Valentina Vostok, a Mulher-Negativa da segunda formação da Patrulha do Destino, é uma das personagens mais interessantes da editora de quadrinhos de super-heróis DC Comics.
Uma ex-militar da Força Aérea Soviética que se torna uma super-heroína na Patrulha do Destino, uma das equipes mais famosas — e estranhas — do Universo DC e líder da Agência, uma das primeiras organizações secretas americanas de espionagem e monitoramento de metahumanos, e que se tornaria a base do Xeque-Mate, um dos braços da Força-Tarefa X, que coordena todas as equipes governamentais, na qual Valentina Vostok também teve parte.
A Valentina foi criada pelo escritor Paul Kupperberg e o desenhista Joe Staton na revista Showcase #94 (1977), na estreia da segunda formação da Patrulha do Destino.
Os números seguintes, #95-96 concluíram a introdução da nova equipe, criada a partir das cinzas da original — o gênio e cadeirante Niles Caulder era o Chefe, o fundador da Patrulha do Destino, que juntou Cliff Steele, o Homem-Robô, Rita Farr, a Mulher-Elástica e Larry Trainor, o Homem-Negativo, que se tornam os “super-heróis mais estranhos de todos os tempos“.
A Patrulha do Destino, Doom Patrol no original, é uma das mais clássicas equipes de super-heróis da DC, e precedem os X-Men em muitos aspectos: um líder sábio de cadeira de rodas, jovens vistos como desajustados, poderes bizarros que afetam o visual do corpo, população que não os compreendem e inimigos que são uma “irmandande”, “brotherhood” (Irmandade do Mal e Irmandade dos Mutantes Malignos).
Criada pelo escritor Arnold Drake e os artistas Bruno Premiani e Bob Haney em My Greatest Adventure #80 (1963), eles foram um sucesso e no número #85, a revista já mudou o nome para Doom Patrol, mas mantendo a numeração de #86.
Drake criou as histórias mais estranhas possíveis dentro da DC, com seus heróis salvando o mundo de ameaças bizarras como os vilões Cérebro, a Irmandade do Mal, o Homem-Animal-Vegetal-Mineral e muitos outros.
Em Doom Patrol #121 (1968), escrita por Drake e desenhada por Premiani, o General Zhal e Madame Rouge conseguem chantagear os heróis a trocas suas vidas pela de alguns pescadores.
E a Patrulha do Destino sofre um dos destinos mais trágicos dos quadrinhos, quando o Chefe, Homem-Robô, Mulher-Elástica e o Homem-Negativo morrem em uma explosão.
Paul Kupperberg era tão fã da equipe que durante todo o tempo que esteve na DC tentou trazer essa equipe de volta, e foi isso que fez nos três números de Showcase.
Ele ainda traria a nova Patrulha em aventuras com o Superman e Supergirl, e usou Valentina Vostok como líder da Agência antes da reformulação criativa e comercial da Crise nas Infinitas Terras, um reboot para eliminar o peso de 50 anos de cronologia e dar vida nova (e interesse de vendas!) para seus personagens.
A Patrulha do Destino escapou intacta das revisões, e grande parte do que foi construído por Drake e Haney se manteve, e Kupperberg teve enfim a sua chance de lançar um novo título dos heróis.
A tentativa de revitalizar os personagens na Patrulha do Destino de Kupperberg durou por algum tempo, mas não resistiu aos roteiros genéricos do autor.
E por mais que Valentina Vostok possa ser interessante com seu background de militar desertora russa e improvável líder de organização americana de espionagem, ela era uma cópia feminina de Larry Trainor (ambos são até pilotos!), e o cara foi trazido de volta depois de um tempo.
Kupperberg deixa a revista da Patrulha do Destino no número #18, e é substituído por ninguém menos que Grant Morrison, que revolucionaria os quadrinhos de super-heróis com a revista.
Ele não aproveitou a Valentina Vostok, já que Kupperberg a levou para seu título Xeque-Mate. Até porque nas histórias construídas por Morrison, a energia negativa de fato “preferia” Larry, e o acabaria por transformá-lo em Rebis, uma versão ainda mais poderosa do Homem-Negativo.
Depois de algum tempo, Valentina Vostok caiu em um limbo do qual foi difícil escapar.
Ela ficou fora do radar dos escritores da DC por quase 20 anos (!), até que em 2008 o escritor Greg Rucka a trouxe para um novo título do Xeque-Mate, aproveitando seu passado militar e de espionagem.
Com o reboot os Novos 52 (que dessa vez jogou no lixo 80 anos de cronologia, inclusive o pós-Crise), Valentina Vostok ficou em mais um limbo editorial, sendo trazida apenas no soft reboot Doomsday Clock/Relógio do Apocalipse pelo escritor Geoff Johns — e ainda de um jeito que não dá pra ter certeza que é mesmo de Vostok por de trás das bandagens dessa Mulher-Negativa.
Valentina Vostok, como Mulher-Negativa, libera uma forma energética (como uma sombra) que é extremamente poderosa: tem superforça, pode voar perto da velocidade da luz, pode alternar seu estado de solidez até se tornar intangível e pode explodir coisas com um simples toque.
O limite para essa forma energética ficar separada de Val é de 60 segundos. Excedido esse tempo, ela pode entrar em coma e até morrer.
O fato de uma ex-militar soviética ser uma heroína americana já é grande e interessante por si só, e entre os grandes momentos de Valentina Vostok na DC Comics, estão uma vitória em cima do Superman quando fora de si; a liderança da Agência e a salvação do mundo ao lado do poderoso e misterioso Vingador Fantasma; a sua própria participação na Patrulha do Destino; sua retomada de trabalho de espiã e estrategista no Xeque-Mate em duas ocasiões; e até sua participação-chave em Doomsday Clock, uma saga que aproximou o complexo industrial-militar e o mundo da espionagem no Universo DC como nunca antes.
Patrulha do Destino, a segunda formação
Joe Staton
O desenhista Joe Staton é um veterano dos quadrinhos. Ele começou a carreira na editora Charlton Comics em 1971, onde ganhou espaço com o título E-Man.
Ele também fez trabalhos para a Marvel Comics e Warren Publishing nos anos 1070. Na DC Comics, ajudou a revitalizar a Sociedade da Justiça da América, incluindo a origem da equipe e a morte do Batman da Terra-2 — esse um clássico dos quadrinhos, publicado em Adventure Comics 462 (1979), escrita por Paul Levitz.
Os trabalhos de destaque de Staton foram um longo run na revista do Lanterna Verde, em Green Lantern #123–155, 188–205 (1979–1982, 1985–1986) e a megassaga Millennium #1–8 (1988).
Um dos destaques, já que estamos falando do co-criador da Mulher-Negativa, é outra contribuição dele para os quadrinhos quanto à URSS.
Em Green Lantern Corps #208 (1987), Staton e o roteirista Steve Englehart criaram os personagens soviéticos mais famosos da DC, os Sovietes Supremos (Rocket Red Brigade, a “Brigada dos Foguetes Vermelhos”, no original), soldados em poderosas armaduras cheias de armamentos e equipamentos de última geração.
É o alienígena Kilowog, um Lanterna Verde, quem ajuda os cientistas soviéticos e Mikhail Gorbachev, Secretário Geral do Partido Comunista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (figura como o Presidente do país), a construir as armaduras. O político inclusive aparece na história.
A URSS era um Estado Multinacional, formado por 15 repúblicas. Soviete Supremo era a denominação do Parlamento soviético. E soviete é assembléia em russo.
Para saber mais da União Soviética, leia esta matéria do Ômega Vermelho, vilão dos X-Men da Marvel publicado no mesmo mês que a URSS entrou em colapso.
ÔMEGA VERMELHO | 30 anos de um vilão ícone das HQs anos 90 e o fim da URSS
Joe co-criou a equipe Omega Men; a primeira Caçadora, Helena Wayne, filha da Mulher-Gato e o Batman da Terra-2; bem como a terceira Caçadora, Helena Bertinelli, filha de um mafioso que se torna uma justiceira nas ruas de Gotham City.
Paul Kupperberg
Paul Kupperberg sempre foi um grande fã de quadrinhos. Ele e Paul Levitz (que também seria escritor de quadrinhos e seria até mesmo o Presidente da DC Comics!) produziram o fanzine The Comic Reader entre 1971 and 1973 e o Etcetera entre 1972–1973.
Paul também foi editor de títulos como Superman, Action Comics, Supergirl e Superboy, bem como Lanterna Verde, The Brave and the Bold, Showcase, House of Mystery, Weird War Tales, Justice League of America, Ghosts, Aquaman, Adventure Comics e Star Trek (material licenciado do seriado Jornada nas Estrelas).
Foi Kupperberg quem co-criou o mago atlante Arion (junto com o artista Jan Duursema) em The Warlord #55 (1982), que teve sucesso o suficiente para ganhar sua própria minissérie em Arion, Lord of Atlantis, lançada no mesmo ano.
Ele também escreveu World of Krypton (1979); fez Secrets of the Legion of Super-Heroes no ano seguinte com Nelson Bridwell; e escreveu um trabalho em conjunto com o grande Rei, o escritor e artista Jack Kirby, pai da maioria dos personagens da Marvel e de verdadeiros tesouros na DC, como os Novos Deuses, em Super Powers (1985), onde retomam exatamente esses personagens divinos.
Kupperberg tem umas 1.000 histórias criadas, e apesar de estar fora do rol de grandes criadores, contribuiu para a mitologia dos quadrinhos de super-heróis com 2 grandes séries na DC Comics onde, não sem surpresa, Valentina Vostok têm participações:
* A maior parte da condução da revista do Vigilante, o “Justiceiro da DC Comics”, criado por Marv Wolfman e George Pérez em New Teen Titans #23 (1982), um título cheio de temas sociais, violência e nudez, precedendo em anos o selo Vertigo, a partir de Vigilante #16, 19–50, Annual #1–2 (1985–1988).
O Vigilante era o ex-promotor de justiça Adrian Chase, que teve a esposa e os dois filhos mortos por um mafioso que escapou da condenação e que se vingou. Com isso Chase se torna um justiceiro urbano, indo atrás de todos os criminosos que escapam da justiça. E ele mata a maioria. Essa é uma pequena, mas relevante diferença da sua contraparte da Marvel.
* E a criação do título de espionagem “realista” Checkmate #1–33 (1988–1991), com a organização secreta de agentes baseados na hierarquia do xadrez chamada Xeque-Mate, um conceito criado por Paul e os artistas Steve Erwin e John Byrne (outro veterano das HQs, grande fã da Patrulha), em Action Comics #598 (1988).
O Vigilante e o Xeque-Mate eram quadrinhos que eram vendidos no chamado mercado direto, nas lojas especializadas de comic shop. Isso permitia uma maior liberdade criativa e ousadia nas abordagens de roteiros, por isso a ousadia de temas de Kupperberg no Vigilante, e em certa medida, no Xeque-Mate.
Patrulha do Destino
Voltemos para 1977. Na história que concebeu para que a equipe renascesse, Paul Kupperberg dedicou ressuscitar um dos personagens originais e inserir três novos.
Valentina Vostok era uma tenente-coronel da Força Aérea Soviética que se torna uma desertora procurada quando rouba um caça experimental. Ela tinha intenções de ir até ao Estados Unidos e pedir asilo, mas a aeronave, por ser experimental, começa a apresentar falhas.
E ela é obrigada a fazer um pouso de emergência em um lago em Codsville, Maine, perto do local onde a Patrulha do Destino original foi morta pelo General Zahl e Madame Rouge.
A energia negativa de Larry Trainor, o Homem-Negativo, ainda permeava o lugar, e se ligou ao corpo de Val, que estava ferida na queda.
Arani Deshi, a até então desconhecida esposa de Niles Caulder, o Chefe, acredita com todas as forças que ele está vivo, e começa a recrutar algumas pessoas para ajudá-la nisso. E não demora para que o caminho dela se cruze com a de Val.
Com isso, Valentina Vostok assumiu a persona de super-heroína americana e se tornou integrante da nova formação da Patrulha do Destino, ao lado do veterano Homem-Robô (Cliff Steele, que sobreviveu à explosão que matou os integrantes originais) e Joshua Clay, o Tempestade, um homem negro com poderes de soltar raios energéticos, um dos pouquíssimos mutantes do Universo DC.
Vale citar também que Valentina e Joshua iniciam um romance, numa época que esse tipo de amor inter-racial não era comum.
Valentina Vostok agora é a Mulher-Negativa e vive várias aventuras na equipe, todas elas escritas pelo seu criador, Paul Kupperberg. E por “todas” entendam as três edições de Showcase.
Vale ressaltar a edição #96, com capa do desenhista Jim Aparo, que mostra mais do passado de Valentina e sua deserção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS para os EUA, com direito até a um agente federal americano querendo prendê-la e um agente soviético cibernético chamado Cossaco querendo fazer o mesmo.
Em Daring New Adventures of Supergirl 7-10 (1982), revista da Supermoça, Kupperberg, junto com o desenhista Carmine Infantino, criaram uma aventura tripla da heroína kryptoniana com a Patrulha.
Na revista DC Comics Present #52 (1982), Kupperberg e o desenhista Keith Giffen fazem Valentina perder o controle de sua forma energética, e é preciso até a intervenção do Superman para detê-la.
Foi o primeiro encontro dos personagens, e na revista também tivemos a introdução do Besouro Bisonho, um dos personagens mais loucos e divertidos das HQs, que precedem em anos as quebras de quarta parede com que a Mulher-Hulk e o Deadpool ficariam famosos nos anos 1990 na concorrente Marvel Comics.
A aventura é importante porque Kupperberg estabelece que a energia radioativa de Vostok começa a vazar pela sua pele, causando enorme dor, a ponto de deixar sua forma energética descontrolada, tanto que é preciso ninguém menos que o Superman para ajudar a deter.
No triste final da história, Valentina Vostok precisa de bandagens especiais para conter a radiação, e se torna enfim a Mulher-Negativa como de fato era Larry Trainor, inclusive ficando desacordada quando sua forma energética está solta.
A tensão dessa nova vida em cima de Valentina a fazem terminar com Joshua, e as diferenças entre os integrantes começam a ficar irreconciliáveis, e o grupo se desfaz.
Paul não conseguiu emplacar a equipe na primeira metade dos anos 1980, mas a Patrulha do Destino, bem como outros milhares de outros personagens da DC, participam da megassaga Crise nas Infinitas Terras (1985-1986).
Valentina Vostok reaparece ao lado de seus colegas, e sua deserção é abordada com destaque em uma página por um compatriota, o Estrela Vermelha, a identidade heroica de Leonid Konstantinovitch Kovar, integrante dos Novos Titãs, um dos primeiros super-heróis comunistas da história dos quadrinhos.
Ele foi criado pelos roteiristas Len Wein e Marv Wolfman e o artista Bill Draute em Teen Titans #18, publicado em 1968, o auge da Guerra Fria.
Depois de Crise, Paul foi deixando várias pistas que os personagens da segunda formação da Patrulha do Destino ainda estavam ativos.
Ele já escrevia a revista do Vigilante desde o número #20 (1985), e no número #36, em 1986, com arte de Denys Cowan, ele insere Valetina Vostok nas tramas do título.
Val agora é uma operativa secreta da Agência, um departamento do governo criado para monitorar a atividade dos combatentes mascarados autodenominados super-heróis, e se torna líder da organização.
De primeira, ela tem a missão de supervisionar as atividades do então estreante Pacificador, o louco combatente bélico antipacifista criado na editora Charlton Comics pelo escritor Joe Gill e o artista Pat Boyette em Fightin’ 5 #40 (1966), e recém inserido na continuidade da DC pós-Crise.
Foi Kupperberg quem trabalhou o personagem nessa reinserção, e ele fez sua estreia também em Vigilante #36.
Valentina estrelou 8 números do Vigilante, onde quase foi morta pelo louco do Pacificador e ajudou Adrian Chase a resolver suas pendências com a polícia, ainda que isso não tenha dado certo no final das contas.
Vale citar o excelente trabalho de Kupperberg em Vigilante, com sua gama variada de assuntos políticos abordados e incríveis diálogos e cenas de impacto.
Se Paul não é muito celebrado no meio, o seu Vigilante deveria. Chase era o protagonista, mas o promotor era tomado pelo remorso e ambiguidade de tomar a justiça pelas próprias mãos quando inocentes eram pego no fogo cruzado.
Diversas outras pessoas relacionadas ao Vigilante começaram a vestir o traje, querendo fazer o que ele muitas vezes desistia de fazer.
Na estreia das inúmeras reformulações de Crise nas Infinitas Terras, o título do Vigilante escapou ileso de revisões.
Mas havia toda uma enorme cartela de personagens disponíveis para recriações, caso de superstars como Superman, Mulher-Maravilha e centenas de outros.
Paul Kupperberg ficou com o Vingador Fantasma, personagem muito desejado pelos grandes roteiristas que apareciam na época, como Neil Gaiman (ficou com Sandman) e Grant Morrison (ficou com o Homem-Animal).
Na minissérie Phantom Stranger #1-4 (1987), desenhada pelos artistas Mike Mignola e P. Craig Russell, o protagonista Vingador Fantasma está em um trama macabra contra o vilão Eclipso que tenta destruir o mundo, onde Paul trouxe Valentina Vostok como coronel da Agência, e que tenta ajudar o Vingador, que está sem poderes na história.
O Vingador Fantasma já era um peso-pesado do universo místico da editora, usado em histórias do Monstro do Pântano, de Alan Moore, Senhor Destino, do J.M. deMatteis e o Espectro, de Doug Moench.
Val ainda tem que ouvir desaforos dos seus superiores, que custam a acreditar na magnitude da ameaça que Eclipso promove na trama. É uma grande chance de ver a personagem desenhada por mestres como Mike Mignola e P. Craig Russell. Foi o primeiro trabalho de Mignola para a DC Comics.
Além do Vingador Fantasma, Kupperberg fez a renovação de mais dois personagens. Power Girl 1-4 (1988), a minissérie da Poderosa, desenhada por Rick Hoberg, trouxe a antiga heroína kryptoniana, prima do Superman da Terra-2, para a DC pós-Crise, dessa vez com origens atlantes, ligada ao Arion (que ele também escrevia), e a minissérie do já citado Pacificador 1-4 (1988), com arte de Tod Smith., mostrado aqui depois de sua aparição em Vigilante e o confronto com Valentina.
O ano de 1987 é o ápice para os integrantes da Patrulha do Destino de Paul Kupperberg.
Em Secret Origins Annual #1 (1987), com roteiro de Paul e arte de John Byrne, temos o Homem-Robô sendo atacado por misteriosos soldados superequipados em uma mansão que pertencia à Niles Caulder.
A narrativa faz um retrospectiva de toda a trajetória da Patrulha do Destino original, bem como da segunda formação.
No fim da trama, descobrimos que é Valentina Vostok quem estava por de trás do ataque, em uma tentativa de trazer Cliff para a Agência.
Ela se arrepende vendo o antigo amigo e o deixa ir em paz.
Na revista do Vigilante, Valentina continua a gerenciar a Agência, envolvida a maioria das vezes de novo com o Pacificador.
Mas as atividades do justiceiro escalonam tanto que começa a respingar na Agência, já que Valentina optou a utilizar Adrian como agente freelancer algumas vezes.
Em Vigilante #47 (1987), Valentina Vostok deixa o comando da Agência, e seu amigo Harry Stein assume em seu lugar.
O último número da revista do Vigilante é o #50, naquele que é o mais chocante desfecho de um dos personagens dos quadrinhos de super-heróis, quando Adrian Chase, o Vigilante, se mata com um tiro na cabeça.
Todo o rol de personagens de apoio do herói é usado por Kupperberg no novo título que viria a seguir, o Xeque-Mate, montado em cima da antiga estrutura da Agência.
E Val se junta aos seus colegas em Doom Patrol #1.
Paul Kupperberg finalmente estava tendo sua chance de fazer sua Patrulha do Destino, dessa vez com o desenhista Steve Lightle.
De início, Kupperberg ainda mantém o mood de espiã militar de Val na equipe, com ela reportando as atividades para o governo. A série vai bem em algumas aventuras criativas, mas longe da estranheza fascinante do original.
Já no número #2 temos a volta de Larry Trainor, que não tinha morrido na explosão. Por diferenças criativas, o artista Steve Lightle deixa o título já no número #5. O espaço que deixou representou um grande problema, já que sua arte realista se aproximava de algo de Bruno Premiani do título original.
Quem veio no lugar foi o jovem Erik Larsen, que mantém um mood super-herói convencional mais evidente.
Vale citar o especial Doom Patrol/Suicide Squad, em que a Patrulha do Destino e o Esquadrão Suicida têm uma aventura conjunta na Nicarágua, onde o super-herói irascível Rapina iria combater os sandinistas (guerrilheiros comunistas contra o governo do país) e é capturado.
O Esquadrão é enviado para matar o Rapina e apagar qualquer traço de interferência americana no local, mas um agente governamental, que odeia Amanda Waller (líder da Força Tarefa X, que comanda o Esquadrão Suicida), dá um jeito de contatar e enganar Vostok para ir proteger o cara, a fim de provocar um desastre entre as duas equipes e prejudicar politicamente Amanda.
Kupperberg e Larsen criam uma história com o Superman em Doom Patrol #10 (1988), e John Byrne, escrevendo e desenhando Superman #20 (1988), finaliza.
A aventura do Azulão com a Patrulha é um confronto com o Metalo, numa brincadeira com os três personagens sendo “formados” de aço — Man of Steel, o “Homem de Aço”, uma das alcunhas do Superman, Cliff Steele (Steele como trocadilho com aço em inglês) e o próprio Metalo, um vilão que é um esqueleto metálico.
No andamento da revista Doom Patrol, Larry e Valentina começam a se estranhar, principalmente pelo fato da energia negativa estar com a moça e não com ele, a ponto dele se mancomunar com o vilão Reactron para retomar seus poderes, o que resulta em algo inesperado: quando a energia é violentamente arrancada de Larry, remove qualquer traço de radiação dele.
Paul não conseguiu criar algo original com sua Patrulha. Parecia estar competindo com os X-Men da Marvel, tanto que trouxe novos e jovens integrantes para a trama, como Rhea Jones, Scott Fisher e Karma, com os integrantes mais velhos servindo como mentores deles.
O número #15 marca o retorno do Chefe, que também sobreviveu á explosão, em uma trama que continua no número seguinte, que ainda conta com o retorno dos vilões General Zhal, Homem-Animal-Vegetal-Mineral, além de uma participação especial de um agente do Xeque-Mate.
No número #17, Arani é morta. A última edição de Doom Patrol de Paul Kupperberg é a #18, e ela desemboca diretamente na saga da Invasão! 1-3 (1989).
Valentina Vostok foi uma dos vários metahumanos afetados pela Bomba Genética. Essa saga é emblemática dentro do Universo DC por estabelecer a razão das pessoas ganharem poderes: o metagene é um gene que está em alguns poucos seres humanos, e que é ativado sob situações de estresse psicológico, químico, radioativo ou biológico.
Na história, diversas raças de extraterrestres querem destruir todos os super-heróis da Terra, formando a Aliança Alienígena. Uma de suas armas era a Bomba Genética, que ataca diretamente o metagene, na tentativa de neutralizar os heróis.
No caso de Valentina Vostok, em vez de morte e/ou descontrole/aumento de poderes, ela se livrou de vez da radiação e os efeitos corporais da energia negativa que carregava.
Kupperberg opta por entregar uma tábula rasa para o autor que assumiria a edição #19 de Patrulha do Destino. Assim, além de Arani, ele mata Scott Fisher na Invasão!, deixa Rhea em coma e faz Karma partir para o Esquadrão Suicida (onde ela morre em uma missão).
Ficam apenas o Homem-Robô, Chefe e Larry Trainor, agora com a energia negativa de volta em seu corpo. É assim que Grant Morrison assume os roteiros.
Mas Paul leva Valentina Vostok consigo. E a insere na revista do Xeque-Mate, num retorno aos seus tempos de Agência.
Enquanto isso, Grant Morrison faria história com sua Patrulha do Destino, um dos grandes trabalhos da história em quadrinhos de super-heróis.
Valentina Vostok e o Xeque-Mate
Valentina entra diretamente na primeira parte da saga Conspiração Janus, em Checkmate #15 (1990), que colocava em guerra todas as agências de espionagem dos EUA e personagens relacionados com complexo industrial-militar, como o Xeque-Mate, Esquadrão Suicida, Projeto Pacificador, Projeto Capitão Átomo, Nuclear, Caçador e outros.
O vilão por de trás do engenhoso plano de jogar uns contra os outros é o Kobra, organização terrorista criada em Kobra #1 (1976) pelo artista Jack Kirby, e que precede o grupo de mesmo nome da série de brinquedos Comandos em Ação.
Kupperberg usou Valentina Vostok em 12 números do título, com ela gerenciado as ações da organização e em operações de campo também.
Ela fica até o número #30, com o título se encerrando no número #33 (1991).
Valentina Vostok, tanto como personagem solo, tanto como integrante da Patrulha do Destino ou do Xeque-Mate, foi deixada de lado por longos 18 anos na DC Comics.
Não foi usada por todo os anos 90 — que teve uma megassaga soft reboot no meio Zero Hora (1994), onde poderia ter alguma participação.
Em 2004, John Byrne escreveu e desenhou 18 números de um novo título da Patrulha do Destino, mas não usou Valentina Vostok.
Na verdade, ele abandonou vários dos conceitos anteriormente apresentados por Grant Morrison e outros autores — até Paul Kupperberg — e retomou a pegada original de Arnold Drake.
Isso implicou ignorar diversos acontecimentos e sobrepor outros, inclusive alguns bem imbecis, como o fato do Chefe na verdade ter sido o causador de todos os “acidentes” que vitimaram os pobres integrantes da Patrulha, tudo para poder ter seus próprios super-heróis.
Em 2005, a DC fez mais um reboot, a Crise Infinita, que era uma espécie de continuação da Crise nas Infinitas Terras. De novo, Valetina Vostok está ausente.
Apenas em 2008 ela foi trazida de volta aos quadrinhos, pelo escritores Greg Rucka e Eric Trautman, de novo em um título do Xeque-Mate (organização recriada por conta dos eventos de Crise Infinita), em Checkmate #21-25, onde entra no lugar de Amanda Waller (supostamente morta) como Rainha Branca na organização.
A arte das 5 edições são dos artistas Chris Samnee e Joe Bennet (desenhista brasileiro). Vostok coordena ações militares para resgatar uma agente francesa da época da Segunda Guerra Mundial e tenta neutralizar uma ação terrorista da Kobra.
Do número #26 ao #31 (que encerra o título), quem assume o roteiro é Bruce Jones, que não usou mais Valentina Vostok — na verdade quase ninguém mais, optando por uma trama mais livre das amarras da organização.
O ano de 2008 ainda veria mais um (só que não) reboot (já perdeu as vezes de quantos foi, né?), chamada de Crise Final, escrita por Grant Morrison, e que pretendia ser mais uma reformulação do Universo DC. Foi a primeira vez que o autor revolucionário da Patrulha do Destino usou a Valentina Vostok como Mulher-Negativa em uma história.
E ele o fez sem explicar como que ela voltou ao seu mood antigo visual e ainda a mostrou já…morta?
Essa página da edição #4, desenhada por JG Jones, não deixa dúvidas, em uma cena de destruição na cidade de Blüdhaven.
Um mês depois, em uma edição spin-off, em Final Crisis: Resist, escrito por Greg Rucka, com arte de Ryan Sook, o Xeque-Mate é violentamente atacado.
Dessa vez, Valentina Vostok, como Rainha Branca da organização (e não como Mulher-Negativa), além de vários outros personagens, são todos mortos no ataque das forças de Darkseid.
Não há explicação possível para as incongruências.
Em 2010, na saga A Noite Mais Densa, a última da “velha DC” pós-Crise, Valentina Vostok retorna como uma zumbi Lanterna Negra, dessa vez em seu mood de Mulher-Negativa, e vai atrás de seus antigos colegas na Patrulha do Destino.
Isso é mostrado em Doom Patrol #4-6, com roteiro de Keith Giffen com arte de Justiniano. Destaque para a capa da edição #6, com todas as encarnações do Homem-Negativo junto com a Valentina como Mulher-Negativa, arte de Matthew Clark.
Novos 52, Renascimento e Apocalipse
No reboot dos Novos 52 (2011), que jogou fora quase 80 anos de cronologia e histórias dos heróis da DC Comics, a Mulher-Negativa só foi aparecer em Justice League #24 (2013), como uma personagem de um universo paralelo, vista em uma tela.
A revista foi escrita por Geoff Johns e desenhada pelo artista brasileiro Ivan Reis. Valentina Vostok nunca mais apareceria, até acontecer um novo reboot, só que não.
Em 2016, menos de 5 anos de ter rebootado tudo, a DC lançou mais um, o Renascimento, escrita por Johns de novo. Deu meio certo. Trouxe algo do pós-Crise para a cronologia, só que bagunçando ainda mais as coisas. Era preciso mais.
Em 2018, a DC então lançou a megassaga Doomsday Clock/Relógio do Apocalipse, que pretendia ser mais um reboot (!!), e de novo escrita por Johns. Era a esperada continuação dos eventos iniciados em Renascimento.
Mas algo deu errado no meio do caminho. A saga demorou quase 2 anos para ser finalizada, e apenas em 2020 foi concluída.
Mas o roteiro de Johns é bom. Ele já tinha começado a inserir elementos de Watchmen — maxissérie de 12 edições da DC Comics escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons, e que é a maior e melhor história em quadrinhos de super-heróis da indústria, e que a editora nunca tinha integrado ao seu universo regular — em Renascimento, e amarrou tudo em Doomsday Clock.
Personagens da realidade “realística” de Watchmen começam a aparecer no Universo DC Comics.
O artista Gary Frank desenha a saga em grande parte como Watchmen, com um grid de 9 quadros, e o roteiro de Johns brinca com a pegada realística de Watchmen e a hiper-realidade fantasiosa da DC na forma de antagonismo de dois personagens: o Superman, um deus superpoderoso que deseja ser mais humano, e o Doutor Manhattan, um humano tornado um deus superpoderoso cada vez mais distante da humanidade.
No meio de tudo isso, Geoff também inseriu o contexto geopolítico que permeia o Watchmen de Alan Moore e Dave Gibbons.
E com isso, a Mulher-Negativa tornou a aparecer no Universo DC, com toda a pinta de ser a Valentina Vostok por de baixo das bandagens.
Ela aparece junto a outros superseres russos, da equipe People’s Heroes (“Heróis do Povo“), ao lado do presidente do país, Vladimir Putin, que levanta uma perigosa questão a respeito das atividades de super-heróis nos Estados Unidos, focando especialmente no número absurdamente alto deles por lá.
A trama tem uma participação essencial da Mulher-Negativa, em especial no confronto com o herói Nuclear, pois é ela quem acerta o herói atômico com sua forma energética, provocando uma tragédia quando o rapaz cai apavorado e libera uma energia terrível que altera para sempre a vida de vários civis, verdadeiro pontapé para o o ápice da narrativa.
As edições que aparecem Valentina Vostok como Mulher-Negativa são Doomsday Clock #5, #8 e #12.
Vale citar que todo o background de espionagem que abordamos aqui com os personagens da DC é enriquecido por um aspecto de Doomsday Clock com suas notas explicativas no final.
Uma torna cânone (mais uma vez) o metagene apresentado em Invasão!, e outra em especial e bem legal é a “Teoria Supermen” (“Teoria Superhomens“), que trata da incrível coincidência de tantos superseres apareceram apenas nos EUA.
Na verdade, muitos dos heróis e vilões são frutos de experimentos e acidentes controlados e dirigidos por operativos escusos do governo para intencionalmente criá-los. O que incluí, por exemplo, o próprio Nuclear.
Você pode saber mais a respeito do complexo industrial-militar aqui.
No entanto, nenhum detalhe a respeito da Mulher-Negativa é revelado nessa saga.
Não sabemos se é Valentina Vostok ou outra pessoa, tampouco sabemos o que vale da sua cronologia pré e pós-Crise. Pra variar.
Valentina Vostok, a Mulher-Negativa: séries e animação
Na primeira vez que Valentina Vostok apareceu fora dos quadrinhos, ele surgiu bem descaracterizada de seu mood original, podendo se qualquer outra personagem.
O seriado Legends of Tomorrow (2016-2022) é um derivado de escopo bem maior da série Arrow, do vigilante urbano Arqueiro Verde. Em Legends, o viajante do tempo Rip Hunter busca impedir a destruição do multiverso, e para isso busca a ajuda de heróis e vilões.
Nos episódios White Knights (01×04) e Fail-Safe (01×05), Valentina Vostok é uma física nuclear em 1986, aliada do vilão Vandal Savage, e juntos buscam criar o Nuclear soviético. Muito distante da proposta original da personagem, usaram a Vale apenas ela pelo fato de ser russa mesmo. Detalhe que ela se torna uma Nuclear no fim da trama!
A atriz Stephanie Corneliussen interpreta a personagem, atriz que fez seriados como Mr. Robot (2015-2017) e Legião (2019).
Outra aparição de Valentina Vostok, dessa vez como a Mulher-Negativa de fato, foi em um episódio do seriado animado Justiça Jovem (2010-2022). No episódio Nightmare Monkeys (03×12, 2019), Mutano tem um devaneio por causa de um ataque de um vilão e sonha com seu passado.
Aparece assim lembranças de sua família, a Patrulha do Destino. Sua mãe adotiva Rita, Mento, o Chefe, Homem-Robô e a Valentina Vostok como Mulher-Negativa — ela literalmente está no lugar do Homem-Negativo/Larry Trainor. A dubladora da Val é Tara Strong.
E claro, como não poderia deixar de ser, Valentina Vostok aparece no seriado da própria Patrulha do Destino (2019-).
No episódio Space Patrol (02×06, 2020), a personagem é apresentada como Moscou, mas de fato é Valentina Vostok. Ela é uma cosmonauta russa, que junto com outros dois, Zip e Spec, fazem uma aterrissagem de emergência com a nave perto da base da Patrulha do Destino.
Eles faziam parte de uma equipe de pesquisa (Pioneers of the Unknown), enviada pelo Chefe para o espaço em 1955 para investigar alguma maneira de prolongar a vida.
Vostok teve contato com uma fonte de energia negativa, que tomou todo seu corpo. Depois de 5 anos, ela ganhou controle sobre os poderes e ganhou longevidade, mas seus companheiros não. Esporos alienígenas o reviveram, e 60 anos depois, retornam para a Terra.
O episódio é importante pois estabelece uma conversa especial entre Valentina e Larry, que ajuda o Homem-Negativo a aceitar melhor seus poderes e condição. Val chega a convidar Larry e ir com ela para mais uma viagem espacial, mas ele declina em favor de consertar suas relações familiares e com a equipe.
Space Patrol também calha de ser um dos melhores episódios do seriado da Patrulha do Destino. A atriz que interpreta Vostok é Mariana Klaveno, com trabalhos em True Blood (2008-2012) e no seriado Superman e Lois (2022), onde interpretou Lara Lor-Van.
PERSONAGENS SOVIÉTICOS NA DC COMICS
Anatole (do trio Red Trinity, aliado do Flash)
Bebeck (Red Trinity, aliado do Flash)
Bolshoi (artista marcial super-rápido e membro do People’s Heroes/Heróis do Povo)
Cassiopea (Red Trinity, aliada do Flash)
Cossack (um dos vários Batmen da saga Reino do Amanhã)
Creote (aliado das Aves de Rapina)
Fireball (Sonya Chuikov, integrante da equipe Jovens Aliados/Young Allies, na época da Segunda Guerra Mundial)
Firebird (Serafina Arkadina, a líder telepata da equipe chamada Soyuz, heróis adolescentes soviéticos)
Fusion (três russos conhecidos como Um, Dois e Três, que combinam seus corpos para criar um ser superior, surgido na revista dos Renegados, em The Outsiders #23-24)
Hammer (metahumano superforte, integrante do People’s Heroes/Heróis do Povo)
KGBesta (Anatoli Knyazev, um superassassino, inimigo do Batman)
Molotov (metahumano com poderes explosivos e membro do People’s Heroes/Heróis do Povo)
Morozko (Igor Medviedenko, integrante com poderes criogênicos do Soyuz)
Perun (lya Trepilov, integrante com poderes elétricos do Soyuz)
Pozhar (herói russo que acabou fundido ao Nuclear por um período)
Pravda (o integrante telepata do People’s Heroes/Heróis do Povos)
Proletariat (Boris Mikhail Dhomov, um supersoldado soviético criado na Segunda Guerra Mundial)
Rusalka (Mashenka Medviedenko, a integrante com poderes aquáticos do Soyuz)
Anya Savenlovich (uma Lanterna Verde)
Sickle (metahumana superforte, e membro do People’s Heroes/Heróis do Povo)
Snow Owl (um agente secreto da KGB com poderes criogênicos)
Stalnoivolk (dono de superforça e resistência, um “Superman” russo, operativo do governo)
Tundra (integrante dos Guardiões Globais)
Vikhor (Feodor Piotrovich Sorin, integrante do Soyuz, com poderes sobre os ventos)
LEIA TAMBÉM: Como o Sargento Steel, da Charlton Comics, se tornou o “Nick Fury da Marvel” no comando da espionagem da DC Comics:
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