DEMOLIDOR | O melhor legado da Netflix para a Marvel é a segunda temporada

No dia 18 de fevereiro de 2019, a Netflix, famosa por começar um universo compartilhado da Marvel em streaming, com o Demolidor, oficializou o fim de sua parceria com a empresa na produção das séries dos personagens, com os cancelamentos de Justiceiro (na segunda temporada) e Jessica Jones (na terceira temporada).

O anúncio seguiu o cancelamento nos meses anteriores de Punho de Ferro, Luke Cage e Demolidor. Foi uma trajetória e tanto. E o que vale o repeteco para assistir sem perder tempo é a segunda temporada de Demolidor. O nome do primeiro episódio é “Bang“, e não há melhor palavra para definir ela toda.

Bem mais sombrio, sanguinário e denso que a 1ª temporada, os 13 episódios acompanham a palavra: perigoso, foda, explosivo.

Demolidor e Elektra Netflix/Marvel
Demolidor e Elektra, mais do que uma dupla, amantes e inimigos

O Demolidor é a identidade secreta de Matt Murdock, um advogado cego que se veste de demônio à noite para combater o crime. Mas ele não mata.

Toda a primeira temporada foi usada para realizar a construção moral e física do personagem. De um deficiente visual católico violento enrustido para uma máquina de combate ninja cheia de propósitos maiores de redenção.

Um excelente composição narrativa com a tentação do homicídio a flor da pele. Ter um personagem como Justiceiro — um vigilante armado que caça criminosos até a morte — interpretado por Jon Bernthal, foi o ponto alto da série da Netflix/Marvel.

O cara é a materialização de Frank Castle, e sua adorável sociopatia de matar qualquer bandido que apareça na sua frente. É hipnotizante sua trajetória em tela, uma cachoeira catártica emocional ao ver bandidos tendo a cabeça explodida nas telas, implorando por suas vidas — é o sentimento de justiçamento inerente a qualquer ser humano.

Contraponto moral para o Demolidor

Arte de Joe Quesada para o uniforme do Demolidor para a Netflix

O Justiceiro é um verdadeiro bloqueio criativo moral para quem ousa mexer com ele. Nitidamente ele é louco, e poucos escritores tem a sagacidade de perceber o que funciona em sua persona, para usá-lo corretamente.

É frequente e esperado parte do público associá-lo a figuras fascistas, de extrema-direita ou de abuso de autoridade. Nada disso. O Justiceiro representa a falência do sistema.

O mesmo sistema que o Demolidor faz ficar de pé. E os questionamentos começam a correr por aqui em diante.

Justiceiro Netflix Marvel
Como o Justiceiro influencia as camadas morais do Demolidor na série? Descubra em 13 horas de episódios

A vida de Matt cai como um castelo de cartas com trocentas coisas acontecendo: ele tenta parar o Justiceiro de matar criminosos; a polícia é desacreditada pela atuação dos vigilantes; ele tenta parar o Justiceiro de matar criminosos; ele sofre com a falta de clientes na advocacia; ele tenta parar o Justiceiro de matar criminosos; tem um envolvimento amoroso com Karen; ele tenta parar o Justiceiro de matar criminosos; ele tem um envolvimento amoroso com Elektra, sua ex, que retorna depois de muito tempo, trazendo consigo vários problemas ninjas; ele sofre com a volta de seu mestre Stick; ele fica indeciso se quer bang com a Karen ou a Elektra; ele tenta parar o Justiceiro de matar criminosos; ele vê a volta do Rei do Crime, Wilson Fisk…realmente, uma vida volumosa e complicada nas 13 horas que a série do Demolidor da Netflix/Marvel oferece.

Uma Marvel violenta e sombria nas telas pretas da Netflix

Os desafios íntimos do Demolidor, um católico devoto e sua dicotomia ocidental / oriental que sofre por conta da aproximação com o lado místico e assassino dos Virtuosos e o Tentáculo; um advogado que fere a lei espancando criminosos pelas noites; sua luta em se diferenciar do Justiceiro em não tirar uma vida humana; suas relações íntimas com os amigos; a complicação de ser cego de verdade e cego para todos os problemas em que se mete e não consegue sair.

Nas HQs isso é muito bem demonstrado por escritores de talento — o Demo sempre teve uns filé no expediente — e aqui na TV isso não fica muito longe, nem mal feito.

Desde vísceras saindo de dentro de cadáveres até balas atravessando corpos em slow motion, sob a camada dessas malditas escolhas que todos os dias temos que fazer. Prepare-se se for assistir.

A 2ª temporada de Demolidor é mais sangrenta, mais obscura e muito, mas muito mais explícita do que outras séries da Netlix.

Não tem a qualidade da primeira temporada, e enrosca na subida, mas é uma boa viagem de escapismo para se inteirar do mundo urbano da Marvel.

Demolidor Elektra
Relações íntimas e mortais entre as pessoas podem resistir a pressão do amor?

Elektra, interpretada por Elodie Yung, é OK. Nas HQs, além de grega, a Elektra é uma DEUSA grega de tantas qualidades. Na Netflix, ela cumpre seu papel com parcimônia, e vá lá, não compromete a personagem.

Elektra Saga, arte de Frank Miller

Conseguimos de fato acreditar que há uma Elektra ali. Segue o jogo. Incrivelmente, ela é superada pela Karen Page, personagem da Deborah Ann Woll. Tá nem aí por ser uma ~~ simples secretária ~~ de Matt no escritório, e segue os próprios instintos, vai até o fim para descobrir a verdade, demonstrando versatilidade, tanto em Direito e Jornalismo.

Foggy Nelson, Matt Murdock e Karen Page, arte de John Romita Sr.

Mesmo que ocorra uma romantizada em uma profissão que não corresponde a realidade, como é o jornalismo. Nessas, ela se enfileira ao lado de Jessica Jones, tranquilamente o produto melhor acabado e ótimo exemplo de sinergia.

Elektra, arte de Esad Ribic

Arte de capas da saga de Frank Miller e David Mazzucchelli
Demolidor e Elektra, arte de Adi Granov
Elektra, arte de Arthur Addams
Elektra Assassina, uma das melhores HQs da Marvel Comics, roteiro de Frank Miller e arte de Bill Sienkiewicz
Bio da Elektra na Marvel dos anos 1980, arte de Bill Sienkiewicz
Elektra, arte de Bruce Timm
Demolidor e Viúva-Negra, arte de Adi Granov

Netflix, Marvel e a Jessica Jones

A série de Jessica Jones é outro belo produto da Netflix/Marvel. Todas as luzes e méritos para a ex-super-heroína e atual detetive bêbada e super-forte de Krysten Ritter.

O seriado foi comandado por Melissa Rosenberg, que utilizou personagens dos quadrinhos para discutir nossas relações sociais, consentimento e relacionamentos abusivos. Isso é representado na série na conturbada relação de Jones com o vilão Killgrave (David Tennant), que a deixou traumatizada até hoje.

A primeira temporada é obrigatória na vida de qualquer um que goste de acompanhar seriados de TV.

É dos melhores produtos audiovisuais já feitos.

Jessica Jones Marvel Netflix
Arte promocional de Jessica Jones em sua primeira temporada

Os quadrinhos originais de Jessica desconstruíam todo o padrão de super-heroína, com ela fazendo toda a porra louquice que dá na telha, com situações que todo cara e mina passam no cotidiano, com a diferença que ela faz o que quiser. Em breve matéria dela aqui no blog.

Justiceiro não é fascista e mostra a falência do sistema

Demolidor Justiceiro Marvel
Demolidor e o Justiceiro são velhos conhecidos por diversos encontros e combates promovidos pela editora Marvel. Arte de Frank Miller

Sobre o Justiceiro, ninguém melhor que o próprio criador do personagem, Gerry Conway, para falar a respeito de como e o que ele representa, em um entrevista cedida ao SyFy em janeiro de 2019, por conta do lançamento ano passado da segunda temporada do Justiceiro na Netflix:

Ele foi originalmente concebido, no gibi The Amazing Spider-Man #129 (fevereiro de 1974) como um criminoso. A ideia não era que ele fosse um anti-herói. Mas conforme estava escrevendo a primeira história, percebi que era isso que ele era, um anti-herói. Ele tem um código moral que eu poderia usar para resolver determinados pontos da história”.

Conway lembra que aqueles eram tempos mais simples, anos 1970, um cenário dicotômico no qual as histórias ainda não se aprofundavam psicologicamente com força nos personagens.

Hoje em dia, com tudo que sabemos sobre PTSD (Post-Traumatic Stress Disorder ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático), com tudo que entendemos sobre como os soldados são afetados pelas guerras multigeracionais em lugares como o Afeganistão, um personagem como o Justiceiro pode falar sobre algo que é importante abordar para nós enquanto roteiristas e desenhistas”.

Justiceiro Demolidor Marvel
Justiceiro também teve inúmeros confrontos com o Demolidor em seu título. Arte de Whilce Portacio

A polêmica sempre cercou o personagem, e com a vitrine popular que a Netflix oferece, Frank Castel ficou em evidência.

O que leva muitos fãs que não entendem completamente o personagem a achoar que ele é uma coisa que ele não é. Como policiais, por exemplo.

Eles estão abraçando a mentalidade de um fora da lei. Não importa que você ache que o comportamento dele tem ou não justificativa, não importa se você admira seu código de ética. Ele é um criminoso. E policiais não deveriam abraçar um criminoso como seu símbolo”. Gerry ainda complementa: “Se um homem da lei, representando o nosso departamento de Justiça, o sistema, coloca o símbolo de um criminoso em seu carro, ele está dando uma declaração sobre o seu entendimento do que é a lei para ele”.

Nascido em Homem-Aranha

O design original do personagem foi criado por John Romita Sr., desenhista que era também Diretor de Arte da Marvel

Foi em fevereiro de 1974 que Gerry Conway e John Romita Sr., dupla responsável pelo título do Homem-Aranha, a principal revista do Homem-Aranha, trouxeram a vida um ex-combatente do Vietnã com arma em punho e uma grande caveira em seu peito em The Amazing Spider-Man #129.

Amazing Spider-Man #129 (1974), a estreia do Justiceiro nas HQs da Marvel, em Homem-Aranha. Arte de capa de Gil Kane, John Romita e Gaspar Saladino
Justiceiro, arte interna da revista, por Ross Andru

Estava criado o melhor anti-herói e matador de criminosos que o mundo das HQ veria: The Punisher, o Justiceiro, na tradução adotada aqui.

Na história, persuadido pelo Chacal, inimigo do Homem-Aranha, Frank Castle, o Justiceiro, sai à caça do cabeça de teia, e tem início uma grande corrida de gato e rato, até o Aranha conseguir provar sua inocência.

Justiceiro Marvel
Uma das artes promocionais de Justiceiro, que ganhou diversos títulos com o sucesso crescente após sua estreia em uma HQ do Homem-Aranha. Arte de Klaus Janson

Conway é uma lenda da indústria. Trabalhou, ao longo de seus 50 anos de carreira, com todos os principais personagens tanto da Marvel quanto da DC.

Além de inventar o Justiceiro, matou a namorada de Peter Parker, Gwen Stacy, assassinando também a inocência que quadrinhos de super-heróis tinham.

Ele foi o autor do primeiro crossover das editoras, e escreveu nada mais nada menos que o encontro do Homem-Aranha com o Superman.

Defensores da Netflix

Em 2015, a Netflix tinha em seu catálogo Friends e Breaking Bad, as produções próprias House of Cards (2013), Orange is the New Black (2013), Marco Polo(2014) e BoJack Horseman (2014).

Mas ainda era pouco para sua fome. Ela queria mais. A palavra maratonar ainda não estava popularizada o suficiente. Em 23 de abril de 2013, Kevin Feige, presidente do Marvel Studios, confirmou que os direitos cinematográficos do Demolidor foram revertidos da 20th Century Fox para a Marvel em outubro de 2012, permitindo o personagem ser usado dentro do Universo Cinematográfico Marvel.

A Netflix foi a escolhida da Disney para ser o novo lar, quando ficou decidido que o Demolidor não seria aproveitado nos cinemas do Marvel Studios.

Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro logo se juntariam a ele. Quando Demolidor finalmente estreou em 2015, a Marvel nos cinemas estava encerrando a sua chamada Fase 2, com a exibição do segundo filmes dos Vingadores, com o vindouro filme do Homem-Formiga em seguida.

O responsável criativo por Demolidor na Netflix é Drew Goddard. Ele escreveu o filme cult Cloverfield, o terror de zumbis Guerra Mundial Z, o Deadpool 2, dirigiu o terror O Segredo da Cabana, e adaptou o livro The Martian para os cinemas como o filme Perdido em Marte, que tem direção de Ridley Scott.

Drew dirigiu vários episódios de séries de TV, como Buffy A Caça-vampiros e Lost.

Demolidor Netflix Marvel
Acorrentada em contratos, a Netflix teve que manobrar muito para que usasse outros personagens da Marvel em seu seriado do Demolidor

Os quatro super-heróis da Netflix — Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e o Punho de Ferro, ainda estrelaram juntos oito episódios de Defensores, em que se reuniam em um grupo da Marvel nos mesmo moldes de Vingadores.

O universo de TV na Netflix começou em 10 de abril de 2015, com a estreia da primeira temporada de Demolidor.

Desde então, tivemos seis séries originais – incluindo o crossover Os Defensores – com 13 temporadas.

Um total de 161 episódios para acompanharmos os heróis. O último programa lançado foi a segunda temporada de Justiceiro, em 18 de janeiro de 2019. Não muito tempo depois veio a terceira e última de Jessica Jones.

Jeph Loeb, presidente da Marvel TV, responsável direto pelo elo com a Netflix, postou no site da Marvel uma carta aberta aos fãs sobre Demolidor e os outros heróis. Segue uma tradução livre.

Nunca havia sido feito antes. Quatro séries de TV separadas, cada uma com diferentes supertalentosos showruners, roteiristas, elenco e equipe, lançadas com meses de diferença entre si… eles se encontrariam em uma série evento no coração de Nova York. Nós os chamamos de Os Defensores. E juntos nos emocionamos com as histórias do Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e até com o Justiceiro juntando-se a eles.

Eles disseram que não poderia ser feito. Mas a Marvel reuniu incríveis equipes de roteiristas, editores e produzir 13 temporadas e 161 episódios de uma hora. Tire um momento, fique online e dê uma olhada na deslumbrante lista de atores, escritores, diretores e músicos que nos agraciaram com o melhor de seu trabalho. Nós amamos cada minuto disso. E nós fizemos tudo isso por vocês – os fãs – que torcem por nós ao redor do mundo e fazem todo o trabalho duro valer a pena.

Então, obrigado! Em nome de todos da Marvel Television, não poderíamos estar mais orgulhos ou mais gratos pela nosso público. Nosso veículo parceiro pode ter decidido não querer mais continuar contando as histórias desses grandes personagens… mas vocês sabem que a Marvel é melhor do que isso. Como o pai de Matt Murdock disse uma vez: ‘A medida de um homem não é quantas vezes ele é nocauteado, mas quantas vezes ele consegue levantar’. Continua…

/// GAME. A Capcom fez o melhor game do Justiceiro em seu primeiro jogo em parceria com a Marvel nos anos 90. É um briga de rua que diverte até os dias de hoje. Crítica dele aqui.

/// COMPLETO. UM panorama mais amplo de todas as séries da Netflix sobre a Marvel você pode conferir nessa matéria do Erick Rodrigues em seu blog Trocando de Canal.

Justiceiro Mike Zeck
Mais uma arte promocional do Justiceiro. Arte de Mike Zeck
Justiceiro Batman
Justiceiro estava tão popular nos anos 90 que teve encontro até com o Batman, da DC — Distinta Concorrência
Demolidor Justiceiro Marvel
A dupla de vigilantes urbanos é tão famosa que apareciam até em cards — uma moda que era a cara dos anos 90. Arte de John Romita Jr.
Krysten Ritter Jessica Jones
Krysten Ritter em uma arte promocional…dela mesma
Demolidor Justiceiro Marvel
Um pega pra capar até mesmo na capa. Arte de David Lapham
Demolidor Marvel
Uma das inspirações do uniforme da série do Demolidor da Netflix/Marvel em seus primeiros momentos foi a roupa que o jovem Matt Murdock usa na minissérie Homem Sem Medo, de Frank Miller e John Romita Jr, uma das melhores histórias do personagem, publicada pela Marvel Comics em 1993

Um dos primeiros filmes da Marvel nos cinemas foi O Justiceiro, de 1989/1990, e que foi interpretado pelo ator de filmes de ação Dolph Loudgren.

Justiceiro Dolph Loudgren
O Justiceiro na pele Dolph Loudgren, no filme produzido em 1989

Uma produção de baixo custo, cheia de equívocos e erros criativos e comerciais, que mancham a marca de primeiro longa-metragem da editora. Um filme que tem mais de 30 anos, mas que com alguns apontamentos oportunos, pode gerar ainda algum interesse e curiosidade.

O JUSTICEIRO DE DOLPH LOUDGREN | “Quando Máquina Mortífera encontra Robocop”

Na época que o Justiceiro de Dolph Loundgren saiu, a Marvel publicava The Punisher, revista escrita inicialmente por Mike Baron e o artista Klaus Janson, em novembro de 1988, que se estendeu até julho de 1995, totalizando 104 edições.

Com o sucesso da revista, a editora ainda publicou The Punisher War Journal, em 1988, uma revista que contava com a arte do desenhista Jim Lee, ainda em começo de carreira, mas com já com um enorme talento gráfico e de design.

Quando a Marvel firmou uma parceria com a Capcom, o primeiro jogo produzido foi do Justiceiro, o briga de rua The Punisher, que trabalha exatamente sob o impacto visual dessa fase.

O Justiceiro na arte de Jim Lee

Arte de Jim Lee com o Wolverine e o Justiceiro
Arte promocional da Capcom usando o Justiceiro de Jim Lee

JUSTICEIRO | Jogo da Capcom para a Marvel é a melhor opção de brincar de Frank Castle

Tom Jane Justiceiro
Tom Jane como Justiceiro no filme de 2002
Ray Stevenson Justiceiro
Ray Stevenson fez o Justiceiro no filme de 2008
Justiceiro Marvel
A fama do Justiceiro permitia até títulos como esse, que mostrava o arsenal do personagem

Muito do Justiceiro veio baseado do vigilante Mack Bolan, o protagonista da série literária The Executioner, criada por Don Pendleton em 1969, e que teve centenas de edições publicadas. Bolan também era um veterano da Guerra do Vietnã e se torna um serial killer de criminosos depois que sua família é assassinada por mafiosos.

No questão violência dos gibis, foi ainda sob a tutela do editor/roteirista Roy Thomas — que criou a base criativa com os roteiristas Steve Gerber e Mike Friedrich, com designs do artista Dave Cockrum, recém-saído da DC Comics –, e depois com Len Wein e Chris Claremont (roteiros), arte de Cockrum e edição do escritor Marv Wolfman, que houve a revitalização dos X-Men em Giant Size X-Men #1 (1975), com o line-up de novos e consagrados personagens.

Entre eles, o Wolverine, batizado e concebido por Thomas para explorar o mercado canadense, introduzido por Wein em uma história do Hulk (Incredible Hulk #180, de outubro de 1974, com desenhos de Herb Trimpe).

Esse feroz mutante com garras iria ditar a tendência de personagens nervosos, violentos e definidos por suas armas.

Não por acaso, o ano de 1974 já estava sangrento desde a estreia do Justiceiro em Amazing Spider-Man #129, de fevereiro de 1974 (por Gerry Conway, Ross Andru) e com Deathlok, o sensacional pré-Robocop negro zumbi sem nariz que apareceu em Astonishing Tales #25, de agosto de 1974 (por Doug Moench e Rich Buckler).

Justiceiro, arte de Gray Morrow

(…) Justiceiro, um antagonista do Homem-Aranha inspirado no filme Desejo de Matar, que vira a esposa e família serem metralhados pela Máfia e reagiu lançando-se numa guerra de um homem só contra os criminosos. Criado para a Marvel em 1974 por Gerry Conway e John Romita Sr., o anti-herói de direita Frank Castle virou modelo para uma nova geração de superbandidos descompromissados que seguiam o mesmo molde. Os super-heróis eram vistos como um algo próximo de um serial killers, solitários fascistas insanos, pirados narcisistas desiludidos que estavam pouco acima da escória que perseguiam noite e dia. Seriam esses os modelos de conduta da América a partir de agora?”

Superdeuses (2012), de Grant Morrison

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