Do Amor e de Sombras (1994) é uma produção americana e argentina sobre o Chile dos anos 1970, onde Jennifer Connelly e todo o resto falam inglês – pois é. O longa-metragem é baseado no romance best-seller de Isabel Allende, a celebrada autora de A Casa dos Espíritos. Depois de 2 anos fora das telas, Jennifer Connelly retorna muito mais madura como atriz — em uma atuação melhor do que todas as outras que fez nos últimos 10 filmes.
Esta é a segunda adaptação literária que Jennifer estrela (Hot Spot – Um Lugar Muito Quente foi o primeiro), e a segunda vez que é dirigida por uma mulher, agora por Betty Kaplan (o primeiro foi a comédia romântica adolescente Sete Minutos para o Paraíso).
O nome de Jennifer Connelly é o segundo a ser creditado no filme, pois Betty deu ao ator espanhol Antonio Banderas a sua primeira chance em estrelar um filme falado em inglês, introduzindo o homem em Hollywood. Connelly está excelente e convence como uma chilena, mesmo com um sotaque desnecessário e vergonhoso. O que não convence é o filme se passar no Chile dos anos 70 e ninguém do elenco falar espanhol — uma liberdade criativa que nos causa estranheza em toda a narrativa do filme.
Betty filma uma história de amor, política, verdades e mentiras no Chile, que vivia sob a ditadura militar de Augusto Pinochet.
Do Amor e de Sombras
(Of Love and Shadows, 1994,
de Betty Kaplan)
A história começa onde A Casa dos Espíritos termina: no golpe militar de extrema direita que tirou o presidente Salvador Allende – tio da escritora – do poder executivo em 1973. Há um senso de denúncia entremeado com a história de amor, e definitivamente, não é para todos os públicos. Jennifer Connelly é Irene Beltrian, uma jovem jornalista de classe média, editora de uma revista de moda, noiva de seu primo Gustavo (Camilo Gallardo), um capitão da elite militar do país. Um dia, Francisco Leal (Antonio Banderas), aparece na redação da revista, e arruma um trabalho de fotógrafo com ela.
Bonito, ativista liberal, cheio de ideias, ele é um psicólogo espanhol exilado, que não consegue trabalhar em sua clínica, e teve que fechá-la por causa da situação de miséria de seu país. Buscando outras atividades, se tornou fotógrafo.
Uma situação em especial há de ser destacado na parceria dos dois: Irene e Francisco, ao irem fazer uma reportagem sobre uma moça dita como santa, se envolvem no fantástico.
Militares interrompem o transe da moça, e ela dá um verdadeiro cacete neles com seus poderes paranormais. Sim, o sobrenatural mais uma vez na vida cinematográfica de Jennifer Connelly.
Os milicos fogem com o rabo entre as pernas, o que desencadeia uma série de eventos trágicos para várias pessoas. O sumiço posterior da menina faz Irene e Francisco se aproximarem para descobrir o que houve e ajudar as pessoas que sofrem os abusos da ditadura.
A família Leal é composta pelos patriarcas Professor Leal e Hilda Leal. Francisco tem dois irmãos, José e Xavier, esse um padre que tenta a seu modo combater a ditadura também.
Uma família que teve suas gerações marcadas pelo exílio e pelas ditaduras franquista e chinela. Francisco Leal muda Irene, que de uma filha do privilégio burguês do Chile, passa a desenvolver mais sentimentos de empatia.
De uma jornalista tola pensando em pautas magras de moda devido a censura, ela passa a ter contato com a violência da ditadura e enxergar o conservadorismo ao seu redor, até em sua família.
O final do longa é apressado demais, acusando falta de substância nesse etapa. Com suas vidas e as de suas famílias em perigo, Irene e Francisco tem que fugir, mesmo com ela se recuperando de um atentado. Eles partem para a Espanha com um “Boa noite, Chile” dito por Irene antes de irem embora (em inglês macarrônico, claro). Gustavo participa de um golpe contra a ditadura, mas é preso e morto.
É assim que funciona nesses regimes: os que fogem sobrevivem para contar a história e quem fica geralmente encerra o assunto, definitivamente de modo trágico. Se encerra com um off mequetrefe, em que Irene diz que retornou ao país muitos anos depois, em 1989, e a primeira coisa que fez foi levar flores ao túmulo de Gustavo.
Foi uma grande e sábia escolha de Jennifer em estrelar esse longa. É um bom modo de se conhecer a realidade do país (entender política nunca é demais) e apreciar uma bela história de amor. É um filme com o peso da diferença no estilo de filmagem.
Jennifer retorna a um tipo de cinema que fazia no começo da carreira, uma cozinha com temperos diferentes do padrão do cinemão pipoca de Hollywood. Planos mais abertos, demorados, diálogos em close.
A diretora Betty faz cenas muito bonitas. Seu olhar é diferenciado, preferindo a praticidade a um senso estético depurado demais. Ela filmou na Argentina, perto da fronteira com o Chile.
Da atuação e de suas melhoras
Há traços definitivamente claros da atuação vencedora de Jennifer Connely aqui, anos antes de ganhar seu Oscar. Mais densa e com mais repertório, ela realmente nos faz acreditar em sua personagem.
Sua evolução de jovem mulher frívola para alguém que assume riscos para saber o que está sendo feito com seu povo, uma pessoa cheia de liberdade e compaixão, mesmo sendo baleada, é notável.
Seu trabalho com rosto e com olhares salta a vista de qualquer um que viu seus outros 10 filmes anteriores. A idade de Jennifer Connely em Do Amor e das Sombras é de 24 anos.
Betty não fez cenas de nu com Jennifer, mas não se furta a por nas câmeras e na tela as bundas de Francisco e Gustavo. O contato com a morte desperta o desejo, uma máxima que nunca morre em qualquer situação de obra ficcional — ou vida real.
Logo depois de encontrarem uma cova clandestina com dezenas de cadáveres, Irene e Francisco fazem amor. A cena de sexo é muito bonita e funcional, e exatamente na medida, sem explorar o corpo de Jennifer, como qualquer diretor homem faria. Ela transa vestida até, ora vejam só.
Outra atuação de destaque é de Patricio Contreras como Mario, um maquiador gay, um dos motivos de Irene se afastar de Gustavo. O jovem capitão se recusa a cumprimentar ele por ser homossexual, em uma cena desconcertante, que choca a moça.
Das Origens do Amor e de Sombras
A diretora Betty entende do riscado latino americano. Betty Kaplan nasceu em Nova York, mas cresceu na Venezuela, e mantem residência em Porto Rico. Acumula diversos prêmios por direções em produções de TV americanas e documentários.
Este foi seu primeiro longa-metragem. Kaplan foi quem descobriu Antonio Banderas na Espanha, e o convenceu a se mudar para os EUA.
Isabel Allende nasceu no Peru, mas atualmente tem nacionalidade chilena e americana. É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo-irmão de Salvador Allende, ex-presidente do Chile, e de Francisca Llona.
Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, que se instalou no governo com o golpe militar que em 1973 derrubou o presidente Salvador Allende.
Sua obra mais famosa é o livro A Casa dos Espíritos, lançado em 1982. Um ano antes de Do Amor e de Sombras ser lançado, o livro A Casa dos Espíritos ganhou uma adaptação cinematográfica, com Bille August, Jeremy Irons, Meryl Streep, Winona Ryder e, surpresa, Antonio Banderas.
11º filme da Jennifer Connelly
Do Amor e de Sombras
Estados Unidos/Argentina
Chile, anos 1970, ditadura militar
O Chile é um dos país mais desenvolvidos da América Latina. Na primeira metade do Século XX, um panorama político relativamente tranquilo reinava no país, um dos mais estáveis politicamente da América do Sul.
Mas o Golpe Militar de 1973 que mergulhou em trevas o país por quase 20 anos foi um dos mais violentos da História, ocorrido no auge da Guerra Fria.
Foi um período de morte e retrocessos que começou no dia 11 de setembro de 1973, quando as Forças Armadas deram um golpe, liderado pelo General Augusto Pinochet, Comandante do Exército.
Ele cercou a sede do governo e abriu fogo, inclusive com caças da Força Aérea. O Presidente do Chile, Salvador Allende, se matou com um tiro de fuzil (dado por Fidel Castro, Presidente de Cuba).
Em 1970, Allende foi o 1º socialista eleito democraticamente na América Latina, graças a uma coalização de forças socialistas, comunistas, sociais-democratas e democratas cristãos. Ele estatizou mineradoras, bancos, fez reforma agrária e aumentou os programas sociais.
A agenda de esquerda começou a provocar tensões nos aliados e os democratas cristãos retiraram apoio. O governo começou a ter conflitos com o Poder Judiciário e o Congresso. Em 1972, ele enfrentava resistência de empresários, com jornais e imprensa apoiando locautes.
Com o Chile em Crise, Allende faria um plebiscito para decidir se teria continuidade de governo. Foi marcado para novembro de 1973, mas Pinochet não esperou. Depois de derrubar o governo eleito, com a Junta Militar, prendeu, torturou e matou todos os apoiadores de Allende. O Estádio Nacional, símbolo do esporte no país, templo do futebol chileno, foi transformado em um centro de tortura.
O governo militar promoveu as “Caranavas da Morte“, que assassinou milhares de opositores. A maioria foram jogados de aviões nas águas do Oceano Pacífico.
O Chile integrou a Operação Condor, concebida pelo americano Henry Kissinger, Secretário de Estado dos EUA, um consórcio de ditaduras que derrubou vários governos na América do Sul.
Além dos EUA dando apoio ao golpe, o Brasil também teve participação ativa. Já corriam 10 anos de ditadura militar brasileira, na época comandado pelo General Emílio Médici. Eles treinaram muitos militares chilenos e chegaram até a financiar a tortura nos primeiros anos de terror no Chile.
A estabilidade social veio à força. Análises e críticas consistentes das tensões são impossíveis na época, pois eles prendiam e matavam qualquer um oposto ao regime.
O governo militar impôs uma reforma liberal na economia, e tecnocratas chilenos, formados no curso de Economia da Universidade de Chicago, EUA (conhecidos como “Chicago Boys“), lideraram essas reformas em 1980. Paulo Guedes (aquele mesmo) é da mesma turma, aliás.
Entre várias medidas, aconteceu a Reforma da Previdência, que isentou responsabilidades dos empregadores. O povo foi às ruas, sofrendo uma repressão violenta.
O Chile quase entrou na guerra com a Argentina, quando do conflito com a Inglaterra por causa das Ilhas Malvinas, e não fosse a intervenção do Papa João Paulo II, o Chile e a Argentina iriam entrar em guerra.
Com Guerra Fria arrefecendo, a Queda do Muro do Berlim em 1989 e a dissolução oficial da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, os EUA já não tinham interesse em manter o status quo beligerante de países contra um comunismo que estava morrendo.
Pinochet fez um plebiscito em 1989 para decidir se as eleições presidenciais deveriam retornar. E o sim ganhou. Logo, um novo Presidente foi eleito em 1990, Patricio Alwin, um centrista, vindo do movimento de democratas cristãos dos anos 70.
Ele investigou os crimes da ditadura e nos anos 90 a democracia se consolidou novamente no Chile, após 19 anos de ditadura militar. Foram mais de 40 mil vítimas de violência e mais de 4 mil mortos e desaparecidos, de acordo com o relatório governamental mais atual (2011).
Em 1998, Pinochet viajou para Londres para cuidar de problemas médicos. Ele tinha 83 anos. Um juiz espanhol aplicou uma pena de prisão em Pinochet, baseado em um entendimento de Princípio de Jurisdição Universal, que versa sobre a prisão, a qualquer momento ou lugar, de quem comete crimes contra a vida.
O general alegou que estava doente demais para ser julgado e conseguiu retornar ao Chile, onde desembarcou de cadeira de rodas e saiu caminhando pelo aeroporto.
Mas outro 11 de setembro mudaria os rumos do Chile. Os Ataques de 11 de Setembro nos EUA provocaram uma avalanche de investigações de financiamento do terrorismo resvalou em uma descoberta de contas milionárias secretas de Pinochet nos EUA, o que acabou com o prestígio do general. Ele morreu em 2006, vítima de um ataque cardíaco.
Tomo a liberdade de reproduzir aqui parte de um excelente artigo do Filipe Figueiredo, responsável pelo podcast Xadrez Verbal, feito para o jornal Gazeta do Povo, em 2019, sobre a política do Chile nos anos de ditadura.
“(…) No caso do regime Pinochet, teriam três justificativas para esse banho de sangue. A primeira justificativa é o contexto da Guerra Fria, que inclui vasta documentação da operação das agências de inteligência das duas superpotências de então no Chile, a CIA norte-americana e a KGB soviética. Claro que esse debate gera outro texto por si só, mas a Índia da mesma época mostra que é possível combater guerrilhas maoístas com dezenas de milhares de integrantes, financiados por uma potência literalmente vizinha, sem quebrar com a ordem democrática. Ou então Israel do mesmo período, com uma série de governos de esquerda desde sua fundação até o final dos anos 1970.
Então comandante do exército do Chile, René Schneider era um constitucionalista que defendia que o maior valor histórico de seu país era o respeito à democracia. Por isso, ordenou que sua força garantisse a posse do eleito Allende. Também por isso, foi sequestrado e assassinado em 1970, por integrantes de seu próprio exército e por agentes da CIA; e nada disso é teoria da conspiração, tudo documentado na obra The Pinochet File, de Peter Kornbluh, que compila dezenas de milhares de documentos de instituições de Estado dos EUA,
O Chile tem a História política mais democrática e estável do continente. No século XX o país passou apenas por uma crise política em 1924 e pelo golpe de Pinochet em 1973. Um oásis de estabilidade se comparado ao histórico argentino ou boliviano, e menos rupturas que o Brasil. O pensamento liberal clássico não distingue liberalismo na economia de uma política representativa e emancipatória do indivíduo. (…)”
A idade de Jennifer Connelly em Amor Maior que a Vida é de 30 anos. Ela já era mãe de Kai, seu primeiro filho, que também está no filme. Em uma das cenas que Sarah carrega um bebê, é ele em seu colo. Dizem as revistas de fofoca da época que Billy Crudup e Jennifer Connelly chegaram a criar um relacionamento fora das telas, mas que isso não foi pra frente.
/// 1994. Filmes que estavam no cinema: O Máskara, Debi e Lóide, Entrevista Com o Vampiro (que também conta com Antonio Banderas em seu elenco), Lendas da Paixão, RoboCop 3, O Anjo Malvado, Em Nome do Pai, O Dossiê Pelicano, O Corvo, O Cliente, Porco Rosso: O Último Herói Romântico, Forrest Gump – O Contador de Histórias, Quatro Casamentos e Um Funeral, O Rei Leão, Lobo, Os Batutinhas, Karate Kid 4 – A Nova Aventura, Velocidade Máxima, Arizona Dream – Um Sonho Americano, Um Sonho de Liberdade, A Cor da Noite, A Hora do Pesadelo 7 – O Novo Pesadelo, Um Tira da Pesada 3, Assassinos por Natureza, Entrevista com o Vampiro, Priscilla, a Rainha do Deserto, O Profissional, Assédio Sexual, entre outros.
/// LIVRO. O livro De amor e de Sombras rendeu três prêmios literários à escritora Isabel Allende: melhor romance, em 1985, no México; escritora do ano, em 1987, na Alemanha; e melhor escritora estrangeira, em 1987, em Portugal.A obra já foi publicada em 26 países.
/// STEFANIA SANDRELLI. Destaque imenso para a atriz italiana Stefania Sandrelli, que faz a Beatriz no filme, a mãe da personagem de Jennifer Connelly.
Jennifer Connelly e seu Instagram: https://www.instagram.com/jennifer.connelly/
/ OS FILMES DE JENNIFER CONNELLY.
1- Era Uma Vez na América (1984)
2- Phenomena (1985)
3- Sete Minutos Para o Paraíso (1985)
4- Labirinto – A Magia do Tempo (1986)
5- Essas Garotas (1988)
6- Etoile (1989)
7- Hot Spot – Um Local Muito Quente (1990)
8- Construindo Uma Carreira (1991)
9- Rocketeer (1991)
10- O Coração da Justiça (1992)
11- Do Amor e de Sombras (1994)
12- Duro Aprendizado (1994)
13- O Preço da Traição (1996)
14- Círculo das Vaidades (1996)
15- Círculo das Paixões (1997)
16- Cidade das Sombras (1998)
17- Amor Maior que a Vida (2000)
18- Réquiem Para um Sonho (2000)
19- Pollock (2000)
20- Uma Mente Brilhante (2001)
21- Hulk (2003)
22- A Casa de Areia e Névoa (2003)
23- Água Negra (2005)
24- Pecados Íntimos (2006)
25- Diamante de Sangue (2006)
26- Traídos pelo Destino (2007)
27- O Dia em que a Terra Parou (2008)
28- Coração de Tinta (2008)
29- Ele Não Está Tão a Fim de Você (2009)
30- 9 – A Salvação (2009)
31- Criação (2009)
32- Virginia (2010)
33- O Dilema (2011)
34- E…que Deus nos Ajude!!! (2011)
35- Ligados pelo Amor (2012)
36- Um Conto do Destino (2014)
37- Marcas do Passado (2014)
38- Noé (2014)
39- Viver Sem Endereço (2014)
40- Pastoral Americana (2016)
41- Homem-Aranha De Volta ao Lar (2017)
42- Homens de Coragem (2018)
43- Alita – Anjo de Batalha (2019)
44- Top Gun – Maverick (2022)
45- Bad Behaviour (2023)
/ AS SÉRIES DE JENNIFER CONNELLY.
1- The $treet (2000)
2- O Expresso do Amanhã/Snowpiercer (2020-2024)
3- Matéria Escura (2024)
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