As primeiras cenas de 007 – Um Novo Dia Para Morrer são com James Bond (Pierce Brosnan) entrando na Coreia do Norte surfando.
E isso diz muito do mood do longa de Lee Tamahori, ao criar, já no novo milênio, 2002, o filme mais anos 90 da franquia mais popular de agente secreto da cultura pop.
Muitos elementos que hoje são datados de doer a barriga de vergonha alheia se empilham com algumas boas ideias e elaborações narrativas excelentes, mas feridos de morte não apenas pelo 11 de Setembro, mas pela mais poderosa obra cinematográfica do período, Identidade Bourne.
O cineasta Doug Liman criou aqui um filme de ação que redefiniu o cinema de espionagem, enterrando um J.B., James Bond, e elevando outro J.B., Jason Bourne.
Ao lado dele, 007 – Um Novo Dia Para Morrer é uma cópia infantil e gritante de tudo que não se deveria mais fazer. Não é por acaso que a franquia precisou ser morta e renascer em um reboot anos depois, com Casino Royale.
James Bond, o nome do espião 007, criado como personagem de romances por Ian Fleming, em 1953, foi transposto para o cinema menos de dez anos depois, em 1962. Suas histórias se passam no ambiente da Guerra Fria.
E no último longa da “cronologia” original do agente secreto, antes do reboot de Casino Royale (2006), a tríade comunista como inimigos da vez não poderia ser deixada de fora: Coréia do Norte, China e Cuba, ainda que apenas uma delas tenha protagonismo de fato.
Um Novo Dia Para Morrer é o 20.º filme da franquia cinematográfica de James Bond, feita pela EON Productions, e o 4.º (e último) com Pierce Brosnan no papel do agente secreto 007. E mantém apenas alguns elementos estabelecidos nos filmes anteriores.
O mais notável é Judi Dench como M, introduzida em 007 – GoldenEye (1995), o primeiro a apresentar Pierce Brosnan no papel do agente secreto, filme dirigido por Martin Campbell, o mesmo diretor do reboot Casino Royale de 2006, que mantém Judi como M para Daniel Craig.
O plot de 007 – Um Novo Dia Para Morrer, aliás, tem algumas reminiscências de GoldenEye, 007 contra o Foguete da Morte e 007 – Os Diamantes São Eternos, e envolve um empresário bilionário, militares norte-coreanos, engenharia genética cubana, satélite de raio laser gigante do espaço, surf em maremoto, carro invisível e vilão com armadura de poderes elétricos.
Uma mistura de vários ingredientes da cultura pop dos anos 1990, que trazidas neste filme em potência máxima, fazem do longa de Lee Tamahori um dos mais escandalosos e datados de toda a franquia, ainda que apresente elementos divertidos o suficiente como entretenimento.
A presença de Rosamund Pike e Halle Berry salvam 007 – Um Novo Dia Para Morrer de morrer como filme.
007 – Um Novo Dia Para Morrer foi dirigido por Lee Tamahori, um diretor neozelandês descendentes de maori que estreou em Hollywood com O Preço da Traição (1996), um noir atômico com Jennifer Connelly, fez um episódio de Sopranos, o melhor seriado de todos os tempos, No Limite (1997), um filme com um Anthony Hopkins corno contra um urso assassino, Na Teia da Aranha (2001), com Morgan Freeman reprisando seu papel de psicólogo criminal Alex Cross; e O Vidente (2007), estrelado por Nicolas Cage, baseada em uma pequena história de Philip K. Dick.
Atualmente, Lee é o responsável por duas séries: Billions (2020) e Emperor (prevista para 2022).
Em homenagem aos 40 anos da série no cinema, Tamahori encheu a história de referências ao passado da série.
Há muitas boas ideias no ar em 007 – Um Novo Dia Para Morrer, resumidas quando ouvimos a frase “patética ideia dos britânicos acreditarem que ainda podem policiar o mundo“, o que nos exemplifica como o MI-6 vê o mundo.
Mas o pastiche, o exagero de tudo que foi os anos 1990 em estética, design e estilo, impera. Em uma cena, Bond aparece segurando o livro Birds of the west indies, publicação de onde Ian Fleming – o criador do personagem – pode ter tirado seu nome.
Com certeza, ele retiraria o seu desse longa.
007 – Um Novo Dia Para Morrer
(Die Another Day, 2002,
de Lee Tamahori)
Ao investigar o comércio ilegal de armas na zona desmilitarizada entre as Coreias do Norte e do Sul, James Bond descobrirá o pior dos cenários, quando também desconfia de um traidor dentro do MI-6.
O comércio funciona com pagamentos em diamantes contrabandeados da África, e no meio de um campo minado na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias, a incursão/invasão de James para deter os envolvidos dá muito errado.
Quando tenta escapar e salvar sua vida (ainda bem que ele acha um colete à prova de balas do nada em lugar nenhum), o agente (aparentemente) mata o Coronel Moon (Will Yun Lee), um militar comunista que coleciona carrões do capitalismo.
Ele é filho do General Moon (Kenneth Tsang), e logo James se vê na pior das prisões do mundo.
James é encarcerado pelo General Moon e torturado por meses. Sofre como nunca mostrado na franquia cinematográfica.
Sua aparência de mendigo barbudo fraco e quebrado é dos grandes momentos de Bond nos cinemas.
Vale um destaque para a abertura de créditos, uma das melhores de todos os mais de 20 filmes, com cenas da tortura sofrida, intercaladas com a sensacional música-tema do filme, Die Another Day, cantada pela Madonna, artista que dispensa apresentações e comentários. Música e design insuperáveis, com dançarinas e fadinhas de gelo, fogo e sangue em celas imundas.
Foi a primeira canção-tema da série James Bond a retratar fielmente o enredo do filme desde Dr. No, o primeiro filme de James Bond nos cinemas. Pra coroar a esquizofrenia que permeia o longa, a canção foi considerada uma das piores músicas da época.
Depois de 14 meses de sofrimento, o espião é trocado por Zao (Rick Yune), um dos homens fortes do falecido Coronel Moon, que havia sido preso pelo serviço secreto britânico.
James fica sob supervisão do Charles Robinson (Colin Salmon) agente do MI6, já mostrado nos filmes anteriores com Brosnan, e Damian Falco (Michael Madsen), agente da ASN – AGência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, antes de finalmente encontrar M (Judi Dench).
Por meio dela, sabemos que os exames médicos de Bond indicam que seu fígado já está ruim, e que ele irá para as Ilhas Falkland, para reavaliação.
M é cáustica e irônica — “você não nos serve mais” –, pois acha que ele vazou informações secretas e sensíveis durante o tempo aprisionado. Mas o que James deseja e acha que descobrirá é o traidor dentro do Mi-6.
O que veremos a seguir é um repeteco de 007 – Permissão Para Matar, um filme de James Bond de vingança pessoal, sem apoio oficial.
Bond escapa do barco médico do MI6, ancorado no mar de Hong Kong, e busca pistas de Zao e suas maquinações. Agentes da inteligência chinesa lhe indicam um centro cirúrgico em Cuba.
Na ilha de Fidel, quando bebia algo no bar à beira mar, James vê saindo das ondas Giacinta “Jinx” Johnson (Halle Berry), uma agente da ASN disfarçada na ilha, a beldade Bond Girl obrigatória da vez no filme.
Ela sai do mar usando um biquíni idêntico ao utilizado por Ursula Andress em 007 Contra O Satânico Dr. No (1962). Os dois tem uma cena de flerte que periga ser a pior da franquia.
Enquanto isso, a narrativa do diretor Tamahori também foca no empresário Gustav Graves (Toby Stephens), um extravagante CEO de empresas mineradoras, conhecido como “O Rei do Diamante“.
Bond acaba tendo que se relacionar com ele de alguma maneira em busca de pistas de Zao.
Madonna faz uma participação especial em uma cena (1ª vez na série 007 que intérprete da música-tema também participa do filme) como Verity, professora de esgrima do empresário e de sua secretária pessoal, Miranda Frost (Rosamund Pike).
Bond e Gustav se estranham, se empolgam em uma disputa, e literalmente destroem o clube em uma luta de espadas “amigável”.
James vence e ganha direito a visitar um empreendimento que o empresário está preparando.
M retoma contato com Bond e reativa sua patente de 00 (o que significa, entre outras coisas, permissão para matar e acesso e apoio logístico do MI-6).
James retorna para a sede da agência secreta inglesa (este é o 2º filme em que o escritório de James Bond é mostrado, só visto antes em 007 – À Serviço Secreto De Sua Majestade), e faz um treino virtual de videogame com o novo Q (John Cleese, um ex-Monty Python, grupo de humor inglês, um dos melhores do gênero), em uma participação bem divertida.
É a deixa para que Lee mostre várias referências dos 20 anos de filmes em meio as tranqueiras e bugigangas. E é aqui que somos introduzidos ao famigerado carro invisível.
Miranda acaba se revelando uma agente dupla: ela é do MI6, especialista há três anos em criptologia, perto de Gustav para descobrir planos dele com diamantes.
A Islândia em Um Novo Dia Para Morrer é o Hoth de 007 (o planeta gelado visto em Star Wars – O Impértio Contra-ataca), com direito à uma nave de Gustav em ação de marketing.
O empresário é ninguém menos do que o Coronel Moon, depois de uma reconstrução plástica pesadíssima feita na clínica cubana, que Bond e Jinx investigaram.
Gustav/Moon criou o Icarus, que joga luz solar refletida e amplificada por diamantes, se torna um laser de alta potência pronto para ser disparado de quilômetros de altura.
Para Miranda, é sexo de manhã e morte de noite. E claro, ela se envolve com James, que perde horas com a mulher. Enquanto isso, muito mais efetiva é Jinx, que descobre os planos do vilão.
E claro de novo, Miranda se mostra a verdadeira traidora dentro do MI6 que Bond procurava.
A revelação é constrangedora, e Miranda se gaba sexualmente para cima de Jinx por causa do agente. Mais anos 90 que isso impossível.
Em vez de matar logo James Bond, Gustav/Moon vê o agente escapar da armadilha mortal da vez, longe da base inimiga, e quando os raios laser do Icarus provocam um maremoto, Bond ainda surfa com um parapente no improviso.
É, pois é. E Bond retorna para a base do vilão a pé, depois de uma distância percorrida com jet-ski e foguete (!), mas tudo bem. É aqui que vemos o infame carro invisível em ação.
O ato final é apressado e didático demais: temos uma invasão sorrateira na Coreia-base secreta militar-avião, tudo de uma vez. Gustav choca o pai, General Moon, com a mudança de planos para usar o Icarus e matar tudo e todos.
O velho acha uma péssima ideia e o proíbe. E, bem, pra surpresa de zero pessoas, Gustav/Moon mata o próprio pai.
Há ótimas cenas de tiroteio dentro do avião em pleno voo, descompressão com corpos voando, Miranda lutando com Jinx vestida de esgrimista, e Gustav com uma armadura hi-tech de vilão de HQs que lhe dá superpoderes elétricos (!?).
Em certo momento, o avião passa pelo raio laser do Icarus que destrói tudo — e claro que a aeronave não é destruída — mas a cena é divertida.
Para finalizar a pegada noventista, uma das cenas de encerramento é com Moneypenny (Samantha Bond) beijando Bond no videogame virtual de treino, para coroar com vergonha alheia o filme mais anos 90 da franquia James Bond.
Tríade Comunista Bondiana
O título de 007 – Um Novo Dia Para Morrer tem origem no poema de A. E. Housman: “But since the man that runs away/Lives to die another day…“, usado no contexto do longa como forma de superar os meses de tortura.
Um Novo Dia Para Morrer foi o primeiro filme 007 em que James Bond é capturado, torturado e mantido em cativeiro por uma potência estrangeira na franquia.
Destacaremos aqui a simbologia de uso dos dos países comunistas vistos no longa: Coréia de Norte, a República Popular da China e Cuba.
O período da Guerra Fria (1945-1991), o conflito geopolítico que redesenhou o tabuleiro mundial após a Segunda Guerra Mundial, foi extremamente produtivo para os players do mercado de entretenimento cinematográfico.
A relação entre cinema e política se tornou mais explícita, e a sétima arte foi instrumento de propaganda e mobilização, de dobras e retóricas de narrativas a favor do capitalismo e contra o comunismo, os pilares nos quais Estados Unidos (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se sustentam para criar a dinâmica fria dessa guerra ideológica.
007: Coreia do Norte
A Coréia do Norte hoje é a maior ameaça atômica do mundo, governado por um político imprevisível de um regime fechado em que é quase impossível dialogar, quanto mais negociar.
Em 1910, o Japão invadiu a e conquistou o Sudeste Asiático, e a Península Coreana ficou sob seu domínio. Em 1936, Japão se uniu à Alemanha de Adolf Hitler.
A Segunda Guerra Mundial termina com os dois países derrotados. Assim como aconteceu com a Alemanha nazista, dividida em dois blocos — a Alemanha Ocidental, do Estados Unidos capitalista, e a Alemanha Oriental, da URSS comunista –, a Coreia seria fatiada no mesmo modelo, pelo Paralelo 38, um dos vários meridianos do mundo, sistema geográfico de linhas imaginárias.
Japoneses são expulsos do país, e americanos ficam com a porção sul do país, enquanto que o norte é ocupado pelos soviéticos.
Em 1948, os dois países abandonam as Coreias. Kim Il-Sung se torna o presidente da Coreia do Norte, em um cargo que ficará pelos próximos 46 anos.
Partido único, censura e supressão de direitos imperam sob seu poder, acrescido de um culto à personalidade a lá Joseph Stalin, da URSS. Quando Kim avança suas tropas para além do Paralelo 38, tem início a Guerra da Coreia (1950-1953), com a Coreia do Norte apoiada pela China, e o Sul pelos Estados Unidos.
Esse é um conflito que nunca terminou, pois um armistício assinado perdura até os dias de hoje entre as duas nações. Desde então, os EUA mantém tropas na Coreia do Sul.
Em 1956, o líder soviético, Nikita Krushev (1953-1964) faz um discurso contra a doutrina de Stalin (1922-1952), seu antecessor, o que bate diretamente em Kim, o que significa perda de apoio da URSS em muitos aspectos.
Em 1972, Kim institucionaliza o chamado Juche, uma espécie de princípio filosófico que orienta cada cidadão coreano, além da política estatal, acrescido de elementos de misticismo (!).
Há também o Songun, que significa “todo esforço para os militares“, e os “Dez Princípios”, leis e diretrizes que a população deve seguir. Tudo isso adiciona características ímpares ao comunismo no país, muito além da ideologia.
Quando a URSS acaba em 1991, o país começa a enfrentar dificuldades, como fome generalizada, além de climas secos e inundações. Kim Il-Sung morre em 1994 e Kim Jong-Il assume em 1997.
Foi com a quebra soviética que o mercado informal de ciência nuclear viu uma diáspora mundial.
O paquistanês Abdul Qadeer Khan foi cooptado pelo regime de Jong-Il, o que ajuda a Coreia do Norte a começar desenvolver suas bombas atômicas.
Após os ataques de 11 de Setembro, os Estados Unidos passam a identificar o país como parte integrante de um “Eixo do Mal“, junto com Irã e Iraque.
Autoridades de cientistas atômicos calculam que a Coréia do Norte possa ter entre 30 e 60 bombas atômicas. Em 2011, Jong-Il morre, e seu filho, Kim Jong-un, assume como Líder Supremo.
007: China
Um dos mais ricos, poderosos e influentes países do mundo atualmente, tudo que a China faz hoje em dia é observado.
Afinal, quando um gigante se mexe, você presta atenção. De uma nação agrária atrasada de milhões de pessoas se tornou um país de bilhões, líder de tecnologia avançada e um sistema comunista-capitalista jamais imaginado na História e Política.
Anos 1940. Tudo começa com as guerrilhas comunistas na qual Mao Tse-Tung participava. Os nacionalistas do Kuomintang, que resistiram à guerra civil pós-Império, invasão japonesa e a Segunda Guerra Mundial, caíram diante dos revolucionários comunistas.
A maior parte dos republicanos fugiram para Taiwan, e Mao assume a China em 1949. O comunismo era a promessa de vida mais justa, já que toda a população sofreu muito na China Imperial com uma pobreza extrema.
Em 1958, Mao implanta o Grande Salto para a Frente, uma reforma agrária intensa por todo o país, inclusive com o remanejamento de famílias e populações municipais inteiras para cultivo em terras inférteis e distantes.
Milhões morreram de fome. O governo de Mao iniciou uma repressão contra quem escondia comida, e para o mundo exterior, dizia que sabotagens e mudanças catastróficas de clima impediram o sucesso do plano. Em 1964, a China fez seu primeiro teste de bomba nuclear, com apoio da URSS.
De 1966 a 1976, Mao implantou a Revolução Cultural, período de perseguição política e punição a suspeitos de afundar o Grande Salto.
Intelectuais e professores universitários foram os principais alvos. Isso resultou em 34 mil mortes admitidas oficialmente e cerca de 20 milhões de mortes que nunca foram reconhecidas pelo governo chinês, que somadas com as mortes do Grande Salto, podem se aproximar dos 100 milhões.
Mas as desejadas melhoras socioeconômicas vieram, ao custo da liberdade e cerceamento de direitos.
China e URSS nunca foram próximos na ideologia comunista na qual estão alinhados. Grandes diferenças separavam os países, e quando os chineses não receberam o apoio esperado na Guerra da Coreia — a China ajudou o Norte, contra a Coreia do Sul, ajudada pelos EUA — o clima entre eles azedou.
Em 1968 começa a Guerra Sino-Soviética, que colapsou por total a relação dos dois países. Ao longo dos 4380 km de fronteira comum, onde se encontravam milhares de soldados soviéticos e chineses, um conflito bélico por território teve início.
Em 1976, Mao Tse-Tung morre. E Deng Xiaoping assume em 1978 como Secretário-geral do Partido Comunista, a figura máxima na máquina burocrática comunista chinesa.
A saber: de quase 2 bilhões de chineses, aproximadamente 90 milhões são filiados ao Partido Comunista. Eles estudam em formato de gestão, grade curricular e disciplinas, como no Exército. Uma vez formados, podem ascender ao Congresso Nacional, que tem 3.000 membros.
É daqui que saem as 350 pessoas que formam o Comitê Central do Partido. O Politburo, núcleo duro desse comitê, é formado por 25 membros.
Por fim, há o Comitê Permanente, formado por 7 membros, o topo dessa estrutura semidivina de uma nações de bilhões. A figura do Secretário Geral está acima de todos, funcionando como Presidente, mas sob ordens do Politburo e Comitê Permanente.
Deng Xiaoping era um daqueles comunistas que, na visão de Mao, havia sido contaminado pelo capitalismo.
Com a morte do líder, teve mais liberdade para inovar. Deng conduziu a China por uma série de reformas econômicas, ganhando-lhe a reputação de “Arquiteto Chefe” da Reforma e Abertura, um modelo estatal de como e quando investir, mas com exceções para a iniciativa privada.
Em 1989, milhares de estudantes protestam por mais liberdade civis e pela democracia, na Praça da Paz Celestial. O governo promoveu uma terrível repressão, com um número de mortos que pode chegar aos milhares.
O presidente Jiang Zemin e o primeiro-ministro Zhu Rongji, ambos ex-prefeitos da cidade de Xangai, lideraram a nação na década de 1990. Sob a administração deles, o desempenho econômico do país retirou cerca de 150 milhões de camponeses da pobreza.
O país aderiu formalmente à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.
O fim da pobreza extrema no país é anunciado com pompa desde o final de 2020, uma prova do poder do tal “capitalismo de Estado” chinês — a China tem o 2º maior número de milionários, só atrás dos EUA, e a maior classe média do mundo.
O sucesso do plano de Deng vai de um país rural e empobrecido há 50 anos a um império big tech dono do 5G mundial e que manda robô para Marte. O Partido Comunista Chinês comemorou 100 anos no dia 1 de julho de 2021.
007: Cuba
Esse arquipélago do Caribe é o responsável, até mais do que a China, em manter vivo a narrativa do comunismo no mundo.
Antiga colônia espanhola no século XIX, foi dominada por mais de 30 anos pelo ditador Fulgêncio Batista, marionete dos Estados Unidos.
O açúcar e tabaco cubanos eram poderosas ferramentas comerciais nas mãos dos americanos, que junto com a Máfia, criminosos cubanos e a agência secreta CIA, dominavam por completo Cuba, distante apenas 160 km dos EUA.
Censura e pena de morte para opositores oprimiam a população, pobre e sem estudo. Em 1953, junto com outros guerrilheiros revolucionários, Fidel Castro tentou derrubar o poder de Fulgêncio.
Falharam e foram presos, e depois mandados para o exílio. Fidel e seu irmão Raul foram para o México, onde formaram o grupo 26 de Julho, nome dado em referência à data do ataque que tentaram anteriormente.
Usando a lancha Granma, invadiram Cuba de novo. Um combate entre as forças revolucionários e o governo deixou grandes baixas dos dois lados, e os sobreviventes se esconderam na floresta de Sierra Maestra.
Raul, Fidel, o argentino Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos, de 1956 a 1958, promoveram guerrilhas (e reforma agrária) sem parar em Cuba, até que o governo colapsou. Fulgêncio foge para a República Dominicana, e Fidel toma o poder.
A princípio, a despeito de promoverem mudanças sociais, desapropriação de terras e protagonismo de fundo militar, Fidel e os revolucionários não eram comunistas.
Uma vez no poder, investiram tanto na área de Saúde que até hoje Cuba exporta médicos em missões humanitárias por todo o globo.
Na Cuba de Fidel não há imprensa livre, os críticos ao governo são presos e a pena de morte por fuzilamento foi generalizada (só em 2003 que foi abolida).
Apopulação LGBT foi perseguida também. Em 1960, Fidel Castro foi fardado numa Assembleia das Nações Unidas, onde fez um discurso de mais de 4 horas. Foi aí que o mundo — e os Estados Unidos — entenderam como que Cuba se posicionaria. Fidel estatizou empresas estrangeiras em prol do povo cubano.
Os EUA decidiram se mexer rápido, e além de um embargo econômico, fez a CIA elaborar um plano para derrubar o governo cubano.
A Invasão da Baía dos Porcos (conhecida em Cuba como La Batalla de Girón) se mostrou um fracasso, ocorrido na costa sudoeste de Cuba.
Os eventos aconteceram em abril de 1961 (menos de três meses depois de John F. Kennedy ter assumido a Presidência dos Estados Unidos) por um grupo paramilitar de exilados cubanos anticastristas (a chamada Brigada de Asalto 2506).
O grupo fora treinado e dirigido pela CIA, com apoio das Forças Armadas americanas. As forças armadas cubanas derrotaram os combatentes em três dias e a maior parte dos agressores se rendeu.
Em 1962, a URSS colocou misseis nucleares nas praias cubanas, em direção aos EUA, uma estratégia soviética para se contrapor a movimentação americana, feita na Itália e Turquia.
Conhecida como Crise dos Mísseis, esse evento durou 13 dias e foi o mais próximo que a humanidade chegou de uma guerra nuclear.
Negociações acalmaram os ânimos dos dois lados, e Cuba saiu com a promessa que não sofreria mais interferências americanas. Em 1967, Che morre na Bolívia. O apoio de Moscou durantes os anos 60, 70 e 80 foi fundamental para Cuba durante o embargo econômico dos EUA, e quando a URSS colapsou em 1991, os cubanos ficaram na pior.
Itens básicos sumiram do país. Em 1995, o presidente americano Bill Clinton dobrou a força do embargo, ampliando o alcance delas para empresas que fazem negócios com Cuba — se fizeram com ela, nunca mais farão com os EUA.
Em 2008, Fidel Castro passou o poder para Raul, seu irmão. Em 2015, o presidente Barack Obama faz uma visita histórica ao país, e no ano seguinte, a embaixada americana é reaberta em Cuba, fechada desde 1961.
Fidel Castro morre em 2016, e em 2018, Miguel Diaz-Canel assume a presidência, o primeiro político a comandar o país nascido após a Revolução.
007: Um Novo Dia Para Aprender História
Conforme aponta o historiador Eric Hobsbawm, as histórias de espionagem foram um claro subproduto desse ambiente de Guerra Fria e nelas os britânicos destacaram-se, compensando a queda de influência do país no sistema internacional.
Lançados entre 1962 e 1989, a maior parte dos 16 filmes de James Bond 007 foram consideravelmente influenciados pelos conflitos da Guerra Fria, e dispensa comentários citar que a URSS foi pintada de vilã em muitos deles.
O primeiro filme deles, 007 contra o Satânico Dr. No (1962), faz clara referência à crise dos mísseis em Cuba. O segundo, 007 Contra Moscou (de 1963, e o título original é bem melhor: “From Russia With Love“, “Para Rússia, com Amor“), ainda tem agentes da SMERSH, acrônimo em russo que significa Morte aos Espiões), nome do departamento de contra-espionagem do GRU (Diretorado Principal de Inteligência) da União Soviética, criada por Josef Stalin. Em 007 – Só se Vive Duas Vezes (1967), James Bond tem que achar rápido uma aeronave abatida e evitar um confronto de EUA e URSS.
Em 007 contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974), temos a Crise do Petróleo, reflexo direto da Guerra Fria no Oriente Médio.
Em 1973, começou a Guerra do Yom Kippur, onde Síria, Egito e Iraque começaram a atacar Israel, para reivindicar territórios em disputa desde os anos 40, no redesenho promovido no pós-Segunda Guerra.
A Arábia Saudita, maior produtora de petróleo do planeta, retaliou os países que apoiaram Israel fazendo uso de sua maior arma: o petróleo, produto que controlava na maior parte do planeta. Ela fechou a torneira, causando uma crise mundial — o preço da gasolina nos EUA aumentou 400%.
007 – O Espião Que Me Amava (1977) retoma soviéticos como vilões, além de um bilionário homem de negócios que quer explodir duas bombas atômicas em Moscou e Nova York. 007 contra Octopussy (1983) tem como antagonista Orlov, comandante das forças convencionais do Pacto de Varsóvia acantonadas na Alemanha Oriental, a porção comunista do país após a divisão feita pelos Aliados no pós-Segunda Guerra Mundial.
O Pacto foi uma aliança militar formada em 14 de maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética, o que ficou a ser conhecido como Bloco do Leste, que representava países alinhados à URSS.
Foi instituído em contraponto à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que uniu outros países da Europa Ocidental e os Estados Unidos.
Em 007 – Marcado para a Morte, de 1987, temos um general soviético renegado, e parte da ação ocorre no Afeganistão ocupado pelos russos — muito bem capturado e ressignificado pela máquina cultural de Hollywood com o filme Rambo 3 (1988).
A última década da Guerra Fria foi turbulenta: são os anos que vão do Natal de 1979, quando tropas soviéticas invadiram o Afeganistão, a dezembro de 1991, quando a URSS deixou de existir.
Pode-se pensar em uma virtual extinção da Guerra Fria, mas não foi o caso. No universo de 007, o último filme da Guerra Fria foi 007 – Permissão Para Matar (1989), que curiosamente foca em outro guerra ideológica, uma que os EUA inventou e que perde há mais de 40 anos: a guerra contra as drogas.
Mas mesmo depois da esfacelação da URSS, James Bond ainda lutava contra comunistas, no caso, militares russos que queriam reerguer o antigo regime, como visto em 007 GoldenEye, de 1995.
Em 007 – O Amanhã Nunca Morre (1997), temos a personagem Wai Lin, interpretada por Michelle Yeoh, uma agente chinesa que se mostra aliada de Bond, ao ajudá-lo contra os planos de um magnata da mídia interessado em promover a Terceira Guerra Mundial.
Aliás, ela seria a primeira mulher da saga a reprisar seu papel numa sequência de 007, mas as conversas não avançaram.
Em 007 – Um Novo Dia Para Morrer, ela seria uma representante da Inteligência Chinesa, estabelecida em Hong Kong, e ajudaria James nas pistas de Zao.
Em 007 – O Mundo Não É o Bastante (1999), temos mais uma vez envolvimento russo, dessa vez em oleodutos do Mar Cáspio.
007 – Um Novo Dia Para Morrer é o primeiro filme James Bond pós-Ataques de 11 de Setembro (2001), e eles passam recibo disso numa cena quando M reencontra James depois que ele é resgatado da Coreia, ao dizer que “o mundo mudou“, o que implica que o tempo do agente preso “justifica” sua não-presença e ação para impedir o maior ataque terrorista da história, mote principal da maioria dos filmes da saga cinematográfica, e que obviamente um “super-herói” como James Bond teria que impedir. Jamais impediria.
Ela acontece até hoje.
A Guerra do Afeganistão é a mais longa da história dos EUA. A guerra teve início em outubro de 2001, com a caçada ao líder da Al-Qaeda e mentor dos ataques de 11 de setembro, Osama Bin Laden.
Ele foi morto por tropas norte-americanas durante operação no Paquistão, em 2011. Em quase 20 anos de combate, mais de 2.400 soldados americanos morreram e pelo menos 20.000 ficaram feridos.
O conflito também vitimou cerca de 47 mil civis e dezenas de milhares de membros das forças de segurança do Afeganistão.
No começo de julho de 2021, o presidente americano Joe Biden começou a retirar as tropas americanas do país, com a promessa de que o Talibã iria parar com ataques terroristas em solo afegão, e que iria tratar com as autoridades do país para chegar a um consenso de governo.
007 – Quantum of Solace, o segundo filme do reboot com Daniel Craig como James Bond, tem uma tentativa de golpe militar na Bolívia — nada mais Guerra Fria do que isso.
Em 007 – Operação Skyfall (2012), dez anos depois de 007 – Um Novo Dia Para Morrer, temos a China como ponto narrativo de novo, ainda mais forte na presença da construção do vilão Raoul Silva, antigo agente do MI6 abandonado em território chinês e torturado horrivelmente pelo regime comunista.
O filme mais recente da franquia a sair nos cinemas será 007 – Sem Tempo para Morrer (No Time to Die), título que lembra o de Lee Tamahori. Ainda há poucos detalhes da trama, mas alguém apostaria que ele não terá elementos da Guerra Fria?
Um comunista dentro de James Bond
O cinema americano deu vozes a pensamentos divergentes, sobretudo com ataques à Guerra do Vietnã, outro conflito com raízes na Guerra Fria, em filmes dos anos 1970 e 1980. Platoon, de Oliver Stone, (1986) e Nascido para Matar, de Stanley Kubrick, (1987) foram sucessos de público e crítica — Platoon foi o terceiro maior faturamento de 1986 e ganhou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção no Oscar 1987.
Esse tipo de discussão narrativa nunca esteve em pauta em algo frívolo e escapista como James Bond 007.
Mas há algo curioso a respeito disso na franquia. De acordo com informações de arquivos do MI5, o Serviço de Inteligência do governo britânico (do mundo real), divulgados em 2010, o roteirista dos filmes do espião James Bond era suspeito de ser agente comunista.
Wolf Mankowitz era um “marxista convicto” e foi espionado por mais de uma década, segundo o MI5. Mankowitz participou na produção e elaboração do roteiro de Dr. No, de 1962, e também das produções outsiders Casino Royale (1967), fora da cronologia oficial.
O roteirista, que morreu em 1998, foi responsável por apresentar Cubby Broccoli a Harry Saltzman, dois produtores de cinema que transformaram o agente James Bond dos livros de Ian Fleming em uma potência cinematográfica internacional.
A construção de
007 – Um Novo Dia Para Morrer
Com o maior orçamento da história da franquia (estimado em US$ 142 milhões), Um Novo Dia Para Morrer é também o recordista em efeitos gerados por computação gráfica. Entre alguns nomes considerados para esse 007, estavam Beyond The Ice, Double Cross e Beneath The Sea.
As filmagens incluíram Londres, locações na Islândia e na cidade espanhola de Cádiz. Outras filmagens também tiveram lugar em Maui e Havaí.
Lugares em Cornualha (Inglaterra) e La Caleta (pequena comunidade da República Dominicana pertencente à província de Santo Domingo) serviram para ser Cuba no filme, além da fictícia Isla de los Órganos.
Há muitas “primeiras vezes” em 007 – Um Novo Dia Para Morrer. É o primeiro filme a não apresentar Desmond Llewelyn como Q desde 007 – Viva e Deixe Morrer (1973), e o 1º em que John Cleese aparece interpretando o personagem.
O ator já havia aparecido anteriormente em 007 – O Mundo Não É O Bastante como R, auxiliar de Q, já que Desmond Llewelyn ainda estava vivo — o ator morreu em um acidente de carro em dezembro de 1999.
Pela 1ª vez desde 007 – GoldenEye, James Bond não dirige um BMW, pois ele retoma o tradicional Aston Martin DB5. Também aqui tivemos o retorno de James fumando em cena, hábito abandonado (ou deixado de mostrar) desde 007 – Permissão Para Matar.
Madonna, além de ter sua Die Another Day considerada a pior música do ano, também ganhou uma indicação ao Framboesa de Ouro, o Oscar inverso, de piores atuações, pelo seu rápido papel de Verity.
Quando Q dá mais um relógio cheio de tranqueira para James, ele diz que é o vigésimo, em referência direta ao número de filmes de franquia que 007 – Um Novo Dia Para Morrer representa na saga.
A abertura característica com o agente andando de lado e disparando sua pistola Walther PPK em direção à tela também foi o primeiro a mostrar a bala de modo visível.
Deborah Moore, a filha de Roger Moore, o 007 que substituiu o primeiro James Bond, Sean Connery, faz uma ponta como a aeromoça que dá uma vodka martini para o agente secreto.
A atriz Halle Berry foi a primeira Bond Girl da série que ganhou um Oscar antes de sua participação na franquia (por A Última Ceia, de 2001).
Em 2012, dez anos depois do lançamento de 007 – Um Novo Dia Para Morrer, o jogo 007 Legends, com a aparência gráfica de Daniel Craig como o James Bond, teve uma fase baseada no filme de Tamahori.
O game de tiro em primeiro pessoa foi produzido pela Eurocom e lançado pela Activision para os consoles PlayStation 3 (Sony), Nintendo Wii, Xbox 360 (Microsoft) e computadores.
Ele foi lançado por conta do quinquagésimo aniversário da franquia cinematográfica. Não apenas referenciando Pierce Brosnan e 007 – Um Novo Dia Para Morrer, o videogame trouxe fases de Goldfinger (Sean Connery), A Serviço Secreto de Sua Majestade (George Lazenby), 007 contra o Foguete da Morte (Roger Moore) e Permissão Para Matar (Timothy Dalton).
O motor gráfico com Craig como personagem vem diretamente do “semiremake” de 007 – GoldenEye para Nintendo 64, o GoldenEye 007: Reloaded, lançado em 2010 para Nintendo Wii, PlayStation 3 e Xbox 360.
Pouco tempo depois do lançamento, foi lançada um DLC (conteúdo pago via download) com uma fase de 007 – Skyfall, o filme mais recente de James Bond nos cinemas até então (no mesmo ano de 2012), dirigido por Sam Mendes.
A novelização de Die Another Day foi escrita por Raymond Benson, já um veterano da franquia, baseado no roteiro de Neal Purvis e Robert Wade.
Como o filme, há diversas referências aos outros filmes da saga — e de outras novelas. Foi o quinto filme de James Bond a ser adaptado de uma novela desde 007 – Permissão Para Matar (1989), o que rende a Pierce Brosnan o único Bond a ter todos seus filmes adaptados em livro.
E também esse foi a última aparição de adaptações literárias de filmes do agente secreto. Depois da publicação desse livro, Benson se aposentou desse trabalho em específico com mais um livro: The Man with the Red Tattoo (2005), a última aparição de James Bond como concebido pelo seu criador, o escritor Ian Fleming.
Algo similar só foi aparecer em 2008, quando o escritor Sebastian Faulks lançou Devil May Care, mais uma aventura com James Bond, por conta do aniversário de 100 anos de Fleming.
/ REINVENÇÃO BOURNE. Em uma matéria de Isabela Boscov para a VEJA, a jornalista resume de modo magistral como o Bourne mudou o cinema de ação. “A Identidade Bourne, de Doug Liman, reembalou o filme de espionagem em um contexto mais pop. Mas, com A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne, de 2004 e 2007, o inglês Paul Greengrass reinventou a ação cinematográfica: transferiu-a para as entranhas menos fotogênicas dos cenários urbanos, transformou-a em algo sumamente urgente, em que o momento presente é tudo que conta, e livrou-a de vícios teatralizantes e dos artifícios para realçar (por exemplo, planos e contraplanos, tomadas de cobertura e tudo mais que interfira com a embolação naturalista da ação)”. A matéria completa aqui > https://veja.abril.com.br/blog/isabela-boscov/pancadaria-no-cinema/
/ MIRANDA FROST/ROSAMUND PIKE. O melhor em 007 – Um Novo Dia Para Morrer.
/ NOVO MORRER. O próximo filme de 007 tem o título parecido com Um Novo Dia Para Morrer / Another Day: será Sem Tempo Para Morrer / No Time to Die.
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