LA GRAN FIESTA | Raul Julia e Porto Rico, História e Cinema

Em 1942, em San Juan, capital de Porto Rico, um dos cassinos mais tradicionais da cidade esta prestes a se tornar uma base militar americana, e terá uma ‘La Gran Fiesta‘ neste momento tão marcante. Convidados da alta sociedade porto-riquenha, sedução, fofoca e muitas intrigas pessoais marcam a narrativa do longa-metragem do diretor Marcos Zurinaga. É mais um filme na nossa Maratona Cinematográfica Raul Julia. Zunigara observa a mudança de poder da sociedade porto-riquenha por conta das ligações íntimas de Porto Rico com os Estados Unidos a partir de uma comédia satírica que critica a elite dessa sociedade e seus valores e, mais importante, por seu contexto histórico

A festa de La Gran Fiesta é para José Manuel (Daniel Lugo), filho de Don Manolo Gonzalez (Luis Prendes). Ele vai ser casar com Rita Inés (Laura Delano), filha de Don Miguel de la Torre (Raúl David), mas na verdade ama Raquel (Cordelia González). Ele resiste a ideia de contar tudo ao seu pai, que está enrolado em acusações feitas pelo seu parceiro, Don Antonio Jimenez (Julián Pastor), a respeito de ligações com revolucionários anti-americanos.

A salvação do velho reside na boa vontade de Don Miguel, que quer ver sua filha casada. Quando o advogado Vásquez (Miguel Ángel Suárez) aparece para prender quem quer que seja, temos então nosso filme.

Raul Julia interpreta um poeta chamado Adolfo, que faz uma intervenção artística no meio da festa, que conta com músicas gravadas pela própria Orquesta Sinfônica de Porto Rico.

La Gran Fiesta
Raul interpreta Adolfo, que faz uma intervenção artística no filme

Para propósitos dramáticos, temos várias cenas padrões de mudança de perspectivas, como diferentes personagens trocando de pares durante uma dança para explicitar seus conflitos de tomadas de decisão.

Há várias camadas nas músicas e as cenas que as acompanham nessa grande festa, que com romances e intrigas que significam um espelho político para as relações entre EUA e Porto Rico.

La Gran Fiesta se mostra então como o longa perfeito nesta Maratona Cinematográfica Raul Julia para comentarmos mais a respeito da história da política e a história do cinema de Porto Rico.

O Internet Movie Database 50 créditos de atuação de Raul Julia como ator em produções de cinema e filmes para a TV. O imenso legado criativo de Raul Julia no cinema será resenhado no blog, tal qual já fizemos por aqui com a atriz Jennifer Connelly.

La Gran Fiesta
Raul Julia e Marcos Zunigara nos bastidores de La Gran Fiesta

Zunigara dirigiu um ano depois Tango Bar (1987), também com Raul Julia no elenco, e O Desaparecimento de Garcia Lorca (1996). O filme de La Gran Fiesta tem roteiro de Ana Lydia Vega e Roberto Gándara (que também escreveu Tango Bar).

O longa foi submetido aos membros da Academia para concorrer ao Oscar de 1987, mas não foi selecionado — o ganhador foi De Aanslag (Países Baixos), que venceu 38 (Áustria), Betty Blue (França), O Declínio do Império Americano (Canadá) e My Sweet Little Village (Tchecoslováquia).

Segundo informações do Internet Movie Database, todas as cópias conhecidas de La Gran Fiesta em 35 milímetros foram perdidas, e o filme só existira agora em VHS lançados no mercado de vídeo no final dos anos 1980 em Porto Rico. Mas se você quiser assistir ao longa, pode procurar no YouTube.

La gran fiesta (1986)

La Gran Fiesta
Um dos (poucos) posteres promocionais de La Gran Fiesta. Mesmo imagens do longa é quase impossível achar na internet e redes sociais

Porto Rico: História e Política

Durante os anos 1940, quando se passa o filme, o Partido Popular Democrático (PPD) se tornou o partido político dominante em Porto Rico. O PPD, liderado por Luis Muñoz Marín, defendia a autonomia política limitada sob a soberania dos Estados Unidos, com a esperança de que isso permitisse melhorias econômicas e sociais para o povo porto-riquenho.

Porto Rico

Já no final da década, houve um movimento de independência crescente em Porto Rico, liderado pelo Partido Nacionalista de Porto Rico (PNPR), que exigia a liberdade total da ilha em relação aos EUA. O PNPR foi liderado por Pedro Albizu Campos, um líder carismático que lutou pela independência de Porto Rico até sua morte, em 1965.

Esse movimento em relação ao EUA é ponto fundamental para entender o país que, sob domínio americano há mais de 120 anos — fora 400 pelos espanhóis — pode ser considerada a colônia mais antiga do mundo.

Porto Rico é um arquipélago entre as Grandes Antilhas — nome dado para as quatro maiores ilhas que se encontram no norte do Caribe: Porto Rico (a 4ª maior), Cuba (a maior delas); Hispaniola (dividida entre Haiti e a República Dominicana); e Jamaica — sendo que país porto-riquenho incluí a ilha principal e uma série de outras pequenas, como Mona, Culebra e Vieques.

O clima tropical, as paisagens naturais diversas, a cozinha tradicional e os incentivos fiscais atrativos fazem de Porto Rico um destino turístico muito popular em todo o mundo. Atualmente, ele é um território não-incorporado dos EUA.

San Juan, capital de Porto Rico

Originalmente povoada pelo povo taíno (indígenas pré-colombianos), a ilha foi reivindicada em 1493 por Cristóvão Colombo para a Espanha Imperial, durante sua segunda viagem. Mais tarde sofreu tentativas de invasão dos franceses, holandeses e britânicos.

Cerca de 4 séculos de governo colonial espanhol transformaram as paisagens étnicas, culturais e físicas da ilha, principalmente com escravos africanos obrigados a trabalhar em plantações de cana de açúcar.

No fim do século XVIII, a Espanha era uma potência em decadência, com quase todas suas colônias americanas declarando independência — menos Porto Rico e Cuba. Mas vários levantes cubanos começaram a ocorrer no começo de 1895 contra o domínio espanhol.

A explosão do navio USS Maine em Havana, capital cubana, deixou um saldo de 260 mortos e foi o estopim para os EUA deflagrar a Guerra Hispano-Americana, e começar a apoiar os rebeldes contra a Espanha.

Concepção artística da explosão do USS Maine, que deu início a Guerra Hispano-Americana

O conflito foi relativamente rápido e curto — cerca de 4 meses — com resultados que influenciaram a geopolítica mundial. Os EUA queriam tudo que era da Espanha, e para isso fez uma apropriação dos movimentos de independência de Cuba e Porto Rico. Para os nativos porto-riquenhos, os espanhóis representavam o atraso, mas os americanos o poder e o futuro.

EUA e Espanha chegaram a um armistício graças ao Tratado de Paris, e Porto Rico (e Cuba) foi cedida para controle de Washington. A colônia virou protetorado sob estrito controle militar americano, que sufocou movimentos que reivindicavam a independência do território por meio da polícia local (na Guerra Fria, com a CIA, a agência secreta de espionagem americana).

No delicado eixo de balanço de poderes, em maio de 1902, os EUA começaram a afrouxar algumas amarras, e Porto Rico conseguiu se tornar uma República. Em 1952, o país obteve uma Constituição própria, e anos depois todos os nascidos na ilha ganharam cidadania norte-americana.

O Tratado de Paris entre EUA e Espanha também envolveu a aquisição das ex-colônias Ilhas de Guam (na Micronésia) e Filipinas (arquipélago localizado no Sudeste da Ásia, ao oeste do Oceano Pacífico, que abrange mais de 7.000 ilhas), comprada por U$ 20 milhões de dólares, sendo que, no caso filipino, os guerrilheiros revolucionários também combateram os “novos donos” até conseguir sua independência total, em 1946, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

Até hoje a autoria da explosão do USS Maine permanece como objeto de discussão entre historiadores. Na época, a ambição americana de expansionismo ditava os rumos da política, amparados pela Doutrina Monroe, que se impunha sobre as vontades de países estrangeiros em colonizar as Américas.

Tendo controle estratégico do Golfo do México (o desembocar da produção agrícola-industrial americana via Rio Mississipi em Nova Orleans) e Caribe (por isso a necessidade de ter Cuba e Porto Rico), a América podia conduzir como bem entendesse o Canal do Panamá (construído logo depois), obra de engenharia marítima que faz a única ligação possível entre Oceano Atlântico e Oceano Pacífico (e que “ligaria” comercialmente a Costa Leste com a Costa Oeste americana).

Enquanto isso, no Oceano Pacífico, os americanos queriam mais pontos de controle, por isso a “aquisição” das Filipinas e Guam, sendo que os EUA já tinham os Atóis de Midway e Ilha Wake, além de terem comprado o Alasca da Rússia e anexado o Havaí depois de um golpe.

Os EUA se tornaram então uma potência global de fato, estando em uma posição privilegiada durante os conflitos da Primeira e Segunda Guerra, que redesenharam a geopolítica do mundo em uma “instabilidade estável” de meia vida radioativa que dura até hoje.

Escreva nos comentários qual país (ou países) que os EUA estava invadindo quando você nasceu

Enquanto isso, a Espanha derreteu em poder, sendo que teve que construir à força uma nova visão e cultura de país, obtida graças a chamada Geração de 98, intelectuais, políticos e figuras importantes do país, que apontaram para onde o país podia ir. O “grupo” concentrou grande parte de seus esforços na reflexão sobre a etiologia e o diagnóstico da “doença na Espanha”. O filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político José Ortega y Gasset era um deles.

De acordo com Ortega, a realidade está em nossa vivência histórica. Autor da frase, ”eu sou eu e minha circunstância” (publicada no livro Meditaciones del Quijote, de 1914), para ele viver não se trata de termos uma consciência intencional, aos moldes fenomenológico, mas sim a maneira como lidamos com a circunstância da qual não nos separamos: “(..) viver é interior, portanto, um processo de dentro para fora, em que invadimos o contorno com atos, obras, costumes, maneiras e produções, segundo o estilo originário que está previsto em nossa sensibilidade”.

José Ortega y Gasset, anos 1950

Dentro do espírito de sua geração, Ortega tomou consciência do problema da Espanha e diagnosticou que tal problema residia no individualismo dos homens e regiões da Espanha, que não sentiam uma preocupação comum com os assuntos nacionais.

E preocupação nacional sempre foi o norte de boa parte dos porto-riquenhos. No dia 1 de novembro de 1950, os nacionalistas Griselio Torresola e Oscar Collazo tentaram assassinar o Presidente Harry Truman em sua residência temporária de Blair House, em Nova York. Torresola foi morto durante o ataque, mas Collazo foi ferido e capturado. Ele foi condenado à morte, mas Truman comutou sua sentença à prisão perpétua.

Durante as décadas de 1950 e 1960, Porto Rico experimentou uma rápida industrialização, devido em grande parte a Operación Manos a la Obra, uma ramificação do New Deal, medida político-econômica do Presidente Franklin Roosevelt (que lutou na Guerra Hispano-Americana).

Até hoje, não há um consenso entre os porto-riquenhos sobre o melhor caminho para a independência do território.

Um referendo feito em 2012 apontou que 61,2% dos cidadãos de Porto Rico gostariam de ver o país se tornar o 51º estado dos EUA e a total absorção do local ao território norte-americano. Pesquisas feitas em 2017 e 2020 voltaram a confirmar esta a vontade da maioria, mas o número diminuiu para 53%.

Um comunicado oficial das Organizações das Nações Unidas (ONU), elaborado por um comitê especial pela descolonização do país em 2018, descreve a relação entre EUA e Porto Rico como “(…) baseada no genocídio e ‘terrorismo econômico’, caracterizada pelo fato de corporações multinacionais — sob facilitação dos Estados Unidos — explorarem os recursos de Porto Rico mesmo com o Governo tendo implementado medidas de austeridade financeira que forçaram o fechamento de escolas”.

La Gran Fiesta é uma tentativa de fotografar essa narrativa em um momento histórico específico.

Aliás, os primeiros registros do cinema em Porto Rico coincidem com a invasão americana. Durante o conflito, era normal que os soldados levassem câmeras cinematográficas para registrar o cotidiano do front de batalha, o que criou o mood inicial de documentários na indústria local.

Porto Rico: Cinema

O cinema chegou à América Latina em 1896, um ano depois de sua primeira exibição pública em Paris. E a indústria cinematográfica de Porto Rico tem sido uma parte vibrante da cultura do país, produzindo uma ampla gama de filmes que abrangem vários gêneros e estilos. Embora a produção não seja tão prolífica quanto em outros países, Porto Rico tem uma riqueza cinematográfica.

O cinema por lá começou em 1897, quando o empresário local Rafael Colorado D’Assoy trouxe o projetor Lumiere para a ilha e exibiu alguns filmes, sendo que ele fez o primeiro registro na ilha, a que deu o nome Un drama en Puerto Rico (1912). Depois disso, ele e Antonio Capella Martínez criaram uma sociedade em 1916 para, de fato, produzir o primeiro filme de Porto Rico: Por la hembra y el gallo. O filme seguinte foi o primeiro sonoro, Romance Tropical (1934).

No entanto, a produção local de filmes não começou até as décadas de 1940 e 1950, com a criação da Divisão de Educação da Comunidade do Departamento de Educação de Porto Rico, que produziu uma série de documentários educacionais.

Nos anos seguintes, a indústria cinematográfica de Porto Rico começou a florescer, produzindo uma variedade de filmes em espanhol e inglês, incluindo dramas, comédias e musicais.

Muitos atores e cineastas porto-riquenhos tiveram sucesso em Hollywood. Nomes como Raul Julia (claro), José Ferrer, Benicio Del Toro, Rita Moreno e Roselyn Sánchez, além de profissionais com ascendência porto-riquenha, como Jimmy Smits, Michelle Rodriguez, Rosario Dawson e a cantora (às vezes atriz) Jennifer Lopez, são conhecidos por todos que gostam de cinema no planeta.

O mais celebrado porto-riquenho de Hollywood foi José Ferrer (1912-1992), o primeiro ator hispânico a ganhar um Oscar de Melhor Ator, por Cyrano de Bergerac (1950) — 2 anos antes tinha sido nomeado por Joana DÁrc e 2 anos depois nomeado mais uma vez por Moulin Rouge. Ferrer atuou em mais de 120 filmes. Um deles foi o Duna (1984), de David Lynch, onde interpretou o Imperador Padishah Shaddam IV, literalmente, o “Rei do Universo”.

Na atualidade, a atriz e diretora porto-riquenha Rita Moreno é uma das artistas latinas mais reconhecidas em Hollywood, tendo ganhado um Oscar (de Melhor Atriz Coadjuvante por Amor, Sublime Amor, de 1961), um Grammy (o “Oscar” da música), 2 Emmy (o “Oscar da TV) e um Tony (o “Oscar” do teatro) por suas performances, um feito de pouquíssimos na indústria. Ela atuou em mais de 170 filmes e segue ativa, mesmo aos 91 anos. Gravou neste ano o seriado Lopes vs Lopes e o próximo Velozes e Furiosos (2023).

Entre os filmes de maior destaque de Porto Rico, estão o clássico Maruja (1959), primeiro filme comercial do país; Ayer Amargo (1960), que melhor define Porto Rico enquanto sociedade e cultura; o criminal El Fugitivo del Puerto Rico (1974); Uma Vida de Pecado (1979), que contou a história de Isabel La Negra, uma das personalidades de Porto Rico, filme com Raul Julia aliás; Diso Los Criá (1980), um dos primeiros filmes autoriais do país; o drama Lo que le pasó a Santiago (1989) — indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (perdeu para Cinema Paradiso) –, a comédia dramática La guagua aérea (1993); a romântica Linda Sara (1994); o divertido Casi Casi (2006) — que ganhou o prêmio do público no Festival de Cinema de Nova York; a comédia romântica Maldeamores (2007); o suspense Miente (2009), o criativo La Pantalla Desnuda (2014) e muitos outros.

Marcos Zunigara participou de um grande documentário, Cinema Puerto Rico: Una antropología visual (2014), que joga holofotes em cima do cinema de Porto Rico de modo inédito, com muitas entrevistas com atores, atrizes, cineastas e profissionais do indústria no país. A produtora Zaranda a disponibilizou no YouTube. Assista abaixo:

The Porto Rico Volta

Ainda falando em música e Porto Rico, país conhecido pela salsa (Marc Anthony como seu maior representante), merengue (ritmo nascido na República Dominicana) e reggaeton (Luis Fonsi é o cara) — espaço para citar o descendente de porto-riquenho Ernesto Antonio “Tito” Puente (1923-2000), o pai do mambo, ritmo nascido em Cuba –, vamos deixar a Jennifer Lopez de lado (nada contra) e focar em outro artista (não, também não é o Bruno Mars, que tem mãe porto-riquenha). Em 2022, o The Mars Volta, projeto dos músicos Omar Rodríguez-López e Cedric Bixler-Zavala, retornou.

A inclassificável banda (vamos lá vai: rock progressivo + experimentalismo + influências de jazz fusion, rock psicodélico, hard rock, punke música latina) estava em hiato há mais de uma década — eles estiveram no Brasil em 2010, no festival de música SWU, ainda na turnê do disco Octahedron (2009) — e agora trouxeram consigo muito mais da cultura porto-riquenha do que jamais antes.

The Mars Volta no SWU 2010, que rolou em Itu, interior de SP

Trabalhos como os videoclipes Blacklight Shine (praticamente um curta-metragem de 11m) e Graveyard Love oferecem uma perspectiva completamente nova da dupla, que antecedeu o lançamento do 7º disco, chamado simplesmente The Mars Volta (2022), e jogam holofote em cima da cultura porto-riquenha.

Um dos destaques nos vídeos são as dançarinas de bomba, uma arte típica de Porto Rico, no qual elas ditam o ritmo dos percussionistas por meio de seus movimentos, na contramão do que é usualmente feito em música e dança, que dá base para um storytelling que tenta resumir mais de 100 anos de relações americanas e porto-riquenhas.

A timeline de Porto Rico segundo o The Mars Volta (na descrição do vídeo oficial no YouTube):

1897 – Liberdade
1898 – 8 dias de independência
1899 – Furacão São Ciríaco
1910 – Bancos americanos tomam terras de Porto Rico
1917 – Cidadania americana
1921 – Moncho Reyes, o Governador Idiota
1920 – 1930 – EUA roubam terras
1930 – Pedro Albizu Campos
1931 – Porquinhos-da-Índia em Porto Rico
1930 – 1970 – Esterilização em massa
1934 – Greve dos Los Machateros
1934 – Vigilância 24h do FBI em cima de Albizu
1935 – Massacre do Rio Pedras
1936 – Assassinato do Chefe de Polícia Riggs
1937 – Massacre de Ponce
1939 – Bombardeiro de Culubra
1941 – Ocupação de Vieques
1948 – Lei 53 (Lei da Mordaça)
1950 – Insurreições em toda Porto Rico
1950 – Insurreição de Jayuya
1950 – Insurreição de Utuado
1950 – Ataque ao Governador de Porto Rico
1950 – Luta armada no Salão Boricua
1950 – Ataque ao Presidente Truman
1954 – Ataque ao Congresso dos EUA
1965 – Morte de Albizu
1971 – Tomada da Ilha de Culebra
1976 – Seção 936 da Receita Federal
1978 – Cerro Maravilla
1980 – 2000 – Boom farmacêutico
2003 – Fim dos bombardeios de Vieques
2006 – Fim da Seção 936
2017 – Furacão Maria
2022 – Ainda uma colônia

Nascido em 1975 em Bayamón, Porto Rico, Omar Rodríguez-López, que criado em El Paso, cidade texana com forte presença de imigrantes mexicanos (Cedric é filho de pais mexicanos), fez questão de incluir elementos musicais hispânicos neste retorno dos trabalhos do The Mars Volta, algo já visto em seus projetos paralelos (At the Drive-In e o Antemasque).

Ao que parece, a dupla está mais consciente do contexto político de Porto Rico, e procura mostrar isso usando de seu trabalho. O assunto foi bem bem mais aprofundado nesta matéria do blog Tenho Mais Discos Que Amigos, que ainda traz 2 indicações de livros para saber mais sobre o tema: Fantasy Island: Colonialism, Exploitation and the Betrayal of Puerto Rico (2019), de Ed Morales, e War Against All Puerto Ricans: Revolution and Terror in America’s Colony (2015), de Nelson A. Denis.

Para ficar ainda no campo musical, mas mais ao gosto do blog, veja esta matéria do Hits Perdidos que comenta sobre 25 bandas de rock de Porto Rico.

Maratona Raul Julia

Raul Rafael Carlos Julia y Arcelay nasceu em San Juan, cidade de Porto Rico, em 9 de março de 1940. Era o mais novo de quatro irmãos.

Desde cedo, o pequeno Raul Rafael demonstrava interesse pelas artes dramáticas. E quando ficou grande — grande mesmo, com 1,87 de altura — se encantou com a performance do ator Orson Bean em uma boate noturna, o que fez tomar a decisão de estudar teatro na Universidade de Porto Rico.

Se mudou para Manhattan (NY), em 1964, e rapidamente encontrou trabalho em peças e shows da Broadway. E foram os seguidos trabalhos nos palcos lhe abriram as portas para o audiovisual gravado em seriados e filmes para televisão, até as telonas do cinema.

Abaixo, um vídeo produzido pelo American Masters, que destaca profissionais da arte e cultura nos Estados Unidos. E a rendição deles para o talento de Raul Julia.

La Gran Fiesta é o 13º post da Maratona Cinematográfica Raul Julia no blog, com 25 obras audiovisuais comentadas.

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