PANTERA NEGRA | Chadwick Boseman Forever

Vida longa à Chadwick Boseman, o verdadeiro Pantera Negra.

O filme, lançado nos cinemas há 3 anos, é uma das melhores oportunidades de assistir a um verdadeiro filme de super-herói, de apreciar discussões sobre éticas de lealdade e amizade, entender em complexas dinâmicas políticas, observar a ascensão de um poder de representatividade colossal, e um afrofuturismo que ainda está para ser melhor descortinado.

Ao contrário do que se pensa, o gênero do super-herói do cinema pode ultrapassar as convenções em que está eternamente amarrado, e se libertar de diversas regras e clichês. Tem filme de super-herói que é western, assalto, space opera, comédia adolescente, thriller político.

No caso do Pantera Negra, o longa-metragem é um ensaio político de afrofuturismo, além do primeiro protagonismo técnico e integralmente negro do cinema do mundo contemporâneo.

Pantera Negra
O Pantera Negra em seu filme próprio, lançado em 2018

O filme do Pantera Negra carrega referências e simboliza todo um conjunto de características do continente africano, a começar pela arquitetura das cidades, vestimentas do povo, sotaque e comportamento – esse último com raízes fortemente políticas, afinal, Wakanda, país de origem do herói, não é uma nação do continente negro que foi escravizada pelo imperialismo branco.

A divisão de cinema da Marvel, um dos maiores motores de entretenimento audiovisual do planeta na atualidade (quando ainda existia cinema, no mundo pré-corona vírus) colocou tudo isso com destaque e riqueza de detalhes nas salas de cinemas de todo o mundo.

Em um contexto contemporâneo em que a representatividade negra em filmes de Hollywood vem sendo repetidamente motivo de protestos, o filme da Marvel saiu na frente não só com o elenco, mas com a equipe técnica e o recado social.

O elenco de produção de Pantera Negra foi majoritariamente negro, com profissionais talentosos e requisitados da indústria cinematográfica. A direção do longa é de Ryan Coogler (Creed: Nascido para Lutar, 2015); e tem Chadwick Boseman (12 Anos de Escravidão, 2013) como T’Challa/Pantera Negra; Lupita Nyongo (também de 12 anos de escravidão), Danai Gurira (da série The Walking Dead, 2010 e contando); Michael B. Jordan (também de Creed: Nascido para Lutar); Daniel Kaluuya (Corra!, 2017), Forest Whitaker (O Mordomo da Casa Branca, 2013); Winston Duke (da série Lei e Ordem, 1990 e contando); e Angela Bassett (da série American Horror Story, 2011, e quem interpretou outra grande figura negra da cultura pop das HQs, Amanda Waller, a figura política mais importante do Universo DC, em uma participação no filme Lanterna Verde, de 2011).

Pantera Negra
O Pantera Negra em sua primeira aparição nos cinemas, em 2016, no filme Capitão América 3 – Guerra Civil

O Pantera Negra é o primeiro super-herói negro das histórias em quadrinhos, com mais de 50 anos de histórias publicadas pela editora americana Marvel Comics. O herói compõe a lista de personagens da editora que estrela produções próprias nos cinemas, como Thor, Homem de Ferro, Hulk, Doutor Estranho, Homem-Formiga e Capitão América.

Chadwick Boseman também desempenhou o papel de Pantera Negra no mesmo ano de 2018, em Vingadores 3 – Guerra Infinita, e no ano seguinte, em 2019, em Vingadores 4 – Ultimato, o maior filme da história do cinema em termos de bilheteria.

Como tributo ao ator, o Marvel Studios mudou a introdução do longa-metragem após sua trágica morte, que agora em vez de desenhos de quadrinhos dos personagens Marvel, mostra cenas dele no papel de T’Challa/Pantera Negra.

Afrofuturismo para construir o futuro

Pantera Negra
Wakanda, país fictício da África, que integra elementos africanos e tecnológicos, que a tornam a nação mais avançada do planeta nas histórias da Marvel

O afrofuturismo é um movimento cultural, estético e político que coloca o negro como figura central em universos de ficção científica, ficção histórica, fantasia, arte africana e arte da diáspora africana, ancorados em futuros baseados em todos esses elementos.

Foi cunhado por Mark Dery em 1993 e explorado no final da década de 1990 por meio de conversas lideradas pela estudiosa Alondra Nelson, um assunto que a cada dia se torna mais popular. Mas diversos especialistas e historiadores posicionam várias obras que precedem o assunto.

Um bom exemplo é a história em quadrinhos em que surgiu o Pantera Negra. Criado pelo escritor e editor Stan Lee e pelo escritor e desenhista Jack Kirby, o Pantera apareceu pela primeira vez em Fantastic Four # 52 (Quarteto Fantástico), em julho de 1966, na Era de Prata, como é chamado o período de reinvenção do gênero de super-heróis nas HQs.

Pantera Negra
O Pantera Negra e o Quarteto Fantástico, arte de Jack Kirby, o co-criador da maior parte do Universo Marvel

A cultura pop dos quadrinhos, na imagética criada por Stan e Kirby com o Pantera Negra, um rei guerreiro de uma nação soberana, dono de poderes políticos imensos, e que é a representação máxima da cultura e religião de Wakanda, um país muito mais avançado do que outros países do planeta, é um exemplo raiz de afrofuturismo.

Ele apenas é parte de uma variedade sem fim de meios de comunicação e artistas com interesse em imaginar futuros negros que derivam dessas experiências. Outros exemplos incluem romances de Samuel Delany e Octavia Butler e as obras artísticas de pinturas de Jean-Michel Basquiat e Angelbert Metoyer.

Pantera Negra
Arte conceitual do filme Pantera Negra, natureza e tecnologia integrados no afrofuturismo

Aliás, o Pantera Negra carrega o mesmo nome do grupo paramilitar americano de orientação socialista e voltado à defesa dos direitos dos negros, o Partido dos Panteras Negras, fundado por Bobby Seale e Huey Newton em outubro de 1966.

As semelhanças de nome não escapou de olhos atentos, e com efeito, a Marvel, em uma aparição do Pantera Negra em Fantastic Four # 119 (fevereiro de 1972),fez o herói tentar usar o nome Black Leopard para evitar conotações com o partido, mas o novo nome não pegou, obviamente.

Os Panteras Negras surgiram na década de 1960, em Oakland, na Califórnia, exatamente no momento em que o movimento pelos direitos civis das pessoas negras estava no auge nos Estados Unidos.

Esse movimento foi uma resposta da população negra americana contra a segregação e o racismo que existiam no país. Uma de suas precursoras foi a costureira Rosa Parks, que em 1º de dezembro de 1955, se recusou a ceder seu lugar no ônibus a um homem branco. Parks foi presa por seu ato de rebeldia diante das políticas de segregação racial na cidade de Montgomery, no Alabama.

O caso desencadeou uma enorme onda de protestos e boicotes ao sistema de transporte público na cidade e se tornou um evento catalisador do movimento por direitos civis por toda a América.

Foram desses acontecimentos que emergiu a figura do pastor Martin Luther King, que ganhou enorme projeção e a incitação de movimentos de desobediência civil e não-violentos pelos direitos dos negros, que iriam mudar para sempre os EUA.

Os Panteras Negras imortalizaram um símbolo que é, ainda hoje, usado pelo movimento negro em todo o mundo: o punho erguido para o alto em sinal de luta contra o racismo. Todos essa movimentação foi importante para dar mais musculatura ao afrofuturismo.

Pantera Negra
Wakanda e sua trilha sonora teria que ter músicos à altura do desafio do afrofuturismo

A música também é outro ponto central de afrofuturismo. Músicos como Sun Ra e George Clinton (Funkadelic e Parliament) construíram signos visuais e sonoros de mitos extraterrestres e sci-fi com uma riqueza musical sem igual, em conjunto com a mitologia africana e de diáspora.

A abordagem afrofuturista na música foi proposta por Herman Poole Blount, que adotou o nome Sun Ra para se apresentar como músico, poeta e filósofo.

Nascido no Alabama, sua música surgiu em Chicago em meados da década de 1950, quando começou a gravar canções baseadas no hard bop e modais, estruturadas em batidas africanas, especificamente ancorados por seus interesses pessoais pelo Egito e a vanguarda da era espacial.

Esse tema é retomado pelo músico George Clinton e suas bandas Parliament e Funkadelic, com o disco Mothership Connection (1975) como grande exemplo de sofisticação do tema — um álbum-conceito, o quarto da carreira do Parliament, com elementos do chamado “P-Funk mythology“, uma estrutura musical, sonora e visual criada pelo próprio Clinton.

As músicas de Pantera Negra também mostram a que veio, com o talento proeminente do rapper norte-americano Kendrick Lamar – vencedor de vários Grammys nos últimos anos (o “Oscar” da música), e que vinha direto de seu recém-lançado e premiado disco Damn! (2017) – e o produtor Anthony Tiffith, da gravadora Top Dawg Entertainment (TDE), na produção e curadoria de toda a trilha sonora do longa.

Lamar tem vários trabalhos musicais de fôlego, e faz composições políticas de cunho racial e social. Com toda essa bagagem, o longa do Pantera Negra se tornou um filme de super-herói com um estilo mais voltado para o thriller político de ação, com um mood mais à margem da sociedade e com uma gritaria vinda de baixo para cima.

Uma proposta diametralmente oposta ao que foi realizada em Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), um dos melhores filmes da Marvel, e que também fala de política.

O Pantera Negra nas HQs

No Universo Cinematográfico da Marvel, T’Challa é membro da família real de Wakanda – ele é o rei, guerreiro, protetor do país e representante maior da religião.

Graças a uma poção mágica, feita de uma planta chamada erva-coração, adquire dons sobre-humanos, como maior vigor físico, força e rapidez do que um homem comum. A cerimônia de passagem de regência é aberta às tribos que formam o país, e qualquer representante ou cidadão de Wakanda pode pleitear o cargo, sendo o vencedor definido em uma luta justa — sem o uso da poção.

O país é o único na Terra que tem um metal único e poderoso chamado vibranium, que além de ser muito resistente, absorve energia de impacto, o que faz a nação africana ser mais rico e tecnologicamente avançado, comparado a qualquer outro no mundo. Todo esse background foi tomado pelo Marvel Studios de histórias existentes nas HQs.

Pantera Negra
Uma das mais premiadas publicações do Pantera Negra, a fase de Ta-Nehisi Coates

O personagem é considerado o primeiro super-herói negro da história das HQs — ele precede em anos outros super-heróis afro-americanos da Marvel, como o Falcão (1969), Luke Cage (1972) e Blade (1973), ou mesmo o Lanterna Verde John Stewart (1971), da concorrente DC Comics.

O Pantera sempre teve certa posição de destaque dentro das publicações da Marvel Comics, que também trouxe ao mundo heróis negros como Tempestade (líder mutante dos X-Men, que inclusive se torna esposa do Pantera em um arco de histórias).

Na época de lançamento do filme do Pantera Negra, a fase do herói nos gibis ganhava aplausos e elogios, graças à entrada entrada do roteirista Ta-Nehisi Coates, um aclamado escritor e jornalista americano, vencedor de diversos prêmios. Coates (amigo íntimo do diretor do filme, Ryan Coogler) decidiu trabalhar o herói em uma Wakanda fragmentada e à beira de um colapso social.

A cronologia do Pantera Negra nas HQs rendeu muitas histórias de destaque. Depois de sua estréia em Fantastic Four #52-53 (julho-agosto de 1966) e a aparições em Fantastic Four Annual # 5 (1967) e ao lado do Capitão América em Tales of Suspense # 97-99 (janeiro-março de 1968), o Pantera Negra se tornou um Vingador em The Avengers # 52 (maio de 1968), onde ficou por um bom tempo. Ele ainda fez aparições como convidado em três edições da revista do Demolidor (Daredevil), e lutou com o Doutor Destino, outro monarca nas HQs da Marvel, em Astonishing Tales # 6-7 (junho e agosto de 1971).

A primeira chance de protagonismo próprio do Pantera Negra acontece quando ele se torna dono da revista Jungle Action #5 (julho de 1973).

Com um arco de histórias escritas por Don McGregor, com arte de Rich Buckler, Gil Kane e Billy Graham, e arte-final de Klaus Janson e Bob McLeod, ela se torna uma das preferidas dos fãs.

Foi publicada nas edições 5 a 24 da revista (setembro de 1973 – novembro de 1976), e é material obrigatório nos quadrinhos.

Pantera Negra
Na arte de capa de Rich Buckler, o Pantera Negra enfrenta Erik Killmonger em sua passagem em Jungle Action. O vilão que foi adaptado no filme de Ryan Coogler
Pantera Negra
Arte de Billy Graham para uma das páginas internas de Jungle Action

No final dos anos 70, o Rei Jack Kirby estava de novo na Marvel (depois de um tempo na DC Comics, onde criou personagens lendários para a editora concorrente, como os Novos Deuses), e a Marvel o posicionou em uma nova revista do Pantera Negra.

Mas o astro queria na verdade trabalhar em material inédito, e deixou a série depois de 12 edições. Os artistas que a finalizaram foram Ed Hannigan (roteiro), Jerry Bingham (desenhos) e Roger Stern (editor).

Essa Black Panther teve 15 edições (janeiro de 1977 – maio de 1979). Devido ao cancelamento da série, as histórias que deviam ter sido publicadas em Black Panther #16-18 foram publicados em Marvel Premiere #51-53.

O Pantera Negra na arte de Denys Cowan

Levou mais de uma década para o Pantera Negra retornar em uma HQ própria na Marvel Comics, e isso aconteceu em uma minissérie de quatro edições, Black Panther vol. 2 (julho-outubro 1988), escrita por Peter B. Gillis e desenhada por Denys Cowan.

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Ela foi seguida de outro material de Don McGregor, publicado em 25 histórias de oito páginas dentro da série bissemanal de antologia Marvel Comics Presents (edições 13-37, fevereiro-dezembro de 1989).

Don também fez com o artista Dwayne Turner a minissérie Panther Black: Panther’s Prey (setembro de 1990-março de 1991).

Já no final dos anos 1990, o escritor Christopher Priest e o desenhista Mark Texeira conceberam The Black Panther vol. 3, um título que durou 62 edições, onde foram utilizados os personagens Erik Killmonger, Venomm e outros apresentados no arco Panther’s Rage de McGregor em Jungle Action, juntamente com novos personagens como o advogado do Departamento de Estado, Everett Ross, a base de criação para o personagem de mesmo nome que aparece no filme do Pantera Negra.

O Pantera Negra dos anos 90. Arte de Mark Teixeira

Em 2005, Marvel começou a publicar o Black Panther vol. 4, que teve 41 edições (abril de 2005 – novembro de 2008), escrito pelo cineasta Reginald Hudlin (por 38 edições) e desenhada por John Romita Jr. (por 6 edições).

Ela foi seguida por Black Panther vol. 5, lançada em fevereiro de 2009, de novo capitaneada por Hudlin, e com Shuri, a irmã de T’Challa , como a nova Pantera Negra.

Nos anos 2010, T’Challa aceitou um convite de Matt Murdock, o Demolidor, para se tornar o novo protetor da Cozinha do Inferno, o bairro da cidade de Nova York que o herói cego mora e protege.

O antigo Pantera Negra se torna o personagem principal em Daredevil começando na edição 513 (fevereiro de 2011), quando essa série foi re-intitulada Black Panther: The Man Without Fear, “Homem sem Medo“, uma alcunha atribuída ao Demolidor. Escrito por David Liss e ilustrado por Francesco Francavilla, T’Challa assumiu a identidade do sr. Okonkwo, imigrante da República Democrática do Congo, e se torna dono de um pequeno restaurante para viver sua nova vida, longe de Wakanda.

Esse contexto acontece quando o Demolidor, depois da saga Terra das Sombras, precisa se afastar de tudo e de todos para reencontrar seu caminho de herói, após passar um tempo possuído por um demônio. Dentre vários heróis, Matt Murdock pediu para T’Challa assumir o manto do Homem Sem Medo.

Em 2016, após Guerras Secretas — a megassaga que reestruturou todo o Universo Marvel, e que tem um papel decisivo de T’Challa/Pantera Negra ao usar uma das Jóias do Infinito para derrotar o Deus-Destino — na fase editorial All-New, All Different Marvel, o Pantera Negra voltou a ter uma revista própria, com roteiros do escritor Ta-Nehisi Coates.

O sucesso da revista solo do personagem fez a Marvel lançar mais duas séries relacionadas: Black Panther: World of Wakanda, expandindo o universo da nação africana de Wakanda, abordando novas personagens femininas em evidência na série central do personagem; e Black Panther and the Crew, com uma trama envolvendo vários heróis negros.

Nessa época, o filme Capitão América 3 – Guerra Civil já estava nas telonas, com a primeira aparição do Pantera Negra.

O Pantera Negra literalmente salva o Universo Marvel em Guerras Secretas. Arte de Esad Ribic

Em 2017, a escritora afrofuturista Nnedi Okorafor escreveu a série Black Panther: Long Live the King.

Em fevereiro de 2018, Christopher Priest, Don McGregor e Reginald Hudlin contribuíram cada um com uma história para o Black Panther Annual # 1.

Na época do lançamento do filme do Pantera Negra, o escritor Ta-Nehisi Coates ainda estava no título regular.

Pantera Negra
(Black Panther, 2019
de Ryan Coogler)

Após a morte do pai, o rei T’Chaka (John Kani), em um atentado a bomba durante uma conferência das Nações Unidas – evento mostrado no filme Capitão América 3 – Guerra Civil (2016), T’Challa assume o reino, mas para mantê-lo, ele é obrigado a defendê-lo de inimigos.

(spoilers)

A queda do meteoro de vibranium em Wakanda

O longa tem início milhares de anos atrás, na narração de uma fábula histórica de Wakanda — com a grande diferença de que ela é real.

Somos apresentados à queda de um meteoro na nação wakandana, que inundou o solo com um metal único chamado vibranium, cheio de propriedades fantásticas, como sua alta durabilidade, capacidade de absorção de energia e modificações físicas e espirituais.

E sabemos como que isso moldou a dinâmica política do povo que lá vivia, até a idade moderna — os wakandanos usam o vibranium para desenvolver tecnologia avançada e isolar-se do mundo, que acha que o país é uma nação do Terceiro Mundo.

Em 1992, em um apartamento em Oakland, cidade da Califórnia, costa oeste dos Estados Unidos, o rei T’Chaka/Pantera Negra (Atandwa Kani), visita seu irmão N’Jobu (Sterling K. Brown), que no momento está junto de um amigo americano, interpretado por Denzel Whitaker.

Ele fica sem entender nada quando vê o rei, ainda mais acompanhado das Dora Milage, a guarda feminina pessoal — e letal — da realeza de Wakanda. T’Chaka está atrás de Ulysses Klaue (Andy Serkis), um perigoso contrabandista e assassino, que está de posse de uma quantidade considerável de vibranium.

Há uma discussão ríspida entre os irmãos, já que T’Chaka sabe que seu irmão estava traficando armas e o metal para os Estados Unidos. Um triste desfecho encerra o assunto, e marcará tudo e todos de Wakanda para sempre.

O começo do filme mostra o peso das escolhas, o fardo da responsabilidade e como os atos não são livres de consequências

No “tempo presente” (geralmente a Marvel assume que os filmes se passam nos anos em que são lançados, com poucas exceções, e neste filme, os eventos acontecem uma semana depois de Guerra Civil), é mostrado que T’Challa (Chadwick Boseman) ainda tenta encontrar Klaue, que tem vibranium suficiente para vender no mercado negro depois de todos esses anos.

Coogler mostra uma espetacular cena de ação de T’Challa como Pantera Negra para encontrar sua agente secreta Nakia (Lupita Nyong’o).

Em um museu londrino, é hora de sermos apresentados para o personagem de Michael B. Jordan, que em breve saberemos carregar muitos nomes.

Neste momento, ele atende por Erik Stevens, e em uma visita ao local, faz um discurso à diretora do museu, sobre o imperialismo britânico e como ele é ladrão e assassino com outras culturas, antes de roubar algumas peças que deseja, juntamente com Klaue, aqui com seu braço biônico de canhão funcionando a toda.

Enquanto Erik Stevens mata, T’Challa nasce como o verdadeiro rei de Wakanda, em uma belíssima cena de coroação, com cachoeiras deslumbrantes ao fundo, um céu colorido de sol e nuvens, e a elegância e pompa das sete tribos que compõe Wakanda.

Ele está acompanhado de sua mãe, Ramonda (Angela Bassett) e sua irmã, Shuri (Letitia Wright), uma jovem e genial inventora. Nakia foi trazida especialmente para ver a cerimônia, que é conduzida por Zuri (Forest Whitaker), que é uma espécie de conselheiro-chefe da Corte Real. Ele diz que qualquer tribo de Wakanda pode pedir desafio ao direito de sentar no trono, e M’Baku (Winston Duke), chefe da tribo Jabari, a pede.

le é bem maior que T’Challa, e diz que ele não merece ser rei, ainda mais porque não pôde proteger o próprio pai. A luta acontece segundo as tradições, e T’Challa se sai vencedor com algum custo, poupando a vida do líder guerreiro.

Ainda acontece mais uma cerimônia, essa muito mais mística: T’Challa consome um preparado feito de erva-coração, que o põe em transe. Isso o leva ao plano astral ancestral de Wakanda, onde vê os espíritos-panteras e tem mais uma conversa a respeito de responsabilidades com o espírito de seu pai.

O plano astral ancestral de Wakanda

Não demora muito para que o jovem rei T’Challa comece a se ver cercado de problemas, de todas as naturezas. Nakia, com seus serviços de espionagem pelo mundo, percebe os problemas muito melhor do que os isolacionistas wakandanos.

Fome, miséria, perseguição, refugiados, abertura, tudo isso são mais do que palavras para Nakia, consciente que seu país pode ajudar. O comandante de guerra de Wakanda, W’Kabi (Daniel Kaluuya), um dos melhores amigos de T’Challa, chefe de segurança da Tribo da Fronteira, servindo como a primeira linha de defesa da Wakanda, quer ação.

Mais do que isso, ele deseja vingança pelo que Klaue lhe fez (fica implícito mortes em sua família). Faz 30 anos que Wakanda persegue Ulysses Klaue e ele está cheio de conversa, quer resultados.

Depois de sua primeira deliberação no conselho como rei, ele decide ir atrás de Klaue, e é a oportunidade de Ryan Clooger fazer uma cena divertidíssima a lá James Bond com T’Challa, Nakia e Okoye (Danai Gurira), a líder das Dora Milage, em um cassino sul-coreano em Busan, onde acontece uma aparição hilária de Stan Lee.

E é lá que T’Challa reencontra o agente Everett K. Ross (Martin Freeman), atualmente trabalhando para a CIA (agência secreta americana). Ele está se passando por comprador de vibranium, e espera prender Klaue no momento certo.

E lógico que dá tudo errado. A briga generalizada quando o vilão aparece é ótima, com excelentes sequências de lutas, correria, perseguição e tiros do braço canhão de Klaue.

No fim, o criminoso é preso por Ross e seu pessoal, levado para um esconderijo, oportunidade que ele conta ao agente mais sobre Wakanda — e para nós. Mas não demora muito, e Erik Stevens ressurge para resgatar Klaue, ferindo gravemente Ross.

Andy Serkis está piadista e cruel como o o vilão Klaue, que nos quadrinhos é conhecido como Garra Sônica

T’Challa fica numa sinuca política ao decidir salvar o agente, com uma tecnologia e medicina que apenas Wakanda tem. Ele retorna ao seu país, sem o maior inimigo da nação preso, decepcionando seu amigo W’Kabi.

nquanto isso, Stevens, após resgatar Klaeu, mostra suas verdadeiras intenções, ao matar o contrabandista, não se antes de revelar que na real é wakandano. Ele se aproximou do criminoso e o matou apenas para ter passe livre para entrar em Wakanda, ao oferecer a cabeça de um dos maiores inimigos do país.

Coogler é habil em seu cinema ao costurar esses eventos políticos, na origem do melhor vilão que a Marvel Studios já fez. N’Jobu se radicalizou no seu tempo na América.

Ele percebeu que poderia dar armas e tecnologia ao povo negro que tanto sofria, e torná-los superiores com facilidade diante dos brancos

N’Jobu estava tão consciente dessa atitude que puxou uma arma para tentar matar o rei quando foi confrontado no apartamento de Oakland. E T’Chaka não teve outra alternativa a não ser matá-lo. Mas sua morte não parou a cadeia de eventos. N’Jobu tinha um filhinho. Que cresceu e se tornou um militar eficiente, um soldado preparado, veterano de missões na América do Sul, Afeganistão, Iraque e até mesmo na África.

São relações que definem transformações pessoais para todos os envolvidos, em uma rica rede de afetos e desafetos familiares que representam discussões muito maiores.

Erik Stevens se apresenta para a realeza wakandana, ele é N’Jadaka, filho de N’Jobu. Ele também diz ser “Killmonger“, e que distribuir todo o vibranium do país para as 2 bilhões de pessoas negras espalhadas no mundo, para que elas ascendam em um novo futuro revolucionário contra uma opressão de centenas de anos.

E ele exige um desafio pelo trono de Wakanda, já que, com efeito, é filho de um príncipe do país. E T’Challa não pode dizer não, dada a arrogância, ousadia, periculosidade e merecimento do seu recém-descoberto primo.

E Ryan não economiza na queda de T’Challa, que não consegue evitar que Erik mate Zuri — era ele o amigo de N’Jobu, na América, como espião do rei em cima do irmão –, e que não supera o primo em combate. Com efeito, T’Challa é completamente derrotado, e jogado para a morte certa cachoeira abaixo.

As lealdades são embaralhadas, e Nakia e Okoye fogem da cerimônia de combate, que logo se torna de coroação. Uma das primeiras medidas de Erik é destruir a plantação de erva-coração, depois de tomar a sua dose.

Em seu transe místico, ele tem devaneios com seu pai, sem nada de plano astral, o que significa muito a respeito do jovem e sua mentalidade.

Com espiões espalhados em cada canto do mundo, Wakanda pode dar armas para movimentos revolucionários, e assim como queimou as ervas-coração, Erik “Killmonger” pode queimar o mundo todo.

Ramonda e Shuri buscam refúgio, e vão ao encontro de M’Baku, o único com tropas suficientes para fazer frente a Erik. E para a surpresa delas, os homens da tribo Jabari encontraram o corpo de T’Challa, à beira da morte.

Nakia salvou uma porção de erva-coração, e Ramonda faz uma nova mistura, e dá ao seu filho. Ele acorda no plano astral, onde confronta seu pai com as verdades escondidas, e retoma seu espírito guerreiro, ao se reconectar com o espírito da pantera.

O confronto definitivo de Pantera Negra com Killmonger, que arruma até um traje similar para si, é um dos grandes ápices do cinema de super-herói, a despeito de sua execução mediana

Tudo isso foi conduzido com maestria opor Ryan Coogler, um cineasta jovem, de apenas 31 anos, dono de grande apuro e senso estético e espacial, mas a condução do terceiro ato, como exige um blockbuster do Marvel Studios, fez o diretor se perder em meio aos poderosos efeitos especiais de uma batalha final.

T’Challa surge para confrontar Erik, que já tem sua própria roupa de Pantera Negra, ajudado por Nakia, Shuri, Okoye (que faz a difícil escolha entre obrigação e dever ao trono e sua lealdade para o que é certo) e outras Dora Milage, além das tropas de M’Baku.

Erik ganhou o respeito de W’Kabi e suas tropas, então uma guerra entre primos e irmãos e irmãs tem início.

Ryan compõe cenas ótimas de lutas entre Killmonger e as Dora Milage, depois Nakia, e depois ainda Shuri, para finalmente chegar na luta do Pantera Negra e o usurpador, em uma boa cena de pancadaria e queda de centenas de alturas nos buracos de mineração de vibranium — uma pena que com a plástica fake de um videogame.

Por sorte e talento, Ryan compensa tudo em um final de luta de palavras, que tornam Pantera Negra um dos melhores filmes da Marvel e um dos grandes filmes políticos do cinema.

Um dos melhores finais em um filme da Marvel está em Pantera Negra

Wakanda Forever

Além de faturar vários prêmios do Oscar, o filme do Pantera Negra está cheio de oscarizados. Forest Whitaker ganhou um em O Último Rei da Escócia (2006), por Melhor Ator, e Lupita Nyong’o ganhou em 12 Anos de Escravidão (2013), por Melhor Atriz Coadjuvante. Há ainda dois nomeados: Angela Bassett concorreu com Tina – A Verdadeira História de Tina Turner (1993) por Melhor Atriz, mas perdeu para Holly Hunter em O Piano, e Daniel Kaluuya concorreu com Corra! (2017), mas perdeu o prêmio de Melhor Ator para Gary Oldman e seu Winston Churchill em O Destino de Uma Nação.

O mapa de Wakanda nas HQs de Ta-Nehisi Coates

A primeira menção de Wakanda no MCU aconteceu no segundo filme do Homem de Ferro (2010), quando o país é mostrado em uma tela de computador da Shield.

Sua localização está ao oeste da Etiópia, no mesmo local onde se encontra a porção sul do Sudão. De acordo com o IMDB, a palavra Wakanda tem alguma referência anterior nos cinemas: no filme Tarzan, o Filho da Selva (1932, mais de 30 anos antes de Stan Lee criar o termo), estrelado por Johnny Weissmuller, uma tribo é referenciada como “wakandians” –, “wakandianos”, em tradução livre.

O idioma falado de Wakanda criado para o filme do Pantera Negra foi baseado em uma língua real: o xhosa, uma linguagem sul-africana, que era falada até pelo ativista e político Nelson Mandela. Aliás, o ator John Kani, que interpreta T’Chaka, é xhosa, e ele fala nessa língua em sua primeira aparição em Capitão América: Guerra Civil (2016).

É neste filme também que ocorreu a primeira aparição do agente Everett Ross, designado a prender o Soldado Invernal, e da atriz Florence Kasumba, que interpreta a Dora Milage Ayo — é ela quem diz para a Viúva Negra “se afaste, ou será movida“.

O vibranium é mencionado antes do filme do Pantera Negra em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011), quando Steve Rogers pergunta do que o escudo é feito para Howard Stark (Dominic Cooper).

Em Vingadores 2: Era de Ultron (2015), ocorre um erro de continuidade, pois é dito que Howard usou todo o vibranium disponível para fazer o escudo, fato que é ignorado no filme do Pantera. Foi em Vingadores 2 que Ulysses Klaue fez sua primeira aparição — e onde perdeu o braço, arrancado por Ultron. As locações para o apartamento de Oakland foram feitos em um set em Atlanta, perto da igreja onde Martin Luther King está enterrado.

Durante algumas das filmagens, a filha de Luther visitou a produção. O plano astral ancestral do filme é conhecido nos quadrinhos como DJalia (derivado de djali, palavra ancestral do oeste africano).

O traje de Pantera Negra de Killmonger é baseado no design dos anos 90

Alguns dos designs de roupas apresentadas vieram direto das HQs: o uniforme de T’Chaka nos anos 1990 é baseado na veste apresentada em Black Panther: Man Without Fear; o traje tecnológico de nanita vem da saga de Ta-Nehisi Coates; e quando Killmonger usa uma roupa estilo Pantera Negra, preta e dourada, ela é baseada no arco de histórias de Christopher Priest.

Aliás, a roupa de colete militar que ele usa antes, segundo o próprio Michael B. Jordan, vem da roupa do Vegeta, do mangá Dragon Ball Z (!), um pedido especial do ator, que é fã do mangá, para o pessoal do figurino. Michael, antes de pegar o papel de Killmonger, fez testes para interpretar Sam Wilson/Falcão em Capitão América 2 – O Soldado Invernal (2014). Ele é o segundo Tocha Humana a aparecer no MCU: ele e o ator Chris Evans, que interpreta o Steve Rogers/Capitão América, fizeram o herói flamejante nos filmes do Quarteto Fantástico da FOX — Evans em Quarteto Fantástico (2005) e Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007), e Jordan no reboot Quarteto Fantástico (2015).

Para o papel de T’Challa, foram considerados os atores Adewale Akinnuoye-Agbaje, Djimon Hounsou e Anthony Mackie. Nenhum deles conseguiu, mas todos entraram no MCU: Adewale foi o Algrim/Kurse em Thor: O Mundo Sombrio (2013), Hounsou foi Korath em Guardiões da Galáxia (2014) e Capitã Marvel (2019), e Mackie conseguiu o papel de Sam Wilson/Falcão, aparecendo em Capitão América 2 – O Soldado Invernal (2014), Vingadores 2 – Era de Ultron (2015), Homem-Formiga (2015), Capitão América 3 – Guerra Civil (2016), Vingadores 3 – Guerra Infinita (2018), Vingadores 4 – Ultimato (2019), e no seriado Falcão e o Soldado Invernal, a sair neste 2021, no serviço de streaming Disney+.

O ator Yahya Abdul-Mateen II fez testes para o papel de M’Baku, mas não conseguiu. Mais tarde, ele foi contratado pela concorrência e foi o vilão Arraia Negra em Aquaman (2018).

O premiado cineasta John Singleton quase fez um filme do Pantera Negra com Wesley Snipes nos anos 90

Um dos projetos concebidos anteriormente pela Marvel para se realizar um filme do Pantera Negra envolveu o cineasta John Singleton e o ator Wesley Snipes. Nascido em Los Angeles em 1968, o escritor, produtor e diretor John Singleton foi indicado duas vezes ao Oscar por Os Donos da Rua (1991), se tornando o primeiro cineasta negro a ser indicado para o prêmio.

Snipes, na segunda metade dos anos 90, já era um famoso ator consolidado de filmes de ação, e estava louco para fazer um filme do Pantera Negra, e chamou Singleton, mas ambos não conseguiram acertar o tom de um roteiro.

Mais tarde, Wesley conseguiu realizar um filme da Marvel, o primeiro da editora como estúdio de cinema, Blade: O Caçador de Vampiros (1998). Singleton fez o filme Shaft (2000), com Samuel L. Jackson como protagonista, remake de uma série de TV de sucesso, e filmes como o segundo Velozes e Furiosos (2003) e a comédia criminal Quatro Irmãos (2005).

Chadwick Boseman Forever

Pantera Negra recebeu inúmeros prêmios e indicações, com sete indicações no Oscar 2019, incluindo Melhor Filme, com vitórias para Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Design de Produção.

Ele foi o primeiro filme de super-herói a receber uma indicação de Melhor Filme, bem como o primeiro do MCU a ganhar um Oscar. Também recebeu três indicações no Globo de Ouro 2019 e duas vitórias no Screen Actor Actor Guild de 2019,  ambos considerados grandes prêmios de atuação na indústria americana.

Atualmente, Pantera Negra é a décima segunda maior bilheteria de todos os tempos da história do cinema.

Chadwick Boseman, como um verdadeiro Pantera Negra, é o grande destaque do longa-metragem, um dos melhores e o mais importante filme que a Marvel Studios já fez em sua brincadeira de fazer cinema.

Boseman faleceu em 28 de agosto de 2020, aos 43 anos. Ele lutava contra um câncer no cólon há anos. O ator gravou Pantera Negra — e outros filmes — já doente, uma situação que não foi divulgada ou sequer percebida na época, atestado de sua enorme força de vontade e grandeza, espírito de um verdadeiro super-herói.

E mesmo depois da morte, Boseman continua a bater recordes. O ator foi nomeado individualmente em duas categorias no Screen Actor Guild Awards 2021: na de Melhor Ator, por sua performance como o músico Levee Green em A Voz Suprema do Blues (2020), e na de Melhor Ator Coadjuvante, por causa do seu trabalho como Stormin’ Norman em Destacamento Blood (2020) — ele ainda é incluído duas vezes na disputa pelo prêmio de Melhor Elenco, já que os dois filmes estão no páreo dessa categoria.

Isso faz de Chadwick o primeiro artista a concorrer a quatro prêmios em uma única edição do SAG Awards, segundo o site Variety. A 27ª cerimônia do SAG Awards ocorre no dia 4 de abril.

Live in Power, Rest in Power

Chadwick Boseman
(1977 – 2020)

/// CENA PÓS-CRÉDITO 1. T’Challa vai para a ONU, onde decide revelar a verdadeira Wakanda para o mundo, em mais uma frase sensacional do Pantera Negra de Ryan Coogler: “Há mais nos conectando do que separando. Em tempos de crise, os sábios constroem pontes, tolo constroem muros.”

/// CENA PÓS-CRÉDITO 2. O Soldado Invernal surge recuperado de anos de lavagem cerebral, e pede para Shuri lhe chamar de Bucky.

/// PARLIAMENT. O Parliament teve a canção Flashlight (presente no disco Funkentelechy vs. the Placebo Syndrome, de 1977) incluída na cena de créditos finais do filme Guardiões da Galáxia – Volume 2 (2017).

Pantera Negra
O Pantera Negra, arte de George Perez
Pantera Negra
O Pantera Negra, arte de Olivier Coipel
Pantera Negra
O cartaz brasileiro de Capitão América 3 – Guerra Civil
Pantera Negra
Um dos posteres de Pantera Negra para o mercado oriental

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