DESTRUTOR | 5 anos de atividade escrita no blog (sem ajuda de IA)

Quando montei o blog Destrutor em 2018 no Blogspot, o que estava em alta no mundo da tecnologia era a ascensão de criptomoedas como bitcoin, o crescimento das fintechs (cartões de crédito/débito) e os seguidos escândalos na questão de privacidade das redes sociais, o que não ajudou a deixar os blogs (e tinha algum?) em posição melhor na preferência de uso.

O Blogspot (também conhecido como Blogger) era uma plataforma de hospedagem de blogs criada em 1999 por Pyra Labs, uma empresa de tecnologia que foi adquirida pelo Google em 2003.

Ele permitia que os usuários criem e publiquem seus próprios blogs gratuitamente, com opções de personalização de design, gerenciamento de conteúdo e interação com a audiência.

A plataforma foi pioneira na popularização dos blogs. E embora o Blogspot tenha perdido um pouco de sua relevância nos últimos anos com o surgimento de outras plataformas de blogs, como o WordPress e o Tumblr, ele ainda é usado por milhões de usuários.

Em 2018, o que “bombava” na blogosfera eram perfis como Perez Hilton, blog de celebridades conhecido por seu tom sarcástico e fofocas exclusivas; Engadget, de tecnologia que aborda notícias sobre dispositivos eletrônicos, gadgets e tendências da indústria; Copyblogger, um blog de marketing e copywriting que oferece dicas e recursos para escritores e empresários…de blogs (pois é); Mashable, de tecnologia e cultura que oferece notícias e análises sobre as últimas tendências; The Blonde Salad, um blog de moda criado por Chiara Ferragni, uma influenciadora digital e empresária; e diversos outros relacionados a temas como culinária, viagens, esportes, finanças e educação.

Os blogs também eram usados por muitas empresas como parte de suas estratégias de marketing de conteúdo. Muitos deles em 2018 se concentravam em construir uma comunidade em torno de seus conteúdos e em se envolver com leitores através de comentários e mídias sociais.

Hoje, a inteligência artificial (IA) é o grande assunto do universo de tecnologia, e como um blog de texto escrito, o Destrutor acompanha com grande interesse essas movimentações, ainda mais porque a produção de conteúdo está sendo impactada de modo significativo na área.

E o ChatGPT, ferramenta digital lançada em novembro de 2022, se tornou a mais popular IA até agora. Ele escreve qualquer tipo de texto que o usuário pedir. De piadas a histórias fictícias, de dicas de design em interiores a roteiros de social media bem complexos.

Ele faz um pastiche, uma colagem de informações, com algum sucesso até considerável de entendimento. Ele ressuscitou o interesse de escrita — devemos levar em consideração isso. E na hora de criar algo original, ele vai bem.

Suas obras passam até pelo crivo de ferramentas que identificam plágio. Se estiver coerente, OK, não importando se é verdade ou não — o que é muito preocupante.

A ferramenta promete revolucionar o modo de construir, ler (e analisar?) texto. Nada disso existia em 2018, quando fiz o primeiro post no blog Destrutor.

E ainda que ele fosse de alguma maneira sobre tecnologia avançada — o vindouro filme do Pantera Negra, que iria estrear em algumas semanas, dirigido por Ryan Clooger, baseada nos quadrinhos criados por Stan Lee e Jack Kirby — meu foco não foi afrofuturismo que ele representou na cultura pop. Eu queria apenas falar do termo em si.

Quem diria que o post de 5 anos seria sobre o meio como mensagem, e não a mensagem em si?

Pantera Negra, texto de Stan Lee e arte de Jack Kirby
Jack Kirby, O Rei. O maior criador dos quadrinhos de super-heróis.
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O primeiro post do blog Destrutor, em 15 de fevereiro de 2018, no Blogspot

O termo weblog foi criado por Jorn Barger em 17 de dezembro de 1997. Já a abreviação blog foi criada por Peter Merholz, que, de brincadeira, desmembrou a palavra weblog para formar a frase we blog (“nós blogamos”) na barra lateral de seu blog Peterme.com, em abril de 1999.

Mas o meio já existia, mesmo sem ser com o termo. Em 1994, Claudio Pinhanez, um cientista brasileiro do MIT Media Lab, criou um site chamado Open Diary, com o objetivo de contar um pouco sobre a sua vida. Justamente o que seria um blog.

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Um clássico da comunicação

A mensagem passou a modelar o meio. No início de 2000, o Blogger — serviço grátis de criação de blogs do Google, com a terminação “blogspot” no domínio, com a big tech de olho no crescimento do negócio — introduziu uma inovação gigante na área: o permalink.

Os permalinks criavam a cada publicação do blog uma localização permanente, uma URL própria que poderia ser referenciada. Assim, cada post era único e podia ser compartilhado, em detrimento da forma antiga de consumo, apenas por meio da navegação livre cronológica pela página principal.

O permalink também deu chance aos blogueiros referenciar publicações específicas em qualquer outro blog. Os primeiros websites eram geralmente simples páginas de texto estáticas, mas com o crescimento da internet e o aumento da interatividade, os webmasters começaram a incluir ferramentas que permitiam aos usuários comentar e discutir os conteúdos dos sites.

Não demorou muito para que um espaço de comentários fosse criado para cada post em um blog, o que ajudou a popularizar ainda mais a blogosfera, nome dado para a comunidade dos blogueiros.

Os blogs assim funcionavam como páginas pessoais altamente personalizáveis, um diário online onde as pessoas postavam fotos, textos e músicas (vídeos? RÁ!).

Não havia concorrência de atenção para os blogs nessa era da internet. O My Space (rede social musical) só foi criado em 2003, e o Orkut (a primeira rede social mais famosa) em 2004 e o Twitter (que na verdade é um microblog) em 2006.

Quando eu estava na faculdade, cheguei a fazer um blog. Em 2005. Slash-Out era o nome. Mirna Tonus, minha professora de Novas Tecnologias da Comunicação, me incentivou a fazer.

O mundo da internet em 2005 era muito diferente do que é hoje. A maioria das pessoas ainda usava conexões de internet discada, que eram lentas e limitadas em termos de velocidade de download e upload. As conexões de banda larga estavam se tornando mais populares, mas ainda eram relativamente caras e limitadas em termos de alcance geográfico.

No entanto, foi o ano em que surgiram muitas empresas e serviços que tiveram um grande impacto na indústria da internet nos anos seguintes. O YouTube foi lançado em 2005, assim como o Reddit e o Flickr. O MySpace e o Facebook também estavam ganhando popularidade como plataformas de redes sociais.

A publicidade online estava começando a se tornar uma fonte importante de receita para muitas empresas da internet, e o Google já era um dos principais players no mercado de publicidade digital.

Mas não levei em diante o Slash-Out, como se vê na imagem. Grande erro, que foi todo meu. E grande mulher e profissional. A Mirna já falava em podcast em 2005, muitos anos antes disso virar moda. Uma das melhores professoras que já tive na vida.

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Meu primeiro blog antes do Destrutor foi o Slash-Out

Em 2005, os blogs estavam se tornando mais populares, mas ainda não havia tantos como hoje em dia.

Alguns dos blogs que eram sucesso naquela época eram o Boing Boing, que abordava tecnologia, cultura e política, e era conhecido por uma abordagem irreverente (que seria padrão no mood não-convencional que impera até hoje); Daily Kos, blog político progressista que oferecia comentários e análises sobre as notícias do dia; EngadgetGizmodo, ambos sobre tecnologia, que apresentavam notícias sobre os gadgets mais recentes, produtos eletrônicos, bem como cultura e entretenimento; e Lifehacker, um blog de produtividade e tecnologia que oferecia dicas e truques para tornar a vida diária mais eficiente.

Os blogs eram tão poderosos que em 2007 o Estado de S. Paulo, jornal impresso de grande prestígio e circulação (no passado), começou a fazer campanha contra o consumo de blogs.

Estadão vs. blogs

Na visão do Estadão — que não estava de todo errado — as pessoas não sabiam quem realmente estava por trás dos blogs, e por isso elas deveriam tomar cuidado e não consumir qualquer tipo de conteúdo online.

Claro, a força maior dessa oposição vinha do temor da chegada (inevitável) da mudança de paradigma (colossal e catastrófica) que aconteceria na publicidade: o dinheiro estava começando a migrar para o online, em detrimento de mídia físicas, como um jornal impresso.

Em 22 de julho de 2013, decidi criar um perfil no Tumblr, e nasceu o RochaRock (www.rocharock.tumblr.com).

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O blog Destrutor nasce no Tumblr

O Tumblr foi criado em fevereiro de 2007 e inicialmente servia como uma plataforma de microblogging, permitindo que os usuários compartilhassem conteúdo em formato de texto, imagens, vídeos e áudios de forma simples e rápida, pegando onda na moda dos blogs, e entregando algo extremamente orgânico — era a primeira vez que algo parecido com uma rede social de blogs apareceu.

Posteriormente, o Tumblr evoluiu para se tornar uma plataforma mais completa de criação de conteúdo e compartilhamento de mídia, incluindo blogs pessoais, temáticos e de marcas. Fez muito sucesso no final da década de 2000 e começo dos 2010 — TODOS os memes que geral compartilhava no Facebook e Twitter apareciam lá primeiro.

Alguns dos perfis mais populares em 2013 incluíam blogs de moda como o The Sartorialist e Man Repeller, blogs de música como o This Is My Jam, blogs de arte e design como The Jealous Curator e Designspiration, e blogs de fotografia como o Humans of New York.

Mas ao longo do tempo, o Tumblr enfrentou a concorrência de várias outras plataformas de mídia social e compartilhamento de conteúdo. E lutou o que podia para monetizar.

A plataforma enfrentou diversos desafios ao longo dos anos 2010, incluindo problemas com conteúdo +18 (o maior repositório de gifs porn das internete), falta de recursos para combater assédio e bullying, queda de tráfego em meio à concorrência de outras redes — uma galera composta por Twitter, Facebook, Instagram, Pinterest, Reddit, Snapchat — e acabou sendo adquirida pelo Yahoo , o Google que não deu certo, em 2013 (antes deu criar o RochaRock), por U$ 1 bilhão de dólares.

Eu fiquei por lá mais de um ano. Muito do que postei lá eu reciclei para o Destrutor, como uma matéria do Neil Gaiman, uma resenha do jogo The Punisher, que a Capcom fez do personagem Justiceiro, da Marvel Comics, e várias outras.

Última postagem no RochaRock: 21 de setembro de 2014. Eu era repórter do jornal impresso BOM DIA Sorocaba, um dos braços interioranos do Diário de São Paulo, da capital. Meu amigo André Steiner, designer, chegou a me fazer artes para promover o Destrutor como site. Até paguei o domínio www.destrutor.com.br. mas não avancei.

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Artes gráficas que meu amigo André Steiner fez para o blog Destrutor

No decorrer do tempo, o Yahoo trouxe mudanças que não agradaram todos os usuários. E acabou que Tumblr foi revendido para a Verizon em 2017.

Fundada em 1983 como Bell Atlantic Corporation, ela é uma empresa americana de telecomunicações que fornece serviços de telefonia fixa, celular, internet de alta velocidade, TV a cabo e soluções de tecnologia para empresas.

A Verizon é uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, com sede em Nova York, nos Estados Unidos. E ela só desembolsou U$ 3 milhões de dólares para comprar o Tumblr, uma das maiores desvalorizações da história da tecnologia. Mesmo eles não conseguiram aumentar a base de usuários.

Em 2019, o Tumblr foi vendido para a Automattic por uma quantia muito menor do que a Verizon havia pago por ele (nunca revelada), encerrando um capítulo conturbado na história da plataforma.

A Automattic é uma empresa americana de tecnologia fundada em 2005 por Matt Mullenweg, com sede em São Francisco, Califórnia. A empresa é mais conhecida como a criadora e mantenedora da plataforma de blogs WordPress, que é usada por milhões de sites em todo o mundo. Inclusive é a plataforma na qual o Destrutor foi construído depois que saí do Blogspot.

blog Destrutor
O logo do blog Destrutor

Atualmente, a Automattic é avaliada em mais de US$ 1 bilhão e é considerada uma das empresas de tecnologia mais inovadoras do mundo.

Sua intenção em comprar o Tumblr foi diversificar sua base de usuários, e planejou integrar algumas de suas funcionalidades e recursos com o WordPress para fornecer aos usuários uma experiência mais rica e personalizável de criação de conteúdo online. Além disso, a Automattic se comprometeu a manter a abordagem aberta do Tumblr à diversidade de conteúdo.

A empresa tentou monetizar com navegação paga sem anúncios, um produto de assinatura e um lance de gorjetas, primeira iniciativa do gênero para criadores da plataforma, além de outras funcionalidades ativas desde 2021.

Mas as redes sociais, como o Facebook, Twitter e Instagram, tiveram um grande impacto nos blogs nos anos 2010, década que popularizou demais os smartphones, que concentrariam tudo que fazíamos no PC ou notebook.

Entre os impactos digitais nessa dinâmica de consumo estão mudanças na forma de publicação, já que as redes sociais permitiram a publicação de conteúdo de maneira mais rápida e fácil do que os blogs, o que significou que muitos usuários passaram a compartilhar seus pensamentos e idéias em plataformas sociais em vez de publicá-los em seus próprios blogs.

E a popularidade desse novo modo de interação significou uma enorme quantidade de conteúdo novo sendo compartilhado, o que tornou mais difícil para os blogs se destacarem e atrair leitores.

Com isso, os usuários passaram a esperar conteúdo mais imediato e interativo — tudo que as redes sociais começaram a entregar, e nada do que blogs, mais estáticos e menos interativos, faziam.

Isso resultou em uma redução do tráfego. Junto com o crescimento das redes sociais, o formato vídeo estava rapidamente se tornando o tipo de conteúdo mais popular na internet, com plataformas como o YouTube e o Facebook permitindo aos usuários publicar e assistir vídeos de forma fácil e acessível.

E o uso de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, para acessar a internet estava aumentando rapidamente, e as empresas estavam se esforçando para otimizar seus sites e aplicativos para dispositivos móveis.

E essas big techs — Facebook, Instagram e Twitter — jamais poderiam imaginar o poder do vídeo — nem o Google com seu poderoso YouTube. Pelo menos não até o TikTok aparecer.

O aplicativo TikTok foi criado pela empresa de tecnologia ByteDance na China, em setembro de 2016. Também conhecido como Douyin, ele foi introduzido no mercado internacional depois que a BytdeDance comprou o Musical.ly, uma startup sediada em Xangai com um escritório em Santa Monica, Califórnia, em novembro de 2017.

O Musical.ly estava ficando bastante popular entre adolescentes por ser um app de rede social de vídeos com opções de dublagens e dançinhas.

O TikTok absorveu a base de dados do Musical.ly e seu mood, e ganhou ainda mais popularidade, se tornando o mais baixado nos Estados Unidos em outubro de 2018 — já contava com mais de 500 milhões de usuários em todo o mundo

Passado menos de 1 ano, ele estava disponível em mais de 150 mercados e em 75 idiomas. O TikTok permite que os usuários criem vídeos de até 10 minutos. A maioria delas, sempre acompanhados de alguma música e uma dancinha.

Seu algoritmo é objeto de matérias e análises desde que o app ficou popular. Ao que parece, não há melhor em recomendação e ajuste para dar ao usuário o que ele quer baseado no que já está vendo.

Em 2021, o Tik Tok bateu 1 bilhão de usuários. Esse é o poder do vídeo (curto). Ele é tão poderoso que mexe até com as bases políticas, sendo alvo frequente de debates na geopolítica americana contra a China.

Arte de @chrismessina@mastodon.xyz para o The New York Times

Os vídeos das redes sociais — TODAS as big techs começaram a criar seus próprios TikTok dentro de suas plataformas, como o Reels do Instagram e Shorts do YouTube — mudaram os hábitos de consumo de informação, pois os vídeos são mais fáceis de consumir e compreender do que o texto, especialmente para assuntos complexos ou técnicos

Sua combinação de imagens, áudio e movimento é mais atraente e envolvente do que o texto simples.

Além disso, o caráter de apresentação e visual de pessoas na interação permite que os espectadores estabeleçam uma conexão pessoal com a informação e aumentem sua compreensão e retenção do assunto.

As redes sociais em geral são projetadas para manterem o usuário ocupado e distraído por períodos prolongados de tempo, o que pode afetar a capacidade de concentração e o interesse em outras atividades, como a leitura — leitura de um blog, por exemplo.

Elas tendem a priorizar conteúdo curto e superficial, como publicações de mídia social e notícias sensacionalistas, em vez de conteúdo mais profundo e enriquecedor, como livros. Ou a leitura de um blog, por exemplo.

Pulemos para 2018, ano que criei o Destrutor. Os blogs, tal qual eram, não passavam de uma sombra do que foram.

O Facebook estava tão enrolado com a empresa de mineração de dados Cambridge Analytica, que revelou que informações sigilosas de 87 milhões de pessoas foram utilizados indevidamente para fins políticos, que a rede social de Mark Zuckerberg teve que fazer uma série de mudanças nas APIs para restringir o acesso aos dados por parte dos desenvolvedores.

E o Markinho em pessoa precisou dar explicações pessoalmente ao Parlamento europeu e ao Congresso americano. Falando em política, Vladimir Putin foi reeleito Presidente da Rússia.

Ele declarou guerra contra a Ucrânia no começo de 2022. E ele pode servir até 2 mandatos consecutivos de 6 anos cada, o que significa que sua presidência atual pode durar até 2024. A guerra alterou todo o status quo da economia mundial, já afetada pela pandemia de COVID-19.

Por aqui no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a condenação confirmada por unanimidade em segunda instância e a pena ampliada para 12 anos e 1 mês de prisão, o que o impediu de concorrer à presidência.

Aliás, no decorrer de 2018, eu trabalharia em campanha política, naquela que se mostrou a mais ferrenha e complicada da história, cujo resultado foi a vitória de Jair Messias Bolsonaro para Presidente do Brasil. Grande parte dessa vitória foi graças a enorme capilaridade digital do ecossistema de blogs e sites da direita, muito bem articulados pela militância.

As áreas de inteligência artificial e o machine learning (aprendizado de máquina) estavam em uma fase de crescimento e expansão em 2018.

Inteligência artificial e um futuro destruído (Exterminador do Futuro, 1984)

As tecnologias relacionadas a elas estavam sendo cada vez mais utilizadas em aplicações práticas, como reconhecimento de voz, processamento de linguagem natural, tradução automática, entre outras coisas.

Além disso, a disponibilidade de grandes conjuntos de dados e avanços na computação em nuvem permitiram que modelos de aprendizado profundo mais eficientes e precisos. No entanto, ainda havia desafios a serem superados, como a falta de transparência em alguns modelos e a questão da ética e da responsabilidade na utilização da tecnologia.

Como se vê, decidi criar o Destrutor literalmente nos escombros do que um dia foi a blogosfera, na contramão de uma maré de interesse em vídeos que não tem previsão de ceder.

Blog Destrutor

blog Destrutor
O nome do blog Destrutor veio do personagem Destrutor, tradução abrasileirada de Havok, um dos heróis dos X-Men (Uncanny X-Men #249, 1989)

Há um discurso recorrente que faço nos posts comemorativos do blog.

Reforço toda vez que posso:

Antes de artistas musicais reclamarem do pica-pica e recorte de suas canções de álbuns pensados a ouvir de modo linear na agora muito populares playlists de streamings, já existia a fita cassete (K7) — um padrão de fita magnética para gravação de áudio, surgida no começo dos anos 60.

Quem inventou foi a Philips, empresa holandesa de tecnologia. K7 tem uma importância colossal no cenário musical, pois propiciou a mobilidade aliada ao prazer de escutar o som. Podíamos levar mais praticamente na casa dos amigos; primeiros gravadores da Philips já eram portáteis, mas a Sony explodiu a indústria com a invenção do walkman; toca-fita em véiculos revolucionaram e popularizaram ainda mais o formato, pois a música se tornava a trilha sonora de passeios e viagens.

Na época da Cortina de Ferro, as Alemanhas viviam um intercâmbio cultural pela troca de fitas — o David Bowie mesmo, que fez um show no ano da queda de muro (1989), encorajava a troca de piratinhas de sua música entre os dois lados. O que eu mais gostava (e todo o resto do mundo) era gravar minhas próprias tapes, pegando de rádio, reproduzindo de sound sytem, de double decks, cópias de amigos. Entre a década de 1970 e 1990 o cassete era um dos formatos mais comuns para gravação, junto aos LP’s e posteriormente aos CD’s.

Quando montei o blog Destrutor, tinha o mixtape em mente — uma coleção / colação do que me é mais agradável, sem ordem específica, para curtir, e interagir com quem tb gosta. De tecnologia e entretenimento, de mídia a política.”

blog Destrutor

Isso se conecta a algo que eu penso muito: o enorme descompasso que acontece no mundo da música. Se nos anos 1990 a gente ligasse numa rádio de rock, o máximo que ouviríamos eram artistas com álbuns recentes (ou no máximo de alguns anos atrás) tocando.

Era Nirvana, Echo and Bunnymen, Skank, Paralamas, Titãs, Raimundos. Não iríamos ouvir músicas dos anos 1970 ou 1960 (exceções aos programas dedicados a isso). Se hoje, 2023, a gente faz o mesmo, periga estar tocando Californication (canção de mesmo nome do álbum de 1999), do Red Hot Chili Peppers, e outras mais velhas.

O rock ficou preso numa caixa formulaica onde o novo é ignorado. E toda a atitude, que sempre inerente a ela, tal qual a juventude, hoje é ocupada pelo funk.

O que se deve prestar atenção é a escala. Algo que a indústria fonográfica sabe muito bem. O mercado era bastante seguro na era pré-digital, quando a música — como commoditie cultural — era vendida em vinil e CDs e às vezes copiada em fitas pelos fãs.

Quando o programa de troca de arquivos Napster permitiu o download em massa e a distribuição de faixas digitais, a indústria musical foi esfacelada e remontada pelo Spotify e pelo streaming licenciado, que embaralhou até o modo de trabalhar dos artistas: playlist no lugar da sequência lógica das faixas de um álbum.

Explicar e entender melhor esse tipo de dinâmica se tornou meu objetivo.

E desde 2018, a área cultural e jornalística sofreu pressões do governo liderado por Bolsonaro.

Quando fiz o texto do discurso acima, era 3 de maio de 2020, Dia Mundial da Liberdade da Imprensa. Foi nesse dia que militantes bolsonaristas agrediram jornalistas, dentre eles o veterano e premiado fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil se afogava no vômito desse gado, graças a uma lavagem cerebral que muitos blogs políticos, cheios de desinformação e militância irresponsável nada jornalística, promoviam.

Continuei produzindo para o blog depois de 15 de fevereiro de 2018. Com Bolsonaro ainda em campanha. Sabia que ele ganharia.

Dava pra sentir no ar o cheiro da mudança de uma democracia burguesa raquítica horrorosa para um proto-fascismo BR evangélico-armamentista, capitaneado por um discurso raivoso cheio de clichês e enganos de lero-lero de boteco escatológico. Jamais o roteirista do Brasil será superado em qualquer ficção.

Jair Bolsonaro. Foto de Gabriela Biló, 2022

E continuei produzindo depois de 1 de janeiro de 2019, com Bolsonaro eleito. Fiquei de fora do jornalismo de reportagem (com eventuais freelas pelo caminho), então pouco sofri na pele o que colegas sofriam diariamente.

Estava agora na direção e produção de conteúdo de um aplicativo/rede de educação chamado Quinto. Lá, conheci Fabio Devito, que me ajudou a sair do Blogspot e criar um site próprio. Foi o primeiro designer do Destrutor, me deu muitas dicas. Valew, Fabão!

Em 2020, o ano que a Covid-19 mudou todo nossa sociedade, estava com freelas de reportagens novamente, reduzidos agora por causa da restrição sanitária. Os efeitos da pandemia foram devastadores na área do entretenimento.

COVID-19 | A pandemia do entretenimento

Fiz várias reportagens a respeito das repercussões negativas no blog, de cinema a música. Eu estava on fire, postava 3 matérias, artigos ou resenhas por semana.

Continuei a produzir em 2021, o ano que veio a vacina, o que significava uma ponta de esperança no cenário geopolítico sanitário mundial. Eu ainda estava pegando fogo nos dedos, com 3 posts por semana no blog.

No ano passado, decidi pisar no freio. Apenas um post por semana no blog. Comecei a trabalhar em uma agência de comunicação e marketing digital.

O final de 2022 veio com uma mudança com a troca de Poder Executivo, com a derrota de Bolsonaro. E a entrada de um novo jogador em campo. Não, não o Lula. Falo do ChatGPT.

O ChatGPT

Tudo que escrevi até aqui saiu da minha cabeça: pesquisa, análise, contextualização, dedos nas teclas. Agora grande parte do que vem a seguir eu peguei do ChatGPT.

Acompanhe comigo.

O ChatGPT foi lançado em 30 de novembro de 2022 pela OpenAI, empresa de tecnologia com sede em São Francisco, criadora do DALL·E, outra inteligência articial, que é capaz de criar imagens a partir de descrições do usuário. Eles são parceiros da Microsoft, empresa de tecnologia que dispensa apresentações.

O nome GPT vem do termo em inglês Generative Pre-Training Transformer, uma arquitetura de rede neural de aprendizado profundo.

O ChatGPT não é capaz de gerar conhecimentos novos, mas consegue criar textos inéditos, baseados em conhecimentos coletados nas bases de dados, códigos de programação computacional e até poesia.

Ele revoluciona o modo como pesquisamos assuntos na busca de informações, pois elimina a necessidade de dar uma página com vários links para o usuário escolher o que lhe parece mais interessante.

A interface de comando e interação com o robô de IA do ChatGPT

O Bing, buscador de baixa renda que ninguém sabe que existe da Microsoft, turbinado com nova versão do ChatGPT, registrou, segundo estimativas, um aumento de 10 vezes em downloads.

Segundo uma matéria da Forbes, Bill Gates, que fundou a Microsoft em 1975, já estava de olho na OpenIA em 2018.

Quando eu era CEO da Microsoft, escrevi o memorando de “maré” da Internet. É impressionante que o que estou vendo em IA apenas nos últimos 12 meses seja tão importante quanto o PC. Como os quatro marcos mais importantes da tecnologia digital, isso é algo muito avançado. E eu conheço o trabalho do OpenAI melhor do que outros. Não estou dizendo que são os únicos. Na verdade, existirão muitos participantes neste espaço.”

Pedi para o ChatGPT responder questões pertinentes desse artigo. Como esta:

Como que a inteligência artificial vai afetar a produção de conteúdo de blog?”

Resposta:

A inteligência artificial está mudando a forma como o conteúdo é criado e distribuído na internet. Algumas maneiras como a IA está afetando a produção de conteúdo de blog incluem:

Geração de Conteúdo: A IA pode ser usada para gerar textos, imagens e vídeos de alta qualidade com base em modelos pré-treinados e dados de input. Isso pode aumentar a eficiência e a velocidade da produção de conteúdo.

Análise de Conteúdo: A IA pode ser usada para analisar dados e tendências para ajudar a informar a direção do conteúdo. Por exemplo, os dados demográficos dos leitores de um blog podem ser analisados para determinar o tipo de conteúdo que é mais bem recebido.

Otimização de Conteúdo: A IA pode ser usada para otimizar o conteúdo para motores de busca, tornando-o mais visível para os usuários da Internet.

Em geral, a IA pode ajudar a tornar a produção de conteúdo de blog mais eficiente e eficaz, permitindo que os blogueiros se concentrem em criar conteúdo de qualidade em vez de realizar tarefas repetitivas e analíticas. No entanto, também é importante lembrar que a IA ainda não pode substituir completamente a criatividade e a habilidade humana na produção de conteúdo.”

Nada acontece fejoada

Em específico, no caso do blog Destrutor, perguntei também se

Os chats de IA podem fazer textos melhores na produção de conteúdo de resenhas e análises de filmes, livros, videogames e quadrinhos?”

Eis a resposta:

A inteligência artificial pode ser usada para gerar resumos e análises de filmes, livros, jogos e quadrinhos de forma mais rápida e eficiente do que um humano. No entanto, a qualidade do conteúdo gerado pode variar e, em muitos casos, pode não ser tão detalhado ou criativo quanto o conteúdo produzido por um humano.

Além disso, a IA ainda enfrenta desafios em compreender nuances e subtextos presentes em obras de arte, o que pode afetar sua capacidade de produzir uma análise ou resenha precisa e abrangente. Por essas razões, ainda é importante ter uma abordagem humana e crítica na produção de conteúdo de resenhas e análises.

Em geral, a IA pode ser útil como ferramenta complementar na produção de conteúdo de resenhas e análises, mas não é capaz de substituir completamente a habilidade humana e a crítica analítica.”

Aqui no blog Destrutor adoramos quadrinhos de super-heróis

Também fiz este pedido: “Me dê um texto falando sobre os riscos dos chats de IA acabar com a produção de conteúdo na internet.”

O que o Chat GPT me respondeu:

Os chats de inteligência artificial estão cada vez mais comuns na internet e são amplamente utilizados para produção de conteúdo, como respostas automatizadas a perguntas ou geração de textos. Embora essa tecnologia tenha muitos benefícios, como agilidade e eficiência, também há alguns riscos que precisam ser considerados.

Um dos principais riscos é a perda de empregos para profissionais que antes eram responsáveis pela produção de conteúdo. Com a IA cada vez mais capaz de produzir textos e responder perguntas, muitos trabalhos que antes eram realizados por humanos estão sendo substituídos por máquinas. Isso pode levar a uma grande crise de desemprego e a um impacto significativo na economia.

Além disso, há preocupações com a precisão e qualidade do conteúdo produzido pela IA. Embora a tecnologia tenha avançado bastante, ainda existem limitações em sua capacidade de compreender o contexto e produzir conteúdo com o mesmo nível de profundidade e nuance que um ser humano. Isso pode levar a informações incorretas ou equivocadas sendo disseminadas na internet, o que pode ter consequências sérias para a sociedade.

Outro risco é a questão da privacidade e segurança de dados. Ao fornecer informações pessoais aos chats de IA, há o risco de esses dados serem compartilhados ou usados para fins maliciosos sem o conhecimento ou autorização do usuário.

Em resumo, apesar dos benefícios da produção de conteúdo por IA, é importante que sejam considerados os riscos e desafios associados a essa tecnologia. É fundamental que medidas sejam tomadas para garantir que a produção de conteúdo por IA seja feita de forma responsável e segura, preservando os empregos e a privacidade das pessoas.”

DIY. Do it Yourself. Punls. Arte de Jin Muller

A continuação direta dos questionamentos na plataforma, não poderia ser diferente.

Perguntei: “Para onde vai o dinheiro da publicidade com a IA fazendo produção de conteúdo no lugar de pessoas reais?”

Resposta:

O dinheiro gasto em publicidade com a inteligência artificial produzindo conteúdo é destinado principalmente à criação e manutenção de tecnologias de IA avançadas. Além disso, parte desse dinheiro pode ser usada para aprimorar e expandir a produção de conteúdo gerado por IA, bem como para suportar outras áreas de negócios relacionadas. No entanto, é importante destacar que a produção de conteúdo por IA ainda é limitada em comparação com o trabalho realizado por humanos, e muitas vezes é necessária a revisão e aprovação humana antes da publicação.”

John Constantine manda a real sobre pessoas e objetivos comuns (Monstro do Pântano, anos 1980, DC Comics)

O Buzzfeed, veículo jornalístico que se tornou conhecido (no BR) por fazer lista de 10 Gatinhos Mais Bonitinhos e reportagens profundas e complexas como o Fofão da Augusta, já avisou, no final de janeiro, que vai usar o ChatGPT na redação (EUA).

As ações da empresa subiram 3x em poucos dias. Vão usar a IA em listas, artigos e testes. Cris Dias, ex-head do BuzzFeed Brasil (operações já encerradas), fala aqui o que acha disso tudo. Spoiler: não é exatamente o que você pensa.

O post mais recente do blog Destrutor foi uma extensa matéria sobre Maria Hill, personagem criada por Brian Michael Bendis na revista The New Avengers #5 (2004), para a Marvel Comics, editora de quadrinhos de super-heróis.

Pedi um texto para o ChatGPT e ele me deu isso:

Maria Hill é uma personagem fictícia da Marvel Comics que apareceu pela primeira vez em 2005. Ela começou como uma funcionária do escritório de segurança interna da S.H.I.E.L.D., onde desempenhou várias funções, incluindo coordenar operações e agir como uma ligação entre a S.H.I.E.L.D. e outras organizações.

Após a Guerra Civil de Super-Heróis da Marvel, Maria foi nomeada como diretora interina da S.H.I.E.L.D., substituindo Nick Fury. Durante seu tempo como diretora, Maria enfrentou vários desafios, incluindo a ameaça dos Skrulls, a invasão dos Kree e a crise da Maravilha.

Apesar de seu trabalho competente, Maria foi criticada por sua abordagem rigorosa e por sua postura dura com os super-heróis da Marvel. Ela eventualmente deixou a S.H.I.E.L.D. e passou a trabalhar como consultora para várias agências governamentais e grupos de defesa dos direitos dos super-heróis.

Recentemente, Maria foi trazida de volta para a S.H.I.E.L.D. como diretora, onde ela enfrentou novos desafios, incluindo a ameaça da HYDRA e a invasão dos Xandarianos. Durante seu tempo na S.H.I.E.L.D., Maria mostrou sua determinação e liderança, ajudando a proteger a Terra de ameaças intergaláticas e mantendo a paz.

Ao longo de sua trajetória nos quadrinhos da Marvel, Maria Hill evoluiu de uma funcionária da S.H.I.E.L.D. para uma líder carismática e corajosa, pronta para enfrentar qualquer desafio para proteger a Terra e seus habitantes.”

Esse texto acima está cheio de erros e enganos.

Cobie Smulders, a Maria Hill dos cinemas do Marvel Studios, deveria ser a primeira citação do ChatGPT

Outro erro do ChatGPT: a segunda passagem do roteirista Chris Claremont pelo título dos X-Men, nos anos 2000.

A segunda passagem de Chris Claremont nos títulos dos X-Men foi marcada por sua continuidade da era anterior, com histórias elaboradas e personagens bem desenvolvidos. Claremont introduziu novos personagens, como Jubilee, e aprofundou a mitologia dos X-Men, incluindo o legado de Jean Grey como a Fênix. Além disso, ele explorou questões sociais e políticas, incluindo o preconceito contra os mutantes. A segunda passagem de Claremont foi bem recebida pela crítica e é considerada uma das mais influentes na história dos quadrinhos.”

X-Men #100, anos 2000, o retorno de Chris Claremont aos X-Men. Não deu bom.

Nada do que foi desenvolvido acima corresponde a realidade, pois confundiu a primeira passagem e criou elogios inexistentes a uma fase bem ruim do escritor.

Por outro lado, também pedi ideias para comemorar os 5 anos de atividade do blog Destrutor.

O ChatGPT me passou 5 sugestões:

1 – Organize uma giveaway: Ofereça prêmios aos seus leitores para celebrar 5 anos de atividade no seu blog (tarde demais, ChatGPT)

2 – Crie um artigo especial: Escreva um artigo reflexivo sobre sua jornada de 5 anos no blog e compartilhe histórias e aprendizados (opa, é este aqui mesmo)

3 – Faça uma live: Realize uma transmissão ao vivo em suas redes sociais para conversar com seus seguidores e responder perguntas (errrr…não)

4 – Publique um e-book gratuito: Compile suas melhores postagens e ofereça aos seus leitores como forma de comemorar seus 5 anos de atividade (pode ser, hein! a ver)

5 – Faça uma parceria com outros blogs: Alianças com outros relevantes em sua área de atuação pode ajudar a aumentar o alcance e a visibilidade do seu blog, além de ser uma forma de comemorar juntos essa importante data (tenho q ver essa também).

Que surpresa o blog Destrutor poderia fazer? (Sharon Stone em Instinto Selvagem, 1992)

Quando pergunto maneiras de ganhar dinheiro com o blog Destrutor, o Chat GPT manda essa:

Anúncios: Uma das maneiras mais comuns de monetizar um blog é através de anúncios. Você pode se juntar a programas de afiliados, como o Google AdSense, e exibir anúncios em seu blog. Quanto mais tráfego você tiver, mais dinheiro você pode ganhar com anúncios.

Produtos digitais: Outra opção é vender produtos digitais, como e-books, cursos online e webinars. Isso é especialmente eficaz se você tiver um nicho específico e um público engajado.

Produtos físicos: Se você tiver um blog sobre um tema específico, como moda ou culinária, pode ser possível vender produtos relacionados ao seu tema, como roupas ou utensílios de cozinha.

Parcerias de patrocínio: Você também pode ganhar dinheiro através de parcerias de patrocínio com empresas. Isso pode incluir escrever posts patrocinados, fazer vídeos patrocinados ou exibir banners de patrocinadores em seu blog.

Assinaturas: Ofereça conteúdo exclusivo ou acesso a recursos adicionais para assinantes pagos.

Marketing de afiliados: Promova produtos de outras empresas e ganhe uma comissão para cada venda gerada a partir de seu link de afiliado.

Conteúdo patrocinado: Algumas marcas podem pagar para você criar conteúdo específico para eles. É importante ter cuidado ao fazer isso, pois é preciso garantir que o conteúdo patrocinado seja claramente identificado como tal e não viole as regras de transparência do seu país.

Serviços: Ofereça serviços relacionados ao seu nicho, como consultoria, design, redação, etc.

Alguma dica, David Bowie? O mestre arquiteto da cultura pop

Nada é de graça. Mas calma que não é o que você está pensando. Ainda.

A empolgação vem acompanhada de ajustes. Almoço grátis no Chat GPT? Só no bandeijão, com fast-food entregue. Não demorou nada para eles deixarem Premium o produto. O Plano Chat GPT Plus custará U$ 20 mensais — quase 250 doletas por mês.

Não existe almoço grátis

Enquanto a OpenIA e Microsoft colhem os louros do ChatGPT, as outras big techs correm atrás do prejuízo. Neste mês de fevereiro, o Google que a nova aposta da empresa é a inteligência artificial. Sua ferramenta servirá para enriquecer os recursos de pesquisa da plataforma, que promete integração nas duas ferramentas.

Ela se chama Bard, e promete competir diretamente com o ChatGPT. A IA do Google é alimentado pela LaMDA, abreviação em inglês para “modelos linguísticos para aplicações de diálogo”, uma tecnologia de linguagem usada para prever que frases seres humanos usariam em pesquisas. Segundo Sundar Pichai, CEO do Google, as mudanças serão disponibilizadas gradualmente.

Mas já deu ruim. As ações da Alphabet, controladora do Google, perderam mais de US$ 100 bilhões em valor de mercado após o chat dar informações erradas em uma peça publicitária da própria companhia, lançada no dia 08/02.

Bard recebeu a pergunta: “Que novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb (JWST) posso contar ao meu filho de 9 anos?“. E deu várias respostas, inclusive com uma a respeito de que o telescópio foi usado para tirar as primeiras fotos de um planeta fora do Sistema Solar da Terra (os chamados de exoplanetas). Só que as primeiras fotos de exoplanetas foram tiradas pelo Very Large Telescope (VLT), do European Southern Observatory, em 2004.

O próprio Google usou o ChatGPT em uma entrevista de emprego e, com base nas respostas, informou que a inteligência artificial poderia ser contratada como engenheiro nível três, com salário anual bruto de R$ 942.779,40. O resultado do LaMDA (Bard)? Não foi divulgado.

Ah, vá (Scarllet Johansson em Match Point, 2005)

Uma matéria da Forbes destrincha os bastidores do Bard vs. Google, e vale a leitura.

Em 2004, o Google ultrapassou o Yahoo, também buscador e portal, em valor de mercado – apenas dois meses após seu IPO de US$ 23 bilhões. Sua ascensão e o declínio do Yahoo foram amplamente vistos como um estudo de caso no Dilema do Inovador, uma teoria que postula que grandes empresas muitas vezes perdem sua vantagem de mercado ao favorecer produtos existentes amplamente usados em vez de tecnologias novas e em desenvolvimento que podem algum dia substituí-los. Quase duas décadas depois, o Google parece estar enfrentando um cenário semelhante.”

Vale ressaltar: seguindo a decisão de cortar 20% do seu quadro globalmente, o Yahoo vai fechar sua operação no Brasil. O anúncio aconteceu no dia em que o Google também fez um corte em seu quadro no Brasil, 10/02, dois dias depois do fracasso do Bard.

O futuro é sombrio. De acordo com o criador do Gmail, Paul Buchheit, o ChatGPT é tão revolucionário que vai mudar tudo.

No Twitter, ele avaliou que a empresa “pode estar a um ano ou dois da disrupção total“, e que a IA irá “eliminar a página de resultados de buscas, que é onde eles [o Google] fazem a maior parte de seu dinheiro”.

Mesmo assim, os casos do Chat GPT sendo usado nas mais diversas situações estão pipocando. Um juiz da Colômbia resolveu um caso sobre o direito à saúde de uma criança autista com a ajuda da IA, algo inédito no país.

Ele decidiu o pedido de uma mãe para que seu filho autista seja isento do pagamento de consultas médicas, terapias e transporte até os centros de saúde, uma vez que a família não conta com recursos financeiros para isso.

Outras redes nem precisam de concorrentes. Elas mesmo estão se sabotando. Mark Zuckberg acaba de demitir milhares de pessoas do Meta, e sua ideia de Metaverso está desconectada demais da realidade para decolar (agora piorou com todas as big techs interessadas em IA em vez de metaverso).

Já o Twitter, desde que o megaempresário bilionário Elon Musk foi obrigado a efetivar a compra em 2022, só tem feito errado. Em novembro, sua política de “anistia geral” para usuários banidos da plataforma reativou dezenas de milhares de contas, incluindo neonazistas, brancos supremacistas, misóginos e propagadores de perigosas teorias da conspiração. Esta matéria do Núcleo Jornalismo é muito boa e ajuda a entender mais disso.

Neste mês, insatisfeito com o declínio do alcance dos seus próprios posts no Twitter, Musk teria demitido engenheiro aos berros. Também segundo o Núcleo Jornalismo, Musk age como o pior gerente de produtos e, de acordo com relatos, cria demandas a partir de respostas isoladas que recebe no Twitter, sem jamais apresentar uma visão mais ampla de como ele imagina a plataforma.

O ChatGPT dominou o assunto desse post de 5 anos do blog Destrutor, e não teria como ser diferente. Ele tem potencial de mudança de paradigmas, tal qual as redes sociais foram para os blogs, e o TikTok para elas.

Em um primeiro momento, o que eu faria era dar um preview do que faria nos próximos meses, projetos e parcerias.

E duvido que a ferramenta de IA do OpenIA iria entrelaçar os assuntos que eu desenvolverei (futuramente) abaixo.

O que vem por aí no blog Destrutor

Apesar de não dominar o assunto do esporte, eu iria ligar o fato do jogador LeBron James ter se tornado o maior cestinha da história da NBA recentemente, com os 30 anos do game NBA Jam (1993), um dos jogos mais legais dos anos 90.

Ele seria o mote do post comemorativo. Afinal, muitas pessoas nem ao menos viram o jogador, preferindo registrar em tela o que estavam vendo. A Beatriz Guarezi, da newsletter Bits to Brands, veio com uma análise foda a respeito disso, e eu nunca chegaria perto.

É natural querer registrar momentos especiais. Isso, somado ao aumento da conectividade, faz com que uma plateia inteira esteja mais preocupada em criar conteúdo do que compartilhar um momento.”

Também vamos comentar mais a respeito de Vampire Killer (1984), um game de ação da softhouse Scorpio Gamesworld, lançado para os computadores Amstrad. A Konami só faria o seu Vampire Killer em 1986, mas para os computadores MSX2.

Não é Castlevania

Ele foi produzido em paralelo a outro bem mais famoso, Castlevania, lançado também em 1986, só que para o console de 8-bits da Nintendo, o NES. Os dois games são em essência o mesmo.

Também já faz 30 anos que o desenhista superstar Jim Lee criou Deathblow (1993), um soldado na editora de quadrinhos que ajudou a fundar, a Image Comics. Lee fez capas e artes por um tempo para o título do personagem, que foi um dos representantes do mood visual da indústria na época. Falaremos disso também.

E eu já destrinchei as principais figuras da espionagem da editora de quadrinhos DC Comics — Nemesis, Sargento Steel, King Faraday, Valentina Vostok — mas ainda não falei do maior de todos nos quadrinhos, Nick Fury, da Marvel Comics. Virá também.

Nick Fury

A Jennifer Connelly, atriz novaiorquina, já teve uma Maratona Cinematográfica. Estou fazendo agora do Raul Julia, ator porto-riquenho. O último filme resenhado foi Beijo da Mulher-Aranha, um clássico do cinema.

Jennifer Connelly, uma maratona completa dos filmes da atriz
Raul Julia, uma maratona completa de filmes do ator

A próxima Maratona agora será de um diretor de cinema. Será Michael Mann ou Nicolas Winding Refn, ainda estou decidindo.

Drive (2011), de Nicolas Winding Refn
Fogo Contra Fogo (1995), de Michael Mann

Dos games, tem Hideo Kojima pra falar. E a arte do desenhista Yoji Shinkawa. São quase 3 assuntos em um só. É mais um caso da pobreza do ChatGPT em correlacionar os assuntos:

Em comum, Yoji Shinkawa, Hideo Kojima e o cinema têm o fato de serem formas de arte e entretenimento que buscam contar histórias e imergir o espectador em um universo fictício. Além disso, o trabalho de Shinkawa e Kojima tem sido influenciado pelo cinema, e muitos jogos são comparados a filmes em termos de narrativa e produção de efeitos visuais.”

Cinema, Kojima, Shinkawa e Matrix. Como correlacionar tudo isso? No blog Destrutor tem como

 

Como dizia Gilberto Gil em Rep, canção do disco O Sol de Oslo (1998):

O povo sabe o que quer / Mas o povo também quer o que não sabe”.

E como dizia o jornalista Gay Talese (escreveu para o jornal The New York Times e para a revista Esquire nos anos 1960, um dos pais do jornalismo literário, dentro do chamado Novo Jornalismo, movimento que incorpora ao jornalismo características da literatura):

Se contar uma boa história, se for bem escrito, se prender atenção, o jornalismo vai durar para sempre. Os jornais não vão morrer. Há um mercado para a qualidade. Sempre haverá jornalismo de alta qualidade. Talvez seja bom que exista uma ameaça, pois o jornalista é forçado a mudar. Meu recado é: não se preocupe, faça o seu melhor.”

Eu sigo tentando fazer aqui no blog Destrutor.

Por falar em Matrix, ter um blog como o Destrutor é estar ameaçado de morte digital ou sem fala a todo momento de mudança e transição na internet (Matrix, 1999)
blog Destrutor
Existe saída?
blog Destrutor
Tem como acertar sempre?

Obrigado por ler até aqui!

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