A MANHÃ SEGUINTE | Jane Fonda, Sidney Lumet e Raul Julia

A Manhã Seguinte (1986), dirigido por Sidney Lumet, um dos mais consagrados cineastas da indústria do cinema, é uma obra que mergulha nas profundezas da vida de uma protagonista alcoólatra, explorando suas lutas pessoais, a jornada de autodescoberta e a possibilidade de redenção.

Com Jane Fonda no papel principal, o filme aborda com alguma complexidade a dependência química e a culpa e busca pela sobriedade. Mas essa jornada é difícil de acompanhar, com uma narrativa e montagem lenta e vagarosa para posicionar todos os problemas que a protagonista enfrentará.

A Manhã Seguinte
O pôster mais conhecido de A Manhã Seguinte

A trama gira em torno de Alex Sternbergen (Jane Fonda, aos 49 anos), uma famosa atriz de Hollywood que está enfrentando uma crise pessoal e profissional devido ao seu vício em álcool. Após uma noite de bebedeira, ela acorda ao lado de um homem morto e não se lembra do que aconteceu. Assombrada pela incerteza e pelo medo, ela embarca em uma jornada para descobrir a verdade e reconstruir sua vida.

Sidney Lumet, com sua imensa habilidade cinematográfica, aborda Alex de forma compassiva e o mais próximo de realista que conseguiu. Ele não retrata a alcoólatra como um estereótipo ou uma caricatura, mas como uma pessoa com falhas e vulnerabilidades, em busca de redenção e uma chance de se reerguer.

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Alex é uma alcoólatra

Essa exploração da complexidade da condição de dependência, expondo as consequências devastadoras que o vício pode trazer para a vida de alguém, é visível em momentos como vemos que o problema do alcoolismo não escolhe classe social ou profissão.

Ele apresenta Alex como uma mulher talentosa, bem-sucedida e admirada por muitos, mas cuja vida pessoal está em frangalhos devido ao álcool. E a busca por sobriedade não é retratada como uma tarefa fácil, mas como um processo desafiador e doloroso.

O filme ilustra a luta interna da protagonista para superar seus demônios e encontrar uma nova maneira de viver. Não à toa, com A Manhã Seguinte, Jane Fonda conseguiu sua 7ª indicação ao Oscar.

Raul Julia — que não é o protagonista de A Manhã Seguinte, mas é o da Maratona Cinematográfica da vez no blog — mesmo entre dois gigantes como Sidney Lumet e Jane Fonda, merece destaque, ainda mais por dividir a tela com o ator Jeff Bridges, que faz o par de Jane no longa.

A Manhã Seguinte
Alex e seu ex, “Jackie” Manero (Raul Julia)

A Manhã Seguinte foi o único filme de Sidney Lumet feito em Hollywood, um lugar que ele não gostou e não revisitou mais. O longa teve 2 roteiristas: James Cresson foi um deles, o mesmo autor de O Homem Que Odiava as Mulheres (1968), e David Rayfiel, que escreveu filmes muito conhecidos, como Três Dias do Condor (1975), A Firma (1993) e Sabrina (1995).

A Manhã Seguinte
(The Morning After, 1986, de Sidney Lumet)

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Jane Fonda

Alex é uma atriz decadente e alcoólatra que, numa de suas habituais bebedeiras, acaba passando a noite com um famoso fotógrafo. Ela adormece com ele vivo e acorda ao lado dele morto. Como? Ela não se lembra de nada e não quer saber. Foge dali o mais rápido que pode. Pede ajuda a seu cabeleireiro e ex-marido, para se desfazer do corpo.

Jeff Bridges interpreta o personagem Turner Kendall, um ex-policial de cidade pequena, agora detetive particular contratado para investigar o caso da morte. Turner se envolve com Alex quando tromba ela na fuga — tentava sair de Los Angeles para São Francisco.

E ele oferece ajuda na situação em que ela se encontra. Inicialmente, Alex desconfia das intenções de Turner, quer se ver livre dele logo. E como toda boa criminosa, a mulher volta à cena do crime. Tenta lavar tudo, numa tentativa desesperada de limpar as impressões digitais, mas com o tempo, ela começa a confiar nele e a perceber que ele está genuinamente interessado em ajudá-la a desvendar a verdade.

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A manhã seguinte de um crime?

Ao longo do filme, a presença de Turner desafia Alex a confrontar seus medos e a lidar com suas próprias fraquezas, ao mesmo tempo em que busca desvendar o enigma do assassinato e provar sua inocência.

Sua experiência como detetive e seu conhecimento do submundo criminal se mostram inestimáveis ao longo da trama. No entanto, em certos momentos, as ações de Turner podem criar dúvidas e suspeitas sobre suas verdadeiras intenções, gerando conflitos e tensões entre os personagens.

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Jeff Bridges interpreta Turner, o “interesse” amoroso da protagonista

Os diversos elementos da história, muito forçados e tolos, tornam a história cansativa, e a despeito do talento dos atores, A Manhã Seguinte é um thriller que não empolga.

Raul Julia interpreta Joaquin Manero no longa. Retratado como um empresário do ramo cabeleireiro, carismático e confiante, com uma personalidade enigmática, ele se envolve profundamente no caso de Alex, ainda mais por se ex dela.

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Raul Julia como Joaquin “Jackie” Manero em A Manhã Seguinte

Ao longo do filme, ele apoia Alex em suas tentativas de descobrir a verdade sobre o assassinato e provar sua inocência. Mas nem tudo é o que parece. Raul interpreta o empresário de maneira histriônica, talvez para se aproximar da proposta de atuação de Fonda, em detrimento de Bridges, que parece um tom mais sério que os dois.

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Suspeitos?

A Manhã Seguinte de Sidney Lumet

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Sidney Lumet nas filmagens de A Manhã Seguinte

O diretor americano Sidney Lumet foi um dos mestres do cinema, com vários filmes consagrados: 12 Homens e Uma Sentença (1957), Serpico (1973), Um Dia de Cão (1975), Antes Que O Diabo Saiba Que Você Está Morto (2007) e muitos outros. Seis vezes indicados a Melhor Diretor no Oscar, Sidney não levou nenhum, mas seus filmes abocanharam muitos. Um Oscar honorário foi dado a ele em 2005, com o diretor falecendo tempos depois, em 2011, aos 87 anos. Lumet dirigiu mais de 50 longa-metragens durante sua vida.

O seu trabalho de estreia foi 12 Homens e Uma Sentença (1957) — estrelado e produzido pelo pai de Jane, o grande Henry Fonda, que inclusive botou dinheiro de seu próprio bolso na produção.

E Sidney já ganhou uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor por isso, perdendo para David Lean e seu A Ponte do Rio Kwai (que também ganhou de Melhor Filme e Melhor Roteiro, categoria que o filme de Lumet também concorria).

Lumet dirigiu Al Pacino duas vezes, em Serpico (1973) e Um Dia de Cão (1975). Nesse último, Lumet concorreu ao Oscar de Melhor Diretor de novo. Mas perdeu para Milos Forman, por Um Estranho no Ninho, que também deu o Oscar de Melhor Ator para Jack Nicholson (vencendo Al Pacino, o protagonista de Um Dia de Cão). O Oscar de Melhor Filme também estava no páreo com Lumet, mas o filme de Milos levou esse também. O ator Chris Sarandon também concorreu de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme de Lumet, mas ele perdeu para George Burns por Uma Dupla Desajustada. Outra categoria que Um Dia de Cão concorria foi de Oscar de Melhor Montagem. Adivinhe? Também não ganhou, com a estatueta dada a Tubarão, de Steven Spielberg.

Rede de Intrigas (1976) foi um filme de Lumet que teve 10 indicações ao Oscar. A interpretação de Peter Finch lhe deu o prêmio de Melhor Ator — póstumo, já que ele morreu vítima de um ataque cardíaco, um mês antes da festa de entrega do prêmio (ele precedeu Heath Ledger em Batman – O Cavaleiro das Trevas, de 2008, nesse tipo de premiação e reconhecimento mesmo após a morte). William Holden, também no filme, também concorreu ao mesmo prêmio.

Rede de Intrigas, um dos filmes mais premiados de Sidney Lumet

O Oscar de Melhor Roteiro (Paddy Chayefsky) também foi de Rede de Intrigas. Mas Lumet ficou sem o seu, pois perdeu de Melhor Filme para Rocky – Um Lutador, de Sylvester Stallonne, situação que deixou o diretor furioso.

Rede também deu um Oscar de Melhor Atriz para Faye Dunaway e um de Melhor Atriz Coadjuvante para Beatrice Straight (uma das atuações mais curtas da história do cinema, com 5 minutos e 2 segundos de fala no filme). As 2 atrizes foram as primeiras a ganhar os prêmios de atuação por um mesmo filme desde Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966).

Uma das cenas mais icônicas da indústria do cinema: a atriz Faye Dunaway com seu Oscar, no dia seguinte da festa, em seu hotel, em meio a jornais impressos com a notícia da premiação

Aliás, Rede de Intrigas foi um dos poucos filmes a ganhar 3 Oscar de atuação — apenas outro conseguiu tal feito: Uma Rua Chamada Pecado (1951), de Elia Kazan. Até 2018, Rede foi o único filme que recebeu nomeações para os 5 principais prêmios de atuação do Oscar. Foi o filme mais premiado de Sidney Lumet.

Seus outros filmes: O Príncipe da Cidade (1981) concorreu ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (feito por Lumet e outros), mas perdeu para Num Lago Dourado (Ernest Thompson). Em 1982, mais uma chance. Lumet concorreu com O Veredito para Melhor Diretor, mas perdeu para Richard Attenborough e seu Gandhi, que também ganhou de Melhor Filme e Melhor Ator para Ben Kingsley, superando Paul Newman, a estrela de O Veredito. Jason Mason também concorreu para Melhor Ator Coadjuvante pelo filme de Lumet, mas perdeu para Louis Gosset Jr., por An Officer and a Gentleman.

Jane Fonda

E se o diretor Sidney Lumet não conseguia ganhar um Oscar nem a pau, isso pareceu se traduzir também em Jane Fonda — pero no mucho, como veremos. A Manhã Seguinte foi nomeado ao Oscar de 1987, exatamente com Jane na categoria de Melhor Atriz, mas ela perdeu para Marlee Matlin, por Filhos do Silêncio (1986).

Chegando algumas vezes bêbada ao set de filmagens, Jane se esforçou muito para entrar no papel de Alex. “Interpretar uma bêbada sempre me assustou”, escreveu Jane em sua autobiografia Jane Fonda – Minha Vida Até Agora (2006). “Mesmo que fosse uma cena curta de um filme em que eu tivesse que estar embriagada, eu detestava. Foi por isso que decidi fazer A Manhã Seguinte, um suspense de assassinato sobre uma bebedora compulsiva que apaga e encontra um cadáver em sua cama. Para esse papel, eu tinha de estar sempre bêbada. Bem, pensei, a essa altura da minha vida, por que não tentar fazer as coisas que mais me amedrontam? Não podia ser molenga. Além disso, conseguimos Sidney Lumet para dirigir e o soberbo Jeff Bridges para co-estrelar.”

A Manhã Seguinte
Um dos posteres mais legais de A Manhã Seguinte

Segundo a jornalista Pauline Kael (1919-2011), uma das maiores críticas de cinema do mercado americano, principal estrela da revista The New Yorker, dona de uma poderosa influência sem paralelo em seus pares e leitores com sua interpretação de filmes, bem como sobre toda uma nova geração de jornalistas que se formaram lendo sua coluna, Jane Fonda se inspirou na atriz Gail Russell (1924-1961), grande estrela da Era de Ouro de Hollywood, de beleza ímpar e reservada, encontrada morta em seu apartamento, em meio a muitas garrafas vazias, quando tinha apenas 36 anos. Ela era alcoólatra.

Jane declinou o papel principal no filme Acusados (1988) para fazer o filme de Sidney Lumet. Acusados teve direção de Jonathan Kaplan e sua trama é sobre a história real da luta de uma mulher estuprada por 3 homens para conseguir que eles sejam condenados na Justiça. A atriz Jodie Foster foi a protagonista, e o papel lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz de 1989.

Não foi a primeira vez que Jane recusou um papel que daria um Oscar. Mas ele sempre pode fazer isso. Jane Seymour Fonda é uma lenda do cinema.

Linda e inteligente, essa americana, além de atriz, é também escritora, modelo, ativista e empresária. Usou seu nome para exercer diferentes forças e pressões em uma indústria dominada por homens machistas e executivos tacanhos.

Filha do ator Henry Fonda (outra lenda de Hollywood) com a socialite Frances Ford Seymour, Jane fez sua estreia como atriz com a peça da Broadway There Was a Little Girl, em 1960, pelo qual recebeu uma indicação ao Tony (o “Oscar” do teatro americano), e fez sua estreia no cinema no mesmo ano, com a comédia romântica Até os Fortes Vacilam. Ela trabalharia com vários dos melhores diretores de cinema da segunda metade do século XX.

Em 1968 interpretou o papel-título no filme de ficção científica Barbarella (baseado nos quadrinhos de 1962 de mesmo nome, criado pelo quadrinista de Jean-Claude Forest). O longa teve direção do seu então marido, o cineasta francês Roger Vadim, e o longa ajudou a estabelecer o status de Fonda como um dos maiores símbolos sexuais dos Estados Unidos no fim dos anos 1960.

Em 1973, Jane casou-se com o então ativista político e depois senador Tom Hayden, um dos ícones da nova esquerda americana, e envolveu-se inteiramente com as questões políticas de seu país, combatendo a Guerra do Vietnã e a política externa do país, chegando a ir a Hanói e posado para fotografias sentada num canhão de defesa antiaérea da cidade, o que lhe valeu a ira do governo Nixon e dos conservadores.

Jane Fonda fez mais de 60 filmes em sua carreira no cinema, e foi indicada ao Oscar 7 vezes, faturando 2 deles.

Ganhou a estatueta de Melhor Atriz primeiro por Klute, O Passado Condena (1971), onde interpretou uma prostituta perseguida por um assassino psicopata, e o segundo por Amargo Regresso (1979), um drama romântico na época da Guerra do Vietnã. Ela recebeu indicações também por Melhor Atriz em A Noite dos Desesperados (1970) — perdeu para Maggie Smith, por The Prime of Miss Jean Brodie; Júlia (1978) — perdeu para Diane Keaton por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa; Síndrome da China (1980) — Sally Field ganhou por Norma Rae, um papel que ela recusou; e Num Lago Dourado (aquele mesmo que superou O Príncipe da Cidade de Lumet no Oscar de Melhor Roteiro), dessa vez por Melhor Atriz Coadjuvante, no qual perdeu para Maureen Stapleton, por Reds.

Klute, um dos maiores filmes de Jane Fonda

Ainda falando em Num Lago Dourado, um filme de drama romântico, temos aqui Henry Fonda, em uma interpretação que lhe rendeu seu único Oscar de Melhor Ator. Foi Jane quem aceitou em seu nome, uma vez que seu pai estava muito doente para comparecer na cerimônia (Henry Fonda morreria 5 meses depois). Ele já tinha sido indicado ao mesmo prêmio em As Vinhas da Ira, de 1940, mas perdeu para James Stewart, por Núpcias de Escândalo.

Em 1982, Jane Fonda lançou um vídeo chamado Jane Fonda’s Workout, um programa de exercícios baseado em seu livro que se tornou o VHS mais vendido de todos os tempos. Seria o primeiro de 22 vídeos desse tipo que ela lançaria nos 13 anos seguintes.

Em 14 de abril de 1950, quando Jane tinha 12 anos de idade, sua mãe cometeu suicídio após voluntariamente buscar tratamento num hospital psiquiátrico. Jane sofreu com bulimia dos 13 aos 37 anos, e superou um câncer de mama. Em março de 2017, a atriz revelou que foi violentada, vítima de abuso sexual quando criança e despedida por não ter dormido com o chefe. Ela superou tudo isso e outras adversidades, e mesmo com 85 anos de idade segue na ativa, tendo estrelado 3 filmes só em 2023.

Descalços no Parque, de 1967. Jane com Robert Redford

Maratona Raul Julia

Raul Rafael Carlos Julia y Arcelay (1940 — 1994) nasceu em San Juan, cidade de Porto Rico, em 9 de março. Era o mais novo de quatro irmãos. Desde cedo, o pequeno Raul Rafael demonstrava interesse pelas artes dramáticas.

E quando ficou grande — grande mesmo, com 1,87 de altura — se encantou com a performance do ator Orson Bean em uma boate noturna, o que fez tomar a decisão de estudar teatro na Universidade de Porto Rico.

A Manhã Seguinte
Raul Julia em A Manhã Seguinte

Se mudou para Manhattan (NY), em 1964, e rapidamente encontrou trabalho em peças e shows da Broadway.

O Internet Movie Database50 créditos de atuação de Raul Julia como ator em produções de cinema e filmes para a TV. O imenso legado criativo de Raul Julia no cinema será resenhado aqui, tal qual já fizemos por aqui com a atriz Jennifer Connelly, e traremos todas essas produções para cá.

A Manhã Seguinte é o 14º post da Maratona Cinematográfica Raul Julia no blog, mas já é sua 21ª obra resenhada. Seu primeiro filme foi Os Viciados (1971), um dos primeiros filmes também de Al Pacino. Junto com A Manhã Seguinte, Raul também estrelou em 1986 mais dois filmes: La Gran Fiesta e Fuga do Inferno.

Abaixo, um vídeo produzido pelo American Masters, que destaca profissionais da arte e cultura nos Estados Unidos. E a rendição deles para o talento de Raul Julia.

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