ALITA | Jennifer Connelly, Yukito Kishiro e o primeiro live-action real de mangá nos cinemas

Alita – Anjo de Batalha, filme de ação e ficção científica de Robert Rodriguez, baseado no mangá de Yukito Kishiro, com Jennifer Connelly e Chistoph Waltz, se tornou um marco no cinema ao executar o primeiro filme live-action “real” de um mangá.

As histórias em quadrinhos japonesas — ou simplesmente mangá — são obras poderosas da indústria cultural do país nipônico — e com efeito, do mundo todo.

Há jóias de potência intelectual como Adolf (Osamu Tezuka, 1985), Gen – Pés Descalços (Keiji Nakazawa, 1973/1985), Lobo Solitário (Kazuo Koike e Goseki Kojima, 1970/1976), Akira (Katsuhiro Otomo, 1982/1990), Ghost in the Shell  (Masamune Shirow, 1989), Nausicaa (Hayao Miyazaki, 1982), isso só para ficar em alguns exemplos.

As dinâmicas comerciais da indústria de cultura pop do Japão ditam que mangás de sucesso se tornem animes — como são chamados os desenhos animados por lá –, invariavelmente apresentados em formatos de seriados de TV, OVA (o antigo sistema de vídeos, geralmente com mais de 30m, para VHS, DVD ou Blu-Ray) ou até mesmo em filmes animados.

As adaptações com atores reais é um produto derivado feito de maneira à parte em todo esse esquema comercial, e não é o forte da indústria, salvo quando são obras de apelo mais adulto, como Lobo Solitário.

Alita Yukito Kishiro
O poder da computação gráfica no final dos anos 2010 propiciou a construção dos olhos de Alita, cerne da discussão de personagens construídos por CG — se os olhos são o espelho da alma, o que vemos em Alita? Um desafio ao famigerado “vale desconhecido”, nome dado para a sensação de estranheza quando vemos algo que deveria parecer humano, mas identificamos que não é

O mangaká (como é chamado o artista de quadrinhos no Japão) Yukito Kishiro publicou uma história chamada Gunnm na revista Shueisha’s Business Jump, de 1990 a 1995.

Era uma narrativa cyberpunk de ação e porrada que conquistou o público e crítica. O começo de tudo é com o especialista em cibernética e guerreiro-caçador nas horas vagas Daisuke Ido, que acha a cabeça de uma ciborgue de aparência muito jovem em uma gigantesca pilha de ferro-velho.

Ao decidir reconstruí-la, lhe dá o nome de Gally. A obra teve uma série de anime em OVA de dois episódios, que adaptou os volumes 1 e 2 do mangá.

Alita Yukito Kishiro
Uma das páginas originais do mangá Gunnm, com o despertar da menina-ciborgue Gally

Alita Yukito Kishiro

Alita Yukito Kishiro
O sucesso do mangá gerou um anime, no formato de OVA, com dois episódios

A HQ foi levada ao Ocidente com outro nome, para o título e a garota: Battle Angel Alita, que também fez muito sucesso nos Estados Unidos.

O diretor de cinema James Cameron, famoso por ter criado a franquia O Exterminador do Futuro e ter feito um dos maiores filmes do cinema, Titanic, teve contato com a obra de Yukito Kishiro, e ficou fascinado pela explosão de beleza e o mundo hi-tech de lixo pós-apocalíptico de Alita, além dela mesmo emanar força como uma menina esperta que se descobre uma guerreira implacável.

Desde os anos 2000, James já pedia para o estúdio de cinema Fox iniciar a produção de um longa-metragem da obra.

Enquanto tentava executar o filme na máquina de Hollywood, James Cameron ia tocando outros projetos, até que 15 anos depois, a produção começou a andar, mas pelas mãos do cineasta Robert Rodriguez, dono de filmes como A Balada do Pistoleiro (1995), Um Drink no Inferno (1996), Sin City: A Cidade do Pecado (2005) e cinessérie de Machete e Pequenos Espiões.

Alita Yukito Kishiro
A HQ se tornou popular também no Ocidente, rebatizada Battle Angel Alita. Desde os anos 2000, o cineasta James Cameron tentou fazer um filme da obra. e quase 20 anos depois, Alita surge nos cinemas em carne e osso e metal — e CG

A jogada do título da matéria em tratar Alita – Anjo de Batalha como o primeiro live-action real de mangá nos cinemas, está na qualidade estética do longa, que adaptou as maiores características que performam o mangá enquanto mídia própria nas HQs, aspectos que Yukito Kishiro executou muito bem, pois é dono de um traço dinâmico, além de compor boas narrativas.

Conhecido pelo uso de linguagem cinematográfica intensa em cenas de ação, introspecção gráfica densa em personagens vivenciando sentimentos e sensações, o mangá tem como sua maior característica o estilo de rosto, que tem adaptações mais exageradas e/ou simplificadas em olhos, boca, nariz e cabelos — os olhos, principalmente, são os mais alterados, sempre grandes e expressivos. E Robert Rodriguez não foge disso.

Sua Alita parece ter pulado das páginas do mangá para a tela do cinema.

Alita – Anjo de Batalha foi produzido por James Cameron, e Rosa Salazar é a grande estrela como Alita, que fez toda a captura de movimentos da garota. O elenco tem Christoph Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali, Ed Skrein, Jackie Earle Haley, Keean Johnson e Edward Norton.

Alita – Anjo de Batalha
(Alita: Battle Angel, 2019, de Robert Rodriguez)

Iron City e Zalem, os palcos da narrativa cyberpunk de Alita – Anjo de Batalha

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500 anos após a Queda

Dyson Ido (Christoph Waltz) é um médico que atende a população de Iron City, um enorme amontoado de concreto, aço e pessoas, em uma sociedade que tenta se reerguer de antigos conflitos que acabaram com a antiga civilização.

Junto com sua assistente, a enfermeira Gerhad (Idara Victor), são envolvidos em uma série de acontecimentos extraordinários quando encontram uma menina ciborgue desacordada e sem memórias (Rosa Salazar), e que Ido batiza com o nome de Alita.

Ela acorda sem memórias, se afeiçoa ao bondoso médico, e eles vivem dias de aprendizado nesse novo mundo, que não parece ter outro lugar a não ser a própria Iron City.

Isso até se olhar para cima, quando temos a visão de Zalem, a última cidade aérea em atividade, um local inacessível para todos que estão abaixo, em uma inteligente divisão de privilégios.

O despertar de Alita

As metáforas sociais e de discussões filosóficas em Alita se dão nesse âmbito, em características presentes no mangá de Yukito Kishiro.

Para essa cidade-panela de pressão humana e ciborgue não explodir de vez, a população é entretida com o espetáculo do motorball, esporte letal que mistura corrida e luta.

Quando Alita vê o motorball pela primeira vez, fica ligadona e apreensiva, pronta para entrar na arena e jogar se pudesse, tamanha a adrenalina que a ação lhe provoca.

E não demoramos muito para saber a razão disso, pois as origens de Alita estão intimamente ligadas aos conflitos que resultaram nesse mundo caótico.

Robert Rodriguez, assim como Yukito Kishiro, baseou o jogo de motorball, muito popular no mundo de Alita, no esporte apresentado no filme Rollerball: Os Gladiadores do Futuro (1975).

Um dos posteres do filme

A Dra. Chiren (Jennifer Connelly) é a ex-esposa de Ido, mas os dois há muito não tem mais um relacionamento, pois uma tragédia familiar envolvendo a filha do casal a fez se afastar de tudo e de todos (em uma participação de Casper Van Dien como o ciborgue Amok).

A fim de regressar para Zalem, ela trabalha diretamente com Vector (Mahershala Ali), que gerencia o motorball. Cameron e Rodriguez sustentam o filme com um assassino de ciborgues chamado Grewishka (Jackie Earle Haley) e como suas ações impactam Alita, Chiren, Vector e as pessoas ao seu redor.

Cada vez que ela se descobre mais perigosa, se torna mais humana, a ponto de se apaixonar por Hugo (Keean Johnson).

Mas todos em Alita – Anjo de Batalha escondem segredos, até mesmo Ido e Hugo. O rapaz faz algo reprovável para sobreviver nesse mundo, com intenção de partir para Zalem também.

Jennifer Connelly é Chiren em Alita Anjo de Batalha

Como não há mais polícia, a lei e a ordem tem que receber ajuda, na forma de caçadores-guerreiros, e Alita não demora para tentar fazer isso, a despeito de seus embates com Zapan (Ed Skrein), que lhe trará problemas no futuro.

O longa tem um ritmo truncado por conta de todas as situações e personagens apresentados, e isso é visível em tela.

Quando a história da República Unidas de Marte é inserida, já sabemos para onde tudo vai se encaminhar.

É legal ver que a verdadeira Alita só é vista no filme quando sua identidade está completa — em corpo e mente.

A linguagem cinematográfica do mangá está presente à perfeição no longa de Robert Rodriguez

Assim como no mangá de Yukito Kishiro, é interessante notar como a fetiche militar e de ação é bem casada com questões nietzschianas em Alita.

A menina rapidamente se torna familiar (de novo) com a técnica de luta “Panzer Kunst“, uma arte perdida há centenas de anos, dominada apenas por robôs (trata-se de palavras alemãs, “Panzer” é blindado e “Kunst” é arte).

Há espaço para questões de poder sobre a mente, a mente no comando do corpo, o corpo como veículo da mente — Yukito Kishiro já tinha executado isso com maestria quando fez o mangá de Alita, especialmente no confronto com Makaku, o vilão no qual Grewishka é baseado.

Todos esses elementos permeiam o longa de Robert Rodriguez.

E a importância disso se dá em mortes chocantes e revelações que mostram mais camadas de entendimento sobre o que de fato acontece em Iron City.

Quem é Nova (uma participação não-creditada de Edward Norton) e seu poder de influência em todos em Iron City?

Como a Alita de Yukito Kishiro ganhou vida nos cinemas

Os diretores de cinema James Cameron e Robert Rodriguez

James Cameron dirigiu Titanic em 1997 (um longa que dispensa apresentações) e depois disso só fez mais um filme — a mega ficção científica 3D Avatar, lançado em 2009, sua última aparição nos cinemas.

Durante todo esse tempo, além de trabalhar para o projeto Alita avançar, ele se concentrou (e ainda se concentra) em nada mais nada menos do que mais QUATRO filmes que continuam a saga apresentada em Avatar, todos em diferentes estágios de avanço: Avatar 2, a sair em 2022, e Avatar 3, para 2024 (os dois já filmados e em pós-produção); e Avatar 4, previsto para 2024, e Avatar 5, para 2026 (os dois em pré-produção).

Ambição nunca foi só uma simples palavra para o cineasta James Cameron, uma verdadeira força da natureza dentro da indústria cinematográfica.

Seu currículo incluem True Lies (1994), O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) , O Segredo do Abismo (1989), Aliens, o Resgate (1986) e O Exterminador do Futuro (1984).

Quando não encontra um jeito de filmar algo que quer ou do jeito que quer, pede para seu irmão, que é inventor, construir.

É graças a Cameron que filmagens aquáticas são possíveis e o conhecido efeito gráfico de metal líquido se tornou pop.

Muitos filmes baseados em mangá foram lançados pela máquina cinematográfica americana, a maioria simplificações pobres e ruins do material original, com atores não-nipônicos.

Um bem conhecido por aqui foi Combate – As Lágrimas do Guerreiro (1995), baseado em Crying Freeman. O Dragonball Evolution (2009), que adapta um dos mangás mais famosos e legais de todos os tempos, foi um fracasso criativo e comercial.

O já citado Ghost in the Shell e Death Note, um dos mangás mais populares em tempos recentes, foram lançados em 2017 — os dois péssimos. Esse último teve um filme live-action japonês, lançado em 2006.

Para não ser injusto, há filmes próprios japoneses com qualidade, como Shogun Assassin (1980), que adapta parte de Lobo Solitário, mangá com temática samurai, que de tempos em tempos é atualizado para uma nova audiência, como Rurouni Kenshin, que se tornou bastante popular, e que teve três filmes live-action, de 2012 a 2015.

Parte da demora de Cameron em fazer o filme foi ter as tecnologias necessárias para tornar o mundo criado por Yukito Kishiro crível. Mais ainda, era tornar a menina Alita, de fato, real. E foi sempre a intenção de Cameron mostrar uma criação foto-realística dos grandes olhos de Alita, como no mangá.

A quantidade de pontos de computação na geometria de CGI usada nos olhos de Alita no filme de 2018 foi mais do que a toda usada no Gollum, da trilogia de O Senhor dos Anéis (2001/2003).

A verdadeira identidade de Alita é completa quando corpo e mente estão em unidade. A tecnologia da vida real torna possível isso ser feito nos cinemas de modo mais crível

Robert Rodriguez foi trazido por Cameron para condensar seu roteiro, um calhamaço de 186 páginas, além de mais 600 de notas sobre o trabalho de Yukito Kishiro e sua Alita.

Robert deu um tapa em tudo, e deixou Cameron satisfeito em deixar Alita em outras mãos. Além de Cameron, o roteiro também teve dedo de Laeta Kalogridis, que escreveu Ilha do Medo (2005), para Martin Scorcese.

Alita marcou a primeira contribuição de James e Robert. Amigo íntimo de Quentin Tarantino, Robert sabia que Quentin e James gostavam de escrever próprio roteiro de seus filmes, e como Avatar tinha se tornado um dos maiores filmes de todos os tempos, perguntou para Cameron o que aconteceria com o projeto do filme de Alita.

Ele disse que não daria conta pelo tempo, o que abriu caminho para Robert adaptar o projeto, que começou em 2016.

Foi Quentin Tarantino quem recomendou Christoph Waltz para Robert. Tarantino dirigiu Waltz em Bastardos Inglórios (2009) e Django Livre (2012). Nesse último, seu personagem, Dr. King Schultz, guarda semelhanças incríveis com Dr. Dyson Ido.

Além dos dois serem médicos, são caçadores de recompensas e servem de mentores aos protagonistas.

Caçador de recompensas, uma profissão das mais comuns em narrativas cyberpunks
Conhecimentos de medicina e cibernética também são uma mão na roda

A música é uma personagem discreta em Alita, feita pelo compositor Junkie XL, já um veterano no tema de pós-apocalipse, que aqui está abaixo de um tom ao menos — o músico assinou trilhas sonoras bem mais marcantes em de Divergente (2014), Mad Max: Estrada da Fúria (2015), A Torre Negra (2017) e Máquinas Mortais (2018).

Alita Yukito Kishiro
A ação presente no mangá de Gunnm é uma das mais dinâmicas das obras nipônicas, e vale a conferida

O mangá de Alita de Yukito Kishiro teve 9 volumes nos anos 1990, e uma sequencia chamada Battle Angel Alita: Last Order, publicada em 2000/2014.

Ainda saiu mais um especial, Gunnm: Mars Chronicle, em 2014.

O filme de Robert Rodriguez é uma combinação que adapta os primeiros 4 volumes — o início (1 e 2) e o contexto do motorball (3 e 4). A intenção de James Cameron é fazer mais duas sequências do longa.

Jennifer Connelly e Alita

Alita Yukito Kishiro
O logo da Fox sempre foi passível de brincadeiras por parte de seus realizadores, e em Alita isso acontece na contagem de anos que se passa o longa. Foi a última vez que isso aconteceria, pois a empresa foi comprada pela Disney, que não demorou a anunciar que o logo seria suprimido das produções futuras

Alita – Anjo de Batalha foi o último filme distribuído pela 20th Century Fox como empresa independente, antes de virar parte da Walt Disney Company, em uma complexa operação de compra que só foi finalizada em março de 2019.

O filme também marca o fim da década de 2010 nos trabalhos da carreira de Jennifer Connelly.

A atriz estrelou 43 filmes, todos com resenha no blog.

A história de sua trajetória é parte da história do cinema, com uma riqueza de trabalhos de gêneros, diretores e contextos que posicionam Jennifer Connelly como uma das grandes profissionais do meio.

Seu mais novo filme, Top Gun – Maverick, continuação do clássico de Tony Scott dos anos 1980, estrearia esse ano, fechando assim a década de trabalhos da atriz nos cinemas, mas a pandemia de Covid-19 dizimou a indústria, e o longa foi adiado para 2021.

Fora dos cinemas, Jennifer Connelly ainda estrelou The $treet, seriado da Fox em 2000 (e que foi um fracasso, que ela também experimentou em vários filmes), e atualmente é a estrela de Snowpiercer, seriado da Netflix. Os dois serão resenhados nos próximos dias nessa maratona.

Alita Yukito Kishiro
Jennifer Connelly e uma maratona cinematográfica só pra ela. Alita é o seu exemplar de adaptação de mangá para os cinemas

Alita Yukito Kishiro

43º filme de Jennifer Connelly
Pastoral Americana
Estados Unidos

/ A MARATONA JENNIFER CONNELLY.

1- Era Uma Vez na América (1984)
2- Phenomena (1985)
3- Sete Minutos Para o Paraíso (1985)
4- Labirinto – A Magia do Tempo (1986) 
5- Essas Garotas (1988) 
6- Etoile (1989)
7- Hot Spot – Um Local Muito Quente (1990)
8- Construindo Uma Carreira (1991)
9- Rocketeer (1991)
10- O Coração da Justiça (1992)
11- Do Amor e de Sombras (1994)
12- Duro Aprendizado (1994)
13- O Preço da Traição (1996) 
14- Círculo das Vaidades (1996) 
15- Círculo das Paixões (1997)
16- Cidade das Sombras (1998)
17- Amor Maior que a Vida (2000)
18- Réquiem Para um Sonho (2000) 
19- Pollock (2000)
20- Uma Mente Brilhante (2001)
21- Hulk (2003)
22- A Casa de Areia e Névoa (2003)
23- Água Negra (2005)
24- Pecados Íntimos (2006)
25- Diamante de Sangue (2006)
26- Traídos pelo Destino (2007) 
27- O Dia em que a Terra Parou (2008)
28- Coração de Tinta (2008)
29- Ele Não Está Tão a Fim de Você (2009)
30- 9 – A Salvação (2009)
31- Criação (2009)
32- Virginia (2010) 
33- O Dilema (2011)
34- E…que Deus nos Ajude!!! (2011)
35- Ligados pelo Amor (2012)
36- Um Conto do Destino (2014)
37- Marcas do Passado (2014)
38- Noé (2014)
39- Viver Sem Endereço (2014)
40- Pastoral Americana (2016)
41- Homem-Aranha De Volta ao Lar (2017)
42- Homens de Coragem (2018)
43- Alita – Anjo de Batalha (2019)

/ OSCAR. Alita – Anjo de Batalha tem uma constelação de Oscar em seu elenco, a começar pela estrela da maratona: Jennifer Connelly ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Uma Mente Brilhante (2001). Christoph Waltz ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Bastardos Inglórios (2009) e Django Livre (2012).

Mahershala Ali ganhou o mesmo prêmio por Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016) e Green Book: O Guia (2018). Jackie Earle Haley foi indicado na mesma categoria por Pecados Íntimos (2006) —  longa que estrelou junto com Jennifer Connelly –, mas perdeu para Alan Arkin por Pequena Miss Sunshine. Edward Norton bateu três vezes na trave — foi nomeado para o mesmo prêmio em As Duas Faces de um Crime (1996), quando perdeu para Cuba Gooding Jr. em Jerry Maguire. Em A Outra História Americana (1998), concorreu ao Oscar de Melhor Ator, mas perdeu para Roberto Benigni e A Vida é Bela.

Em Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (2014), voltou a concorrer ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, quando perdeu para J.K. Simmons em Whiplash.

Edward Norton é Nova, em uma participação não-creditada

/ OS TRÊS HULKS. Com Alita – Anjo de Batalha, Jennifer Connelly foi a única atriz que fez filmes com os três Hulks do cinema. Connelly foi Betty Ross em Hulk, filme intimista de Ang Lee, lançado em 2003, com o ator Eric Bana como Bruce Banner/Hulk, numa época que a Marvel nem sonhava em ter seu próprio estúdio de cinema.

Foi só com Homem de Ferro, de 2008, que a empresa criou o Marvel Studios e teve início o seu Universo Cinematográfico Marvel (UCM), cujo filme de Ang Lee é desconsiderado. No mesmo ano que Tony Stark, interpretado por Robert Downey Jr., voava nos céus com a armadura do Homem de Ferro, a Marvel escolhia seu novo Bruce Banner: Edward Norton, com Liv Tyler como a nova Betty Ross.

O filme O Incrível Hulk teve uma recepção mista, e diferenças criativas com Norton (que além de estrelar, também exerceu controle no roteiro), fez a Marvel escolher outro ator para ser o Hulk em Vingadores (2012): Mark Ruffalo, que permanece no cargo de Bruce Banner/Hulk desde então.

O ator trabalhou com Jennifer Connelly em Traídos Pelo Destino. Apesar de Norton ter sido descartado como ator, o longa ainda conta no UCM, com participações recorrentes do General Thaddeus Ross (William Hurt) em outros filmes. Jennifer Connelly acabou entrando no UCM ao interpretar a voz do traje computadorizado do Homem-Aranha em De Volta ao Lar (2017).

/// 007. O filme tem dois vilões do 007/James Bond. Rick Yune apareceu em 007 – Um Novo Dia Para Morrer (2002) como Zao, um coreano estiloso com diamantes cravejados na cara.

O filme marca o fim da era Pierce Brosnan na franquia do agente secreto mais popular do cinema (um longa que merece ser melhor compreendido).

Christoph Waltz aparece em 007 Contra Spectre (2015) como Blofeld, o líder do grande sindicato do crime que o James Bond enfrenta desde o começo da era Daniel Craig. Ele também está em 007 – Sem Tempo Para Morrer (2021), filme que já deveria ter estreado, não fosse o corona vírus.

O longa vai marcar o fim do ator Daniel Craig como 007. O ator Jai Courtney, que faz o Capitão Bumerangue em Esquadrão Suicida, também está no filme de Alita, em uma participação não-creditada — ele é o campeão de motorball Jashugan. Outra que não está nos créditos é Michelle Rodriguez, amiga de longa data de Robert. Ela interpreta a mentor ciborgue de Alita em Marte, Gelda.

/ ROTTEN TOMATOES. Alita – Anjo de Batalha tem 61% de aprovação no site que agrega críticas da internet.

/ 2019. Nos cinemas (o último ano que ele existiu), estavam filmes como O Despertar de um Assassino, Dragon Ball Super: Broly, WiFi Ralph: Quebrando a Internet, Homem-Aranha no Aranhaverso, Creed II, A Favorita, Hellraiser: O Julgamento, A Morte Te Dá Parabéns 2, Capitã Marvel, Nós, Suspíria – A Dança do Medo, Shazam!, Vingadores: Ultimato, Aladdin, Democracia em Vertigem, Homem-Aranha: Longe de Casa, O Rei Leão, Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw, Era Uma Vez em  Hollywood, Bacurau, It – Capítulo 2, Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, A Fera na Selva, Coringa, El Camino: A Breaking Bad Film, El Camino: A Breaking Bad Film, Meu Nome é Dolemite, Doutor Sono, Parasita, Ford vs Ferrari, O Grande Mestre 4 e muitos outros.

Jennifer Connelly não tem Instagram nem outro perfil em redes sociais.

A idade de Jennifer Connelly em Alita – Anjo da Batalha é de 49 anos.

Alita Yukito Kishiro

curadoria e textos: tomrocha (twitter e instagram)
jornalista, estrategista de conteúdo e escrevedor de coisas escritas.

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