Para começar 2023, nada como um filme atual que se passa no ano em questão, e um deles é X-Men – Dias de um Futuro Esquecido, filme da Fox com os mutantes da editora Marvel Comics, lançado nos cinemas em 2014.
Estamos em uma distopia social de caos e fogo onde os mutantes são perseguidos e mortos por Sentinelas, gigantescos robôs assassinos que tomaram controle dos governos do mundo todo.
Baseado em um arco de histórias clássicas dos X-Men, também de nome Dias de um Futuro Esquecido, ela foi concebida em conjunto com o roteirista Chris Claremont e o artista John Byrne, que também fez os desenhos da trama, mostrada nas edições Uncanny X-Men #141 e #142, publicadas no Halloween de 1980 nos Estados Unidos pela Marvel Comics.
A pequena saga foi lançada 4 anos antes do filme Exterminador do Futuro, e foi aqui que vimos pela primeira vez um futuro destruído sem civilização e dominado por máquinas dotadas de inteligência artificial e vontade assassina, mas que pode ser alterado graças a uma viagem no tempo para impedir um certo evento catalisador do apocalipse em questão.
Se no filme de James Cameron é o nascimento do salvador, o líder da rebelião contra as máquinas, John Connor, em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido é a vida de um político antimutante, cuja morte poderia desencadear o cataclisma do futuro mutante.
A HQ de Dias de um Futuro Esquecido se tornou um dos maiores clássicos dos X-Men e da Marvel, e mais ainda, dos quadrinhos de super-heróis como um todo.
Foi a primeira vez que vimos a morte de um personagem dos mais populares, Wolverine, em uma cena icônica, onde descobrimos mais a respeito do seu “interior” (literalmente), e como que o governo americano estava atento e melindrado com a crescente situação mutante ao seu redor.
A capa que John Byrne fez até hoje é referenciada em várias outras HQs da casa e até em editoras concorrentes, e até mesmo em outras mídias, como filmes e videogames.
Portanto, foi sem surpresas que a Fox, já com 4 filmes dos mutantes no currículo (desde X-Men – O Filme, de 2000), pegou a saga de Dias de um Futuro Esquecido para adaptar.
O estúdio já vinha de um relativo sucesso com X-Men – Primeira Classe (2011), que reiniciava o universo mutante mostrando aventuras nos anos 1960, e se mostrando um verdadeiro 007 dos X-Men, e deu um passo consciente adiante de avançar a história para os anos 1970, ao mesmo tempo que prestava tributo ao três primeiros filmes originais dos anos 2000.
Com isso, o antigo elenco da trilogia e o novo apresentado em Primeira Classe pode ser convocado para a trama de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido de modo bastante natural e funcional.
E ainda que a Fox tenha tropeçado em muitos aspectos do longa-metragem, escrito por Simon Kinberg, Jane Goldman e Matthew Vaughn (que dirigiu Primeira Classe), e dirigido por Bryan Singer, Dias de um Futuro Esquecido é divertido e entrega drama e aventura de maneira agradável, sendo o melhor produto que o estúdio fez com os X-Men depois de Logan (2017).
X-Men – Dias de um Futuro Esquecido
(X-Men – Days of Future Past, 2014, de Bryan Singer)
O mundo de 2023 em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido é uma sociedade não existe mais como a conhecemos, e as autoridades mundiais são comandadas pelos Sentinelas, robôs gigantes dotados de inteligência artificial que caçam os mutantes sem parar onde quer que eles estejam.
Mas alguns X-Men ainda estão vivos e tentam resistir ao extermínio. Uma das sobreviventes é Kitty Pryde (Ellen Page, antes de fazer a transição), a jovem mutante com poder de se desmaterializar, e que aqui está com uma nova habilidade: pode jogar a consciência de alguém no passado (alguns meses atrás).
O mutante Bishop (Omar Sy) é o escolhido para ser o viajante temporal mental, e sempre que os X-Men estão prestes a serem encontrados e mortos (e isso parece acontecer sempre), Kitty corre para jogar a consciência de Bishop para o passado, que, com o conhecimento futuro, escolher outro lugar para se esconderem.
A solução do diretor com os poderes de Blink (Bing Bing Fan), que tem o poder de abrir portais de teleporte espacial, é bem criativa e as cenas de ação com ela em conjunto com os X-Men é muito boa. No caso, eles são atacados pelos Sentinelas em Moscou.
Os outros X-Men sobreviventes são o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), líder da equipe, e que agora tem ao seu lado Magneto/Erik Lensherr (Ian McKellen), seu antigo amigo e arqui-inimigo; Wolverine/Logan (Hugh Jackman); Tempestade/Ororo Monroe (Halle Berry); Vampira (Anna Paquin); Homem de Gelo/Robert Drake (Shawn Ashmore); Apache/James Proudstar (Booboo Stewart); o mutante brasileiro Mancha Solar/Roberto da Costa (Adan Canto), que não tem o poder dos quadrinhos, que é superforça, e sim poderes incendiários; e Colossus/Peter Rasputin (Daniel Cudmore).
Eles agora estão refugiados na China, e o Professor X tem uma teoria para salvar esse 2023 trágico. Fazer uma viagem no tempo até 1973 e tentar impedir Mística/Raven Darkholme (Jennifer Lawrence) de matar o cientista fanático antimutante Bolivar Trask (Peter Dinklage).
Nessa timeline, Trask é o criador dos primeiros robôs Sentinelas, mas seu trabalho é interrompido quando Mística o mata. Mas ela não consegue escapar do Governo Americano, que a captura e replica seu poder mutante em novas máquinas Sentinelas, muito mais poderosos e perigosos, dando início ao genocídio mutante.
O problema é que uma viagem tão longa ao passado danifica o tecido cerebral do viajante, mas Logan, com seu poder de cura, pode resistir a isso. Assim, com um grande esforço de Kitty (que deve ser permanente), Wolverine tem sua mente mandada para 1973, “possuindo” o seu corpo na época.
O ano de 1973 é significativo para os Estados Unidos, de diversas maneiras. Ele começou com a Assinatura do Acordo de Paris para o Fim da Guerra e Restauração da Paz no Vietnã, um conflito que dilacerou a América perdedora, física e moralmente, e que marcaria a indústria cultural do país para sempre.
A intenção do acordo era estabelecer a paz no Vietnã e acabar com a guerra. Estes acordos puseram fim à intervenção direta das Forças Armadas dos EUA no país e estabeleceram uma trégua temporária nos combates entre o Norte e o Sul.
No comando do governo, ainda era Richard Nixon, com seu segundo mandato como Presidente dos Estados Unidos. Também começou a Guerra do Yom Kippur, onde Síria, Egito e Iraque começaram a atacar Israel, para reivindicar territórios em disputa desde os anos 40.
O ano de 1973 viu a crise do petróleo causar o aumento do preço da gasolina na América (o preço aumentou 400% em meses), enquanto as revelações sobre o escândalo político do Caso Watergate, quando partidários de Nixon tentaram incriminar os Democratas, escalonaram.
Trask usa o fracasso dos EUA na Guerra do Vietnã para tentar vender a ideia de supremacia militar que sua tecnologia pode oferecer. Singer usa diversos acontecimentos históricos do período para atrelar sua trama super-heroica.
Ele procura a Mansão X e encontra lá o jovem Fera/Hank McCoy (Nicholas Hoult), que a princípio estranha e recusa a entrada de Logan no lugar. Os dois lutam e só então que Charles Xavier (James McAvoy) aparece.
Ele não acredita em nada do que Logan diz, e explica que a maioria de seus alunos (vistos em X-Men – Primeira Classe) debandaram e outros foram servir na Guerra do Vietnã (!), sob a tutela de um militar chamado William Stryker (Josh Helman), o mesmo personagem visto em X-Men 2 (2003), interpretado por Brian Cox. Essa divisão especial fazia missões secretas na guerra.
Xavier se tornou um pinguço depressivo, dependente de drogas feitas pelo Fera que travam seus poderes, o que lhe permite andar também (!?). E ele não quer saber de nada sobre o que Wolverine lhe diz.
Entre os mutantes na Guerra do Vietnã, estão Alex Summers/Destrutor (Lucas Till) e o Groxo (Evan Jonigkeit). Stryker quer levá-los para as Indústrias Trask para que sejam “testados”. Eles são interceptados por Mística, que agora afastada de Xavier e Magneto, tem sua própria agenda.
Ela ainda descobre arquivos secretos na sede da empresa, onde vê arquivos de autópsias de mutantes como Azazel (Jason Flamyng) e Angel (Zoe Kravitz), vistos no filme anterior.
Logan afinal consegue convencer Xavier e o Fera a deter Mística, mas precisam de ajuda. E decidem libertar Magneto, que estava preso nos subterrâneos do Pentágono, depois que tentou matar o Presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy (!!).
Com a ajuda de Peter Maximoff (Evan Peters), um mutante velocista, eles libertam o Mestre do Magnetismo.
Há uma conversa interessante aqui, com Magneto dizendo que na verdade tentou salvar Kennedy, e que ele próprio era um mutante (!!!). Vale citar também que nos quadrinhos, Magneto é o pai de Maximoff, situação ignorada aqui.
Xavier e Erik trocam acusações sobre o abandono dos outros mutantes — os destinos de Banshee (Caleb Landry Jones) e Emma Frost (January Jones) não são ditos, mas aparentemente foram mortos.
Trask e Stryker tem uma reunião com militares vietnamitas para mostrar sua tecnologia Sentinela, bem no dia da retirada americana do país, na conferência do já mencionado Acordos de Paris.
Trask também mostra um detector de mutantes, e assim os dois descobrem que Mística estava entre eles, personificando o General Nhuan (Gregory Hlady). Ela estava prestes a ser capturada, quando Logan, Xavier, Magneto e Fera intercedem a seu favor.
Assim que viu Stryker, Logan começa a ter flashbacks de seu tempo no Programa Arma X, o que começa a causar espasmos em seu corpo em 2023.
Enquanto isso, Magneto entende que Mística é um perigo para toda a raça mutante se ficar viva, e tenta ele mesmo matá-la. Acontece uma luta entre eles, com o Fera tentado ajudar Mística contra Magneto.
O industrial Trask consegue convencer o Presidente dos EUA Richard Nixon (Mark Camacho) a iniciar o Programa Sentinela Mark I, com oito robôs a serem construídos, depois dos eventos ocorridos em Paris.
Magneto se radicaliza e deixa os X-Men, vai atrás do capacete que era de Sebastian Shaw (Kevin Bacon) e assume sua persona vilanesca. No mesmo local onde estava o capacete, está a moeda com que Erik matou Shaw, as asas de Angel e a roupa de controle de poderes do Destrutor.
Wolverine convence Xavier a deixar de usar as drogas que travam seus poderes, e assim o professor volta a perder o uso das pernas. Logan pede para que ele leia sua mente, e assim o Xavier de 1973 conhece o Xavier de 2023.
A troca de memórias faz Xavier de 1973 sofrer muito, ao mesmo tempo que se maravilha com as possibilidades de um futuro melhor. Fera consegue determinar que Trask vai apresentar os Sentinelas em Washington, DC, nos EUA, e é muito provável que Mística apareça lá para tentar matar Trask.
Enquanto isso, Magneto aborda o trem que transportava os oito Sentinelas e altera o funcionamento deles com seu poder magnético, em uma escravização cirúrgica metálica muito difícil de ser levada a sério.
Em 2023, centenas de Sentinelas Mark X conseguem localizar os X-Men, e com uma Kitty já bastante debilitada mantendo Logan no passado, os mutantes terão que lutar contra eles sem chance de se salvarem pulando no tempo.
Essa luta de Magneto, Apache, Colossus, Tempestade, Blink, Bishop e Mancha Solar é uma das melhores do longa-metragem, e mostra toda a tristeza que é essa linha de X-Men Dias de um Futuro Esquecido. O mais belo dos trágicos desfechos.
Essa luta é mostrada em paralelo aos esforços de Logan, Xavier e Fera em impedir Mística de matar Trask e Magneto em destruir todos, incluindo a cúpula governamental de Nixon. A cena que Magneto faz com um estádio é nada menos que espetacular.
A luta é terrível, com Magneto massacrando Logan com metais e o jogando para morte certa no Rio Potomac.
Mística tem uma chance certa de matar Trask, mas decide não fazê-lo, graças a Xavier.
Assim, a linha temporal de X-Men Dias de um Futuro Esquecido é obliterada, e o futuro sombrio de 2023 que vemos some da timeline.
Logan, que estava no fundo do rio Potomac, parece morrer, mas acorda em um novo 2023, na Escola Xavier. Ele anda e nota que tudo está alterado, e dessa vez, para melhor. Aliás, todos os seus companheiros estão vivos, incluindo seu grande amor, Jean Grey (Famke Janssen) e até Ciclope/Scott Summers (James Marsden) e até o Fera, dessa vez, interpretado por Kelsey Grammer, visto em X-Men 3 – O Confronto Final (2006).
Quando vai conversar com Xavier, o professor nota que ele era o Logan de 1973, e que ele tinha acabado de “acordar”, o que deixa explícito que a mente do Logan desse novo 2023 foi inteiramente anulada para receber o Logan do 2023 antigo.
O Logan 1973 é resgatado do rio Potomac, e seu poder de cura o manteve vivo. Stryker é o seu salvador, mas seus olhos brilham em amarelo, o que nos faz entender que ele na verdade é Mística. Então esse Logan nunca será o Arma X? Um dos muitos furos de roteiro e cronologia dos filmes dos X-Men da Fox.
A cena pós-crédito é com um jovem mutante (Brendan Pedder) no Egito antigo, construindo uma pirâmide, aos sons de uma galera zurrando “En Sabah Nur“, com quatro homens montando camelos ao fundo, uma referência direta ao vilão Apocalise e seus Quatro Cavaleiros.
Os roteiristas Len Wein — que trouxe os Novos X-Men para a franquia dos quadrinhos da Marvel, em 1975, o que revitalizou a equipe com a introdução de heróis como Wolverine, Noturno, Colossus, Tempestade, Banshee, Solaris e Pássaro Trovejante (irmão do Apache) –, e Chris Claremont, que assumiu as revistas depois de Wein, e que por 16 anos foi arquiteto dos X-Men, responsável direto pela enorme popularidade dos personagens, fazem uma aparição no filme, como os congressistas Davis e Parker.
Alguns sites apontam para uma mudança significativa no roteiro do filme, com o ator Josh Helman como Cain Marko, e não Stryker. Marko é o meio-irmão de Xavier, e ajudaria os heróis a invadir o Pentágono, jogando um avião no local. Nos quadrinhos, Marko é i vilão Fanático.
Quando os produtores da Fox souberam que o Marvel Studios usaria o personagem Mercúrio em Vingadores 2 – Era de Ultron (2015), eles mudaram o script, e Helman se tornou Stryker e introduziram seu próprio Mercúrio na sequência de invasão ao Pentágono.
O filme X-Men- Dias de um Futuro Esquecido tem um line-up oscarizado com oito nomes no elenco: Halle Berry (A Última Ceia, de 2002), Michael Fassbender (indicado por 12 Anos de Escravidão, de 2013, e Steve Jobs, de 2015), Hugh Jackman (indicado por Os Miseráveis, de 2012), Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida, de 2012), Michael Lerner, que interpretou o Senador Brickman (indicado por Barton Fink, Delírios de Hollywood, de 1991), Sir Ian McKellen (indicado por Deuses e Monstros, de 1998, e O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel, de 2001), Elliot Page (indicada por Juno, de 2008, antes de fazer a transição) e Anna Paquin, que ganhou o Oscar de 1993 por O Piano, se tornando a atriz mais jovem a ganhar o prêmio da Academia.
Evan Peters já tinha feito outra adaptação de HQs, Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010), cujo protagonista é feito pelo ator Aaron Taylor-Johnson, o Mercúrio do segundo filme dos Vingadores. E o Mercúrio/Aaron morre no filme. Mas no seriado Wandavision (2021), o Mercúrio/Peters aparece como forma de piada para Wanda. Os dois são irmãos nas HQs e no filme da Marvel. Na Fox, Wanda nunca apareceu.
Matthew Vaughn declinou de dirigir o filme para fazer Kingsman: Serviço Secreto (2014), por isso que Bryan Singer retornou.
Além de escrever Simon Kinberg também foi um dos produtores do filme. Ele se inspirou em longas como A Máquina do Tempo (1960), O Exterminador do Futuro (1984), De Volta para o Futuro (1985), Looper: Assassinos do Futuro (2012) e MIB: Homens de Preto III (2012).
A questão de viagem no tempo e possível plágio por Exterminador do Futuro sempre rende debate e discussão, mas é inegável que a ideia não era nova nem mesmo no quadrinho original de Claremont e Byrne. E os produtores do filme deviam saber disso, a saber por uma cena em específico do filme.
Todas as cenas que apareciam Vampira em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido foram cortadas na versão final, mas uma edição especial foi lançada em DVD e Blu-Ray, chamada X-Men: Days of Future Past Extended Edition (The Rogue Cut), sendo que Rogue é o nome original da personagem.
Ela tem apenas quatro diálogos, mas ajuda a explicar mais como os Sentinelas identificam a localização deles na China.
Quando Logan encontra Stryker e começa a convulsionar, ele fere gravemente Kitty Pryde, que tem que resistir para manter o mutante no passado. Eventualmente ela morreria com tanto esforço, então o Homem de Gelo revela a todos que Vampira ainda está viva, para o espanto de todos.
Ela está escondida na Sala do Cérebro, o aparelho detector de mutantes, na Escola Xavier, que atualmente é uma Base Sentinela. Xavier, Magneto e o Homem de Gelo partem resgatá-la, a um grande custo: o rapaz morre e o avião sofre grandes avarias para escapar com Magneto, Xavier e Vampira, que poderia absorver o poder de Kitty e ficar em seu lugar para manter Logan no passado.
Parte disso pode ser visto em alguns trailers promocionais e de modo completo na edição especial. Ainda há diversas outras cenas adicionais.
Dias de um Futuro Esquecido é a 4ª adaptação da saga em outra mídia fora dos quadrinhos. Ela apareceu no desenho animado noventista dos X-Men (1992-1997), nos episódios 01×11 e 01×12.
Na trama, é Bishop quem viaja no tempo para impedir um assassinato, só que a vítima é Robert Kelly, um político antimutante.
Em outra série animada, Wolverine e os X-Men (2008), toda a narrativa da temporada (apenas uma, de 26 episódios) é baseada nos eventos terríveis desse futuro. E a saga também aparece brevemente na série animada cômica Esquadrão de Heróis (2009).
E X-Men – Dias de um Futuro Esquecido é o 5º filme baseado em uma HQ escrita por Chris Claremont.
O filme X-Men 2 (2003) adaptou Deus Ama, O Homem Mata, publicada em Marvel Graphic Novel #5 (1982), desenhada por Brett Anderson; X-Men – O Confronto Final (2006) é baseado na Saga da Fênix Negra, publicada nas edições de Uncanny X-Men ## 129-138 (1980), com arte de John Byrne; Wolverine: Imortal (2013), baseado na minissérie Wolverine (1982), com arte de Frank Miller; e X-Men: Fênix Negra (2019), que de novo foi baseada na Saga da Fênix Negra.
X-Men Dias de um Futuro Esquecido, os quadrinhos
X-Men – Dias de um Futuro Esquecido é um arco em duas partes de uma história publicada nas revistas em quadrinhos dos X-Men, da Marvel Comics, em Uncanny X-Men #141-142 (1980).
Elas contam com roteiro de Chris Claremont, desenhos de John Byrne e arte-final de Terry Austin. A editora era Louise Simonson.
E a adaptação do filme apresenta diversas mudanças em relação ao material original, com apenas parte da essência mantida.
Na trama, os anos dos eventos são 1980, o presente da continuidade da época das HQs dos mutantes, e o futuro era 2013 (ano que as filmagens de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido aconteceram, por sinal).
O futuro distópico dos mutantes em X-Men Dias de um Futuro Esquecido acontece no Universo 811, apenas um dos incontáveis universos do Multiverso Marvel.
É um mundo governado pelos Sentinelas, que controlam a América do Norte com mão de ferro. O governo é deles e os mutantes são mantidos em campos de concentração com colares inibidores de poderes, para depois serem exterminados.
Não há mais super-heróis e super-vilões, pois todos foram assassinados pelos Sentinelas na tomada de poder. Portanto, sem Vingadores, Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, Demolidor e outros.
Tudo começou o assassinato do Senador Robert Kelly, o professor Charles Xavier e Moira MacTaggert, nos anos 1980, pelas mãos da Irmandande de Mutantes. Todos os outros mutantes foram considerados culpados e o Presidente dos EUA eleito na época (1984, nunca revelado) criou o Ato de Controle Mutante, que foi efetivado em 1988.
Aliado à morte do Senador Kelly, começa uma histeria antimutantes.
O Programa Sentinela foi reativado e os robôs concluíram que a melhor maneira de exterminar os mutantes era tomar o poder político e administrativo do país.
Com isso, todo superser, mutante ou não, acabou sendo caçado e morto. Nos anos 2000, os Sentinelas já tinha assassinado quase todos os superseres e mutantes da América.
Há 3 classes de pessoas nessa distopia: humanos, que usam vestimentas com a identificação “H“, com plenos direitos de circulação na sociedade; anormais (“anomalous“), seres humanos comuns, mas com genes mutantes, proibidos de terem filhos, que tem que usar roupas com “A“; e mutantes, com roupas marcados com “M“, forçados a viverem em campos de concentração.
Wolverine é um dos x-men sobreviventes, e agora é Coronel da Resistência Canadense, que luta contra os Sentinelas americanos.
Os outros sobreviventes estão no campo de concentração no Bronx, EUA, e são Tempestade, Colossus, Kate Pryde, Magneto (em cadeira de rodas), Rachel Summers, filha de Scott Summers/Ciclope e Jean Grey e Franklin Richards, filho do Senhor Fantástico e da Mulher Invisível, do Quarteto Fantástico.
Os Sentinelas têm pretensões de se expandir para fora do continente, o que liga o alerta das potências europeias, que consideram fazer um ataque nuclear para aniquilar a ameaça Sentinela.
Uma das bases dos robôs é o Edifício Baxter, antiga sede do Quarteto Fantástico, em meio a uma Nova York que agora é só escombros.
Os X-Men que sobraram sabem que esse mundo jamais iria sobreviver a um holocausto nuclear, e em 2013 elaboram um plano para impedir tudo que aconteceu e está acontecendo.
Rachel, que herdou os poderes telepáticos de Jean Grey, iria mandar a mente de Kate para o passado, em 1980, para que ela e os outros X-Men impedissem o assassinato de Robert Kelly. Como ela não tinha treinamento telepático de resistência na época ainda, era a melhor escolha para receber a mente futura.
Claremont e Byrne dividem a narrativa com os X-Men do passado em 1980 e os X-Men do futuro de 2013. O Wolverine do futuro usa um aparelho disruptor que anula os colares inibidores de poderes e livra os X-Men do campo de concentração que estavam, no Bronx, NY.
Magneto fica para trás, para cobrir a fuga. Eles vão para o Edifício Baxter, antiga sede do Quarteto Fantástico, e agora base Sentinela, para tentar destruir o comando dos robôs.
Em 1980, os X-Men tentam impedir Mística e a Irmandade de Mutantes de matar o Senador Robert Kelly. É a primeira aparição da vidente Sina (a namorada idosa de Mística), Avalanche (controle do solo) e Pyro (controle de chamas) na nova formação do grupo, que anteriormente era do Magneto. Apenas Blob, antigo inimigo dos X-Men, retorna da formação original.
No futuro, no caminho para o Baxter, os Sentinelas encontram os X-Men e matam Franklin. Os mutantes conseguem escapar, e Rachel e Kate se isolam para fazer a viagem temporal mental. E os X-Men no presente conseguem interceptar a Irmandade.
Tempestade, Colossus e Wolverine seguem para o edifício, onde sofrem as mais terríveis das mortes dos quadrinhos. Um clássico em imagens e dor. O texto de Claremont com Colossus é de partir o coração. Kate e Rachel são as últimas sobreviventes num futuro sem esperança.
No passado, Kitty consegue salvar Kelly ao derrubar Sina, que estava prestes a matar o político. Ao menos, o passado estava salvo…por enquanto.
O fim do arco de Dias de um Futuro Esquecido mostra o presente e o governo americano dando início ao Projeto Despertar, que um novo Programa Sentinela.
Acontece que Kate não viajou ao passado de sua timeline, e sim ao passado do Universo 616, que é a continuidade regular do Universo Marvel. Rachel Summers, no final da história, já especula que a ida de Kate ao passado apenas iria criar uma timeline diferente.
Mais tarde saberíamos que o ponto crucial para o futuro distópico de Dias de um Futuro Esquecido não seria o assassinato de Robert Kelly, e sim as consequências posteriores de uma explosão nuclear em Pittsburg, quando Jean Grey foi morta pelo Mestre Mental.
Em histórias posteriores dos X-Men, Rachel Summers surge no passado do Universo 616, mais precisamente em Uncanny X-Men #184 (1984), roteiro de Claremont e desenhos de John Romita Jr., com arte-final de Dan Green.
Na verdade, a ruiva já tinha aparecido em New Mutants #18 (1984), de Claremont e arte de Bill Sienkiewicz, quando tentou entrar em contato com o Professor X na escola (ele não estava lá).
Aqui, foram revelados detalhes da moça, como ela estar presente na escola quando as autoridades do governo mataram Xavier a tiros (contradizendo o que tinha sido informado antes).
Ela entra oficialmente para os X-Men em Uncanny X-Men #199 (1985), roteiro de Chris e artes de Romita Jr. e Green, onde se torna Fênix II, ao tocar em um antigo presente dado pelos Shiars para Jean, que ela encontrou na casa dos pais dela (seus avós, no caso).
A edição de Uncanny X-Men #184 que trouxe Rachel também é a primeira aparição de Forge, o mutante índio cyborg com podere de inventar qualquer coisa (tecnológica).
Ele estava pesquisando a arma neutralizadora de Rom, O Cavaleiro do Espaço, que lutou contra os Espectros, raça que estava invadindo a Terra, se disfarçando de seres humanos, e estava prestes a criar uma arma neutralizadora de mutantes, que os transformava em seres humanos. Um item que representaria grandes problemas futuros para os mutantes.
Na mesma ocasião que Rachel se torna Fênix, ela também descobriria que ela não existiria no Universo 616 devido a um fato marcante, quando entende que essa Jean Grey foi rejeitada pelo pai quando se apresentou como Fênix Negra, atitude diferente do Sr. Grey em seu mundo, o que ajudou a deixar Jean no controle dos poderes cósmicos do ser que agora dividia sua existência. A Jean do Universo 811 nunca se tornou uma ameaça universal.
Nunca foi explicado com clareza como que Rachel fez a sua viagem temporal, mas foi estabelecido que a Força Fênix teve participação, em um movimento retroativo quando ela se torna Fênix II.
Ela e Kate ainda estavam no futuro, onde tentavam destruir o supersentinela Nimrod, muito mais letal e poderoso do que os outros robôs Sentinelas. Kate não consegue escapar, mas ao dizer as palavras “Fênix Negra“, consegue mandar Rachel ao passado do Universo 616 (com corpo e tudo dessa vez). Isso aconteceu em Uncanny X-Men #192.
Esse Nimrod também conseguiria fazer uma viagem ao passado do Universo 616, dando um enorme trabalho para os X-Men até hoje, sendo o epicentro definitivo do começo da extinção dos mutantes, trabalho igual ao tentar explicar sua origem…
Em New X-Men 27-31 (2006), escrita por Craig Kyle e Chris Yost, arte de Paco Medina, temos uma saga especial que tenta amarrar a confusa origem do robô.
Quando Rachel Summers conseguiu retornar ao passado, o robô assassino também queria fazer o mesmo. Ele consegue retornar alguns anos no passado, mas não o suficiente para alcançá-la no tempo cronológico que queria.
O mundo ainda não estava destruído, e ele procura o Criador (Maker) desse mundo. É o Forge dessa realidade, casado com Ororo, e eles têm dois filhos: Orora e Nazé. O robô mata Tempestade e obriga Forge a construir uma máquina do tempo para seu intento.
Forge o faz, mas sabota o robô, e o manda para o presente do Universo Marvel 616. Nimrod surge desativado, mas o Reverendo William Stryker, um religioso homicida que odeia mutantes, já visto em aventuras anteriores dos X-Men, o encontra e o reativa.
Um time de jovens X-Men, auxiliado por Forge, luta contra o Reverendo e seus Purificadores e Nimrod. Os heróis derrotam todos, e jogam o robô em um limbo temporal, e o robô cai no passado de novo.
Isso é a origem de Nimrod em sua primeira aparição no Universo Marvel regular, lá em Uncanny X-Men #191 (1985), escrita por Claremont com arte de Romita Jr., num nascimento retroativo temporal em círculo bem legal.
Também é importante dizer que o Nimrod do Universo 616 já nasceu: o escritor Jonathan Hickman, criador da megassaga House of X/Powers of X (2019), que mantém o status quo dos mutantes até hoje, e o desenhista Francesco Mobili mostraram ele em X-Men #20 (2020).
O Nimrod 616 é a consciência humana de Erasmus Mendel, um dos cientistas-chefes da Orchis, a grande organização assassina de mutantes que ameaça toda a mitologia atual dos X-Men desde os eventos de HoX/PoX, que, por sua vez, foi montada especificamente para impedir o aparecimento de Nimrod na atualidade.
Em 1991, a Marvel fez uma espécie de continuação da saga de Dias de um Futuro Esquecido, com Dias de um Futuro Presente, divididos nas revistas Fantastic Four Annual #23, X-Factor Annual #5, New Mutants Annual #6 e Uncanny X-Men Annual #14. Os roteiros são de Claremont, Louise e Walt Simonson, com desenhos de Arthur Adams, Jackson Guice, Chris Wozniak, Jon Bogdanove e Terry Shoemaker.
Na trama, somos apresentados a Ahab, O Mestre dos Farejadores, mutantes que passaram por uma lavagem cerebral para caçar outros mutantes. E Rachel Summers foi uma delas antes de ser libertada pelos X-Men. Ele vem para o presente do Universo 616, e paralelo a isso, Franklin Richards retorna dos mortos, ou assim pensamos.
Dias de um Futuro Presente acrescenta novos detalhes para Dias de um Futuro Esquecido, como visto em New Mutants Annual #6, onde aparecem novos membros dos Novos Mutantes, liderados por Banshee.
A timeline de Dias de um Futuro Esquecido encontrou um “bom fim” nas histórias do Excalibur, conduzidas por Alan Davis, antigo desenhista do título, antes escrito por Claremont, que trouxe Rachel para compor a equipe em sua origem.
Isso é melhor desenvolvido a partir de Excalibur #52 (1992), escrito por Davis e desenhado por Will Simpson. Alan é um dos melhores desenhistas da indústria, mas não tanto quanto como roteirista.
Ele mostra que Kate foi a última x-man (x-woman, né) sobrevivente no futuro distópico e, que com a tecnologia de Ahab, acabou se tornando outro ser, Widget, um pequeno robô-cabeça (!!!), também indo ao passado do Universo 616, como aliada nas primeiras histórias do Excalibur.
Eventualmente, Kate/Widget e os outros integrantes da equipe vão para o Universo 811 dois anos depois que Rachel a deixou. Os Sentinelas tomaram controle de todo o mundo. E os Sentinelas pretendiam usar unidades Nimrod em viagens temporais para diferentes timelines para erradicar os mutantes da realidade, mas o Excalibur e a Resistência Britânica conseguem destruir os planos de Ahab, o Molde Mestre e os Sentinelas.
Wolverine: Days of Future Past (1997-1998) é outra HQ q trabalha com o tema de Dias de um Futuro Esquecido, com roteiros de John Francis Moore, com arte de Joe Bennet, artista brasileiro.
São três edições que mostram eventos anteriores ao que vemos em Uncanny X-Men 141-142. Mostra o destino de alguns personagens e até como Magneto ficou paralítico, com a participação de personagens como Rainha Branca/Emma Frost, Jubileu, Sanguessuga e Sincro.
Quase 10 anos depois, a Marvel permitiu ser lançado Weapon X: Days of Future Now (2005-2006), que também trabalhou com o tema de Dias de um Futuro Esquecido, com roteiros de Frank Tieri e desenhos de Bart Sears.
Frank era o roteirista da revista do Wolverine na época, e além de ser ruim de doer, ainda atrelou parte da trama que fazia no título regular do herói ao contexto de Dias de um Futuro Esquecido, como a influência de Malcolm Colcord, ex-militar do Programa Arma X e que odeia o Wolverine.
O mais recente contato com o Universo 811 de Dias de um Futuro Esquecido foi promovido novamente por Chris Claremont, em um box especial chamado Marvel Made Paradon Collection, lançado em 2020.
Ela vinha com a revista Uncanny X-Men #140.5, com roteiro de Chris e arte de Salvador Larroca. Claremont usou o line-up dos X-Treme X-Men, os heróis que escolheu usar quando retornou à Marvel para escrever os mutantes, em 2001, e até mesmo usa Ahab, o mestre dos Farejadores, que surgiu em Dias de um Futuro Presente.
Pra variar, há várias incongruências, como um Noturno ainda vivo e um Bishop perdido no meio (sendo que ele nem é da linha temporal vigente).
A tal caixa vinha com um monte de outras coisas: roteiros originais de Dias de um Futuro Esquecido com notas do autor, ilustrações, litografias e revistas com assinaturas do próprio Claremont, como Uncanny X-Men #94 (a estreia do roteirista na revista), Uncanny X-Men #129–138 (a Saga da Fênix Negra) Uncanny X-Men #141–142, Wolverine #1–4 (a minissérie de Chris com Frank Miller) e muitas outras, como X-Men #1 (roteiro dele com arte de Jim Lee, uma das revistas de super-heróis mais vendidas de todos os tempos), além de outras coisas. Foram produzidas apenas 328 box (!!), ao custo de U$ 200 dólares cada (!!!).
O Tempo no Universo Marvel
Mais sobre o (enorme) problema do tempo presente e atual nos quadrinhos de super-heróis da Marvel pode ser conferida abaixo, nesta matéria sobre o coronel da KGB Alexei Vazhin, um dos personagens mais intrigantes e misteriosos que Claremont criou para as tramas dos X-Men.
ALEXEI VAZHIN | James Bond, Nick Fury e George Smiley em um só
O problema do tempo nos quadrunhos acontece graças à chamada “escala de tempo escorregadia” (sliding timescale), termo visto na edição Official Handbook of the Marvel Universe: Alternate Universes 2005 #1 (2005).
Ela é a explicação que quantifica a passagem de tempo no Universo 616 baseado no início da “Era Moderna” do Universo Marvel, que começa com os eventos de Fantastic Four #1 (1961), a estreia do Quarteto Fantástico nas HQs, escrita por Stan Lee e desenhada por Jack Kirby, os pais do Universo Marvel e praticamente todos os personagens clássicos da editora.
Continuamente, o sliding timescale “escorrega” o tempo sempre pra frente com o passar dos anos.
No início, Reed Richards, Sue e Johnny Storm e Ben Grimm realmente pousaram o foguete e se tornaram os heróis em 1961, mas na medida que os gibis e as histórias, não só deles, mas dos milhares de personagens Marvel, se avolumaram com o passar dos anos, isso se tornou um problema.
Em uma entrevista para a revista Comics Interview #25, nos anos 1980, John Byrne disse que já fazia 7 anos que o Quarteto estava em atividade no Universo Marvel, desde a estreia deles, em 1961. O artista escrevia e desenhava o título.
Na edição Official Handbook of the Marvel Universe A to Z #2 (2008), o período informado do começo dessas atividades do Quarteto era de 13 anos, ou seja, o foguete de Richards pousou na Terra em 1995.
Baseado nessa premissa, os eventos sempre têm que ser ajustados. Em linhas gerais, a cada 6 ou 7 anos nossos, se passa apenas 1 dentro do Universo Marvel. Mas mesmo isso sofre revisões.
Uma das explicações mais recentes foi dentro dos próprios gibis. As imagens abaixo são de Ultimates #5 (2016), escrita por Al Ewing, com arte de Kenneth Rockafort. É uma explicação do tempo no Universo Marvel, usando algo parecido com o sliding timescale, dita pelo próprio Galactus.
Ainda falando em tempo no contexto de X-Men – Dias de um Futuro Esquecido, quando o Fera começa a tentar rastrear Mística com um complexo sistema de monitoramento de transmissão de TV no filme, um dos programas que passam é um episódio do seriado Star Trek/Jornada nas Estrelas (1966), que até hoje tem outras séries filmes, HQs, livros e outros produtos publicados. O episódio em questão é The Naked Time (01×04), cujo tema é viagem no tempo.
Mas algo realmente palpável já tinha sido visto anos antes, em um episódio do seriado Quinta Dimensão (1963-1965), uma espécie de série irmã de Além da Imaginação, com episódios mais longos e temática voltada à ficção científica. O escritor Harlan Ellison escreveu dois episódios para segunda temporada, e um deles foi Soldado (02×04), que mostrava dois soldados inimigos em um futuro distante e inóspito, e que acabam por viajarnao passado para impedir tal guerra.
Outro episódio da mesma série, que ficou conhecido como Demônio da Mão de Vidro, também tem a temática de viagem no tempo, com um humano biônico indo ao passado, sendo chave da salvação da humanidade.
Essa situação se tornou tão marcante e polêmica que o filme de Cameron que a produção foi obrigada a mostrar Ellison nos créditos de produção.
Por falar em Star Trek, o filme está cheio de referências indiretas a ele. O ator Patrick Stewart é ninguém menos que o Capitão Jean-Luc Picard, que aparece em Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (1987) como comandante da U.S.S. Enterprise. Pra variar, ele tem um episódio de viagem no tempo, em Time Squared (02×03), quando ele mesmo recebe um aviso para tentar impedir os eventos fatídicos visto em Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato (1996).
Famke Janssen e Kelsey Grammer fizeram parte do elenco de Nova Geração também, bem como Ray Wise (que interpretou um senador em X-Men – Primeira Classe). Rebecca Romijn, a atriz que interpretou a Mística na trilogia original, aparece em Star Trek: Discovery (2017). E o diretor Bryan Singer aparece em Jornada Nas Estrelas: Nêmesis (2002).
Por fim, para mais sobre cronologia, leia essa matéria sobre o Ômega Vermelho, vilão dos X-Men nascido na queda da União Soviética, que exemplifica bem o problema de cronologia e passagem de tempo nas HQs.
ÔMEGA VERMELHO | 30 anos de um vilão ícone das HQs anos 90 e o fim da URSS
/ REFERÊNCIAS. O jogo Marvel vs. Capcom 3 trouxe uma reprodução da capa de Uncanny X-Men #141 no contexto das lutas dos personagens das duas empresas.
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