Stick é um personagem da editora Marvel Comics, criado por Frank Miller e Klaus Janson em Daredevil #176 (1981), e é o mestre cego do super-herói Demolidor e da assassina Elektra, entre outros guerreiros de uma organização chamada Os Virtuosos (“Chasten“, no original, um verbo em inglês que significa disciplinar, corrigir ou purificar através da punição, ou repressão.)
Ele é um velho mestre de artes marciais e esse time de guerreiros se dedica a combater o mal e, especificamente, o clã de ninjas malignos conhecido como Tentáculo (“The Hand“, ou “A Mão”, em tradução livre). O velho é irascível e impiedoso, por isso o melhor mestre que o jovem Matt Murdock poderia ter depois do acidente em que ficou cego.
Foi graças à Stick (termo em inglês americano para designar um pedaço de madeira ou um objeto longo e fino) que o rapaz conseguiu desenvolver suas habilidades acrobáticas e capacidades de luta, que no Universo Marvel são bastante consideráveis, a despeito dele possuir como poderes apenas sentidos ultra aguçados (menos a visão, já que o acidente radioativo que sofreu lhe cegou) e um superradar interno (a substância radioativa provocou isso).
Frank Miller, um dos mais famosos artistas de histórias em quadrinhos dos Estados Unidos, dono de obras seminais no mercado de super-heróis, tanto na Marvel como na editora DC Comics, criou o personagem em seu clássico run na revista do Demolidor, e não fez maiores cerimônias em matá-lo ainda nele.
Mas tal qual sua poderosa Elektra, Stick vive. Ao menos dos jeitos mais curiosos possíveis, transitando em um estado aparente de fantasma do além e fazendo aparições pontuais para o Demolidor, Elektra e Wolverine (em um inusitado cruzamento de histórias nos anos 90).
Stick nasceu cego, mas desenvolveu habilidades extraordinárias para compensar sua falta de visão. De alguma maneira, ele possui sentidos aguçados tal qual o Demolidor e uma habilidade de combate incomparável — tanto que derrota os outros sempre com um bastão de madeira que carrega, tal qual sua alcunha. Nenhum roteirista revelou o nome verdadeiro do personagem até hoje. É um mentor que não apenas treina seus alunos em combate, mas também os guia filosoficamente, ajudando-os a entender a verdadeira natureza da luta contra o mal.
Sua importância no Universo Marvel é marcada por sua sabedoria, habilidades de combate e a profundidade de sua filosofia. Mas a relação entre Stick e Matt é complexa; o velho cego é um mentor duro e exige disciplina rigorosa, o que frequentemente leva a conflitos entre os dois — o que explica em parte uma relação mais dúbia, e por isso mais própria, com Elektra.
Stick incorpora temas de disciplina, sacrifício e a luta contínua entre o bem e o mal. Sua presença no universo Marvel, especialmente nas histórias do Demolidor, adiciona uma camada de profundidade filosófica e mística. Além, é claro, por óbvio, que ele acaba por se tornar um exemplo de como a adversidade pode ser superada através da força de vontade e do treinamento rigoroso. Mais: é de Stick uma marca indelével na Marvel, com grande parte de suas aparições nas HQs se tratando de lembranças ou memórias de Murdock e Elektra durante seus treinamentos enquanto jovens com o velho.
Na trajetória do casal, Stick é uma figura central, se fazendo presente até nos runs atuais de 2024.
Stick e o Demolidor
O tour de force de Frank Miller é o trabalho definitivo da Marvel Comics com o Demolidor. Ainda que o personagem esteja quase sempre rodeado de bons escritores e desenhistas, é o velho Frank quem mais somou — todos seguem o que ele estabeleceu inclusive. E para começar a falar de Stick, é preciso repassar o que acontecia nas histórias do Demolidor de Miller até então.
Muito pouco foi revelado sobre o passado do homem conhecido como Stick. Em algum momento, depois de sua juventude, ele se tornou o mestre dos Virtuosos, que faziam sua base no topo de uma montanha em um local não-identificado (possivelmente o oriente). Eles se dedicavam ao aprimoramento de corpo e mente, desenvolvendo habilidades mentais de natureza psíquica ou mística, como o poder de se comunicar telepaticamente, e se tratando apenas pelos nomes das armas que carregavam, anulando assim até suas identidades pessoais.
Os Virtuosos se dedicavam a combatar o Tentáculo, uma organização criminosa japonesa de ninjas que atuavam como mercenários e assassinos e serviam à entidade demoníaca conhecida como a Besta-Fera. Em algum momento, Stick entrou em contato com o garoto Matthew Murdock, que além de ter sofrido o acidente radioativo que lhe cegou, teve o pai, o lutador de boxe Jack Murdock, morto por criminosos relacionados aos jogos e apostas — posteriormente ligados ao Wilson Fisk, o Rei do Crime.
Stick pretendia que o garoto integrasse seus novos sentidos em sua vida cotidiana, mas Matt logo começou a combater anonimamente criminosos, usando uma máscara para esconder sua identidade. Quando Murdock matou acidentalmente uma jovem prostituta, Stick considerou que ele era muito indisciplinado para servir aos Virtuosos e partiu.
Matt seguiu sua vida, e enquanto estudava na Universidade de Columbia, conheceu e se apaixonou por sua colega de classe Elektra Natchios. Murdock revelou a ela que tinha sentidos sobrehumanos aprimorados que compensavam sua cegueira. Não se sabe se Murdock contou a Elektra sobre Stick. Mas o velho viu a possibilidade do grande mal na moça, e avisou Murdock para ficar longe dela, conselho que o rapaz apaixonado ignorou. Depois que o pai de Elektra, o embaixador grego Hugo Natchios, foi morto por terroristas, a jovem angustiada rompeu seu relacionamento com Murdock e deixou Columbia. Diversas histórias divergem se a moça teve algum contato — e treinamento — com Stick antes dessa tragédia.
De qualquer maneira, é certo que Elektra já havia tido treinamento em artes marciais antes de ir para Columbia. Após a morte de seu pai, ela foi ao Japão para estudar outras artes marciais em uma escola liderada por um sensei que havia sido expulso dos Virtuosos por não ser digno de ser membro. Sob a orientação desse sensei — não-identificado –, Elektra alcançou grande habilidade em artes marciais. No entanto, ela estava cheia de ódio pelo mundo devido à morte de seu pai.
O sensei contou a ela sobre a ordem dos Virtuosos na esperança que eles pudesses ensiná-la a alcançar a paz de espírito e espírito. A moça conseguiu escalar a montanha intransponível dos Virtuosos, mas vacilou perto do topo. Ela foi ajudada por Stick, que, apesar de suas dúvidas, permitiu que ela estudasse com o grupo, com o qual ficou por um ano. Durante esse tempo, ela aprimorou ainda mais suas habilidades de combate e também começou a aprender a desenvolver e usar os mesmos poderes mentais possuídos pelos membros da ordem.
No entanto, Stick finalmente a expulsou, pois ela não conseguiu se livrar das emoções destrutivas que a preenchiam desde o assassinato de seu pai. Stick percebeu que Elektra poderia se juntar ao Tentáculo como resultado, o que de fato aconteceu. Mais tarde, Elektra deixou a organização de alguma maneira e se tornou uma assassina mercenária independente.
Todos esses fatos foram construídos em diferentes níveis por diversos roteiristas em várias revistas e títulos, e mesmo assim alguns contradizem fatos — como quando (já dito) Elektra soube sobre Stick e foi treinada.
Em algum momento, Stick decidiu voltar para Nova York, onde Murdock, agora advogado, havia formado uma firma com o colega de classe Franklin “Foggy” Nelson. O rapaz já atuava há tempos como o super-herói Demolidor, e estava em contato novamente com Elektra, agora uma assassina contratada pelo Rei do Crime. Após uma explosão plantada pelo Tentáculo para matar Foggy, Matt perdeu temporariamente seu sentido de radar.
É quando Stick ressurge em sua vida — e aparece pela primeira vez para nós, leitores.
Vida e Morte
Daredevil #176 (1981). Stick surge do nada em no Duke´s, um bar cheio de malandros e bandidos, que duvidam que ele seja cego, já que ele ganhou uma partida de bilhar de alguns deles. Ele começa a arrebentar todo mundo na porrada, e o Demolidor surge para ajudar — não que o velho precisasse. Para “piorar”, o Tucão, criminoso pé-de-chinelo recorrente nas histórias do Demolidor, vestido com uma armadura (!), tenta derrotar o herói, sem sucesso.
É nesta edição que Elektra Natchios tem seu confronto terrível com Kirigi, o temido assassino imortal e invencível do Tentáculo. Mudo, extremamente forte e ágil, ele quase mata a moça, que só derrota arrancando sua cabeça com um golpe de espada.
Daredevil #177 (1981). Demolidor está desorientado sem seu radar, e Stick tenta ajudar o herói a recuperá-lo. É aqui que vai começar os famigerados flashbacks do Matt Murdock em treinamento com Stick, um mood visual que vai permear praticamente todas as aparições do personagem depois de sua morte (“morte” rs). O velho mestre reorienta Murdock e ele consegue recuperar o radar. E tão misteriosamente como surgiu, Stick some.
Daredevil #187 (1982). O Tentáculo tenta roubar o cadáver de Kirigi, e seus ninjas são atacados pela Viúva-Negra, a ex-super espiã soviética Natasha Romanoff, atual Vingadora, e agente especial da SHIELD (agência secreta militar americana/”mundial”), a serviço de Nick Fury. Ela é envenenada pelo inimigo, e não consegue impedir os ninjas de levarem o defunto. Ela própria está prestes a se tornar um, já que o veneno vai matar a moça em 1 semana.
Depois dos eventos das edições anteriores — Stick ficou ausente 10 edições — onde não conseguiu impedir o mortífero vilão Mercenário de matar Elektra, um abalado Matt Murdock precisa de novo da ajuda do seu mestre, dessa vez para regular seus supersentidos. O Demolidor estava em bares espancando a bandidagem atrás do paradeiro de Stick, sem saber que ele estava mais próximo do que imagina: seu apê.
O Tentáculo decidiu começar a eliminar os Virtuosos de uma vez por todas. Na época, o grupo era formado por 7 membros, mas conhecemos apenas 4 deles: o próprio Stick, o enorme Stone, o arqueiro Shaft e o Garra (Claw). Mas nesta edição, é apenas Stick quem derrota um grupo de ninjas do Tentáculo. Essa foi a primeira aparição do Clã dos Virtuosos. Todos estão no apartamento de Murdock, e ao que parece, contrariados pelo fato de Stick dizer que o herói precisa se tornar um deles.
Daredevil #188 (1982). Stick coloca seu ex-pupilo numa câmera de isolamento (uma espécie de cama fechada com água) para reorientar seus sentidos. Com muito custo, ele se cura. Natasha Romanoff continua correndo por aí, sem rumo, pensando na morte que se aproxima. Ele procura Ivan Petrovich, um homem que considera como pai, para se despedir, e decide visitar também Matt, mas não encontra ele no apê.
Ela decide ir atrás do Rei do Crime e seus capangas, mas percebe que o veneno já está a corroendo (literalmente). O Tentáculo decide usar seu maior assassino, o revivido Kirigi, e o envia para matar os Virtuosos, que é destruído mais uma vez em uma luta conjunta dos ninjas. No final da edição, Viúva Negra surge no apê de Matt agonizando.
Daredevil #189 (1982). Stone fornece um pouco de energia para Natasha, salvando sua vida. Ninjas do Tentáculo invadem o apartamento e uma luta ferrenha começa. Claw morre, e Stick entende que será impossível ganhar de todos. Ele e Shaft sacrificam a vida para sugar as energias dos ninjas e explodem juntos em um pico de energia. Stick pede para que Stone guie os dois na luta, que deve continuar.
Miller não aprofunda isso em nada, e seguimos com Viúva tomando uma ducha. Ela dá em cima de Matt, Heather surge (atual namorada do Murdock) e saem para patrulhar as ruas. Natasha encontra Foggy, explica o motivo do colapso de Matt (a morte de Elektra)e juntos forjam cartas de término, uma para Matt e outra para Heather, acabando com o casamento que se aproximava.
Stone revela o plano do Tentáculo. Sem seu grande campeão Kirigi, eles irão atrás do maior assassino que conhecem, mesmo ela morta: Elektra!
Daredevil #190 (1982). Flashback de Stick e os Virtuosos recebendo Elektra Natchios anos atrás em uma colina em um lugar não-revelado, a morada secreta desses ninjas. Mesmo superando a difícil escalada e o extenuante treinamento, Stick identifica que a jovem ainda tem muito ódio no coração, e não permite que ela fique com eles, dispensando-a. Stone argumenta que o inimigo (o Tentáculo) pode cooptá-la, o qual Stick apenas concorda laconicamente.
O Tentáculo está de posse do cadáver de Elektra, e está prestes a revivê-la como sua maior assassina. Apenas Demolidor, Viúva-Negra e Stone contra todo o clã diabólico pode impedir. O final é espetacular, na maior obra de Frank Miller até hoje. É o desfecho da Saga de Elektra, o ápice do trabalho de Frank Miller com o Demolidor.
Em 1982 também era publicada a primeira minissérie do Wolverine, personagem que vinha ganhando cada vez mais destaque entre os X-Men. O roteirista Chris Claremont escreveu os 4 números desse especial, que tem arte de Frank Miller. E eles usaram o Tentáculo como parte da trama, que se passa no Japão.
Flashbacks, memórias,
lembranças, recordações…
Elektra Assassina (1986). Stick retorna nas lembranças de Elektra no primeiro número dessa minissérie em 4 números escrita por Miller com arte de Bill Sienkiewicz, uma obra-prima dos quadrinhos de super-heróis nos anos 1980. Junto de Stick, vemos os Virtuosos, e mais um pouco do treinamento da jovem Elektra com eles. Esse tipo de lembrança de Stick será o mais recorrente a partir de agora no lore do mestre ninja, inclusive com Demolidor.
Elektra Assassina mostra a ninja grega tentando deter o Tentáculo, que tem entre seus asseclas um candidato a Presidência dos Estados Unidos, que pode causar o fim do mundo. Ação, romance, espionagem e suspense em uma das HQs mais alucinantes já feitas.
Também é um longo e confuso lore sobre a origem da pequena Elektra Natchios, que ora demonstra que ela teve treinamento muito jovem com os Virtuosos e o Tentáculo (não necessariamente nesta ordem) ANTES da morte de seu pai, e outros DEPOIS — nesta aqui, foi antes.
A mitologia do Tentáculo é melhor desenvolvida aqui, e fica estabelecido que a organização de ninjas cultua um demônio milenar chamado Besta-Fera, que buscam trazer em carne e fogo para a Terra, através do candidato presidencial, para causar o apocalipse.
Daredevil #225-226 (1985). Dennis O´Neil e do mestre David Mazzucchelli promovem o primeiro flashback de Stick e o jovem Matt Murdock em treinamento depois que Miller começou esse modalidade.
Daredevil #254 (1988). Ann Nocenti, uma das melhores escritoras do Demolidor, editora da melhor fase dos X-Men (Chris Claremont + John Romita Jr. + Marc Silvestri + Dan Green), para variar, usou Stick em mais um flashback de treinamento nesta edição, que tem desenhos do John Romita Jr. com arte-final de Al Williamson.
Daredevil #262 (1989). Mais um flashback com Stick, forçando Matt a não desistir da vida. Por Ann, John e Al novamente.
Uncanny X-Men #256-258, #268 (1989). Stick não vai aparecer nessas edições, mas vale contar pelas relações com o Tentáculo. As 3 primeiras são as consequências da saga Atos de Vingança para os X-Men, que jogou um vilão inédito contra cada herói do Universo Marvel, logo após eventos do fim da Era Outback dos X-Men.
A inglesa Elizabeth Braddock, heroína mutante Psylocke, junto com Destrutor, Cristal e Colossus, passaram pelo Portal do Destino, artefato místico que dá um reboot na vida de quem o adentra, para escapar da morte certa pelos Carniceiros (ciborgues assassinos de mutantes) e surge sem memórias no leste asiático, onde é capturada pelo Tentáculo, mais especificamente por um emissário da organização, Matsuo Tsurayba.
Ela passa por uma transformação física e mental e se torna uma assassina ninja (muito parecida com Elektra), um mood visual que acompanharia a personagem por anos. Quem a salva é Wolverine. Claremont faz um retcon aqui, e estabalece que Wolverine já conhecia os ninjas assassinos bem antes do primeiro encontro mostrado na minissérie Wolverine (1982), e até mais, ele era um dos maiores e mais antigos inimigos do Tentáculo. No decorrer da história, Logan quase é cooptado pelo Tentáculo também — ambos sofrem lavagem cerebral. O herói rodava o mundo atrás dos X-Men mortos e desaparecidos.
Essa batalha antiga entre Wolverine e o Tentáculo é detalhada na UXM #268 (1990), que conta duas aventuras: uma com um jovem Logan, na Madripoor de 1941 (ilha fictícia asiática do Universo Marvel, reduto recorrente de Wolverine) e um novato Steve Rogers como Capitão América, em início de carreira na Segunda Guerra Mundial. Os dois tem que lutar contra um grupo de nazistas, liderados aqui pelo Barão Von Strucker, líder da HIDRA (organização dedicada ao domínio mundial, na época vinculada ao nazismo) e o Tentáculo, que juntos buscam tornar uma jovenzinha de 15 anos sua assassina-mestre: a russa Natasha Romanoff (futura Viúva-Negra).
A outra aventura se dá nos tempos atuais, com Wolverine, Psylocke e Jubileu (depois das histórias de UXM #256-258), juntos com a Viúva-Negra, enfrentando Matsuo Tsurayba e seus ninjas do Tentáculo e os Irmãos Fenris (filhos de Strucker). Foi nessa revista que Claremont estabaleceu a relação “tio-sobrinha” entre Logan e Natasha, que se tornou recorrente nas histórias a seguir da agente ruiva.
É uma das mais emblemáticas edições dos X-Men.
O Tentáculo seria ameaça constante para Wolverine, com várias aparições na revista do personagem. Chris Claremont usaria a organização muito mais a fundo em seus planos para os X-Men, indicando que Wolverine não estava livre por completo da lavagem cerebral. Ele seria um agente ativo do Tentáculo por muito tempo aliás. Mas a saída do escritor em Uncanny X-Men #279 jogou esses planos por terra, e nunca mais foram retomados.
Daredevil 288 (1991). Diferente de um flashback de treinamento, temos aqui uma aparição de Stick nas alucinações que Matt estava tendo na época, inclusive com Elektra. De novo por Ann, mas com Lee Weeks na arte.
Demolidor – O Homem sem Medo (1993). Uma das grandes obras dos quadrinhos dos anos 90, essa minissérie de 5 edições foi escrita por Frank Miller, e tem arte de John Romita Jr. e Al Williamson. É a origem revisitada de Matthew Murdock enquanto Demolidor por Miller, com grandes participações de Elektra e do Rei do Crime. E claro, com Stick, em sua maior participação até então, mostrando em detalhes o treinamento que ele deu para o menino, e revelando mais dos planos dele e dos Virtuosos para Matt e até mesmo Elektra. Uma das HQs mais importantes do Demolidor, com roteiro e arte mais que perfeitos.
O retorno de Stick e Elektra
Daredevil #319-325 (1993-1994). Stick não aparece, mas vamos comentar esse run, pois o escritor D.G. Chichester , que assumiu os roteiros da revista do Demolidor após a saída de Ann Nocenti, decide reinserir Elektra no lore do personagem. Ela estava sumida desde sua ressurreição na edição #190 (1982).
No arco Fall From Grace, chamada no Brasil de Caindo em Desgraça, sua trama resgata também o agente John Garret, ex-agente da S.H.I.E.L.D., visto pela última vez na minissérie Elektra Assassina.
O clã Snakeroot, parte do Tentáculo, coopta o cara para drenar parte de uma essência de Elektra que estava na mente dele, para criar uma nova assassina, chamada Erynys. O Clã dos Virtuosos detecta essa movimentação, e começa a agir, com Stone ressurgindo também.
Esse run conta com arte de Scott McDaniel, e o Demolidor na época abandonou o característico traje vermelho para adotar uma armadura com detalhes prateados, cinza e vermelho.
Um cego usando roupa de defesa em lutas? Atitude correta. Esse mood visual é frequentemente desprezado pela crítica e público, mas a arte de McDaniel, extremamente estilizada e cinética, sem contornos, com valorização de cores saturadas e diagramação, mais as ideias de armas modulares, disfarçadas na bengala de cego de Matt, que vira um cajado bo (Stick feelings), ou 2 cassetetes (como sempre) ou 2 nunchakus, é legal demais.
Elektra retorna como vimos nas últimas páginas de Daredevil #190: careca e com roupas ninjas brancas. Mas para derrotar a monstruosidade Erynys, precisa absorvê-la. Essa saga é um belo exemplo de como as HQs dos anos 90 eram criticadas, mas uma segunda visita nele mostra uma trama ágil, esperta e com uma arte bem diferente do padrão vigente da época (Jim Lee Style´s).
Elektra Roots of Evil (1995). O sucesso do arco Fall From Grace foi tanto que Elektra ganhou uma minissérie em 3 edições só para ela, também com roteiro de Chichester e arte de McDaniel. Stick torna a aparecer aqui, para variar, em momentos de flashback do treino de Elektra com os Virtuosos. O legal aqui é como a jovem identifica o velho como único e extraordinário, e ficamos sabendo de algo inédito na vida de Stick: deixou esposa e filho para seguir sua missão com os Virtuosos.
A trama mostra Elektra — agora com seu uniforme vermelho característico — juntando alguns guerreiros para lutar contra o Clã Snakeroot, que ainda não está destruído.
Daredevil #348-350 (1996). O escritor J.M. DeMatteis assumiu a revista do Demolidor no número #344, depois de uma sequência bem ruim de vários roteiristas ruins, perdidos depois da saída de Chichester.
Sua estreia é um tie-in da saga Over The Edge, quando o Justiceiro pira e tenta matar Nick Fury. Seu run, para variar, é fazer Matt passa por mais um colapso mental, após ele ter simulado sua própria morte e tentado uma nova identidade (ainda nas histórias de Chichester). O arco que J.M. escreve está no selo Marvel Edge, quando a Marvel começou a testar histórias um pouco mais sofisticadas, nos “cantos” do Universo Marvel, sendo predecessora do Marvel Knights.
O herói deixa a armadura e retoma o uniforme vermelho, e ao que parece o primeiro também, amarelo e vermelho. Matt também começa a se lembrar de da prostituta que derrubou sem querer de uma janela de prédio, quando lutava com criminosos em seus primeiros dias de vigilantismo, ainda sem uniforme. Há ainda a presença de um vilão trans, Senhor, que é muito mais forte que o Demolidor e que parece estar usando seu uniforme.
No #348, que tem arte de Cary Nord, Murdock está quase catatônico. Ele procura a ajuda de sua mãe, a freira Maggie, vaga no meio telhados de Nova York, até que chega ao seu apartamento, onde Stick aparece para ele pela primeira vez desde sua morte. O velho põe novamente seu aluno por provações físicas e emocionais para recuperar seu senso de identidade. É o próprio velho em pessoa — ou seria espírito?
Matt se recusa a acreditar que seu mestre está vivo, mas os golpes e pancadas que recebe são prova do contrário. E seu mestre lhe propõe o maior dos desafios: Matthew Murdock derrotar 3 Demolidores — cada um com um uniforme.
No desfecho, em #350, com direito à Stick aparecer pela primeira vez em uma capa de gibi da Marvel (mais ou menos) com os Virtuosos, temos a arte de inspirada de Ron Wagner, com arte-final de Bill Reinhold, com o Demolidor em meio a lutas contra os Demolidores, uma corrida de Matt em entender o que aconteceu com a moça que assombra suas lembranças, ao mesmo tempo que tem que lidar com mais lições de vida com Stick, o que inclui derrotar um grupo de Virtuosos.
O final é um primor, com Stick finalmente indicando que Matthew Murdock é mestre de si. Uma sequência muito bem desenhada, prova de mais uma passagem boa de Demolidor nos anos 90, geralmente ignorada pelo público e crítica. Vale totalmente a leitura.
Wolverine & Elektra & Stick
Wolverine #100 (1996). Uma das mais emblemáticas e piores histórias do Wolverine, com o inesquecível mood de cachorro sem nariz que o escritor Larry Hama decidiu aplicar no personagem que ajudou a tornar um dos símbolos dos anos 90. Na trama, em uma antiga catacumba desconhecida, Tyler Dayspring, o filho louco de Cable (antes ele era Tolliver, vilão-plot das histórias da X-Force de Rob Liefeld), agora chamado Gênese, quer tomar o lugar de Apocalipse.
Para ajudá-lo, conta com os Cavaleiros da Tempestade, antigos asseclas do Apocalipse. Mas ele quer um Cavaleiro da Morte para chamar de seu. E quem melhor que o mais perigoso assassino do mundo? Wolverine vinha passando por um processo de “involução” feral devido aos graves ferimentos que sofreu na x-saga Atrações Fatais (1993), quando Magneto arrancou seu esqueleto de adamantium.
No meio da história, vemos Stick (não é um flashback!) e Elektra em um lugar distante em meio a a montanhas, sentindo que um guerreiro saiu do “caminho” (“the path“). Tyler decide capturar Wolverine e reaplicar o metal nos ossos e garras do baixinho, mas tudo dá muito errado. O processo é encerrado antes, e em meio a uma explosão de cacos de adamantium, Wolverine escapa. Ele mata todos os Cavaleiros da Tempestade — um por um — e mata também Tyler, em sequências incríveis na arte de Adam Kubert. Pena que o Wolverine é um cachorro sem nariz agora…
Por fim, nas últimas páginas, Elektra decide que vai encontrar Wolverine e recolocá-lo no caminho, com Stick reforçando ela para fazer isso. A partir daqui, teremos um inusitado crossover de histórias em duas revistas, Wolverine e Elektra.
Wolverine #103 (1996). Elektra encontra Wolverine e aplica nele diversos testes marciais para determinar o quanto a perda dele (inclusive de aparência humana) está guiando seus passos, e consequentemente o afastando do “caminho”. Importante notar aqui que Logan se lembra de uma antiga lição de Ogun, o mestre ninja que o treinou na juventude — guarde essa informação.
Wolverine #104 (1996). Mais uma edição importante, e falaremos dela mesmo que Stick não apareça. Na Mansão X, o aborígene Teleporter, aliado dos X-Men, revela e revive diversas memórias de Elektra e Wolverine com seus misteriosos poderes. Logan revê a trágica morte de Mariko Yashida, um dos seus grandes amores. Quando Elektra tenta intervir, ela menciona Stick, ao que Teleporter imediatamente para o que estava fazendo e olha intrigado para ela — sim, os dois velhos se conhecem de alguma maneira (mesmo que isso nunca mais tenha sido abordado — o roteiro é de Larry Hama, com desenhos de Val Semeiks.). O aborígene faz Elektra reviver memórias e alucinações com seu pai morto.
Mas o que é relevante aqui é que Wolverine e Elektra ficam a par sobre a origem do vilão Massacre. Teleporter leva a dupla pelo tempo até o momento da “criação” do vilão, em um dos momentos mais reveladores da época, já que Massacre estava se alastrando por todos os títulos da Marvel.
Wolverine #105 (1996). Uma edição histórica para Stick. A única capa da Marvel Comics que tem o mestre cego, que finalmente aparece em pessoa (ou seria espírito?) para Logan. O herói salva uma criança de um prédio em chamas, e lá tambepm encontra Stick, que tenta dar mais lições — sempre à sua maneira — para que Wolverine retome o “caminho” de algum jeito. Stick é tão mala que Logan se parece muito com Matt aqui, um efeito que apenas ele consegue fazer. Uma grande sequência, por Larry e Val.
Elektra #1 (1996). Primeiro gibi da Elektra, com roteiro de Peter Milligan e arte do desenhista brasileiro Mike Deodato, com toda a pompa sexy e exagerada do estilo anos 90 de super-heróinas hipersexualizadas. O roteirista estabelece aqui que Elektra está tentando uma nova vida, como dona de um dojo de artes marciais e dançarina, a despeito de eventuais atividades de vigilantismo por parte dela. Wolverine aparece aqui com sua aparência normal, possivelmente um erro de continuidade.
Elektra #2-3 (1996). Elektra tem um confronto terrível com o Mercenário, e para variar, Stick aparece para ela como lembrança/aparição para dar aquela forcinha na moral e reerguer a moça para derrotar o vilão. Infelizmente, o Mercenário, além de ser um dos lutadores mais formidáveis e letais do planeta, também é um fdp de marca maior, e usando um antigo adereço do pai de Elektra, distrai a moça, que fica tentado a matá-lo.
Ela resiste e um homem é ferido mortalmente na frente da filha, Nina, uma tragédia que lembra a da própria Elektra. A edição seguinte mostra o dilema da assassina em ajudar a pequena órfã, largada nas ruas, e encontrar um misterioso novo lorde do crime na cidade, chamado O Arquiteto, que está buscando todo tipo de criminoso cruel e letal — foi ele quem lançou Mercenário contra Elektra. Esse vilão também estaria envolvido na morte do pai de Natchios.
Ela então procura ajuda de Wolverine, que indica o Doutor Estranho para ela, já que esse inimigo parece ser mais velho que o Ancião, o mestre místico que treinou Estranho (guarde esse nome também).
Wolverine #110 (1997). Um Wolverine ainda cachorro (mas com nariz) aparece aqui em uma aventura com Shaman, seu antigo companheiro de Tropa Alfa, contradizendo a aparição normal dele em Elektra #1, o que deixa duas possibilidades: erro editorial ou que Logan estava usando um indutor de imagens (porém isso não é dito em momento algum). Stick aparece em uma lembrança de Logan na edição #110, mas é na seguinte que temos finalmente as razões do mestre ninja do Demolidor e Elektra estar interagindo com o mutante selvagem.
Wolverine #111 (1996). Com arte de Anthony Winn, finalmente o herói está de volta à sua forma humana (ainda que um pouquinho curvado e conversando rosnando, indicado pelas fontes diferentes nos balões de fala). É isso, sem cerimônia alguma, Logan voltou ao normal, sem mais explicações.
Juntando os cacos pós-Massacre, Wolverine retorna para a Mansão X, que está sendo reconstruída. Ele recebe um pacote particular de Zoe Culloden, uma agente da organização Landau, Luckman e Lake, uma misteriosa agência de espionagem para qual Logan trabalhou no passado, que tem alcance multiversal (!). Trata-se de uma misteriosa caixa, cujo conteúdo não é revelado.
Em um momento típico dele para relaxar, o mutante programa uma sessão na Sala de Perigo. Mas as coisas saem do controle quando uma entidade demoníaca surge fora da programação, ameaçando e atacando Wolverine, que ainda tem que lidar com um aparente zumbi de sua falecida amada, Mariko Yashida.
Do nada surge Stick para salvar o mutante, e acalmar o zumbi, que ao que parece, era da Mariko mesmo (!!).
O mestre ninja releva finalmente a razão de ter colocado Elektra para ajudar Logan a recuperar o “caminho”. A entidade demoníaca é um antigo inimigo de Logan, que está prestes a se tornar uma ameaça muito maior para todo mundo caso não seja detido. E Wolverine é o único que pode fazê-lo. E tão misteriosamente quanto surgiu, Stick desaparece. A edição seguinte mostra Logan de mudança para um apartamento no East Village, na Baixa Manhattan. Em certo momento, Logan vê um sinistro mímico andando pela rua com um monociclo, para depois encontrá-lo dentro de seu apê.
Wolverine #113 (1997). Com roteiro de Larry Hama e arte de Leinel Francis Yu (em começo de carreira), a história já entrega tudo. O mímico começa a provocar e lutar com Wolverine, e quer a misteriosa caixa que Logan estava guardando. Ver o objeto novamente joga Logan em meio a longínquas lembranças. Ele está em Xangai, nos anos 1930. Jovem e bebendo pelas ruas, acaba se envolvendo em uma confusão com soldados imperiais japonesas, que dominavam na época a China. Eles estão atrás de um velho e um rapazinho (com bastão, e que não aparenta ser cego), que carregavam uma caixa misteriosa, a mesma que está com o mutante agora.
Logan ajuda a dupla contra os soldados, até que o líder deles aparece e interrompe a luta. Logan o desafia, e o impressiona a ponto do homem pedir que vá ao seu dojo de luta. Apesar de Hama não dar nomes, temos aqui a aparição do Ancião, o velho mestre místico que treinaria Stephen Strange para ser o Doutor Estranho, e seu aprendiz, ninguém menos que Stick. Que inclusive fica impressionado com Logan e seu lado selvagem, e deseja segui-lo — ele só não o faz porque o Ancião intervém, dizendo que ele tem seu “caminho” a seguir.
Logan também recusa o convite do chefe militar, cuja academia se chama Ogun Ryo Dojo. Para quem conhece o lore de Wolverine, já está entregue a trama também. Ogun é o velho mestre ninja que treinou Logan em sua juventude, e o que tivemos aqui foi a primeira interação dos dois. Foi graças à Ogun que Logan dominou seu lado animal e que conseguiu a maior parte de suas habilidades em artes marciais.
Essa aventura fecha o que Hama queria contar entre Stick e Wolverine. Logan seria um aliado necessário contra o iminente retorno de Ogun, que nos anos intermediários havia atuado como sensei de Wolverine e agora, como um samurai demoníaco fantasma, estava ligado ao artefato místico que Stick e o Ancião havia recuperado quase um século antes.
De volta à realidade, Logan pena para tentar lutar contra o mímico, que parece ser muito mais do que aparenta. Não fosse a intervenção das amigas Tempestade e Jean Grey, ele perderia a luta (e a caixa). Uma entidade demoníaca sai do mímico, tenta possuir Jean Grey, mas acaba mesmo no controle de uma moça que Logan tinha conhecido nos arredores do seu apê. A edição termina com Daimon Hellstorm, o Filho do Demônio, um dos vários personagens místicos da Marvel. Ele pressente um enorme perigo à vista.
As edições seguintes já não contam com a presença de Stick, mas é válido relatar como termina a trama. A entidade demoníaca é ninguém menos que Ogun, alguém que já estava morto tempo atrás (minissérie Wolverine & Kitty Pryde, de 1984-1985, de Chris Claremont), trazido de volta pelo próprio Hama em Wolverine #89 (1995) na forma de máscara (cujo mood visual é sua principal característica), e que agora tenta obter a caixa para renascer de forma completa.
Ele consegue isso sem a caixa ao conseguir possuir Lady Letal, inclusive revelando sua face para Logan no final, encerrando essa história que Hama estava contando. Nos números posteriores, o escritor teve que trabalhar no tema da saga Operação Tolerância Zero, e saiu do título pouco tempo depois. Nenhum outro roteirista retomou esse plot de Ogun + Letal, e ambos os personagens reapareceram separados depois sem mais explicações.
Elektra #7-8 (1997). Mais uma vez Stick como aparição para falar com Elektra, que nessa altura da trama está sofrendo para manter a vida de dona de dojo/dançarina/”mãe adotiva” da Nina (a mocinha que perdeu o pai), com uma série de super-vilões a acossando, ainda sob as ordens do Arquiteto, que se revela uma entidade demoníaca de milhões de anos (!), pertencente aos Deuses Anciões, seres mais antigos do Universo Marvel na Terra.
Na edição seguinte, Elektra descobre chefe da cia. de dança em que trabalhava tinha feito um pacto com o Arquiteto, em uma trama que mistura o Dr. Estranho, uma peça de dança e uma confronto com o vilão. No final, Stick surge para Elektra para ela contrapor o que está fazendo na vida e sua atividade de “ex-assassina em atividade”.
Elektra #-1 (1997) Flashback (calma) com a Elektra pouco após terminar com Matt na época da faculdade. Antes de ir para a Europa, ela foi para NY tentar encontrar os responsáveis pelo assassinato do pai. Stick já tinha advertido para o rapaz se afastar dela, e chega até a ameaçar a moça em pessoa (contradizendo o contexto da primeira aparição dos dois no Demolidor de Frank Miller). Roteiro de Peter Milligan.
Elektra #14 (1997). Larry Hama, o escritor de Wolverine, assume o título da Elektra no lugar de Milligan. Elektra entra em colapso após falhar em salvar a vida de Nina de Kuroyama, um perigoso ninja do Tentáculo. Vagando pelas ruas, ela encontra Stick, que para variar, dá uns conselhos para ela. Wolverine também aparece aqui e ajuda Elektra a derrotar alguns ninjas.
Elektra #17-19 (1998) O final do título é conduzido por Hama (arte ainda de Deodato). Nina revive como uma ninja do Tentáculo (ah, vá) e dá um trabalhão para Elektra. Stick faz suas aparições como de costume, até mesmo em “seu local de origem”, no caso, a colina dos Virtuosos, para onde Elektra leva Nina para se curar. A última edição, no entanto é uma queda em espiral na vida da grega, com a polícia, o Tentáculo e a máfia atrás dela, com seus amigos e colegas perseguidos. E Nina, ao que parece, era uma agente do Tentáculo de fato, abrindo as portas do refúgio dos Virtuosos para os ninjas assassinos. Hama finaliza a revista com Elektra jurando retomar sua vida.
Sem fantasmas nos anos 2000
Daredevil Ninja (2000). Escrito por Brian Michael Bendis e com arte de Rob Haynes, vemos aqui o Demolidor atrás de um grupo misterioso que rouba o cajado de seu mestre. Os eventos anteriores, com Stick aparentemente de volta a (um tipo de) vida, são ignorados. Na verdade, é Stone, dos Virtuosos, que busca a ajuda do Demolidor para derrotar uma célula do Tentáculo, junto com outros ninjas dos Virtuosos. Essa revista leva o selo de Marvel Knights.
Vale a pena citar que Bendis começaria um ano depois, em 2011, um longo run do título do Demolidor, com 55 edições que quase rivaliza em qualidade com o de Frank Miller. Em nenhum deles o Stick aparece. Nem mesmo em flashback.
Elektra #19 (2003). Mas ele apareceu em flashback em mais um título da Elektra, essa época conduzida pelo roteirista Greg Rucka. Os desenhos são de Carlos Meglia, que nos oferece o Stick mais cartunesco já visto nos quadrinhos até então. Ah, ao menos aqui o flashback dele não é da Elektra, e sim de uma amiga sua…
Daredevil #91 (2007), #500 (2009). A primeira tem um flashback padrão de Stick com Murdock, e a segunda tem algo mais elaborado, ainda mais que é edição comemorativa de 500 números da revista do Demolidor (juntando todas as séries até então. Ambas são escritas por Ed Brubaker, o sucessor de Bendis no título regular do Demolidor. Vemos aqui Stick em histórias antigas, ainda na época dos Virtuosos, quando assume a liderança da equipe, no lugar do antigo, o Mestre Izo, figura recorrente na mitologia do Demolidor desde sua estreia, em Daredevil #112 (2008). Textos de Brubaker e arte de Michael Lark.
Izo foi um dos membros fundadores do Tentáculo, que no início era um clã ninja de assassinos comuns, e não adoradores do demônio. Ele se cegou para poder “enxergar melhor o mundo” e desenvolver seu senso de radar, muito semelhante ao que Matt tem. Ele deixou o Tentáculo quando o clã se tornou diabólico, criou os Virtuosos para combatê-los, e perdeu a liderança do grupo para Stick, por estar interessado demais em jogatina e bebedeira (!!).
Brubaker essencialmente criou seu próprio Stick com Izo para lidar com toda a temática do Tentáculo em suas histórias criminais do Demolidor. Essa edição #500 — que termina com o Demolidor aceitando ser líder do Tentáculo (!!!), acreditando assim “domar” o clã –, tem várias histórias especiais, incluindo uma escrita por Ann Nocenti com arte de David Aja.
Vale citar alguns acontecimentos anteriores na revista do Wolverine. Em 2004, o escritor Mark Millar assumiu o título do mutante, com arte de Romita Jr. E em sua edição #20, o Tentáculo retorna para acabar com o x-man.
Tudo começa quando um lendário agente da HIDRA chamado Kraken entrega uma espada lendária a Tomi Shishido, o letal Gorgon, mutante que tem o poder de matar qualquer pessoa com o olhar. E ele só quer uma coisa: ser o líder supremo do Tentáculo.
Gorgon comete suicídio, é revivido como Sumo Sacerdote pelo Tentáculo, e faz uma aliança com o grupo Aurora da Luz Branca (que ele liderava antes) e a HIDRA. Ele consegue a lealdade (e amor) de Elsbeth von Strucker, a esposa satanista do então líder da organização nazista, Barão Von Strucker (aquele mesmo das histórias de Wolverine em UXM #268). Juntos, eles conseguem derrotar Wolverine, matá-lo e revivê-lo como um agente assassino do Tentáculo.
O mutante matou dezenas de agentes da SHIELD e heróis, e até Elektra, que depois dos eventos em seu título solo atuava como agente freelancer para a SHIELD, foi morta por Gorgon, sendo mais uma vez revivida como uma assassina pelo Tentáculo. Com muito custo, os dois são curados da lavagem cerebral, e Logan consegue sua revanche contra Gorgon.
Depois disso, Elektra liderou o Tentáculo por um tempo até ser morta. É então revelado que essa Elektra era uma impostora Skrull, uma raça de aliens transmorfos do Universo Marvel. Esse fato foi o pontapé inicial para a saga Invasão Secreta (2008), escrita por Brian Michael Bendis, com arte de Francis Yu, quando descobrimos que esses aliens inflitraram ao menos um membro em cada superequipe e pessoas próximas da comunidade superhumana da Terra.
Uma facção do Tentáculo, liderada por Lorde Hirochi e sua tenente, Lady Mercenária, pretendia fazer de Demolidor seu novo líder, uma oferta que ele rejeitou, até ver que o Rei do Crime podia assumir esse posto. Mas o gordão não desistiria tão fácil, nem a Mercenária de ser deixada em segundo plano. E é o Demolidor o vencedor dessa batalha tripla.
O Tentáculo agora tinha a a liderança do Demolidor. O fim da Invasão Secreta foi o início do Reinado Sombrio (2008-2010), um mood de saga que permeou todas as revistas da Marvel, com Norman Osborn, o ex-vilão psicopata Duende Verde, no comando da SHIELD, Vingadores e controle geral da aplicação da lei e do sistema de justiça, onde criminosos secretamente podiam fazer seus negócios com a bênção do (ex?) vilão.
É neste contexto que o Demolidor busca usar o Tentáculo para combater o sistema de corrupção e poder de Osborn, com o ápice na saga Terra das Sombras (2010), escrita por Andy Diggle, quando Murdock decide enfrentar e matar qualquer um que fique no caminho de sua justiça — era a Besta-Fera já se manifestando por meio dele. Essa saga foi a última aparição do Mestre Izo nos quadrinhos da Marvel.
O Torneio de Campeões
Daredevil #25 (2013). O escritor Mark Waid e o desenhista Chris Samnee trazem Stick aqui como…vocês sabem, né? Nem vou escrever.
All-New, All-Different Point One (2015), Contest of Champions #1-10 (2015-2016). Finalmente, a Marvel Comics oficializa a ressurreição de Stick, mas longe, muito longe da mitologia mística-“realística” do lore do Virtuosos, Tentáculo e Demolidor, e sim em escala cósmica.
Na trama do escritor Al Ewing, baseada diretamente nos pós-eventos das Guerras Secretas (2015), do escritor Jonathan Hickman, temos uma constelação de personagens da Marvel Comics de diferentes realidades, universos, dimensões e pontos temporais em um desafio de lutas uns contra os outros, organizado pelo Grão-Mestre, um dos Anciões do Universo, e o Maestro, uma versão maligna do Hulk do futuro. E Stick é um deles, trazido de volta à vida no meio de toda essa confusão multiversal.
Usando o poder de uma substância chamada Iso-8, o Colecionador trouxe Stick de volta à vida (e outros) para usá-lo como um peão em seu Torneio dos Campeões. Stick aparece em quase todos os números da série e em algumas capas. Na #4 está em destaque lutando contra uma Elektra Mercenária (exatamente isso). A edição inclusive relembra o momento da morte de Stick e como que ele retorna aqui, pelas mãos do Grão-Mestre.
Na mesma revista, ele derrota o Sentinela (um dos “Superman” da Marvel), o que deixa Ares (o Deus grego da Guerra) de queixo caído. Na edição #8 o velho mestre e o super-herói louco são mortos por Jake Gallows, o Justiceiro 2099, mas na edição final revela-se que um envelhecido Rick Jones, da mesma realidade do Maestro, era Stick disfarçado. Eles ajudam os outros heróis a derrotar o vilão, e aparentemente Stick é um dos poucos que consegue retornar para a Terra-616, a continuidade regular do Universo Marvel.
O retorno de Stick por Zdarsky
Daredevil #25 (2021). Stick aparece como lembrança e ajudando em pessoa (espírito? ao que parece, não, dado os eventos de Contest of Champions) a Elektra nesta história escrita por Chip Zdarsky e Marco Checchetto. O escritor foi outro que ficou um bom tempo no Demolidor, e seu run também é um dos mais elogiados do personagem. Parte do que ele trouxe ao lore é a criação do The Fist (“O Punho“, em tradução livre), um clã de guerreiros de elite criado há séculos como o lendário rival do Tentáculo (o que se perde com adoção de Hand/”Mão” como Tentáculo no Brasil).
Nesta edição, Elektra procura Matthew Murdock, que estava na cadeia novamente (o run de Ed Brubaker já tinha feito isso), e que estava dado como morto novamente (o run de Chichester e DeMatteis já tinha feito isso) para se juntar ao Fist e Stick para lutar contra o Tentáculo. O herói recusa, falando que Elektra não é digna, seja lá o que diabos isso significa. A revista termina com Elektra decidindo mudar isso, e assume o manto e nome de…Demolidora.
Daredevil: Woman Without Fear #1 (2022). A primeira edição de Elektra como Demolidora. E adivinha? Stick aparece como? Sim, isso mesmo. Roteiro de Zdarsky e arte de Rafael de Latorre.
Daredevil #1-14 (2022-2023). Chip Zdarsky conduz esse novo título de Demolidor com a mesma trama ninja anterior, mas ampliando o escopo muito mais. Ainda com Marco Checchetto na arte, que consegue fazer lindas composições e entregar um mood visual de lutas e cenas estáticas muito estilosas, temos aqui mais um run do Demolidor que é imperdível.
Apesar de Stick não aparecer na primeira história de Chip e Marco, ele está na secundária, de Chip e Rafael de La Torre (que também fará muitas de Demolidor), com Elektra e Stick acertando os ponteiros antes de colocarem em prática seu plano de salvar o mundo do Tentáculo.
Stick aparece nos números #1, 4-9 e 12-13. O velho está de posse de livros de profecia do Fist, que indicam que o clã precisa de um rei e de uma rainha para serem seus líderes. A cerimônia é feita e Matt e Elektra viram efetivamente marido e mulher. Um fato novo contra seus inimigos é que o Tentáculo está sob o controle de um novo líder, Frank Castle, o Justiceiro (eles queriam o maior assassino do mundo, e bem, era ele mesmo, né). O clã maligno também está de posse das almas dos líderes mundiais, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, que acaba morto devido às ações de Elektra, deixando-a ela na mira das autoridades.
Para fazer força contra isso, Demolidor e Elektra começam o recrutamento de mercenários e aliados, como o psicólogo e terapeuta de super-heróis Doc Sasquatch e o detetive policial Cole North, além de vários supervilões libertados da prisão Myrmidon. Após meses de treinamento e trabalho, o Fist enfrenta o Tentáculo, com Demolidor derrotando o Justiceiro, mas perdendo a batalha. Ao menos eles fogem com um talismã mágico que poderia ser usado para destruí-los de uma vez por todas.
Na edição #9 era para ter o segundo round com vantagem para o Fist. No entanto, antes que essa vitória final pudesse ser alcançada, um ataque coordenado pelo Tentáculo abala ainda mais Murdock. É revelado que Foggy Nelson e Stick estavam mortos há meses, substituídos por impostores zumbis (no caso de Stick deve ter sido logo depois de Contest of Champions, então?)
Para piorar, devido à fuga de supercriminosos de Myrmidon, o Demolidor deixou o Fist no radar dos Vingadores — e do Homem-Aranha –, que chegam bem na hora que a sede do clão estava sendo bombardeado pela rica família Stromwyn (criminosos que rivalizam com Wilson Fisk). No meio da briga, uma avalanche termina por destruir a sede do Clã Fist. Demolidor retorna para NY, se rende aos irmãos Stromwyn , e arranca os próprios olhos para ganhar a confiança deles, tudo para obrigá-los a libertar todos seus amigos, feitos prisioneiros (a família criminosa têm poder político para isso).
Em Daredevil #12, Demolidor reencontra em uma montanha do Japão seu antigo pupilo, Ponto Cego — introduzido no run do escritor Charles Soule e o artista Ron Garney, de 2015 a 2018, onde Stick nunca apareceu, nem como flashback — ,guardando uma caverna misteriosa, a mando de Stick (que aparece como lembrança desse fato pra ele).
O rapaz inclusive está com a espada descrita no livro de profecias do Fist, mas Matt se pergunta qual Stick fez isso, o verdadeiro ou aquele zumbi do Tentáculo. De qualquer maneira, Elektra surge para levar seu marido de volta aos EUA. Com o fim de Frank Castle como líder do Tentáculo, a organização vai buscar outro comando.
Mas Matt está determinado a tudo para alcançar a Besta-Fera e destruí-la em seus domínios, acabando assim de vez com a organização. Ele ainda tem que conseguir encontrar um meio de resgatar as almas dos líderes mundiais, de Foggy e Stick. E o métdod que ele encontra não poderia ser outro: ir aos domínios infernais da Besta-Fera. Elektra tenta impedir, mas Murdock faz com que ela o mate. Assim, no além, o Demolidor consegue adentrar o Reino da Besta.
Chip Zdarsly quis o épico na edição #13 (ele bem que tentou), com o Demolidor lutando contra demônios para libertar Stick e os outros. É revelado o nome da Besta-Fera como Krahllak e que o Fist, na verdade é um clã tão maligno quanto o Tentáculo, já que eles servem a outro demônio, a irmã da Besta-Fera.
Murdock entende que nem tudo está perdido, já que sua verdadeira devoção é o amor que sente pelas pessoas que quer bem, um sentimento mais puro e poderoso que somente Deus pode dar. Assim, ele consegue derrotar os demônios, resgatar quem queria, mas se sacrificando no processo.
Stick e Foggy foram revividos.
Matthew Murdock está morto.
Mas 6 meses depois do ocorrido, de algum jeito, ele está vivo.
Aparentemente sem memórias.
Vivendo como Padre Murdock.
Elektra é a nova Demolidora.
E Stick ainda não apareceu nas novas histórias.
Mas a gente sabe que na mitologia do Demolidor, tudo é ciclo.
Aguardemos os próximos gibis.
/ TARTARUGAS NINJAS. Quando os artistas Kevin Eastman e Peter Laird criaram uma história em quadrinhos de jovens tartarugas mutantes ninjas em 1984 de modo independente, eles inseriram diversos elementos das histórias do Demolidor de Frank Miller nas histórias de maneira despretensiosa. Inspirados por seus ídolos Jack Kirby, George Lucas e o próprio Miller, Eastman e Laird fundaram o Mirage Studios para produzir quadrinhos independentes e, juntos, lançaram Tartarugas Ninjas, uma inusitada criação que combinava artes marciais com elementos de HQs de super-heróis e filmes de ação e sci-fi. Logo após a primeira edição, as quatro tartarugas se tornaram um fenômeno nas comic shops dos EUA.
Com o sucesso, o que estava programado para ser uma única revista virou uma das séries mais divertidas dos quadrinhos, que bateu em vendas grandes títulos da Marvel e da DC, e que se alastrou por outras revistas, séries animadas, videogames e filmes live-action.
A conexão mais direta é que a substância radioativa que deu origem à mutação das tartarugas em seres antropomórficos, seria a mesma que cegou o jovem Matt Murdock. Mais até, o mesmo composto químico caiu em um bueiro da rua bem onde estavam as tartarugas, o que deu origem a todos ao mesmo tempo. A cena inclusive está desenhada na HQ.
A segunda conexão é o mestre das tartarugas: Splinter, um termo em inglês que pode ter diferentes significados, dependendo do contexto, mas em que um deles é bem óbvio. Splinter pode ser um pequeno pedaço de madeira, uma farpa (de metal, vidro ou outro material) que se rompeu ou foi quebrado de um pedaço maior, o que leva diretamente ao significado de Stick.
Na versão concebida por Eastman e Laird — a HQ é muito mais violenta e sacana que qualquer outro material derivado –, Splinter era originalmente um rato de estimação do mestre de ninjutsu Hamato Yoshi. Yoshi foi exilado do Japão para Nova York devido a uma disputa com seu rival, Oroku Saki (que mais tarde se torna o vilão Shredder, conhecido como Destruidor no Brasil). Enquanto estava em Nova York, Yoshi foi assassinado por Saki.
O rato de estimação de Yoshi, que tinha aprendido artes marciais imitando seu mestre, acabou caindo em um esgoto e foi exposto a mesma substância radioativa que as tartarugas tiveram contato. O ratinho se transformou em um rato enorme antropomórfico e altamente inteligente, pegando para si as quatro tartarugas, as quais batizou com nomes de artistas italianos da Renascença — Leonardo, Michelangelo, Donatello e Rafael — e criou como seus filhos. O nome do clã de Oruku Saki? The Foot, ou “O Pé”, em uma referência direta ao Tentáculo, que se perde na tradução do seu nome original “The Hand”/”A Mão”.
/ DESENHO ANIMADO. A única aparição de Stick em animações da Marvel foi em um episódio do seriado animado do Homem-Aranha dos anos 90. Claro, é um com a participação especial do Demolidor, em Framed (03×06, 1996), onde Peter Parker é acossado pelo filho do Rei do Crime, Richard Fisk. Ele procura a ajuda de um advogado, e Matt Murdock vem em seu auxílio. Logicamente, Stick aparece como flashback.
/ VIDEOGAME. Em 2003 a Fox lançou um filme do Demolidor, escrito e dirigido por Mark Steven Johnson, com o ator Ben Affleck como Matt Murdock/Demolidor, Jennifer Garner como Elektra, Michael Clarke Duncan como Rei do Crime e Colin Farrel como Mercenário. A trama não estabelece Stick como mentor do jovem Matt na infância. Mas no pequeno game de ação baseado no filme, Daredevil, produzido pela softhouse Glu Mobile, lançado no mesmo ano, para o console portátil da Nintendo, o Game Boy Advanced, Stick aparece (bem como outros personagens que não estão no filme).
/ CINEMA. O sucesso relativo do Demolidor garantiu um filme solo para Elektra, com a mesma Jennifer Garner no papel. O longa, dirigido por Rob Bowman, não tem o Demolidor, e foca em Elektra em uma trama que trouxe a ameaça do Tentáculo. Aqui finalmente temos Stick, interpretado por Terence Stamp, um dos grandes atores da indústria do cinema. O filme ainda tem Stone, interpretado por Bob Sapp, Nina McCabe, interpretada por Colin Cunningham, e até o ninja Kirigi, pelo ator Will Yun Lee. Stick foi o segundo personagem de história em quadrinhos interpretado por Stamp, depois que ele fez o inesquecível General Zod em Superman II (1980).
/ STREAMING. A plataforma de streaming Netflix trouxe a melhor versão de carne e osso de Stick, no seriado Demolidor (2015-2018), que teve 3 temporadas. O ator Scott Glenn interpretou Stick e participou de episódios nas duas primeiras temporadas (01×07,02×08,02×11,02×12,02×13) e também no seriado Defensores (01×02,01×03,01×04,01×05,01×06,01×07).
Demolidor foi produzido pela Marvel Television e a ABC Studios, com a 1ª temporada lançada em 2015 e a segunda em 2016. Em 2017, a Netlfix lançou Os Defensores, que juntou o elenco de Demolidor, mais os protagonistas e elenco de Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro (todos com a primeira temporada já lançada). A Netflix ainda lançaria outras séries, como Justiceiro, mas a Marvel em certo momento encerrou a parceria. A despeito disso, o elenco das séries parecem estar no radar da Disney, já que para 2025 está previsto uma nova série do Demolidor, Daredevil: Born Again, que trará grande parte do elenco original — senão todo ele, inclusive como cânon (história oficial) para o Universo Cinematográfico da Marvel, já que o Demolidor já apareceu no filme do Homem-Aranha e a série da Mulher-Hulk. Será que o Stick de Scott Glenn aparece novamente?
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