DESTRUTOR | Os 100 posts no blog

Este é o centésimo post do blog Destrutor, uma iniciativa minha, Tom Rocha, depois de anos de procrastinação.

Subi na plataforma de blogs do Google, o Blogspot (que ainda está ativo, aqui), em fevereiro de 2018.

Como eu gosto de dizer, nos últimos anos em minha profissão de jornalismo — nas mais variadas funções e tipos de veículos de mídia — foquei em entender como marcas, processos e pessoas que compõem a indústria de entretenimento e cultura pop se comportam no ecossistema de consumo de informações de música, cinema, quadrinhos e tecnologia.

E como tudo isso se dobra para a política e a sociedade em questão. Foi na mira disso que o primeiro post do antigo blog do Destrutor versou sobre o pré-lançamento do filme Pantera Negra (2018), da Marvel Comics, e como ele entregava afrofuturismo de maneira incrível na maior vitrine da cultura pop dos últimos tempos: o cinema.

Lá também cheguei aos 100 posts, comemorado com uma matéria que atrelava um dos maiores filmes de ficção científica do cinema, Blade Runner (1982) e o consumo de notícias no template do jornalismo, ao aproveitar uma cena do filme de Ridley Scott, onde Deckard (Harrison Ford) lê um jornal impresso.

Na época, era quase final de 2019, e trabalhava na produção de conteúdo de um aplicativo de educação, uma rede social de perguntas de diversos tópicos importantes do cotidiano, o Quinto.

Lá, um dos meus colegas, depois amigo, o jornalista Fábio Devito, cujos gostos se parecem em muito com os meus, no quesito de quadrinhos, cinema e música, viu o meu blog, e surpreendentemente me montou um novo, mais profissional, no WordPress.

Me deu esse presentaço, e agora eu teria até domínio próprio — www.destrutor.com.br — em parte graças a outro amigo e parceiro, André Steiner, que já esboçara um blog para mim em 2014 (já disse que eu estava procrastinando, né?), o que ajudou o Fábio a subir rápido esse nono blog Destrutor no Hostgator.

Destrutor blog
Deckard (Harrison Ford) em Blade Runner, 1982, de Ridley Scott

Assim, em novembro de 2019, um novo blog Destrutor já estava no ar.

De primeira, subi um material que recebi da Semana Internacional de Música – SIM, o maior festival de música da América Latina, que estava prestes a comer.

Seria o primeiro grande evento com cobertura do Destrutor — e ironicamente, o último, já que este 2020 dizimou o cenário.

Perto da virada do ano, postei uma das matérias mais longas que já tinha fiz, sobre o jogo Final Fight (1989), e sua importância na indústria dos videogames.

Os posts do blog

Desde então, foram mais 98 posts de matérias, artigos e análises das mais diversas, para levar a quem interessar possa todo tipo de conteúdo diverso do entretenimento.

Do synthwave, o novo estilo sonoro de ambient music baseado nos sons dos anos 1980, à Bill Withers, um dos maiores cantores dos Estados Unidos; do game japonês de tiro cubano marxista contra o imperialismo americano Guevara, ao divertido Mario Kart 64, que suja o mundo colorido do herói com sujeira e trapaças; da sensacional editora Ann Nocenti, responsável por diversos títulos e obras de peso na Marvel Comics, aos X-Men de Jonathan Hickman, que cria a maior ficção científica política dos mutantes como nunca se viu; da vida e obra de Nêmesis, um dos melhores personagens desconhecidos da DC Comics, à Equação Anti-vida, um dos mais poderosos conceitos da editora, e de como ela se aplica ao mundo do consumo de notícias. Do cinema arte de William Friedkin em misturar Rambo e Fugitivo com Abraão e Isaque em Caçado, ao cinema arte de Gritos do Silêncio,  de Roland Joffé, ao lixo trash sensacional da Cannon.

A atriz Jennifer Connelly, aqui em um trabalho de moda para a Chanel, e cuja carreira no cinema está em uma maratona de resenha no blog Destrutor

Parte da sétima arte é o que rege o Destrutor, como a Maratona Jennifer Connelly entrega. Acompanhar sua trajetória é acompanhar a história do cinema.

A cada sexta-feira de 2020, eu posto uma resenha sobre um filme que a atriz estrelou, em ordem cronológica.

Ela começou a carreira no último filme de Sergio Leone, um mestre dos filmes de faroeste, Era Uma Vez na América. A cada filme de Jennifer Connelly, eu aproveito para contar um pouco da história do cinema.

O neonoir em Hot Spot – Um Local Muito Quente. O cinema independente americano em Círculo das Vaidades. A onda de remakes de terror japonês em Água Negra. Comédias românticas com Essas Garotas.

O primeiro filme de super-herói da Disney, The Rocketeer. O primeiro Cisne Negro, feito nos anos 80, em Etoile. Com efeito, Jennifer Connelly estrela dois dos melhores filmes do cinema, Cidade das Sombras e Réquiem Para um Sonho. Já foram 32 filmes de quase 50. Todos eles estarão no blog Destrutor.

Todo o material do antigo blog Destrutor está sendo refeito para novos post neste aqui. Alguns já foram postados, como essa sensacional entrevista com o Miranda, conhecido produtor musical brasileiro, falecido em 2019.

Outras, como o editor das graphic novels do Mauricio de Sousa, Sidney Gusman, virão em breve.

O poder da crítica

Um dos objetivos do blog Destrutor é análise crítica. É pedante achar que há de se criar regras para consumir certos produtos, mas é interessante municiar o público com mais informações para ele saborear as obras e descobrir como que certos temperos agem.

A crítica é importante, porque ajuda a contextualizar obras.

A história em quadrinhos de Maus (1980, de Art Spielgelman) é uma obra-prima, que se reveste de ouro quando é entendido o Holocausto, que matou milhões de judeus no contexto da Segunda Guerra Mundial.

Ganhou o Pulitzer, o “Oscar” do jornalismo nos Estados Unidos, único caso da história do prêmio. Já Gen – Pés Descalços (1973/1985, de Keiji Nakazawa) tem o impacto de uma bomba atômica equivalente — metaforicamente e de um modo infeliz e real, já que ambas são obras autobiográficas.

Maus é a história dilacerante do pai de Art nos campos nazistas. Gen é a infância terrível de Nakazawa, ele próprio um sobrevivente da bomba lançada em Hiroshima.

Uma crítica bem contextualizada leva o leitor a entender as duas obras como espelhos de suas culturas.

Se todos sabemos sobre os campos de concentração, deveríamos saber o que o povo japonês sofreu por conta das vontades de Hirohito, o 124º imperador do Japão, aliado da Alemanha na época da guerra.

O cinema é uma forma relativamente nova de arte, em comparação à música, literatura e pintura, que já existem desde os tempos antigos.

A crítica se dobra para obras com peso de relevância e que desvendam o passado de modo inédito ou antecipam conceitos, status e pensamentos.

No mundo do cinema, surgido no final do século XIX, André Bazin começou a escrever sobre a área em 1943 e foi co-fundador dos Cahiers du Cinéma em 1951, na companhia de Jacques Doniol-Valcroze e Lo Luca.

Segundo Bazin, qualquer dita crítica de um filme que se proponha a analisar uma obra cinematográfica sem levar em conta sua proposta estética, aliando forma e conteúdo, é não só equivocada como também datada.

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André Bazin, uma das figuras mais importantes da crítica de cinema

Bazin se tornou um renomado e influente crítico de cinema e teórico do cinema, e modelo do que viria a ser isso.

Além de editar Cahiers, a revista mais celebrada do meio e uma das mais importantes revistas de cinema do mundo, até o fim da vida, uma coletânea de quatro volumes de seus textos foi publicada postumamente entre 1958 e 1962 sob o título de Qu’est-ce que le cinéma? (O que é o cinema?).

Há críticos acadêmicos, — como o próprio Bazin — que se dedicam a filmologia, o estudo da influência do filme na sociedade e seu relacionamento com a realidade e as demais artes.

Os limites das críticas de jornal são extrapolados aqui, com tentativas de descoberta de como os filmes operam esteticamente e politicamente.

Outros notáveis críticos acadêmicos são Kristin Thompson, David Bordwell, Sergei Eisenstein, Jean-Luc Godard e François Truffaut.

A maioria deles escreveram para a revista Cahiers.

Godard, Truffaut e Eisenstein também foram diretores de cinema, gigantes na área. Bazin morreu de leucemia em 58, aos 40 anos, e deixou várias obras de referência sobre cinema.

Há outro crítico muito considerado aqui no blog Destrutor, Roger Ebert, um dos maiores críticos de cinema dos Estados Unidos. Faleceu em Chicago, no dia 4 de abril de 2013, por complicações de um câncer na tiroide.

Ebert era conhecido por sua coluna no jornal Chicago Sun-Times, na qual fazia críticas e análises de filmes. Era um trabalho feito desde 1967, e eventualmente online, com o advento da internet.

Ele também fazia dois programas de televisão, Sneak Previews e Siskel & Ebert at the Movies, que ele apresentou ao longo de 23 anos, juntamente com outro crítico, Gene Siskel.

Alan Moore e Slavoj Zizek

Slavoj Zizek é um filósofo esloveno, nascido na antiga Iugoslávia. Professor do Instituto de Sociologia e Filosofia da Universidade de Ljubljana e diretor internacional da Birkbeck, Universidade de Londres, ele tem uma produção ótima de análise de produtos culturais.

Ele trabalha temas como filosofia continental, teoria política, estudos culturais, psicanálise, crítica de cinema, marxismo, hegelianismo e teologia.

A ortodoxia da direita política e do social liberalismo universitário são alvos frequentes, que operam sob a ótica de Lacan na maior parte do tempo. Jacques-Marie Émile Lacan foi um psicanalista francês famoso, um dos grandes interpretes de Freud e deu nascimento a uma corrente psicanalítica: o lacanismo.

Seu percurso intelectual encontrou o pensamento filosófico de autores como Immanuel Kant, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Martin Heidegger, Alexandre Koyré e Jean-Paul Sartre.

Alan Moore é o melhor roteirista de quadrinhos da indústria ocidental, escreveu duas obras-primas que podem pegar para si o Top 1 das HQs: Do Inferno (de 1989, desenhada por Eddie Campbell) e Watchmen (de 1986, desenhada por Dave Gibbons).

Moore escreveu várias histórias clássicas da DC Comics (dona das obras citadas) e tem trabalhos até mesmo para a Marvel Comics,  bem como outras editoras de quadrinhos de super-heróis.

Ele não se limitou a esse campo — com efeito, o desconstruiu com Watchmen, ao ponto da destruição conceitual e intelectual, e o abandonou anos depois.

Essa HQ ganhou diversos prêmios, como o Eisner (o “Oscar” dos quadrinhos) e o Hugo (o maior prêmio literário da fantasia e ficção científica). Moore escreveu diversos outros gêneros, e chegou ao campo da literatura com dois livros, A Voz do Fogo (1996) e Jerusálem (2017).

Na coletânea Histórias Brilhantes, do jornalista Marc Sobel, que reúne 10 histórias consagradas de Alan Moore, publicado por aqui pela editora Mythos em 2020.

Há um texto de análise salutar ali:

No que me diz respeito, críticos podem me ajudar em uma ou mais das seguintes coisas:
1. Apresentar autores ou obras que eu desconhecia até o momento.
2.Convencer-me de que venho subestimando um autor ou obra.
3.Mostrar relações entre obras de diferentes épocas e culturas.
4. Fornecer uma ‘leitura’ de uma obra que aprimore minha compreensão dela
5. Jogar luz sobre um processo de ‘produção’ artístico
6. Jogar luz sobre a relação da arte com a vida, com a ciência, com a economia, com a ética, com a religião, etc.”

É com base nessas premissas que tento dar minha pequena contribuição nesse debate e universo, a quem interessar possa.

O desafio da leitura

Escrever e ser lido é um desafio imenso no Brasil, e é dobrado quando se deve vencer conteúdo ruim e fake news.

Dados do Digital News Report, do Reuters Institute, divulgados em abril de 2020, mostram que o maior canal de informações do brasileiro é a internet.

Cerca de 87% da população utiliza como principal fonte de informação — TV tem 79%.

Desses 87%, 64% admitem utilizar o Facebook como fonte principal para o consumo de notícias, enquanto 55% utiliza o Whatsapp. Apenas 35% checam se a notícia recebida é falsa.

Uma pesquisa do Estadão, de 2016, indica que 44% da população não lê livros nem revistas — 30% admitem nunca ter comprado um livro na vida.

Nos dias de hoje, na maior parte das vezes, um blog não é para ser encarado como produto cultural, e sim um modo de auxiliar a ganhar dinheiro, na expectativa de gerenciar seu próprio negócio.

Blog é um braço de uma estratégia comercial para monetizar algum negócio.

Há blogs dos mais variados nichos e tipos de atuação, como em saúde, moda, viagem, televisão, música, cosméticos, tecnologia, games, entretenimento, arte e até como ganhar dinheiro com…blogs.

Mas há muitos exemplos ótimos de blogs que focam assuntos de modo sério, como os de música por exemplo.

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Tony Aiex, do Tenho Mais Discos que Amigos, Lúcio Ribeiro, do PopLoad; e o Rafael Lopez, do Hits Perdidos, alguns dos melhores blogs de música do Brasil (foto de Tom Rocha, no Festival Febre 2019, Sorocaba-SP)

Os blogs começaram como diários pessoais no final dos anos 1990, e rapidamente foram encarados como o meio ideal de divulgar informações e ideias na internet, pessoais ou profissionais.

E ele virou outro tipo de animal com a popularização das redes sociais nos anos 2010.

Os blogs e seus perfis em redes sociais reúnem entusiastas como seguidores, que se concentram em discussões em cada post, que falam sobre análises de produtos, divulgações de eventos ou apontamentos do cotidiano.

O termo blog vem de “weblog”, “registro na web” em tradução livre. O termo foi criado em 1997 por John Barger e abreviado para “blog” em 1999 por Peter Merholz, dois profissionais que trabalhavam com computação e internet nos anos 90.

Origem

Destrutor, dos X-Men. Arte promocional de Jim Lee. Marvel Comics, anos 1990

A origem do nome do blog Destrutor está ligada a palavra destrutor, um sinônimo para destruidor.

Ela vem do latim, destructor, e é usada em linguagem de processos de computação.

Também batiza no Brasil um personagem dos quadrinhos americanos de super-heróis. Trata-se do Destrutor, o codinome de Alex Summers nos X-Men.

Ele surgiu em uma história dos heróis mutantes publicada em The X-Men #54 (1969), com o nome de Havok, palavra inglesa de derivação francesa, geralmente usada como sinônimo de destruição. Alex é irmão de Scott Summers, o Ciclope, o líder dos X-Men.

A origem do x-man Destrutor é nobre — ele foi concebido pelo escritor Arnold Drake, um dos grandes profissionais da indústria de quadrinhos de super-heróis dos Estados Unidos.

É graças a ele que temos a Patrulha do Destino (Doom Patrol), um grupo disfuncional de pessoas com super-poderes, liderados por um sábio de cadeira de rodas. Não, não são os X-Men, que surgiram meses depois na Marvel.

Todos os membros da Patrulha são invenções de Arnold Drake: o Chefe, o Homem-Negativo, a Garota-Elástica, o Homem-Robô e Mento.

O grupo se tornou um dos principais do universo de heróis da editora, e em crise ou com Crise, a equipe sempre aparece com uma revista própria.

O run de Grant Morrisson com a Patrulha do Destino é um dos materiais obrigatórios da DC, que fez até um seriado do grupo em 2019, que continua a todo vapor neste ano.

A editora do Superman, Batman e cia. foi o local de nascimento de outras criações de Drake, como o Desafiador, um dos principais personagens místicos da editora até hoje, que narra as aventuras de Boston Brand, um ex-acrobata que vive entre o reino dos vivos e dos mortos.

Arnold também foi o responsável por dar vida aos Guardiões da Galáxia, um grupo bem diferente daquele que vimos nos cinemas em 2014, mas igualmente inventivo em sua concepção: no futuro dos anos 3007, a humanidade se espalhou pelos cosmos, e colônias foram estabelecidas em diversos planetas do Sistema Solar, de até além dele.

Um grupo de seres nascidos nesses planetas se reúnem para enfrentar a raça invasora Badoon, que está destruindo as civilizações dos planetas. Charlie-27, de Júpiter, Martinex, de Plutão, Vance Astro, da Terra, e Yondu Udonta, de Centauri IV, são os protagonistas em um primeiro momento.

A série teve curta duração, mas revivals seguidos deram destaque suficiente para a HQ , até ela se tornar um dos maiores sucessos do cinema.

Se Arnold Drake criou o Destrutor, foi o desenhista Don Heck quem fez sua concepção visual inicial.

O artista foi uma lenda na editora Marvel Comics, e junto com Stan Lee, Jack Kirby e Larry Lieber, criou o Homem de Ferro e grande parte de sua galeria de vilões. Foi daí que saíram Gavião Arqueiro e Viúva Negra, inventados visualmente por Heck.

E o uniforme simples e funcional do Destrutor foi criado por outra lenda das HQs, o artista Neal Adams, um dos maiores profissionais da indústria de quadrinhos de super-heróis, com passagens clássicas pela Marvel e DC.

Destrutor é um mutante com poderes de absorção de radiação cósmica, a qual metaboliza em disparos de plasma — é o típico personagem que atira raios.

Adams criou um novo visual do Batman nos anos 1970 e o solidificou como personagem sério e sofisticado até os dias de hoje.

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