O BATMAN DE JACK NICHOLSON | Como o Coringa supera o Morcego

O diretor Tim Burton e os atores Michael Keaton e Jack Nicholson nunca haviam tido contato com HQs de Batman. Já se passavam mais de 10 anos desde o filme do Superman, de Richard Donner.

E quiserem os deuses dos quadrinhos e cinema que o Batman de Tim Burton, de 1989, se tornasse um marco dos cinemas.

E grande parte disso é do Coringa de Jack Nicholson, um gigante da indústria cinematográfica, que enriqueceu com a franquia, e que ensinou a Hollywood o poder do merchandising.

O primeiro filme do Batman dirigido por Tim Burton tem diversos méritos, como estabelecer o personagem para sempre no cinema, dar o pontapé na maravilhosa série de desenho animado do Morcegão (com Paul Dini e Bruce Timm no comando), e aprimorar o conceito monstruoso de franquia cinematográfica casada com o comercial: de cuecas a lancheiras, de música do Prince a batmóveis de brinquedo, tudo tinha a famosa elipse/logo amarelo do Morcegão.

O filme foi lançado no ano do aniversário de 50 anos do Batman, e Michael Keaton foi o ator escolhido para ser o Cavaleiro das Trevas.

Um voo lento do morcego,
mas rápido para Jack Nicholson

Batman Jack Nicholson
O nome de Jack Nicholson aparece primeiro nos créditos do filme de Batman

Jack Nicholson foi o ator escolhido para ser o vilão depois de várias idas e vindas.

Ele é Jack Napier, capanga de um chefão do crime, e que se transforma em Coringa depois que cai em um tanque de ácido durante uma luta com o Morcego.

Sua atuação pirada, galhofa e mortal engoliu Keaton. Ele também engoliu parte da grana da bilheteria, mostrando que de louco não tinha nada.

Foi um dos melhores acordos que um ator já conseguiu em um filme, e ele enriqueceu com isso.

O filme custou 35 milhões de dólares para a Warner Bros produzi-lo. O lucro foi de mais de 251 milhões só nos Estados Unidos.

Até 2003, este foi o maior cachê que um ator recebeu por um único filme.

Premiado com três estatuetas do Oscar ao longo da carreira, nas categorias Ator e Ator Coadjuvante, Jack protagonizou mais de 70 longas-metragens, com passagens também em produção e direção.

Teve 12 nomeações ao maior prêmio do cinema no total. Esta à frente de atores como Lourence Oliver, Paul Newman e Marlon Brando. Venceu o Oscar de Melhor Ator por Um Estranho no Ninho (1975) e por Melhor é Impossível (1997).

E foi premiado como Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em Laços de Ternura (1983).

Jack descolou o papel graças a Michael Uslan, produtor do filme.

Diz a lenda dos cinemas de que, em um almoço em um restaurante, o homem pega na mesa um recorte de jornal, aonde aparecia a foto de Jack Nicholson em O Iluminado, filme de Stanley Kubrick, onde, vejam só, ele faz um maluco psicopata chamado…Jack.

Jack Nicholson
Uma das muitas lendas do cinema em Hollywood para que Jack Nicholson tenha conseguido o papel no filme do Batman

Uslan, distraído, pegou aqueles cranyons que os restaurantes dão para as crianças ficarem brincando, e rabiscou a cara do Jack. Nascia ali o Coringa.

O tal papel atualmente alcança valores de milhares de dólares em leilões. Mas nomes como Willem Dafoe, David Bowie, Tim Curry e James Woods foram cogitados também.

Jack Nicholson fez cera e hesitou aceitar o papel, situação que fez a Warner procurar Robin Williams, que aceitou o convite.

Ao saber disso, Jack voltou atrás. O episódio manchou a empresa com Williams, e ele só voltou a trabalhar na Warner Bros após um pedido de desculpas formal.

Nesse ínterim, recusou interpretar o Charada no terceiro longa do morcego, que ainda tinha previsões de ser dirigido por Tim Burton.

O bat-sinal está apontando que o Coringa de Jack Nicholson é a melhor coisa em Batman

Nicholson compôs seu Jack Napier como um gângster narcisista, egocêntrico, ambicioso, um total psicopata.

Ele também é misógino, chegando a dizer em um trecho do filme “você me traiu por causa de uma mulher. Uma mulher! Você deve ser louco”.

O nome Jack Napier foi criado como uma homenagem a Alan Napier, o Alfred do seriado camp do Batman dos anos 60.

A maquiagem para fazer o Coringa em Batman levava duas horas para ficar pronta, pois eram 355 adesivos de silicone utilizados devido à alergia de Jack Nicholson ao material conhecido como goma-espírito.

O tom certo de branco em contraste com os cenários escuros e o uniforme preto de Batman era um desafio para a equipe, uma vez que um branco puro iria desfocar o rosto de Nicholson.

Mas sua assinatura visual se tornou inesquecível, se tornando um marco dos cinemas.

Jack Nicholson
A composição visual do Coringa de Jack Nicholson é icônica em Batman

Batman
(Batman, 1989,
de Tim Burton)

Jack Nicholson

Demorou um pouco para Batman sair nos cinemas.

O plano da Warner Bros, dona dos direitos de todos os personagens da DC Comics, a editora casa do Batman, Superman, Mulher-Maravilha e milhares de outros, era fazer algo tão grandioso quanto Superman, filme de 1978.

David Cronenberg foi sondado para assumir a direção, mas declinou. O primeiro esboço do filme data de 1980, e foi produzido pelo corroteirista de Superman, Tom Mankiewicz.

Era bem diferente, com as origens de Robin e Batman, aparição da Bárbara Gordon (a futura Batgirl). Os vilões seriam o Coringa, Pinguim e o chefão da máfia Rupert Thorne. Trocas de produtores retardaram mais as coisas.

Em 1986, depois do sucesso surpresa de As Grandes Aventuras de Pee-wee, o estúdio ofereceu o cargo para Tim Burton.

Os resultados de bilheteria de seu filme de estreia agradaram a cúpula.

Ele então fez mudanças que julgou necessárias no roteiro, junto com sua namorada Julie Hickson.

O tratamento tinha apenas 30 páginas, e roteiristas como Sam Hamm e Steve Engleheart (conhecido roteirista de quadrinhos de super heróis), também trabalharam nele. Uma greve de roteiristas foi um novo revés, e apenas com Warren Skaaren, que tinha feito Os Fantasmas Se Divertem (Beetlejuice) com Burton, é que o morcegão saiu da toca.

A Warner ainda provocou mais uma espera, para ver a bilheteria desse filme de terror divertido, que tinha exatamente Michael Keaton como protagonista.

O filme ganhou até o Oscar de Melhor Maquiagem em 1990. E Burton pode dar início aos bat-trabalhos.

A escolha do esquisito e gótico Tim Burton se mostrou um acerto mágico para o momento. Até o lançamento de Batman, tinha no currículo apenas as duas produções de Pee Wee e Beetlejuice.

Sua visão peculiar do universo do Batman chamou atenção para o recém-nascido “filmes de autores”, abrindo espaço para diretores criativos em anos futuros, como Guillermo del Toro, Christopher Nolan e Sam Raimi.

Ser sombrio e escuro era tudo que Batman precisava no fim dos anos 80, a famosa década perdida, de cabelos cheios de laquê e roupas coloridas em combinações bizarras.

Com seu preto, Burton conseguiu estrelato com Batman.

Os quadrinhos do Homem-Morcego já possuía uma legião de fãs, e o maior temor da Warner era que se repetisse o estilo camp da série de TV dos anos 60 no filme, já que esta tinha sido a última empreitada audiovisual do morcego.

Burton afastou isso, mas não a desconfiança da escolha de Keaton como protagonista. Ele era um baixinho de cabelo ruim e entradas, com trabalhos anteriores focados em comédia.

Em absolutamente nada lembrava um homem no auge de sua capacidade física, mestre em todas as artes marciais, olhar frio como gelo e analítico como o mais inteligente cientista do planeta. Ele não parecia servir para interpretar o Cavaleiro das Trevas.

O estúdio na época recebeu mais de 50 mil cartas de protesto por causa da escolha do ator.

Mas ele superou tudo isso. Sua atuação se focou e fazer um milionário excêntrico, levemente distraído, recluso e com incursões ocasionais ao submundo de Gotham como vigilante fora da lei e espancador feroz e violento de criminosos. Uma abordagem ousada que funciona até certa medida.

Michael Keaton está surpreendentemente bem coeso no papel, apesar de lembrar muito pouco o Batman das HQs

O filme do Batman começou a ser filmado em outubro e levou apenas 12 semanas para ser concluído.

Tem pouco mais de duas horas de duração, e seria o único da bat-franquia onde enfrentaria apenas um vilão. O ator Michael Gough foi chamado para o papel do mordomo Alfred porque Tim Burton era fã de seu trabalho nos filmes de horror da Hammer Film Productions, famosa produtora cinematográfica do gênero.

Ele e o ator Pat Hingle, que interpretava o Comissário Gordon, foram os únicos que participaram dos quatro filmes.

A trilha sonora chegou a ser encomendada a Michael Jackson, mas o Rei do Pop recusou por causa da agenda de shows da turnê Bad. Prince tomou seu lugar.

As assinaturas arquitetônicas de Gotham City são funcionais para o gótico que a cidade do Morcego necessita

A identidade visual do filme é de arrepiar, com muitas tomadas escuras e ambientes góticos e sombrios. O filme levou um Oscar por isso, o de Melhor de Direção de Arte. Justo, pois a cidade é praticamente um personagem próprio, até hoje nunca igualado.

Realmente parece que o perigo e o Batman podem brotar em qualquer esquina de Gotham City, aqui numa emulação de Nova York dos anos 40, só que moderna, atemporal e única.

As influências dos designers foram dos trabalhos de Antonio Gaudi, Otto Wagner, Louis H. Sullivan e Shin Takamatsu, todos arquitetos consagrados em seus meios.

A atriz Kim Basinger foi chamada para o filme 24 horas antes do início das filmagens. Sean Young era a atriz originalmente escalada, mas ela sofreu um acidente, e a produção teve que escolher outra moça.

É na introdução da loira, a repórter Vicki Vale, que aparece uma cena bem legal: ela mostra uma edição da revista Time com uma reportagem sua, com fotos de um conflito armado em Corto Maltese.

É o mesmo nome de um personagem clássico de histórias em quadrinhos europeias, criado por Hugo Pratt, e utilizado aqui como nome de um país fictício.

O nome e a situação também é utilizado pelo artista e roteirista Frank Miller em sua revista em quadrinhos seminal Batman Cavaleiro das Trevas, uma das obras mais aclamadas do personagem, e que 19 anos depois serviria de nome para outro filme do Morcego, o Batman Cavaleiro das Trevas, dirigido por Christopher Nolan, com seu próprio Coringa, dessa vez interpretado por Heath Ledger.

Parte do enredo do filme do Batman de Burton é baseada em “The Case of the Chemical Syndicate”, nome da história de estréia de Batman, publicada em Detective Comics #1, de 1939.

Há muitos pontos em comum com o filme, a começar por uma possível origem co-relacionada com o Coringa, quando um bandido cai dentro de um tanque de ácido.

O escritor Alan Moore usou o mesmo recurso em A Piada Mortal, outra das melhores HQs do personagem, publicada em 1988, um ano antes do filme de Burton.

Bat-resumo do filme
(com spoilers)

Começando do começo: embalados pela inesquecível trilha sonora de Danny Elfman, os créditos do filme passeiam pelo símbolo do Batman, até efetivamente começarem as primeiras cenas: um casal e seu pequeno filho saindo de uma sessão de cinema.

Se perdem em um beco escuro, e são assaltados por uma dupla de ladrões. Qualquer semelhança com a própria origem de Batman NÃO é mera coincidência.

Os dois bandidos estão contando o dinheiro da bolsa e carteira, quando o surge o Cavaleiro da Trevas do Universo DC, o Batman, em sua primeira aparição.

E para quê?

Para levar bala logo de primeira.

A bat-armadura ajuda a compor um físico de batalha para o nanino do Michael Keaton como Batman

Ainda bem que a bat-armadura-para-esconder-o-físico-de-sedentário-do-Keaton o salva, e podemos conferir o resto do filme. Ele demonstra como NÃO fazer lutas legais e NÃO parecer o lutador mais letal do Planeta Terra.

Um bandido leva um mega chute da bat-bota feita pela Nike (é sério) e sai voando de encontro a uma porta e já some de cena.

O outro é logo dominado e recebe um recado do Keaton, numa das cenas mais inesquecíveis do cinema: “I’m Batman!”. Já estamos fisgados de qualquer maneira.

O filme continua e somos apresentados ao resto do elenco e história. Gotham City encontra-se sob controle do chefão do crime Carl Grissom, interpretado por Jack Palance, o ator com a cara mais maligna de todos os tempos (é sério, talvez seja impossível para ele fazer papel de bonzinho).

Apesar dos esforços do promotor Harvey Dent e do comissário James Gordon, a polícia local foi tomada pela corrupção. Dent nas HQs é branco, mas quem o faz aqui é Billy Dee Williams, o Lando de Star Wars.

Um dos personagens condutores do filme é o repórter Alexander Knox, que tenta descobrir mais sobre uma sombria figura vestida de morcego que anda aterrorizando os criminosos da cidade.

Sua figura construída de jornalista passeia do inepto a burro.

Faz uma reportagem sobre os dois bandidos do início do filme, e diz que em menos de um mês, essa figura já apareceu oito vezes.

Ele tem a ajuda da delícia da Kim Basinger, que faz a sensual fotógrafa Vicki Vale, que procura essa figura sombria.

Em outra cena, é entregue ao Knox um desenho de um “homem morcego” usando um terno, satirizando os boatos das aparições do “morcego gigante” em Gotham City.

A caricatura tem a assinatura de Bob Kane, simplesmente o criador do personagem Batman, em uma homenagem ao pai do morcego.

Uma homenagem a um dos criadores do Batman: Bob Kane

Quando Jack Napier entra em cena, nem é preciso lembrar que ele vai virar o Coringa. Nicholson é tão foda como mafioso que o personagem já estaria bom assim.

Aqui ele está, com certeza, num momento pós-coito com a mulher de seu chefe. Ele é tipo um braço-direito do chefão, só que ainda responde a Bob, outro criminoso, interpretado por Tracey Walter.

Uma péssima escolha, já que Bob mais parece um daqueles caipiras redneck que aparecem no Simpsons.

Aos 15 minutos de filme, temos a primeira referência ao Coringa, com Jack manipulando um baralho e mostrando a carta joker. Logo depois ele é enviado para uma armadilha pelo corno do seu chefe, que queria matá-lo pelo chifre.

Mas no local, uma indústria química, tudo dá errado, e Jack acaba caindo no tanque de ácido depois de uma luta com o Batman.

Enquanto isso, Vicki não perde tempo e já começa a ter um bat-bang com o Bruce Wayne numa festa, onde tentava encontrá-lo. Formam um casalzinho até o final do filme.

Aos 38 minutos, o Coringa de fato faz sua primeira aparição no filme, matando e zoando de modo hilário seu ex-chefe corno.

Ele não para e quer tomar o controle do sindicato do crime em Gotham City, e mata outro chefão do crime, torrando-o até os ossos.

Infelizmente o motor do filme começa a emperrar. O roteiro não anda, e tudo que vemos é o Coringa querendo chamar atenção do público, disputando a platéia com o Batman, obviamente.

O bat-móvel só canta pneu depois de uma hora de filme, e é um dos carros mais legais do cinema. Demora a aparecer e apareceu pouco.

Mais pena ainda o bat-avião ser derrubado com UM TIRO simples de revólver, disparado pelo Coringa. Isso depois que o Batman tentou MATÁ-LO com tiros de metralhadora e até MÍSSEIS!

Batman Jack Nicholson
O Bat-móvel de Batman, de Tim Burton, é o melhor carro do Morcego de todos os filmes

Alicia, a mulher do chefão e que tinha Jack como amante, era uma modelo que passava a maior parte do tempo sendo fútil, fazendo compras e lendo revistas de moda.

O Coringa mutila o rosto da moça, para mostrar sua psicopatia e misoginia, em uma cena absolutamente desgraçada do longa.

Perto do fim do filme, em uma igreja com trocentos andares, o Batman é SURRADO por um capanga do Coringa. O Morcegão é empurrado, socado, leva porrada de corrente, é jogado, enforcado, leva soco na barriga, na cara, apanha muito mesmo.

Mas o Batman se aproveita que o cara está perto de um dos sinos e o MATA, jogando-o em um fosso. Melhor cena do filme, com certeza.

Na batalha derradeira, acontece a maior liberdade criativa tomada no filme até então: o Coringa é apresentado como o assassino dos pais de Bruce.

Isso não acontece no gibi, já que o assassino dos pais de Bruce nunca foram revelados (Joe Chill? esse já morreu nas trocentas revisões que a DC promove).

Batman Jack Nicholson
O ator Hugo Blick, como um Jack Napier mais jovem, na morte dos pais de Bruce Wayne

O Coringa se limita a fazer piadas apanhando do Batman, que o joga do topo da igreja para a morte certa. Lógico que ele e a Vicki vão na beiradinha conferir se o bandido se esborrachou, e lógico que isso não aconteceu.

O Coringa puxa os dois para baixo, mas eles conseguem se segurar na beirada.

O Palhaço do Crime mostra uma insanidade digna de tantos elogios que fazem ao Jack Nicholson. Ele dá risada e fica de sacanagem com os dois pendurados, rindo sem parar da situação.

Mas o Coringa não contava com o bat-revólver com a bat-corda acoplada, e ele acaba bat-amarrado numa gárgula.

Ele tenta escapar em um helicóptero pilotado por seus capangas. Mas já era.

O Coringa não consegue segurar na escadinha, e com o peso do gárgula nas pernas, tem uma queda fatal do topo do prédio até o chão. É o fim de Jack Nicholson / Jack Napier em Batman.

Antes do final do filme, rola a criação do bat-sinal e a Vicki já mandando no pobre Alfred, pedindo para que seja levada até a bat-caverna para outro bat-bang.

Em um momento muito constrangedor, o mordomo permite que ela adentre a Batcaverna, para espanto de Bruce. “Me diz que aquela noite não foi apenas uma noite para nós. Nós nos apaixonamos, não foi?“, é o que ela diz quando descobre que o milionário era um combatente mascarado do crime.

Sua personalidade muda de estação dependendo da cena, deixando todo o impacto da revelação em detrimento de uma paixonite tola.

Batman de Tim Burton está longe de ser um filme perfeito, mas tem acertos bem mais proeminentes do que seus erros.

É item obrigatório na cinemateca de qualquer fã que se preze.

Jack Nicholson
Michael Keaton e Jack Nicholson nos bastidores do filme Batman

Jack Nicholson

/ BAT-PRESENTE. O bat-móvel virou o brinquedo mais requisitado no ano do filme. Dois velhos Chevrolet Impala foram as bases para a produção fazer o carro da morcegona, que tem motor Chevy V8.

/ CORINGA REAL NAS HQS. Esqueçam qualquer validade de origem no filme, o nome real do Coringa jamais foi revelado nos quadrinhos, a despeito de diversas tentativas devidamente ignoradas pela DC Comics, a editora responsável pelas histórias do Batman. Atualmente está em curso uma série chamada Three Jokers (Três Coringas), de autoria do escritor Geoff Johns, que promete uma origem não para um, mas para TRÊS Palhaços do Crime.

Johns é um veterano da indústria de HQs, e têm no currículo muitas passagens pelo cinema, como ser assistente de direção do diretor Richard Donner, o criador do filme do primeiro filme para os cinemas do Superman, de 1978.

Ele tinha até pouco tempo um cargo executivo no confuso organograma criativo da Warner para seus atuais filmes de super heróis, mas o perdeu com o fracasso de bilheteria que foi a Liga da Justiça. Em seu local de nascimento, nos quadrinhos da DC Comics, The Joker (nome original do Coringa) foi criado por Jerry Robinson, Bill Finger e Bob Kane, na revista em quadrinhos Batman #1, de abril de 1940. As inspirações vão de Gwynplaine, um dos personagens principais do romance L’Homme qui rit (O Homem que Ri), de Vitor Hugo, e o o assassino sonâmbulo de O Gabinete do Dr. Caligari, filme expressionista alemão de 1920.

Os dois personagens foram interpretado pelo ator Conrad Veidt. Na tradução brasileira, optou-se chamar The Joker de Coringa.

/ HEATH LEDGER. Se tem alguém com envergadura para competir e até superar a performance de Jack Nicholson como Coringa, é a versão de Heath Ledger no filme Batman O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, de 2008.

/ CORINGA DA VIDA REAL. Coringa e curinga são palavras sem consenso na língua portuguesa. Essa última se refere a carta de baralho com o desenho de palhaço, usada como carta-chave de diversos usos e efeitos, dependendo dos jogos.

E coringa seria usada denominar um tipo de pequena vela triangular ou quadrangular, em canoas ou barcaças, bem como o trabalhador dessas mesmas embarcações. E as duas palavras podem ser usadas para indicar uma pessoa feia e raquítica.

/ UM FOGUETE DE SUCESSO. Batman, de Tim Burton, causou tanto furor na indústria cinematográfica, que a Disney, na época, queria um super-herói para chamar de seu. Ela saiu com Rocketeer, baseado em um herói de quadrinhos independentes. Mistura de Indiana Jones com pulps, foi o primeiro longa-metragem do gênero, anos antes da Casa do Mickey comprar a Marvel e ter seu próprio universo bilionário de franquias de super-heróis. Resenha do filme aqui.

/ ANIMAÇÃO DOS ANOS 90. O sucesso de Jack Nicholson como Coringa em Batman provocou a produção de uma série de desenho animado, que se tornou celebrada no meio. Paul Dini e Bruce Timm desenvolveram um dos melhores desenhos animados de todos os tempos. O Coringa nesse Batman reflete o personagem de Jack Nicholson — ele inclusive é referenciado como Jack Napier nas histórias.

Uma das músicas de trabalho de Prince para o filme de Batman de Tim Burton

/// 1989. Nos cinemas passavam filmes como A Bolha Assassina, Cocoon II – O Regresso, Moonwalker, Loucademia de Polícia 6, Mississipi Em Chamas, Terror a Bordo, Nas Montanhas dos Gorilas, Indiana Jones e a Última Cruzada, Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio, Faça a Coisa Certa, Um Morto Muito Louco, 007 – Permissão para Matar, O Castelo no Céu, Máquina Mortífera 2, A Hora do Pesadelo 5 – O Maior Horror de Freedy, Brinquedo Assassino, Cemitério Maldito, Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers, Cegos, Surdos e Loucos, Eles Vivem, De Volta para o Futuro Parte II, Os Caça-Fantasmas 2, O Segredo do Abismo, Além da Eternidade, Quem Vê Cara Não Vê Coração, entre outros.

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