Os X-Men estrelaram na televisão americana um desenho animado muito colorido e carnavalesco, com trilha de abertura marcante, e com um visual inspiradíssimo nas revistas da editora Marvel Comics.
Com um line-up de personagens carismáticos em situações dramáticas, como distúrbios sociais por conta de intolerância, violência (na medida do possível) e até mesmo morte, o desenho animado dos X-Men marcou os anos 1990 como um dos poucos produtos de qualidade que a Marvel conseguiu fazer no mundo das animações.
Longe da sofisticação de outros desenhos americanos do gênero, como Batman – A Série Animada — os dois lançados em 1992 — e animes japoneses X e Y quaisquer, ele tem méritos em abordar de modo criativo os plots de suas temporadas, retomando conceitos e tramas para desenvolver uma cronologia lógica que não era comum no formato.
X-Men é uma série que conseguiu se sustentar razoavelmente, e com uma premissa das mais infantis — todas as armas atiram laser (como em Comandos em Ação/G.I. Joe da década de 80) e não fazem mal nenhum a ninguém, em vez de porradas, acontecem agarrões e jogadas, com sempre uma coisa pra cair em cima de alguém — e é difícil defender até que seja um produto juvenil, quanto mais “adulto”.
Mas X-Men merece ser vista pelos apreciadores de desenho animado e do grupo mutante mais querido dos quadrinhos, já que entrega uma fidelização muito próxima do material original.
Essa decisão criativa se dá para que uma maior parte da audiência possa ser impactada.
Com diferentes perspectivas e propostas, o mundo do desenho animado nos Estados Unidos tem um leque grande de gênero, de infantil cartoonizado com animais antropomórficos em situações de humor — Zé Colméia (1958) — a “realistas” mais sérios e situações de subúrbio familiar a aventura e morte (!) — os Flintstones (1960) e Jonny Quest (1964), respectivamente, todos da Hanna-Barbera Productions –, que pretensamente buscam discutir assuntos mais profundos.
O desenho animado dos X-Men foi produzido pela rede americana Fox, baseado na fase mais popular de equipe mutante na época, capitaneadas pela arte incrível e dinâmica do desenhista Jim Lee, que fazia as vendas das revistas da Marvel Comics alcançaram níveis estratosféricos de venda no mercado. Isso era a forma, mas o conteúdo foi baseado em material de qualidade também.
E a despeito de tudo isso, os 76 episódios distribuídos em cinco temporadas, foram trabalhados sob o peso que a série policial Hill Streets Blues (1981), conhecida no Brasil como Chumbo Grosso, teve na televisão americana e nos produtores do desenho. A publicação mais recente sobre o desenho animado dos X-Men é um livro chamado X-Men: The Art and Making of the Animated Series (2020), onde os realizadores revelam muitos segredos de bastidores e produção da série.
É nessa obra que foi revelado como Hill Streets Blues/Chumbo Grosso serviu de inspiração para os criadores de X-Men, o Desenho Animado. Sob o trabalho de temas e tramas intermitentes, retomados em episódios espaçados, com algumas histórias resolvidas dentro de um capítulo, enquanto outras com continuação ao decorrer da temporada, Hill Streets Blues/Chumbo Grosso construía uma pequena mitologia que podia ser abordada de tempos em tempos, ao sabor dos roteiristas.
O plot procedural dessa série policial foi revolucionário para o meio da animação que X-Men se propôs, que espaçou a sua narrativa com diferentes abordagens para os personagens e equipes, heróis e vilões, em variados momentos de sua cronologia.
Hill Street Blues e os X-Men
Hill Street Blues (chamado de Hill Street Station no primeiro episódio), nasceu por exigência do presidente da rede de televisão NBC, Fred Silverman, que queria uma série policial na grade de exibição.
Os roteiristas Steven Bochco e Michael Kozoll, com a promessa de uma autonomia plena, criaram um “cavalo de tróia, quer dizer, um programa que, além de satisfazer nominalmente as exigências comerciais da rede (ou dos telespectadores), permitiu aos seus criadores a liberdade de construir sorrateiramente algo muito mais rico“, como definiu o jornalista e crítico Brett Martin em Homens Difíceis, um dos melhores livros sobre séries de televisão dos EUA.
“A trama tecida em torno de múltiplos personagens incorporava questões sociais e políticas. Aliava comédia e drama. Por outro lado, o visual do programa — árido, hiper-realista com câmera inquieta e trilha sonora sobreposta — exibia as marcas da década da nova cinematografia americana que tinha acabado de se encerrar“, continua Brett, que demonstra como que a inventividade e ineditismo de Hill Street Blues serviria para abrir as portas da sofisticação para séries como Arquivo X, Sopranos, The Wire, Mad Men e muitos outros.
ARQUIVO X | Como a série criou uma das melhores mitologias da cultura pop
O piloto de Hill Street Blues foi ao ar em 15 de janeiro de 1981, produzido pela MTM Enterprises para a NBC, e ainda surpreende, já que exibe em seus primeiros minutos as primeiras marcas que duram até hoje em algumas produções, como o manejo de câmera de mão, em captações de vários personagens, sem deixar pistas de quem seria o protagonista, em meio a policiais negros e brancos, homens e mulheres.
“Havia poucos elementos naquela cena que pareceriam deslocadas num episódio de The Wire ou The Shield“, escreve Martin, que também informa que pesquisas da NBC apontavam um tremendo medo dos executivos com a série, baseadas em reações do público, que não sabiam para quem “torcer”.
Hill Street Blues/Chumbo Grosso era defendido por unhas e dentes por Steven Bochco, que ameaçava ir embora se a liberdade lhe fosse tomada.
Ele e sua equipe produziram 38 episódios de uma hora de duração para o primeiro ano de exibição do seriado.
Hill Street Blues também criou novos mecanismos para os criativos da televisão, na forma de uma inédita sala de roteiristas (tal recurso era comum em programas de stand-up, vale lembrar) já que os detalhes minuciosos da narrativa fragmentada exigia atenção aos mínimos detalhes.
Bochco nomeou um produtor executivo para supervisionar as gravações, já que tinha que ficar na sala de roteiristas também, e como diretores não poderiam gravar as cenas sem saber o que ocorreria nos episódios seguintes, Bochco criou o que chamou de “reunião para acertar o tom” — tudo deveria passar por ele, o roteirista-chefe. Isso viria a se tornar a figura do que se convencionaria chamar na TV americana de showrunner-autor, uma posição de comando acima dos diretores e roteiristas das séries.
Martin fala de outros paralelos importantes que ocorriam no momento que Hill Street Blues/Chumbo Grosso estava no ar.
O próprio ramo da televisão estava mudando. Em 1980, quase 1/5 dos lares americanos já tinham abandonado a TV convencional e assinava alguma a cabo, como a recém-nascida HBO.
Era o começo do treinamento do público em buscar diferentes tipos de programas nessa “praça de alimentação televisiva”, com esportes em um canal, notícias em outros, e assim por diante. Era também o começo do boom dos aparelhos de videocassete, que encorajava os espectadores a aceitar mais histórias seriadas, uma vez que poderiam assistir a episódios já transmitidos conforme sua conveniência.
Hill Street Blues/Chumbo Grosso durou até 1987, e teve 7 temporadas, com 146 episódios. Só na temporada de estreia ganhou 8 Emmys (O “Oscar” da TV), e até o fim do seriado acumulou 98 indicações.
Mais que histórias com começo, meio e fim, o roteiro de Hill Street Blues/Chumbo Grosso mostrava que certas situações eram parte da vida dos personagens. Esse formato foi um sucesso, e com efeito, mudou a linguagem da televisão americana. Bochco depois produziria L.A. Law (Nos Bastidores da Lei, 1986-1994), NYPD Blue (Nova York Contra o Crime, 1993-2005) e vários outros programas para a Fox, onde o desenho animado dos X-Men nasceria.
O nascimento do
desenho animado
dos X-Men
Foi Hill Street Blues/Chumbo Grosso que inspirou o executivo da Fox, Sydney Iwanter, a fazer um tratamento semelhante ao desenho animado dos X-Men: múltiplos arcos e histórias interconectadas.
Era um novo padrão, um caminho inédito a ser percorrido no mundo da animação infantil.
O método de um episódio fechado em si ainda seria válido, assim como os duplos ou triplos, mas a narrativa encerrada em si em apenas um episódio seria deixada de lado a favor de uma linguagem mais moderna e ousada.
Uma das principais executivas da Fox na época era Margaret Loesch, que já tinha trabalhado em animações anteriores da Marvel, como Homem-Aranha e seus Incríveis Amigos (1981) e a primeira tentativa de animação dos X-Men, chamado Pryde of the X-Men (1989), produzidos na Marvel Productions.
Ela saiu da empresa e foi para a Fox, onde se tornou head da Fox Children’s Network, responsável por todas as animações do canal. Ela foi a responsável direta pelo estrondoso sucesso de Batman: A Série Animada (1992), que teve caminho fácil graças ao sucesso do filme de Tim Burton, Batman (1989).
A série noir-decó inesquecível do Batman estreou em 5 de setembro de 1992, e é um dos bat-produtos mais bem polidos e criativos do Homem-Morcego, um material obrigatório para qualquer fã de quadrinhos e cultura pop.
Batman aproveita as referências dos quadrinhos e dos longas de Burton para realizar a ambientação de seu roteiro, o que nos faz entrar numa Gotham sombria, com traços góticos e o típico clima noir, que vigora até hoje em produtos derivados.
Quem fez os bonecos dos heróis da DC Comics após o sucesso do filme de Burton era a Toy Biz, que agora também fazia brinquedos dos X-Men. Avi Arad, executivo da empresa, grande designer de brinquedos, foi um grande defensor da produção de um desenho animado dos X-Men, e ajudou Loesch a deslanchar a série.
Desde os seus primeiros dias, a Marvel flertou com a produção de seu próprio material nos cinemas com atores reais, mas “a Marvel tinha licenciado tanta coisa nos anos 1970 e 1980 que ainda tinha muita coisa espalhada em vários lugares. Não conseguíamos fazer nada, porque não conseguíamos recuperar nossos direitos. Ao mesmo tempo, sentimos que os personagens não podiam ser feitos com a tecnologia disponível (…) É por isso que fizemos os desenhos animados“, afirmou o presidente da Marvel na época, Terry Stewart, para o jornalista Reed Tucker, no livro Pancadaria.
O desenho animado estreou em 31 de outubro de 1992. Sua produção foi possível com a ajuda da Saban Entertainment’s, do empresário Haim Saban, que a ajudou com a promessa de ver uma série sua que adaptava ser lançada — Power Rangers (1993), uma equipe de heróis japoneses, do gênero tokusatsu/super sentai (muito mal resumido: seriados live-action com superseres do bem contra superseres do mal), e alterada para ser americana, um sucesso tão gigantesco para o público infantil que dura até os dias de hoje.
Neste link, você pode conferir uma matéria da Folha de S Paulo a respeito da estreia do desenho animado, publicada na seção Ilustrada do jornal.
O Morfo dos X-Men
Morfo foi um bom exemplo do uso de Hill Street Blues na narrativa da animação.
O personagem foi feito para morrer e mostrar a seriedade da animação.
Sua morte era para ser permanente, mas ele ganhou tanta popularidade entre os fãs com seu jeito piadista e bem humorada, e com a forma dramática de sua morte, que foi trazido de volta em episódios futuros.
Changeling (seu nome original nas HQs dos X-Men dos anos 1960) foi escolhido por causa de seus laços anteriores com os mutantes, e por estar ausente por tanto tempo, não representava empecilho para alterações drásticas.
O nome foi alterado para Morph (Morfo, na tradução brasileira) pois a Marvel já tinha perdido o registro do nome para a editora rival, DC Comics, que registrou o nome Changeling para outro metamorfo de seu line-up de heróis, Gar Logan, o Beast-Boy (Rapaz-Fera, na tradução brasileira) da Patrulha do Destino, que mudou para Changeling (Mutano, na tradução brasileira) dos Novos Titãs.
A origem de Morfo remete aos períodos mais remotos dos X-Men nas HQs.
Em X-Men #35 (1967), Morfo surge com o nome Changeling, membro do grupo criminoso Fator Três, inimigo da equipe mutante.
Em X-Men #42, o Professor Charles Xavier foi morto por outro inimigo dos X-Men, Grotesko — fato importante para os heróis da equipe, que abandonaram os uniformes padrão amarelo e preto, e começaram a construir identidades visuais próprias.
Mas em Uncanny X-Men #65 (1970), o roteirista Dennis O’Neil e o desenhista Neal Adams revelaram que Morfo estava com câncer terminal, e queria se redimir dos crimes, pouco após a sua primeira aparição.
O Professor Charles Xavier precisava de um tempo afastado para se preparar para combater a invasão alienígena dos Z’nox que se aproximava, e pediu para ele personificá-lo na equipe. E foi Morfo/Xavier quem foi morto no combate com Grotesko.
Ele nunca mais foi utilizado na X-mitologia da Marvel, até a reformulação gigantesca promovida por Jonathan Hickman, em seu ambicioso projeto House of X/Power of X, de 2019, que trouxe cada mutante da Marvel de volta à vida — incluindo Morfo, que pode ser visto de relance em uma página de X-Force #2 (2020).
OS X-MEN DE JONATHAN HICKMAN | Política é um poder mutante na Marvel
Há um erro bastante divulgado em matérias sobre o desenho animado dos X-Men, que dizem que o editor da Marvel, Bob Harras, assistiu ao episódio duplo O Valor de um Homem (05×09), veiculado em setembro de 1995, que mostrava um presente apocalíptico graças à morte de Xavier anos antes.
E que ele teve a ideia de criar a saga A Era do Apocalipse nos gibis dos X-Men a partir disso.
Mas na realidade foi o contrário: foram os produtores do desenho que se inspiraram nas HQs da Era do Apocalipse, que teve seu número especial de estreia publicado em X-Men: Alpha, de janeiro de 1995, e que continuou na revista regular Astonishing X-Men, de fevereiro de 1995.
Inclusive nos episódios é possível ver homenagens aos personagens que estrelam a saga na HQ, com a aparição de diversos personagens da saga, com direto até ao Morfo da Era do Apocalipse.
Aliás, foi na Era do Apocalipse que o Morfo foi reabilitado de sua aparição medíocre dos anos 1960.
Na saga, ele é apresentado extremamente extrovertido e brincalhão, com sua aparência amorfa mais condizente com seu codinome — seu rosto não tem nariz nem cabelo — e ele se transforma a todo momento em outras pessoas e até coisas para criar piadas visuais, numa nítida inspiração no Morfo do desenho animado.
Seu poder de transformação é imenso e ele é um dos mais poderosos x-man da equipe. A Era do Apocalipse, por se tratar de um resultado de um erro temporal, foi e é uma realidade alternativa, então esse Morfo nunca foi integrado à realidade regular da Marvel.
O desenho animado dos X-Men
1ª Temporada (1992–1993)
As duas primeiras temporadas de X-Men são o melhor que a série pode oferecer em termos de frescor criativo e qualidade de roteiro e arte de desenho animado, com uma saga perdida na quarta temporada que vale muito a pena também — pra variar, ela se sustenta nas conhecidas e manjadas viagens no tempo de que os X-Men são mais do que íntimos.
Os episódios eram diários por aqui no Brasil (chegou em janeiro de 1994 na TV Colosso, da Rede Globo), mas a Fox passava apenas na manhã de sábado o desenho animado dos X-Men.
O character design do desenho animado dos X-Men da Fox foram feitos pelos artistas Will Meugniot, Larry Houston e Rick Hoberg, que trabalharam sob o design de Jim Lee nas revistas em quadrinhos.
Mais que a aparência e mood, os X-Men do desenho animado também reflete um aspecto que ocorria nas HQs da Marvel, com os X-Men com duas x-equipes: a Blue Team (Equipe Azul) e Gold Team (Equipe Dourada).
Os produtores da Fox optaram pela Equipe Azul, com Tempestade e Jean Grey no lugar de Psylocke e Revanche.
Os X-Men são heróis que usam seus poderes mutantes para o bem e recrutam outros mutantes para sua equipe, que tem como meta principal ensinar como usar com responsabilidade os poderes que a natureza lhes deu.
No mundo do desenho animado, muitas situações são parecidas com as que aconteceram/acontecem/acontecerão com os X-Men dos quadrinhos.
Os outros heróis do Universo Marvel existem, mas pouco interagem com os mutantes, com poucas aparições — o protagonismo aqui é totalmente calcado nos heróis mutantes e suas aventuras vistas na fase do artista Jim Lee nas revistas.
O line-up de heróis dos X-Men aqui conta com Professor Xavier, e sua cadeira flutuante futurista, o líder da equipe, com Ciclope e Tempestade no comando em campo; Fera e Jean Grey, dois dos membros originais; Vampira e Gambit, o casal sulista e cajun no drama mexicano obrigatório dos X-Men; o indispensável Wolverine, que só dispensa apresentações, e Morfo, reabilitado aqui de modo notável, cheio de carisma, e que de fato, mudou o rumo da trama em certo momento.
São abordados temas como “Programa de Registro de Mutantes“, e os pais adotivos de Jubileu se perdem em meio a dúvidas e incertezas, por ela ser mutante. Na verdade o programa é parte de uma organização nefasta dentro do governo americano que busca destruir os mutantes, com Peter Gyrich e Trask como antagonistas.
Os dois primeiros episódios são intitulados A Noite dos Sentinelas (01×01 e 01×02).
É nele que Fera é preso pelas autoridades federais e Morfo é assassinado, ao salvar Wolverine de uma rajada de energia de um Sentinela, robôs gigantes matadores de mutantes.
Junto a isso temos a introdução de Magneto, um velho amigo de Xavier, e líder da causa mais ativa e reativa dos mutantes — ele quer revidar e conquistar um espaço para todos os mutantes à força, e tem poder para isso, já que ele é o Mestre do Magnetismo.
Em meio a isso, Wolverine vê um velho inimigo surgir, Dentes de Sabre, que tem acesso aos X-Men depois que é nocauteado e internado dentro das salas médicas da Mansão X, a base dos X-Men.
Wolverine ainda tem que lidar com seus sentimentos amorosos por Jean Grey, a mutante ruiva telecinética que é namorada de Ciclope.
Somos apresentados à comunidade subterrânea de mutantes deformados chamados Morlocks; o pentelho do Cain Marko, o Fanático, meio-irmão do Professor X, dono de imensos poderes mágicos de Cyttorak, é inserido na trama, assim como o gente boa Piotr Rasputin, o mutante russo Colossus, que pode transformar sua pele em aço; os mutantes escravos de Genosha, com a apresentação de Cable na série animada, onde também temos o vislumbre do grande vilão da série, Apocalipse, que também oferece uma cura falsa aos mutantes, o que atrai pessoas como Warren Worthington, o Anjo — que é transformado em Arcanjo por Apocalipse — e até Vampira, que tem uma interação com Mística, onde as duas não mostram se conhecer.
O ponto alto são os episódios Dias de Futuro do Passado (01×11 e 01×12), onde Bishop é um policial mutante no futuro destruído de 2055, e que caça outros mutantes para os Sentinelas.
Todos os X-Men foram mortos, menos Wolverine, que participa de uma resistência com outros mutantes sobreviventes. Bishop e Wolverine são obrigados a se aliar, e um envelhecido Forge, de posse de uma máquina do tempo, tenta reverter a situação caótica desse futuro.
Os mutantes rebeldes acreditam que se o assassinato do senador Robert Kelly não ocorrer nos anos 1990, tudo seria diferente. Mas Nimrod, um super-sentinela, invade a base onde estão os três.
Bishop acaba sendo o escolhido para voltar no tempo e executar o plano, enquanto Wolverine fica para trás — e é morto (fora de tela) por Nimrod.
A interação de Bishop com o Wolverine do passado, e a suspeita que ele tem de Gambit ser o traidor dos X-Men, permeia todo o episódio e é bem legal.
No fim, era a Irmandade de Mutantes que fazia o ataque, e era Mística quem personificava Gambit na hora de tentar matar Kelly, a mando de um obscuro plano de Apocalipse em apressar um …apocalipse.
O último episódio é o 01×13, que mostra a libertação de Fera e a destruição do Molde-Mestre, o gigantesco robô que cira os Sentinelas. A ajuda providencial de Magneto é o que salva os heróis.
2ª Temporada (1993–1994)
A segunda temporada substitui o vilão Magneto como antagonista principal e coloca o Senhor Sinistro no lugar — ainda com Apocalipse dominando os bastidores.
O primeiro episódio mostra Scott Summers (Ciclope) e Jean Grey em férias numa ilha tropical, quando são atacados pelos Nasty Boys, grupo e vilões comandado pelo Sr. Sinistro. Foi ele quem salvou Morfo da morte naquela noite que foi morto pelo Sentinela.
Dono de grande ciência médica e tecnológica, Sinistro o revive e o submete a uma pesada lavagem cerebral, o que faz o pobre Morfo um joguete nas mãos do vilão.
Magneto e o Professor X são atraídos por chamadas falsas um do outro, e se encontram perdidos na Antártida, onde começam uma aventura paralela que continua em vários episódios (geralmente alguns minutos no fim), como uma história paralela.
Eles enfrentam os perigos da Terra Selvagem, um paraíso jurássico escondido no meio da Antártida, até o final, onde tudo não passava de um plano de Sinistro para capturá-los.
Os X-Men ficam sem Xavier e Tempestade tem que enfrentar o Rei das Sombras no Monte Kilimanjaro, na África; Wolverine se vê às voltas com o retorno de um velho inimigo, o Ômega Vermelho, o supersoldado soviético da Guerra Fria (há um flashback com a aparição rápida do Capitão América), e seus velhos amigos da Tropa Alfa, os super-heróis canadenses, equipe de qual fazia parte; Gambit também tem seu passado revirado, quando tem que ajudar seu antigo grupo da Liga dos Ladrões a pagar a oferenda para uma divindade (há um flashback do ladrão cajun com o Motoqueiro Fantasma).
O tema de viagem no tempo retorna nos episódios Fugitivo do Tempo (02×07 e 02×08 — 20º e 21º), com Cable finalmente mostrado como um viajante militar temporal, no longínquo 3999, um futuro detonado e dominado por Apocalipse.
Uma praga criada pelos Amigos da Humanidade no presente — que lembra o tema do Vírus Legado nas HQs, com seu visual baseado no vírus tecno orgânico, também das HQs dos X-Men — causa distorções temporais no futuro de Cable.
O mesmo ocorre em 2055 de Bishop, e os dois tem que juntar forças para dar um jeito nisso.
Vampira também tem seu momento solo, quando vemos finalmente ela e Mística abordarem a relação de mãe e filha adotiva que possuem.
Também vemos Carol Danvers, a Miss Marvel, de quem Vampira roubou permanentemente os poderes — voo, super força, invulnerabilidade e um “sétimo sentido” quase nunca usado. Fera e sua paciente cega Carly se apaixonam no episódio 02×10 (24º) e Longshot e Mojo estrelam o seguinte.
Os dois últimos episódios da segunda temporada são dedicados ao plano de Sinistro, que reuniu Magneto e Xavier na Antártida para ter os genes dos mutantes mais poderosos do planeta.
Os X-Men finalmente descobrem o paradeiro do professor, e partem para ajudar.
A trama fica movimentada com os heróis sem poderes, e eles têm que contar com a ajuda do soberano da Terra Selvagem, Ka-Zar, para ajudar o Professor Xavier e Magneto a salva-los.
Na luta final, quando todos recuperam seus poderes mutantes, o Sr. Sinistro é literalmente explodido, mas sua face ainda é vista nas imagens da água das ondas do mar que encerram o episódio final. Morfo está livre do controle mental de Sinistro, mas prefere tentar se recuperar em reservado.
3ª Temporada (1994–1995)
A terceira temporada do desenho animado dos X-Men já começam a apresentar diversos problemas de estrutura e narrativa.
Começa que alguns episódios foram produzidos e veiculados em diferentes momentos após a Saga da Fênix, o que incorre em problemas cronológicos de entendimento.
A adaptação da saga ficou medíocre e sofre para engrenar, ao mesmo tempo que é corrido demais. O que segue é como descrito em uma das primeiras exibições nos EUA, e que pode ser achado em algumas listas em sites.
O primeiro episódio começa bem, com os Morlocks encontrando uma nave alienígena nos túneis de Nova York. Os ciborgues Carniceiros fazem sua estreia e também Yuriko, um antigo amor de Logan, chamada de Deathstrike, traduzido nas HQs brasileiras como Lady Letal, mas chamada aqui de Dama da Morte.
A trama é dupla, e no fim do 03×02, o Professor X tem uma visão de eventos catastróficos, que culminaria em muitos problemas para os mutantes.
Seria o começo da adaptação da Saga da Fênix, um épico dos quadrinhos, muito mal desenvolvido na série.
Ao longo de cinco episódios, 03×03 a 03×07 — 29ºa 30º — Eric, o Vermelho, servo do Império Shi’ar, um dos mais poderosos impérios do Universo Marvel, surge e domina uma estação espacial terrestre. Jean, ao tentar salvar os X-Men durante uma aterrissagem, acaba morrendo mas ressurge como a Fênix.
D’Ken, o imperador de Shi’ar, pretende tomar para si os poderes do Cristal M’Kraan e recriar o universo a sua maneira. O Professor X estava sofrendo desde os primeiros episódios com uma visão, e era Lilandra, irmã de D’Ken, que tenta parar a loucura do irmão, e que busca ajuda de Xavier e seus X-Men, que agora têm que combater o maluco.
No meio de tudo isso, vemos o retorno do Fanático, junto com seu parceiro criminoso Black Tom, em ação na Ilha Muir, na costa da Escócia, de propriedade de Moira MacTaggert, uma cientista, antigo namorico de Xavier, e seu atual namorado, o mutante sônico Banshee. Nas batalhas contra D’Ken, os X-Men conhecem os Piratas Siderais, liderados por Corsário, e a Guarda Imperial de Shi’ar, liderada pelo Gladiador, o “Superman” da Marvel.
No fim da Saga da Fênix, D’Ken consegue o Cristal e começa a criar seu próprio universo. Jean Grey/Fênix se sacrifica para derrotar D’Ken, e todos os X-Men voltam para Terra — exceto Jean. Há vislumbres rápidos do Homem-Aranha, Máquina de Combate e Nick Fury nos episódios.
Aqui é um ponto em que os realizadores do desenho animado se perderam, com uma exibição errática de episódios que confundem o pleno entendimento da cronologia.
Nenhum Mutante é Uma Ilha, é protagonizado por Ciclope, que retorna para o orfanato onde foi criado, e lá descobre as atividades escusas de Zebediah Killgrave, o Homem-Púrpura (visto no seriado da Jessica Jones, da Netflix/Marvel).
Também temos a aparição de Rusty, mutante pirocinético, um x-man que nunca teve codinome nas HQs, e de relance podemos ver Dinamite, Taki e Skids, outro integrantes dos Novos Mutantes.
Esse episódio é o que canonicamente conta como 03×08, já que mostra o retorno de Jean Grey à Terra.
Os episódios seguintes retomam os arcos isolados e espaçados, o que dá um pouco de respiro à série. Longshot retorna, mas é ele quem aparece na Terra, deixando Jubileu caidinha por ele.
Aparecem heróis clássicos, como Homem de Gelo, mostrado em uma inédita personalidade de rebelde, um dos primeiros recrutas de Xavier. É a desculpa para vermos pela primeira vez no desenho animado dos X-Men a equipe original — Ciclope, Homem de Gelo, Jean Grey e Fera (o Anjo não).
Drake está atrás de uma ex, Lorna Dane, a mutante magnética de cabelos verdes, que agora faz parte do X-Factor, um grupo de mutantes a serviço do governo federal, comandado por Forge (aqui bem mais novo do que sua versão de 2055), Fortão, Lupina, Homem Múltiplo, Mercúrio e Destrutor, que tem uma interação com Ciclope, e a despeito de descobrirem que são imunes ao poder um do outro, o fato de serem irmãos não é abordado.
O Arcanjo retorna, disposto a tudo para matar Apocalipse. A aventura continua com um episódio duplo na Terra Selvagem, com Sauron e Garokk ameaçando o local e os X-Men, Nos episódios 03×11 a 03×14 — 37ºa 40º — acontece a Saga da Fênix Negra.
Jean está de volta aos X-Men, mas o Mestre Mental a domina para participar do Clube do Inferno, a “maçonaria sadomaso mutante” do Universo Marvel.
Cristal, a cantora mutante Alison Blaire aparece cantando em uma boate (será que ela veio com Longshot no episódio anterior?) e está bem saidinha, dando em cima de Ciclope. Emma Frost, a telepata do Clube, solta raios energéticos aqui (a exemplo de sua aparição em Pryde of The X-men), e a tentativa de adaptação de Wolverine invadindo o Clube e matando soldados para resgatar os X-men, como nas HQs, é risível no desenho animado, muito mais suavizada.
No entanto, o desfecho de Jean se libertando do controle do Mestre Mental é muito bem feito, e evoca diretamente a arte de John Byrne no visual construído para a cena nos quadrinhos.
A tentativa de Wolverine em “matar” a Fênix é bem patético, assim como o desenvolvimento até a Guarda Imperial reaparecer na trama, quando detecta que Jean Grey como Fênix Negra representa uma ameaça para toda a Existência. Ela morre?
Não sabemos, nem os roteiristas do desenho animado, aparentemente. No fim, ela suga a energia de cada um dos X-Men (“só um pouco“) e aparentemente escapa ilesa dos crimes de sua persona vilanesca.
O penúltimo episódio é mais uma aventura com Ciclope, que descobre que Corsário é seu pai (Destrutor nem é mencionado) e o último episódio da terceira temporada do desenho animado dos X-Men é com Vampira, seu namoradinho de tempo de menina, Cody, e Wolverine, em meio a uma macabra trama alienígena com a Colônia, seres extraterrestres que infectam o corpo de outros seres com esporos aéreos para transformá-los em sua raça — uma maneira adaptada e piedosa da terrível Ninhada, os Aliens do Universo Marvel, tão cruéis e letais e similares quanto, já que “estupram” com falos os corpos das vítimas para plantar um ovo que destrói o portador para que o novo ser da raça nasça.
4ª Temporada (1995–1996)
Os episódios deixam de lado a duplicidade e tentam se resolver por si mesmos.
Nos primeiros voltam o Fanático (que perde seu poder para um nerd tapado); Ômega Vermelho, que é o vilão mais próximo de destruir a Terra, quando se apossa de mísseis nucleares em um submarino; e surgem os Acólitos, mutantes que cultuam Magneto como a um messias, apresentados na saga Santuário.
Esses episódios têm aparições de mutantes integrantes do Carrascos, Morlocks, mutóides (os mutantes escravos de Genosha) e o começo da viagem ao Asteróide M, onde Magneto e Fabian Cortez iriam criar uma base para todos os mutantes, parte de Wakanda, a terra natal do Pantera Negra, que pode ser visto em uma cena.
O final tem a volta e o pouso dos heróis no mesmo local, com Pantera podendo ser visto novamente.
Também vemos Amelia Voight, uma mutante teleportadora, antigo caso de Xavier, que até o Fera conhece, e os grupos X-Factor e X-Eternos, os “Illumminati mutantes” da Marvel. Também é abordado o passado de Magneto, como vítima dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Essa saga termina de modo trágico, com a aparente morte do Mestre do Magnetismo. Fabian Cortez, um Acólito tão fanático que quis matar Magneto em nome da causa mutante, é salvo da morte certa da destruição do Asteróide M por Rapina, irmã renegada de Lilandra, e Apocalipse.
O Rei das Sombras reaparece para enfrentar Xavier, e Morfo finalmente retorna para os X-Men em 04×06 — 52º –, assim como Gyrich e Trask, refugiados depois de seu fracasso, mas será que nosso herói transmorfo está pronto para enfrentar um Sentinela, o causador da sua “morte”?
Também temos o obrigatório (na cultura americana) episódio de Natal, muito bonito por sinal, protagonizado por Jubileu, que aprende o verdadeiro desprendimento e valor do que possuí ao conhecer a realidade que vivem os Morlocks.
Finalmente Kurt Wagner, o Noturno, aparece no desenho animado dos X-Men, no episódio Um Mutante dos Diabos (04×08 — 53º).
Ele é um católico bem praticante, e se esconde em um monastério na Alemanha, onde Wolverine, Gambit e Vampira têm que ajudar quando uma turba furiosa quer matar o mutante.
É um dos episódios mais legais de toda a série, com uma interação sensacional de Logan e Noturno, com diálogos incríveis a respeito de fé e Deus.
O episódio seguinte é duplo, O Valor de um Homem, baseado diretamente nos eventos de A Era do Apocalipse dos quadrinhos dos X-Men na Marvel.
Trevor Fitzroy e Bantam, dois mutantes do futuro, fazem um trato com o Molde-Mestre, e viajam no tempo até 1959, onde conseguem matar o Professor Xavier com uma bomba. Isso cria um desastre para a linha do tempo, e nos tempos atuais — os anos 90 — a vida é uma zona apocalíptica com humanos tentando matar mutantes em um mundo destruído.
Não há X-Men, e os heróis conhecidos lutam isolados. Os humanos nesse presente apocalíptico contam com enormes robôs de combate, e uma equipe análoga aos Vingadores, com integrantes que fazem as vezes do Capitão América, Homem de Ferro, Vespa, Gigante, Viúva-Negra e até o Homem-Aranha e Hércules, lutam contra os mutantes.
Wolverine e Tempestade são um casal nessa realidade, e são abordados por Bishop e Shard, sua irmã, já que em 2055 os efeitos da morte de Xavier estão sendo sentidos.
Todos terão que impedir Fitzroy de matar Xavier, em uma sensacional trama de loops temporais com eles mesmos se vendo e momentos das ações que terão que repetir e/ou impedir.
Destaque para as mortes terríveis provocadas pelo Nimrod, o super sentinela, e a aparição de vários personagens — alguns com visual da Era do Apocalipse das HQs — Dentes de Sabre, Colossus, Selvagem, Noturno, Sinistro, Holocausto (filho de Apocalipse), Gambit, Solaris, Caliban, Blob, Solaris, Mestre Mental, Polaris, Banshee, e até Forge, que no futuro de 2055 desse mundo, também está alterado.
Destaques para Tempestade, que é mostrada em seu visual punk moicano das HQs dos anos 1980, pela primeira vez na animação, e Mímico, o x-man esquecido dos gibis dos anos 1960, o sexto x-man depois dos cinco originais, e que nem mutante era, aqui no seu primeiro visual setentista.
Moira MacTaggert retorna para um episódio duplo, onde tem que se virar com os imensos poderes de alteração de realidade de seu filho, Proteus, que é um enorme problema para os X-Men resolverem, ainda mais para Wolverine, que foi destroçado literalmente pelo rapaz e seus poderes.
Questões familiares continuam a serem abordadas na série com o retorno de Graydon Creed depois de um ano afastado dos Amigos da Humanidade (primeira vez que o tempo foi referenciado na série).
Noturno reaparece ao mesmo tempo, e junto com Vampira, os três vão descobrir que Mística é a mãe deles. No caso, o horroroso Graydon Creed tem como pai ninguém menos do que Dentes de Sabre. Já Noturno teve como pai um conde alemão, e foi jogado de um precipício assim que nasceu, devido a sua aparência — tudo vem dos gibis, característica marcante do mood novelinha que os X-Men ganharam com o passar do tempo.
Wolverine enfrenta o Samurai do Prata no Japão, e tem que se virar com memórias implantadas da época que era agente secreto, um período de sua vida que andava junto com Dentes de Sabre, Maverick e Raposa Prateada, que era sua namorada na época.
Todos eles têm que se reunir e resolver suas diferenças para se livrar das memórias falsas — ou não. Esse episódio é uma homenagem à Equipe X das HQs da Marvel, quando Logan foi um agente secreto da CIA.
Também temos um episódio especial para Mercúrio (que é chamado de Relâmpago na série) e a Feiticeira Escarlate, que descobrem serem filhos de Magneto, com direito a toda mitologia rocambolesca dos quadrinhos aqui — Magda, a esposa de Magneto, foge grávida, dá á luz os gêmeos, e Bova, uma vaca humanóide (!) os leva para adoção em uma vila cigana, com o cientista meio vilão Alto Evolucionário manipulando os eventos por trás dos bastidores.
Ciclope ganha outro episódio solo, onde vai atrás de um médico humano, Dr. Prescott, que ajuda ao máximo os mutantes. Ele era mantido cativo em uma cidadezinha de mutantes, que o traíram atrás de lucros.
Aparições de mutantes como Solarr, Tusk, Random, Antebraço, Mímica, Senyaka, Arco Voltaico, Ceifador Mutante e os morlocks Macaco e Talho.
A partir dos episódios 04×18 a 04×21 — 63º a 66º –, vemos a saga Acima do Bem e do Mal, que deveria encerrar o desenho animado dos X-Men.
Apocalipse começa a sequestrar todos os seres com poderes psíquicos do universo para conseguir controlar o tempo e se tornar senhor absoluto da criação.
Há ações pontuais de diversos X-Men em diferentes momentos do tempo — 1200, 1990, 2055 e 2999, o que cria um dinamismo e urgência (e ilógicas temporais, é claro) bem interessantes de acompanhar.
Os heróis ainda tem que se virar com Apocalipse e suas Câmaras de Lázaro, locais onde o vilão se regenera e fortalece. Magneto aceita ajudar o vilão com a promessa de ter sua esposa ressuscitada (motivo dos mais cretinos e inverossímeis para o personagem).
Sinistro também está com Apocalipse, e sequestra Jean e Scott logo após os dois se casarem (finalmente).
No meio das várias batalhas e sequestros, vemos vários personagens da Marvel com poderes telepáticos, como Psylocke, Karma, Mesmero, Oráculo (raptada por Apocalipse em pessoa, que trai Rapina), Gamesmaster, Mestre Mental, Serpente da Lua, Mary Tyfoid (inimiga do Demolidor), Rachel Summers (a filha de Scott e Jean, de um futuro alternativo nas HQs, e que na série é aquele de Bishop em 2055) e Conflyto (um clone de Cable criado por Apocalipse nas HQs).
Aliás, é com Cable e Bishop o protagonismo da saga, com mais foco no primeiro, que tem que pedir ajuda aos X-Men para saber o que está acontecendo. O plot da saga é interessante e resumido pelo vilão:
“Tempo é movimento. Movimento e pensamento são uma unidade, dois aspectos do mesmo poder. A mente transcende o tempo. É por isso que telepatas podem prever o futuro“, diz.
Sua intenção é reunir todos os seres com poderes telepáticos do universo e destruí-los ao mesmo tempo.
A onda de choque resultante causaria um reboot no tempo, o que daria chance para Apocalipse, a salvo em um nexo fora do tempo — onde é sua base e convenientemente Bishop está perdido — dominar tudo.
Com efeito, a saga tem escopo grandioso, e é a versão Desafio Infinito da Marvel, com direito até a pessoas sendo apagadas da existência em “tilts” universais. Por sorte, Bishop toma conhecimento de onde está e o que fazer, e põe a perder os planos de Apocalipse.
No final, um estranho ser que o ajudava assume a forma de Immortus, O Senhor da Tempo (mais um, de muitos) da Marvel (e que também é uma das formas de Kang, O Conquistador).
5ª Temporada (1996–1997)
Como dito, um dos finais previstos foi na saga Acima do Bem e do Mal, que em quatro episódios encerraria o desenho animado dos X-Men, as a Fox pediu mais uma temporada.
Os últimos seis episódios da última temporada nem parece que são do mesmo universo visual, já que a Saban usou um estúdio de animação das Filipinas para finalizar o trabalho — Philippine Animation Studio, que tinha no currículo a segunda temporada da série de desenho animado do Quarteto Fantástico, de 1994 — em vez do habitual estúdio AKOM.
A quinta temporada começa com um episódio duplo, com a aparição da Falange, inimigos extraterrestres dos X-Men, seres tecnológicos que infectam toda a vida animal e vegetal.
Os efeitos da infecção são bem legais, e Warlock, um renegado da raça, ajuda Forge, Mercúrio, Moira, Amélia (que está na Ilha Muir) e Fera contra o inimigo. Até o Sr. Sinistro tem que pedir arrego, já que a ameaça se torna global em certo momento. O seguinte também é duplo, com Tempestade se envolvendo com Arkon, um tipo de Conan tirano de outra dimensão, Polemachus.
Fabian Cortez retorna, e junto com os Farejadores (mutantes escravos rastreadores do futuro de Rachel Summersnas HQs), raptam Jubileu para transportar o espírito de Apocalipse, aprisionado no vórtex temporal desde a saga Acima do Bem e do Mal, no corpo dela (!).
Cortez, que tem o poder de acelerar a níveis inimagináveis os poderes dos outros mutantes, destrói geneticamente o Fera, que por um triz não perde o que restava de seu juízo. O final é chocante: preso por uma rocha, sem poder escapar da Câmara de Lázaro onde se encontrava (a última restante pelo visto), Cortez é possuído por Apocalipse, que substitui átomo por átomo seu corpo.
O episódio seguinte também é dedicado para Jubileu, um conto de fadas infantil que a jovem mutante conta para crianças em um passeio, tornando os X-Men parte do conto.
A veia criativa de histórias fora das aventuras convencionais continua com Wolverine e Capitão América lutando contra o Caveira Vermelha na França ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O desenho animado dos X-men arranha os Novos Mutantes, ao mostrar Sam Guthrie, o jovem Míssil, em uma aventura com a equipe.
Também vemos a história do cientista Nathaniel Essex, que viria a se transformar no Senhor Sinistro no final do século XVIII.
Destaque especial para esse episódio corajoso, que mostra vítimas de experiências, um cadáver em decomposição (!), Jack Estripador (que aparentemente foi “criado” por Sinistro) e cientistas como Darwin, Xavier (antepassado do Professor X).
E o episódio final termina de modo agridoce, com um atentado político contra o Professor Charles Xavier, que fica à beira da morte.
Ele precisa ser tratado por Lilandra no mundo Shi’ar para ter uma chance, e os X-Men ficam sem seu líder, com Magneto aparentemente se juntando às fileiras da equipe. Participações de mutantes dos Morlocks, Frente de Libertação Mutante e até a X-Force.
A queda da Marvel
O problema de character design e qualidade da animação — visível já em alguns na terceira temporada — decorreu de várias decisões executivas da Fox, que em diferentes momento planejou encerrar a série, para logo em seguida retomar depois.
Não ajudou em nada a Marvel Comics estar em falência na segunda metade dos anos 1990, a despeito das vendas estratosféricas de revistas, e as decisões executivas estarem uma zona ao mesmo tempo que geniais.
Isaac Perlmutter, dono da Toy Biz, casou com a Marvel em junho de 1993, quando a editora comprou 46% da Toy Biz, lhe dando licença master dos personagens Marvel — exclusividade, sem royalties e caráter perpétuo. Avi Arad, da Toy Biz, e que dava o maior apoio a Margaret Loesch no desenho animado desde o início, se uniu a Stan Lee para criar pontes e contatos em Hollywood.
O desenho animado dos X-Men era o preferido da criançada americana, e gerava um enorme volume de produtos derivados, como vestuário, cards, videogames e as figuras de ação. Isso dava crédito para Arad no meio, uma garantia de sucesso e dinheiro, e projetos mirabolantes foram nascendo, como um filme do Homem-Aranha de James Cameron (o herói já teria um desenho animado na Fox, no mesmo universo dos X-Men), Wesley Snipes avançava com seu projeto de Pantera Negra, com o cineasta John Singleton á frente, e até o Doutor Estranho teria um filme, pelas mãos do diretor Wes Craven, criador de franquias como A Hora do Pesadelo e Pânico.
Ainda em 1993, Arad conseguiria um contrato com a Fox para fazer um filme live action dos X-Men, um dos poucos projetos que veria a luz do dia.
X-MEN | 20 anos do filme que iniciou a era dos super-heróis no cinema
Em fins de 1993, as ações da Marvel tiveram uma queda violenta nos valores de suas ações, de mais de 60%.
A editora Marvel Comics iria falir. Apenas uma manobra de Perlmutter salvou a editora. Habilidoso em negociações de ativos, usou bem suas propriedades de brinquedos da ToyBiz durante o processo de bancarrota em 1996 da Marvel, e a sustentou financeiramente com a venda dos direitos cinematográficas de personagens como X-Men, Quarteto Fantástico, Hulk e Homem-Aranha à Fox Films, Universal e Columbia/Sony Pictures.
Em 2001, tornou-se vice-presidente da Marvel Entertainment. Mas do jeito que salvou a empresa, Ike também toma decisões polêmicas do ponto de vista criativo.
Entrou em atrito muitas vezes com artistas da editora, executivos da TV e do cinema, até que a Disney, que comprou a Marvel em 2009, fez uma divisão especial para o cinema, comandada pelo chefão Kevin Feige, responsável pelos mais de 20 filmes do Marvel Studios, o que acomodou o gigantesco ego do executivo, que e é CEO da Marvel até hoje.
Os produtos paralelos
do desenho animado
dos X-Men
A Marvel Comics capitalizou em cima da série de desenho animado dos X-Men com uma revista em quadrinhos adaptada da série, lançada um mês depois da estreia do desenho animado.
Chamada de X-Men Adventures, ela adaptou os episódios da temporadas 1,2 e 3, com 15 edições no total, escritas por Ralph Macchio e desenhadas por Andre Wildman.
Em 1996, a HQ foi relançada como Adventures of the X-Men, que contou com histórias originais em cima da continuidade do desenho animado — 12 edições no total, de novo escritas por Macchio, dessa vez desenhadas por Ben Herrera.
O título foi encerrado em março de 1997, pouco depois que a série foi finalizada pela Fox. Parte dessas revistas foi publicada no Brasil, pela editora Abril.
Em 2015, por conta da megassaga Guerras Secretas, que reorganizaria por completo o Multiverso Marvel, a editora publicou X-Men ’92, dedicada à equipe do desenho animado e seu universo. Foram feitos por Chis Sims, Chad Bowers e Scott Koblish, e renderam 10 edições no total.
X-Men ainda teve uma vida longa no mundo do desenho animado. A equipe teve um início que não deu em nada, com a já citada produção de X-Men: Pryde Of The X-Men (1989), um piloto centrado em Kitty Pryde entrando nos X-Men, que tinha um line-up bem curioso: Ciclope, Tempestade, Colossus, Noturno e Wolverine (que era australiano em vez de canadense). Também tinha a Cristal, a cantora Alison Blaire, escolha interessante da produção: a personagem é uma das que tem origem dentro e fora das HQs das mais entrelaçadas em termos de mídia — uma criação conjunta da editora Marvel Comics e Casablanca Records, uma das maiores gravadoras de disco music da indústria.
O piloto de Pryde ficou só nisso, mas a Marvel ainda capitalizou com um game de briga de rua baseado nele, produzido pela Konami para os arcades, chamado X-Men: The Arcade Game, lançado em 1992, o mesmo ano que o desenho animado dos X-Men estreou na Fox.
CRISTAL | Como a Marvel e Casablanca Records criaram a cantora dos X-Men
Vale destacar os games lançados baseados nos elementos apresentados no desenho animado dos X-Men. Um ano depois do briga de rua da Konami, a softhouse Sega fez X-Men para seu console 16-bits, o Mega Drive, e no mesmo ano publicou uma sequência, X-Men 2: Clone Wars, e ambos usam designs apresentados no desenho.
Ainda em 1993, a Capcom publicou seu primeiro jogo numa longa parceria que teria com a Marvel nos anos 90: o briga de rua do Justiceiro, que saiu para os arcades e para o Mega Drive.
Mas em dezembro de 1994, no Japão, a Capcom publicou X-Men Mutant Apocalypse, game de briga de rua/ação para o console 16-bits da Nintendo, o Super Famicon (chamado de Super Nintendo no Ocidente).
O lançamento de X-Men Mutant Apocalypse foi simultâneo com o mais famoso, o game de luta X-Men Children of The Atom. A Capcom, uma das maiores produtoras de game de luta da indústria, produziu um jogo de luta dinâmico, com estética anime, com os X-Men bastante coloridos e no mesmo mood de design do artista Jim Lee, o que ajudou a lembrar mais ainda o desenho animado dos X-Men — o game conta com os mesmos dubladores do desenho nas falas dos personagens.
Toda a jogabilidade criada pela softhouse em X-Men Children of The Atom serviu de mecânica duradoura para uma série de outros games na sequência.
Children of The Atom — que teria versões para os consoles de 32-bits Playstation, Sega Saturn e PC — e Apocalypse chegariam no mercado ocidental apenas em 1995. A Capcom aproveitou e até inseriu um personagem secreto, de seu rol de lutadores, o temível Akuma, com seu sprite visto em Super Street Fighter II X: Grand Master Challenge, lançado no mesmo ano.
O sucesso da cinética ultra-rápida, superpulos e golpes explosivos de tela cheia de X-Men Children of The Atom gerou uma continuação chamada Marvel Super Heroes (de 1995, para arcades e videogames 32-bits), game de luta que tem Thanos como vilão e que usa o tema da saga do Desafio Infinito para a história de fundo.
No título seguinte, a Capcom optou por utilizar sua franquia mais famosa, e criou X-Men vs. Street Fighter (1996), onde todo o ajuste e mecânica de luta beirava à perfeição, em um sensacional game de luta de duplas, que podia ser alternada a qualquer momento da luta, que tinha round único.
O último chefão era o Apocalipse em pessoa, gigantesco, como ficava em certos momentos no desenho animado. Ele foi um sucesso os arcades, e teve uma boa adaptação para o Sega Saturn, e uma sofrível para Playstation.
Em 1997, saiu Marvel Super Heroes vs Street Fighter, com mais lutadores e heróis (e vilões) da Marvel, de novo contra Apocalipse, que agora estava aliado com um improvável e ultrapoderoso Cyber Akuma, já visto no game de luta Cyberbots.
Os outros
desenhos animados
dos X-Men
Depois do encerramento do desenho animado dos anos 90 dos X-Men, os mutantes ressurgiram nos anos 2000 com X-Men: Evolution (2003), que adotava uma narrativa e cronologia bastante particular e diferente das HQs, com uma Vampira mais gótica por exemplo.
Laura Kinney, a X-23, uma clone de Wolverine, estreou nessa animação (03×10) e foi um enorme sucesso, a ponto de ser trazida para o universo regular das HQs da Marvel.
Em 2009, ano que a Disney comprou a Marvel, saiu Wolverine e os X-Men (2009), ainda mais diferente do habitual, com o mutante canadense liderando a equipe em um futuro próximo perto da devastação, uma aposta na imagem já conhecida de Hugh Jackman como Wolverine nos filmes da Fox.
Os anos 2010 viram uma guinada geográfica e as produção foram japonesas: Marvel Anime: X-Men (2011), com aventuras da equipe mutante, e Marvel Anime: Wolverine (2011), com aventuras solo do herói canadense.
O próprio desenho animado dos X-Men da Fox trabalhou com essa estética anime, com uma sensacional apresentação exclusiva do mercado japonês, com minutos que superam toda a série. Confira você mesmo abaixo.
O mundo do desenho animado dos X-Men existe dentro da cronologia do Multiverso Marvel das histórias em quadrinhos. Os “Manuais Oficiais do Universo Marvel de A-Z“, série de livros que funcionam como enciclopédias dos milhares de personagens e conceitos que a Marvel têm ( que são só publicados nos EUA), indica que o mundo do desenho animado dos X-Men é a Terra-92131 — que por sinal, é a mesma do Homem Aranha: A Série Animada, produção capitaneada por John Semper Jr, produzido pela Marvel Productions, de 1994 a 1998, com direito até a participação dos X-Men em alguns episódios (02×04, 02×05).
Até mesmo as realidades alternativas dentro da continuidade animada dos X-Men existe: o futuro distópico de Bishop é a Terra-13393 e o futuro (ainda mais detonado) de Cable, em 3999, é a Terra-121893.
/ VERSÃO BRASILEIRA HERBERT RICHERS. A dublagem do desenho animado dos X-Men é uma das melhores do mundo, com um encaixe de vozes muito bem acertada nos personagens, com destaques para as primeiras de Vampira (Taciana Fonseca), Gambit (Eduardo Dascar) e Wolverine (Isaac Bardavid).
As vozes de Morfo (Carlos Marques) e Apocalipse (Joaquim “Luis” Motta) também estão legais, e nem é preciso dizer dos medalhões José Santa Cruz como a melhor voz do Magneto do mundo e Orlando Drummond, patrimônio da dublagem, como o Dentes de Sabre.
A direção de dublagem foi de Mário Monjardim e Ilka Pinheiro nos estúdios de dublagem da Herbert Richers, e as vozes podem ser conferidas nas versões para televisão (Rede Globo / Fox Kids), VHS, DVD e Disney Plus (não todos os episódios). Você pode ver as informações completas a respeito do trabalho feito pela Herbert aqui, o Dublanet, um dos maiores sites informativos sobre dublagem no Brasil.
/ ERRO NA ABERTURA. Um dos pontos mais comentados pelos fãs é a abertura da série, que, perto do final, enfileira alguns dos vilões dos X-Men (se bem que nela tem o Pássaro Trovejante, um dos X-Men mais clássicos, mas não é possível saber se é Jonh Proudstar ou seu irmão, James, que também adota o nome Apache nas HQs).
Durante muito tempo se suspeitou o cabeçudo da imagem fosse Gárgula ou Gremlin — os dois são inimigos do Hulk — mas um dos produtores do desenho, Eric Lewald, disse no livro X-Men: The Making of an Animated Series que na verdade o personagem é um erro de animação, causado pela pressa e falta de dinheiro, um processo comum na feitura da série em muitos momentos. Os estúdios de animação responsáveis se chamavam AKOM e segundo o produtor, nem eles saberiam dizer quem é o personagem.
/ MÚSICA LINDA. O tema clássico da abertura do desenho animado dos X-Men foi escrito por Ron Wasserman, e guarda similaridades notáveis com o tema de Linda (1984), escrito por Zoltan Krisko — é tão parecido que a Marvel, Fox, Apple e Amazon foram processadas por plágio.
Trata-se de um programa de TV húngaro, que conta as aventuras de Linda, uma praticante de artes marciais que luta contra o crime.
/ MORTE E VIDA. O desenho animado dos X-Men ganhou vida quando Martin Goodman perdeu a sua — o fundador da Marvel Comics, profissional vindo do mercado de pulps (revistas de histórias de suspense policial, aventura, fantasia e terror), e que iniciou a editora Timely Comics nos anos 1940, a pré-Marvel Comics, faleceu em junho 1992, aos 82 anos.
Figura polêmica na indústria até hoje, a notícia de sua morte saiu em um parágrafo único na revista Marvel Age, um institucional da editora, sob outro de oito parágrafos, esses dedicados à William Gaines, o criador da EC Comics, editora que revolucionou o mercado de quadrinhos com histórias de terror e horror. E isso diz muito sobre Goodman.
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