivoso com esqueleto metálico lutar contra um cara que controla os metais? Péssima escolha.

Os bastidores da mutação do cinema

X-Men filme
Professor Xavier e Cérebro, o aparelho que encontra mutantes ao redor do mundo

X-Men, O Filme, é o único franquia que tem uma história original, com todos os outros filmes da franquia tendo como base uma história já existente nos quadrinhos.

Os uniformes coloridos — mais precisamente, o uniforme padrão dos X-Men, azul e amarelo — só apareceriam pela primeira vez em X-Men: Primeira Classe (2011), e os mais fiéis aos gibis apenas em X-Men: Apocalipse (2016).

O primeiro e X-Men: Fênix Negra (2019) são os únicos longas da franquia que terminam em um “fade-out“, jargão técnico cinematográfico que quer dizer escurecimento gradual da tela.

Todos os outros filmes dos X-Men usam gráficos em computação que trabalham o X em design de aço tecnológico, para sinalizar uma espécie de porta do Cérebro, o aparelho de encontrar mutantes do Professor X. Ele se tornou uma marca visual dos longas dos X-Men na Fox, e a audiência imediatamente liga isso aos filmes.

O X dos filmes da Fox para os X-Men

Sir Ian McKellen recebeu o convite para fazer Gandalf, na trilogia de filmes de O Senhor dos Anéis, que começaria durante todo o ano de 2000, mas ele não poderia gravar fazendo X-Men.

Singer concordou em mudar o esquema das gravações para que Ian conseguisse interpretar o outro personagem, que também é outro velho mestre de poder, assim como Magneto em alguns aspectos.

O mago Gandalf é um do bem, e junto com outros heróis, devem lutar contra um vilão poderoso, um senhor das trevas chamado Sauron, nome que também batiza um vilão dos X-Men.

Terence Stamp, David Hemblen e Sir Christopher Lee foram considerados para o papel de Magneto. Lee e Ian iriam se encontrar em Senhor dos Anéis. O fato de Sir Ian ter feito o nazista em O Aprendiz, e o ator ser um ativista pelo direito dos gays, lhe fornecia múltiplas visões para entender todo o contexto de preconceito e luta por direitos.

A Mansão X que aparece no filme é a base da Escola Xavier, centro de operações dos X-Men, um dos grupos mais importantes de heróis da Marvel Comics.

As mesmas locações também foram usadas no universo da Distinta Concorrência: é a mesma mansão de Lex Luthor em Smallville: As Aventuras do Superboy (2001) e a mansão de Oliver Queen em Arqueiro (2012), dois seriados dos mais populares da DC Comics.

O produtor executivo de X-Men, O Filme, Tom DeSanto, que também escreveu o roteiro, escolheu Bryan Singer depois de assistir Os Suspeitos (1995), um dos melhores longa-metragens de suspense policial do cinema, que tem direção de Singer.

O que impressionou DeSanto foi a pluralidade e riqueza do elenco. Bryan declinou do papel de direção três vezes, até ter contato com os quadrinhos e o desenho animado dos X-Men dos anos 1990.

Curiosamente, ele não permitiu que revistas em quadrinhos dos X-Men estivessem disponíveis nos sets de filmagem, pois queria que os atores representassem seus papéis sem influência das HQs.

Isso não adiantou muito, pois os atores fizeram isso por conta própria. O elenco do filme se mostraria igualmente étnico.

O australiano Hugh Jackman interpreta o canadense Wolverine; a alemã Famke Janssen interpreta a americana Jean Grey; a americana Halle Berry interpreta a queniana Tempestade; o inglês Sir Patrick Stewart interpreta o americano Professor X, o inglês Sir Ian McKellen interpreta o judeu alemão Magneto e a canadense-kiwi Anna Paquin interpreta a americana Vampira/Rogue.

A primeira escolha de Singer para Wolverine era Russell Crowe, mas o ator recusou. Mel Gibson, Aaron Eckhart, Jean-Claude Van Damme, Viggo Mortensen, Edward Norton, Bob Hoskins, Keanu Reeves e Gary Sinise foram considerados, mas quem ganhou o papel foi Dougray Scott.

Duas semanas antes de começar a filmar X-Men, O Filme, Dougray ainda finalizava suas gravações em Missão: Impossível 2 (2000), e se machucou. O papel ficou vago, e Singer lembrou de um ator desconhecido australiano que tinha feito testes, e o chamou para refazer.

Foi a chance da vida de Hugh Jackman, que faria o personagem por 18 anos, em 10 filmes — incluindo Deadpool 2 (2018). É o ator com mais tempo de interpretação de herói nos cinemas. Jim Caviezel estava acertado para ser Ciclope, mas as filmagens de Alta Frequência (2000) não terminaram a tempo.

Rebecca Romijn tinha que ter 110 próteses para compor seu visual de Mística, e este é o único filme em que não vemos sua aparência sem a make.

Depois, em outros filmes, Rebbeca chega a aparecer com seu rosto e corpo “normais” como Mística, assim como Jennifer Lawrence em outros da franquia.

Vampira, Jubileu e Kitty Pryde como alunas na Escola Xavier

Kirsten Dunst, Sarah Michelle Gellar, Rachael Leigh Cook, Katharine Isabelle e Christina Ricci foram consideradas para o papel de Vampira.

Natalie Portman foi convidada e recusou. Podemos ver em cena rápida no filme Jubileu, Lince Negra, Colossus, Homem de Gelo e Pyro, como estudantes na mansão. Gambit faria uma aparição nesse contexto também, mas foi cortado — ele só apareceria em X-Men Origens: Wolverine (2009).

Lince Negra é um dos muitos nomes que Kitty Pryde usa nos X-Men, equipe que ela chega a liderar em diversas ocasiões. É uma das personagens mais queridas pelos fãs, e a clássica favorita de muita gente.

Em X-Men, O Filme, foi interpretada por Sumela Kay. Em X-Men 2, foi interpretada por Katie Stuart. Ellen Page só interpretaria Kitty em X-Men, O Confronto Final (2006), e retornaria para X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014). Dr. Hank McCoy, o Fera, era um X-Man que estava previsto aparecer no filme com destaque, mas ele foi usado apenas nas sequências.

Suas ações foram incorporadas em parte por Jean Grey, como nas cenas em que ela está como ativista política no Senado e como médica. O Fera só foi aparecer em X-Men: O Confronto Final, interpretado pelo ator Kelsey Gramer.

Algumas cenas previstas no roteiro e não filmadas por Singer incluíam uma cena de Tempestade jovem, em um descontrole de clima intenso no Quênia, o país natal da mutante (a atriz usou um sotaque forte apenas neste primeiro, e não mais nos outros), e uma com Ciclope jovem, destruindo o banheiro de sua escola no ensino médio — a cena foi usada depois em X-Men: Apocalipse (2016).

Cenas dos jovens heróis em ação apareceram em X-Men Origens: Wolverine (2009) e X-Men: Primeira Classe (2011). A Sala de Perigo era outro aspecto que poderia ter aparecido, mas não rolou.

O local de treinamento dos X-Men, que usa holografia, máquinas, inteligência artificial e milhares de outras tecnologias para reproduzir qualquer ambiente terrestre ou inimaginável, só foi aparecer em X-Men: O Confronto Final (2006) e X-Men: Apocalipse (2016).

Os X-Men nos cinemas em 1980 e 1990

20 anos de X-Men, O Filme, que levou uns 20 anos para sair também

A ideia para fazer um filme dos X-Men era antiga em Hollywood, bem antes dos anos 90. No começo dos anos 1980, o estúdio de cinema Carolco Pictures, dono de vários filmes de ação e aventura famosos do mercado, como Showgirls (1995), O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), O Vingador do Futuro (1990), Instinto Selvagem (1992), Rambo – Programado Para Matar (1982), Stargate, a Chave para o Futuro da Humanidade (1994), Eles Vivem (1988), O Último Grande Herói (1993), Rambo II: A Missão (1985), The Doors (1991), Rambo III (1988), Risco Total (1993), Soldado Universal (1992), Chaplin (1992), Rei de Nova York (1990), Inferno Vermelho (1988), A Ilha da Garganta Cortada (1995), Condenação Brutal (1989), Abismo do Terror (1989), As Montanhas da Lua (1990), Shocker: 100 Mil Volts de Terror (1990), Hamlet (1990), entre muitos outros, estava com os direitos cinematográficos dos mutantes.

Mas um andar lento desse processo eliminou os X-Men de poder sair nas telonas nos anos 80, época que os mutantes ainda estavam no escopo de seus donos originais, a Marvel Comics.

Por diversas dinâmicas comerciais equivocadas e mal-ajambradas do mercado, a Marvel quase foi a falência nos anos 90, e para sobreviver, vendeu os direitos de filmagens de seus mais conhecidos personagens — Homem-Aranha, X-Men, Quarteto Fantástico e outros — para diversos estúdios de cinema.

A Marvel se salvou com o dinheiro, mas perdeu o direito de fazer filmes com seus filhos, agora em outras casas.

Quem ficou foram os Vingadores e outros personagens, que ainda demorariam anos para serem populares o suficiente para terem filmes.

Em 1989, um dos grandes exemplos de ganhar dinheiro com filmes de super-herói pode ser visto com o Batman, de Tim Burton, do estúdio Warner Bros.

No mesmo ano, a Marvel se arriscou com Justiceiro, um filme que nem tem a caveira no peito do vigilante que mata criminosos, e um Capitão América em 1990, que tem um Caveira Vermelha italiano — a Marvel demoraria muitos anos para conseguir acertar filmes.

Em 1991, a Disney já viria com seu primeiro filme do gênero, Rocketeer, outro quadrinho independente, baseado em material pulp.

Não demorou para vermos Batman – O Retorno (1992) e Batman – Eternamente (1995), e até mesmo a adaptação de um dois primeiros super-heróis dos quadrinhos — no caso, tiras em quadrinhos –, o Fantasma (1996).

Famke Jansen como Jean Grey em X-Men. Apesar do senso comum, 2000 ainda é dos anos 90 — o último ano no caso. Essa arte promocional entrega isso por si só

Esses foram poucos exemplos de muitos. E eram muitos jogadores em campo, e nada dos mutantes.

De acordo com os rumores da indústria nos anos 90, o diretor de cinema James Cameron estava na produção, junto com sua empresa Lightstorm Entertainment, que iria cuidar da distribuição.

O roteirista de quadrinhos dos X-Men, Chris Claremont, estava envolvido no roteiro, e junto com Stan Lee, James Cameron e executivos da Carolco, o projeto poderia de fato sair. A direção seria de Kathryn Bigelow, então mulher de Cameron, e responsável por grandes filmes, como Quando Chega a Escuridão (1987), Caçadores de Emoção (1991), Estranhos Prazeres (1995) e Guerra ao Terror (2009), filme que lhe deu o Oscar, sendo a primeira mulher a ganhar o prêmio de melhor direção.

Os atores dos X-Men seriam Bob Hoskins como Wolverine (ele é conhecido por contracenar com o coelho em Uma Cilada para Roger Rabbit, de 1988), Michael Biehn como Ciclope, (mais conhecido por ser Kyle Reese, o pai de John Connor, o salvador da humanidade em Exterminador do Futuro), Sir Christopher Lee como Magneto e Angela Bassett como Tempestade.

Mas com o interesse de Cameron em fazer um filme do Homem-Aranha — outro projeto que nunca aconteceu — e a bancarrota da Carolco, os direitos ficaram disponíveis para a 20th Century Fox, que trabalhou em idas e vindas com diversos profissionais da indústria até estabelecer no final dos anos 90 as filmagens.

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A aparição de Stan Lee (de óculos), co-criador dos X-Men, no filme

Kevin Feige, o atual chefão do Marvel Studios, a casa dos bilionários filmes dos heróis da Marvel Comics, era apenas um produtor associado em X-Men, O Filme.

Ele começou a carreira atrelado a produtora executiva Lauren Shuler Donner, esposa de Richard Donner, o diretor que fez o primeiro filme do Superman (1968), o maior super-herói de todos os tempos. Foi ela quem viu potencial no desenho animado dos X-Men na Fox, e adquiriu os direitos para realizar o filme.

No primeiro filme dos X-Men, Feige impressionou outro produtor, Avi Arad, e ganhou um cargo na nascente do Marvel Studios. Ele é nomeado presidente de produção da Marvel Studios em março de 2007, e ajuda a conceber o Universo Cinematográfico Marvel, que começou com o primeiro filme do Homem de Ferro, em 2008. O resto é história.

Em 1996, o diretor Brett Ratner estava no páreo para a direção de X-Men. Ele só dirigiria um filme da franquia em X-Men: O Confronto Final (2006), longa que teria a direção de Singer, que o abandonou para dirigir Superman – O Retorno (2006), para a DC Comics/Warner, numa tentativa de emular o clássico de Richard Donner.

Foi um fracasso, assim como a atual carreira dos dois cineastas, que foram acusados de comportamento sexual inapropriado por diversos profissionais do mercado. Ambos estão afastados da indústria do cinema.

Outro escritor do roteiro de X-Men, O Filme, foi David Hayter, profissional famoso na indústria do entretenimento, com roteiros para filmes como Escorpião Rei (2002) e Watchmen (2009), além de dublagens para videogames.

Ele é famoso por ser a voz de Snake, o soldado protagonista da franquia de videogames Metal Gear Solid, uma das mais sofisticadas do mercado.

Hayter aparece no filme dos mutantes, perto de policiais na cena final. Stan Lee, o criador dos X-Men e de praticamente todo o Universo Marvel (junto com Jack Kirby), aparece aos 44 minutos no filme, como um vendedor de cachorro-quente.

Os Novos Mutantes, o último filme feito pela Fox com os mutantes, e que ainda não saiu. A Disney promete lançá-lo desde 2018

Com a compra da Fox em 2017, os X-Men estão nas mãos de Kevin Feige e o Marvel Studios, e com condições completas e óbvias de serem integrados aos seus companheiros heróis, como os Vingadores e outros.

A Fox fez 12 filmes dos X-Men (contando os dois do Deadpool), e ainda fez Os Novos Mutantes, um derivado com outros X-Men mais jovens, filme que estava previsto para sair em 2018, e que ainda não viu a luz do dia.

Será a última produção atrelada aos X-Men da Fox que veremos, já que a Disney deve passar o apagador nessa lousa e recomeçar do zero a franquia.

X-Men, O Filme, deveria estrear no Natal de 2000, mas quando Steven Spielberg mudou a data de seu filme Minority Report: A Nova Lei, isso fez a Fox deslocar a data para junho de 2000.

No Brasil, X-Men, O Filme, estreou em 15 de agosto de 2000. Custou US$ 75 milhões para ser produzido e arrecadou US$ 296 milhões.

Há exatamente 20 anos.

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Wolverine termina o filme se mandando com a moto Harley-Davidson Titan V-Rod do Ciclope

/ BOND GIRLS E OSCAR. X-Men, O Filme, tem duas Bond Girls: Famke Janssen e Halle Berry, vistas em 007 Contra GoldenEye (1995) e 007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002), respectivamente.

O primeiro é a estreia de Pierce Brosnan no papel de James Bond nos cinemas, e o último é sua despedida do agente secreto. O elenco de X-Men tem duas oscarizadas, a começar com Halle Berry, por A Última Ceia (2001), seu filme seguinte a X-Men. Anna Paquin ganhou um Oscar aos 9 anos por seu papel em O Piano (1993).

Mais três atores foram indicados mas não levaram: Hugh Jackman, 2 vezes, por Kate e Leopold (2001) e Os Miseráveis (2012), Sir Ian McKellen, por Deuses e Monstros (1998) e O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001), e Bruce Davison, por Meu Querido Companheiro (1990).

Famke Jansen

/ STAR TREK. Sir Patrick Stewart era cotado para ser o Professor X desde os anos 1990, o preferido de fãs. Quando foi chamado para o elenco, pensou que X-Men era um produto da série Arquivo X (1993). Mesmo sem querer, Patrick já estava ligado aos X-Men, por conta de um crossover dos mutantes com a série Star Trek.

Em 1998, uma livro chamado Planeta X uniu as duas franquias, com a tripulação de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (1987) encontrando os heróis mutantes. As similaridades do Professor Charles Xavier e do Capitão Jean-Luc Picard, interpretados por Stewart, são autoexplicativas.

Aliás, a franquia Star Trek está em peso em X-Men, o Filme. Além de Sir Patrick,  interpretar Picard em vários episódios da Nova Geração e de outros especiais de TV e filmes, Famke Janssen fez sua estreia no entretenimento televisivo no episódio de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração: The Perfect Mate (1992), onde ela também fazia um ser extraordinário com poderes telepáticos.

Rebecca Romijn interpretou a Número Um em Star Trek: Discovery (2017). E o diretor Bryan Singer é um grande fã da franquia, conseguindo uma aparição no filme Jornada nas Estrelas: Nêmesis (2002).

/ DUBLAGEM. A grande maioria dos personagens do filme tiveram os mesmos dubladores da versão brasileira de X-Men, a série animada. X-Men: The Animated Series é uma das séries animadas mais cultuadas dos últimos 30 anos.

É o maior sucesso da Marvel até hoje no universo dos desenhos animados, e atualmente consta do catálogo da plataforma de streaming Disney Plus.

X-MEN | Como a série policial Hill Streets Blues criou o desenho animado

A série foi produzida pela Fox entre 1992 e 1997, com 5 temporadas e 76 episódios, e adaptou arcos clássicos dos X-Men, como Dias de Um Futuro Esquecido.

O signo visual e design do desenho animado foram baseados nos quadrinhos de maior sucesso da época, os X-Men sob o lápis do desenhista Jim Lee.

Foi veiculado no Brasil pela TV Globo, e ajudou a popularizar os mutantes por aqui. Recentemente, houve rumores sobre um revival da série, que seguiria os mesmo moldes do período.

/// 2000. Nos cinemas passavam filmes como O Homem Bicentenário, Réquiem Para um Sonho, Três Reis, A Praia, Pollock, O Talentoso Ripley, Beleza Americana, O Informante, Quero Ser John Malkovich, À Espera de Um Milagre, Meninos Não Choram, Erin Brokovich – Uma Mulher de Talento, Magnólia, O Último Portal, Alta Frequência, As Virgens Suicidas, Gladiador, Missão Impossível 2, Premonição, Mar em Fúria, O Auto da Compadecida, Homem Sem Sombra, A Cela, E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?, Batman do Futuro – O Retorno do Coringa, Psicopata Americano, Amor Maior que a Vida e outros.

curadoria e textos: tomrocha (twitter e instagram)
jornalista, estrategista de conteúdo e escrevedor de coisas escritas.

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